Impulsionados pelos investimentos em construção e mineração, os fabricantes de compressores de ar não param de crescer e já acumulam uma expansão media de 45% ao ano nas vendas, como é o caso da Chicago Pneumatic. Somente em 2010, esses dois mercados consumiram entre 800 e mil compressores portáteis, na avaliação dos especialistas ouvidos pela M&T. Em 2011, as expectativas são ainda melhores para as empresas do setor, mesmo considerando uma pequena desaceleração nas vendas por conta das restrições impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a novos financiamentos.
“Os compressores de ar destinados ao mercado de construção são os da faixa de 90 a 1.000 pcm de vazão”, explica Fernando Groba, gerente de negócios da divisão de energia portátil da Atlas Copco. Segundo ele, a empresa tem cerca de 40% de participação nesse segmento de mercado, o que representou a venda de 340 unidades no ano passado. “Do total vendido pela Atlas Copco, 65% são modelos de até 400 pcm e o restante fica por conta dos equipamentos maiores”, ele avalia.
De ac
Impulsionados pelos investimentos em construção e mineração, os fabricantes de compressores de ar não param de crescer e já acumulam uma expansão media de 45% ao ano nas vendas, como é o caso da Chicago Pneumatic. Somente em 2010, esses dois mercados consumiram entre 800 e mil compressores portáteis, na avaliação dos especialistas ouvidos pela M&T. Em 2011, as expectativas são ainda melhores para as empresas do setor, mesmo considerando uma pequena desaceleração nas vendas por conta das restrições impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a novos financiamentos.
“Os compressores de ar destinados ao mercado de construção são os da faixa de 90 a 1.000 pcm de vazão”, explica Fernando Groba, gerente de negócios da divisão de energia portátil da Atlas Copco. Segundo ele, a empresa tem cerca de 40% de participação nesse segmento de mercado, o que representou a venda de 340 unidades no ano passado. “Do total vendido pela Atlas Copco, 65% são modelos de até 400 pcm e o restante fica por conta dos equipamentos maiores”, ele avalia.
De acordo com Mário Sérgio Adolfi, gerente de negócios da linha de equipamentos portáteis da Chicago Pneumatic, o setor de construção movimenta duas frentes de negócios no mercado de compressores. A primeira abrange os modelos até 90 pcm, destinados às obras de saneamento, pavimentação e reforma de rodovias. “Já o segundo maior mercado envolve os compressores da classe de 900 pcm, utilizados para desmonte de rocha em projetos de construção e mineração”, diz ele.
Perspectivas de venda
Apesar de não revelar o volume de equipamentos vendidos pela empresa em 2010, o executivo da Chicago Pneumatic diz que 60% dos compressores portáteis foram destinados a canteiros de obras, enquanto o setor de mineração representou cerca de 20% dos negócios. O restante ficou por conta de indústrias e projetos especiais. “Creio que não deveremos apresentar o mesmo crescimento registrado em 2010, devido às dificuldades dos nossos clientes em obter financiamento junto ao BNDES.”
A distribuidora Ar Brasil, por sua vez, que comercializa compressores da marca indiana Elgi, avalia que o mercado continuará crescendo em função dos eventos esportivos de 2014 e 2016 e dos projetos de infraestrutura em execução no País. Somente em 2011, a empresa espera comercializar 150 equipamentos portáteis, na faixa de 300 a 1.100 pcm. “No ano passado, vendemos 90 compressores a diesel, lembrando que o nosso maior mercado ainda está voltado para as linhas de compressores com motor elétrico”, diz Gilson Macedo, diretor da empresa. Ele explica que os modelos movidos a diesel são os portáteis, montados sobre chassi, enquanto os elétricos são estacionários.
Também compartilhando de boas expectativas de vendas em 2011, devido aos projetos de infraestrutura em andamento no Brasil, Fernando Groba, da Atlas Copco, avalia que as empresas locadoras de compressores serão as responsáveis pelo maior consumo de equipamentos portáteis durante este ano. “Do total de equipamentos vendidos por nós em 2010, 46% foram destinados para as locadoras”, diz ele.
Demanda das locadoras
Sua avaliação é que as locadoras desse tipo de equipamento já estão bastante evoluídas em comparação com as que atuam com outras famílias de máquinas, como a linha amarela, por exemplo (que respondem por cerca de 25% do mercado brasileiro). “A tendência é que essas empresas tenham uma participação cada vez maior na demanda do mercado, pois nos deparamos com locadoras que estão se especializando na gestão de frota, inclusive com recursos aportados por grandes investidores europeus, norte-americanos e até de bancos nacionais”, destaca Groba.
