As vendas de equipamentos de construção cresceram 70% em 2010 quando comparadas ao ano anterior, De acordo com a Sobratema, cerca de 70 mil novas máquinas ingressaram no mercado brasileiro e, para os próximos anos, as projeções também são animadoras: até 2015 deve haver crescimento constante no volume anual de unidades vendidas. Em 2011, por exemplo, a expectativa é que 78 mil unidades sejam agregadas, o que representa um crescimento superior a 10% sobre o volume vendido em 2010. Para os próximos quatro anos, a estimativa é que se dobre o parque existente no País, ultrapassando 900 mil unidades.
O volume crescente de máquinas pesadas comercializadas é reflexo dos investimentos aplicados em grandes obras de infraestrutura nos últimos anos, caso dos Complexos Portuários de Pecém (CE) e Suape (PE), da Ferrovia Transnordestina, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Transposição do Rio São Francisco, entre outros. Além desses projetos que já foram finalizados ou estão em andamento, há um volume substancialmente maior de obras de grande porte que ainda não fo
As vendas de equipamentos de construção cresceram 70% em 2010 quando comparadas ao ano anterior, De acordo com a Sobratema, cerca de 70 mil novas máquinas ingressaram no mercado brasileiro e, para os próximos anos, as projeções também são animadoras: até 2015 deve haver crescimento constante no volume anual de unidades vendidas. Em 2011, por exemplo, a expectativa é que 78 mil unidades sejam agregadas, o que representa um crescimento superior a 10% sobre o volume vendido em 2010. Para os próximos quatro anos, a estimativa é que se dobre o parque existente no País, ultrapassando 900 mil unidades.
O volume crescente de máquinas pesadas comercializadas é reflexo dos investimentos aplicados em grandes obras de infraestrutura nos últimos anos, caso dos Complexos Portuários de Pecém (CE) e Suape (PE), da Ferrovia Transnordestina, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Transposição do Rio São Francisco, entre outros. Além desses projetos que já foram finalizados ou estão em andamento, há um volume substancialmente maior de obras de grande porte que ainda não foram iniciadas e que demandarão diversos equipamentos. É o caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA) e das obras de mobilidade urbana para atender à Copa do Mundo e às Olimpíadas, o que nos remete a um cenário favorável para o setor nos próximos anos. Os incentivos do BNDES, por meio do Finame para os fabricantes de máquinas com instalações locais e um nível mínimo de nacionalização, somam-se a esses fatores. Em resumo: há espaço e oportunidades para a implantação de grandes players no Brasil.
A Case New Holland (CNH), que investiu recentemente R$ 1 bilhão na ampliação da fábrica de colheitadeira de grãos a rotor e na criação de um novo centro de distribuição de peças em Sorocaba (SP), anunciou outro aporte de R$ 1,7 bilhão para ampliar outras quatro fábricas no Brasil, cujo o investimento deverá ser realizado até 2014. Com isso, a empresa consolida o maior investimento em ampliação fabril para o setor de equipamentos pesados realizado no Brasil nos últimos anos e atesta o otimismo por parte dos fabricantes desse segmento.
A Caterpillar, por sua vez, adquiriu fábrica em Campo Largo (PR), onde abrigará uma nova linha de produção, com 50 mil m² de área construída e destinada à montagem de retroescavadeiras modelo 416E e de carregadeiras de rodas modelos 924H e 938H. Esses dois últimos equipamentos são produzidos na fábrica de Piracicaba (SP) atualmente e serão transferidos para a nova unidade até 2012. Aliás, ao mesmo tempo em que ocorrer a transferência das linhas de produção para a nova fábrica, a empresa irá remodelar a planta de Piracicaba, visando uma futura expansão de outras linhas de produção de equipamentos. “Até o ano que vem, investiremos US$ 180 milhões, os quais serão aplicados em parte na nova fábrica e em parte na modernização da unidade industrial de Piracicaba”, informa Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar.
Outro player mundial que anunciou investimentos para ampliar sua capacidade fabril no Brasil foi a Terex por meio da sua divisão Roadbuilding. A nova fábrica da empresa está sendo construída no Distrito Industrial de Guaíba (RS), em um terreno de 50 hectares. Os investimentos da empresa nesse projeto somam R$ 150 milhões e o início das operações da nova planta deve acontecer no segundo semestre de 2011, com geração de 650 empregos diretos.