Na sua concepção, a tendência nas obras de maior prazo de execução, como a construção de hidrelétricas, ferrovias e rodovias de longo percurso, é que a frota de compressores mobilizada seja dividida entre equipamentos locados e próprios, adquiridos diretamente pelas construtoras. Ele avalia que haja entre 30 e 40 empresas especializadas em locação de compressores no Brasil, sendo que a maioria está investindo em renovação de frota, para mantê-la com uma vida útil média de dois a três anos.
“Num futuro próximo haverá dois tipos de locadoras: as de grande porte, que podem ofertar vários compressores para um mesmo projeto de envergadura, e as menores, que trabalharão de forma pulverizada, mas sempre com equipamentos novos e de alta eficiência”, diz Groba. Ele avalia que ainda haja espaço para a aplicação correta tanto de modelos portáteis quanto de compressores movidos a motor elétrico. “Esses últimos são adotados em grandes canteiros de obras, onde as construtoras podem aproveitar a energia elétrica local.”
Vantagens dos elétricos
Segundo o especialista, as construtoras costumam utilizar os modelos elétricos para reduzir os custos de geração de ar comprimido destinado às operações rotineiras e para evitar uma eventual queda brusca de produtividade, destinando os compressores portáteis para as operações em campo, como o desmonte de rocha. “Na verdade, esses dois sistemas não competem entre si, pois eles se complementam nas grandes operações”, ele salienta.
Para Macedo, da Chicago Pneumatic, os compressores elétricos são mais econômicos, tanto do ponto de vista da manutenção, já que demandam menos intervenções durante sua vida útil, quanto no tocante aos custos de operação, pois o diesel é uma fonte de energia mais cara do que a eletricidade. A eficiência do sistema de ar comprimido no canteiro de obras, entretanto, vai além da simples escolha entre modelos a diesel ou elétricos. Nessa área, os fabricantes lançam mão de tecnologias capazes de auxiliar os gestores de frota na correta seleção e operação dos equipamentos.
A Atlas Copco, por exemplo, está concluindo os testes para introdução do sistema Cosmos no mercado, até o final de 2011. Trata-se de uma tecnologia capaz de monitorar os equipamentos à distância, via sinal de satélite. “O sistema relata as condições de operação e de manutenção dos equipamentos, sugerindo intervenções e até mesmo avaliando qual é o kit de manutenção necessário para determinada ocorrência, uma informação que torna o processo de socorro em campo mais rápido e, obviamente, confere ganhos de produtividade para a construtora”, diz Fernando Groba.
Economia no consumo
Rafael Vieira, engenheiro de produtos da Chicago Pneumatic, ressalta que, além das soluções de monitoramento à distância, alguns compressores são dotados de um sistema de controle que possibilita a regulagem na banda de pressão, de forma a reduzir o consumo de combustível ou de energia elétrica. “Em modelos elétricos há o incremento de inversor de frequência, que varia a rotação do motor de acordo com a quantidade de ar necessária, reduzindo o consumo de energia em até 35%”, ele complementa.
Tecnologias como a descrita por Vieira podem significar reduções de custos significativas com a geração de ar comprimido. Uma conta feita pela Sullair demonstra que, enquanto um compressor de ar com 200 CV de potência tem um custo de aquisição médio de R$ 95 mil reais, a sua operação durante um ano consome R$ 350 mil em energia, o equivalente a 3,5 vezes o seu preço, considerando que esse equipamento trabalhe 24 horas por dia e que a tarifa de energia elétrica seja de R$ 0,25 por Kwh.
Gilson Macedo, da Ar Brasil, também destaca que é possível dimensionar os equipamentos para que consumam menos combustível ou eletricidade por pcm produzido. Como exemplo, ele estima que, para uma bomba de concreto que utiliza ar comprimido durante 10 anos, somente 7% dos custos do compressor nesse período se referem à aquisição da máquina e a sua manutenção. O restante corresponde ao consumo de energia. “Quando a pressão necessária é de 100 psi e o compressor utilizado é de 115 psi, por exemplo, o desperdício de energia é de 7,5% do total utilizado”, diz ele, demonstrando que o desperdício de ar comprimido pode custar a aquisição de um novo equipamento.
Segundo o especialista, as empresas costumam calcular um excedente de pressão no dimensionamento dos equipamentos pneumáticos utilizados nos canteiros, como as centrais de concreto por exemplo. Ele associa esse comportamento às especificações da equipe de manutenção, que considera tal excedente como uma reserva diante de futuras perdas de eficiência do equipamento. “Se os procedimentos de manutenção forem seguidos corretamente, esse superdimensionamento se torna desnecessário e a obra terá uma significativa economia de custo”, ele finaliza.
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