Nessa nova unidade, a Terex produzirá equipamentos destinados a construção e manutenção de estradas, caso das usinas de asfalto e das vibroacabadoras. A empresa também avalia a possibilidade de produzir outros produtos na mesma fábrica, incluindo plataformas aéreas de trabalho e guindastes.
A inglesa JCB igualmente anunciou a criação de uma fábrica totalmente nova para a produção de escavadeiras hidráulicas, ampliando sua capacidade de produção de equipamentos no Brasil, que inclui retroescavadeiras e máquinas para compactação de solo e asfalto. A produção anual prevista é de 10 mil unidades. Segundo a companhia, a nova instalação está sendo construída em Sorocaba e deve substituir as duas unidades atuais da JCB, localizadas a 10 km do terreno da nova unidade. A fábrica vai empregar cerca de 300 funcionários, o que representa mais do que o dobro do quadro atual de colaboradores da JCB no Brasil.
Novos players desembarcam no País
Assim como as ampliações de fábricas, a entrada de novos competidores internacionais produzindo diretamente no País também cresceu de forma impressionante. O mais recente anúncio foi da Hyundai, que investirá US$ 150 milhões na construção de uma unidade de máquinas pesadas no sul do Rio de Janeiro. “A produção anual será de cinco mil máquinas, entre escavadeiras, retroescavadeiras e carregadeiras”, informa Felipe Cavalieri, presidente da Brasil Máquinas (BMC), distribuidora de bens de capital que será sócia minoritária da Hyundai no projeto. A ideia, diz Cavalieri, é destinar 60% da produção ao mercado doméstico e exportar 40% para clientes na América Latina. Segundo o executivo, a BMC terá entre 20% e 25% de participação na fábrica. Em troca, os sul-coreanos assumirão fatia do capital da brasileira, dentro de uma operação de troca de ações que ainda será estruturada.
“É uma parceria onde as competências se complementam”, diz Cavalieri, referindo-se à combinação da expertise da Hyundai na atividade industrial com o conhecimento da BMC na comercialização de máquinas. De acordo com ele, o Brasil era apenas a terceira opção nos planos de expansão da Hyundai Heavy Industries para fora da Ásia. “Os Estados Unidos e depois a Rússia eram os alvos iniciais da abertura de fábricas”, diz. As prioridades, no entanto, mudaram a partir da crise financeira internacional de 2008.
Já a chinesa Sany anunciou o segundo maior investimento (atrás da CNH) em instalações fabris no Brasil no que tange produtores de equipamentos pesados para construção. Após confirmar a instalação da sua fábrica em Jacareí (SP), cujos investimentos previstos são de US$ 200 milhões, a empresa já ampliou o leque de produtos que fabricará localmente. Além das escavadeiras, que foram as primeiras confirmadas, a Sany também produzirá guindastes sobre caminhão e bombas de concreto. As duas primeiras classes de máquinas já são montadas no Brasil, em regime de CKD na cidade de São José dos Campos, e deverão entrar na linha de produção da Sany tão logo a sua fábrica na cidade vizinha do Vale do Paraíba estiver operante, algo previsto para o segundo semestre de 2012.
Fechando o ciclo de grandes investimentos, a também chinesa XCMG irá aplicar o mesmo montante da sua conterrânea e principal concorrente. Os US$ 200 milhões serão destinados à construção de uma fábrica para a produção de guindastes sobre caminhão, rolos compactadores, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e motoniveladoras na cidade de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais.
Em visita ao Brasil, o presidente da companhia, Wang Min, assinou um protocolo de intenções com o governo mineiro, pelo qual se compromete a iniciar a operação da nova unidade ainda no próximo ano. O projeto representa o maior investimento da companhia fora da China e, segundo Wang Min, a meta da empresa é que a nova fábrica atenda não apenas o mercado brasileiro, mas também a América Latina e África. “Após consolidarmos essa operação, todas as nossas exportações para a África serão realizadas por meio dessa unidade”, finaliza ele.
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