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Revista M&T - Ed.167 - Abril 2013
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Operações Portuárias

Mar de oportunidades

De reach stackers a transtêineres, fabricantes ampliam a oferta de máquinas para movimentação de contêineres e cargas especiais nos portos brasileiros
Por Camila Waddington

Por meio da Secretaria de Portos (SEP), o governo federal anunciou em dezembro um novo programa de investimentos que prevê a injeção de R$ 54 bilhões no setor portuário brasileiro até 2017. Desse montante, que será desembolsado pelos setores público e privado, o governo estima que R$ 31 bilhões serão aplicados entre 2014 e 2015. Combinados a essa projeção bilionária de aportes, vários investimentos atualmente em andamento prometem mudar a realidade do setor portuário brasileiro, exigindo maior agilidade e segurança na movimentação de contêineres e cargas especiais. Com isso, a expectativa do mercado é de que se abra um mar de oportunidades para os fabricantes de equipamentos portuários.

O Terminal da Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários), por exemplo, que está em sua fase final de implantação no porto de Santos (SP), ilustra o potencial de investimentos em equipamentos no setor. A empresa, que aplicará o total de R$ 2,3 bilhões na operação, recebeu em fevereiro o primeiro lote de equipamentos importados da China para movimentação de contêineres (leia reportagem sobre


Por meio da Secretaria de Portos (SEP), o governo federal anunciou em dezembro um novo programa de investimentos que prevê a injeção de R$ 54 bilhões no setor portuário brasileiro até 2017. Desse montante, que será desembolsado pelos setores público e privado, o governo estima que R$ 31 bilhões serão aplicados entre 2014 e 2015. Combinados a essa projeção bilionária de aportes, vários investimentos atualmente em andamento prometem mudar a realidade do setor portuário brasileiro, exigindo maior agilidade e segurança na movimentação de contêineres e cargas especiais. Com isso, a expectativa do mercado é de que se abra um mar de oportunidades para os fabricantes de equipamentos portuários.

O Terminal da Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários), por exemplo, que está em sua fase final de implantação no porto de Santos (SP), ilustra o potencial de investimentos em equipamentos no setor. A empresa, que aplicará o total de R$ 2,3 bilhões na operação, recebeu em fevereiro o primeiro lote de equipamentos importados da China para movimentação de contêineres (leia reportagem sobre o assunto na página XX).

Ainda na região portuária de Santos, a Liebherr é um dos fabricantes que podem atestar o bom momento para esse tipo de equipamento no país. De acordo com sua assessoria de imprensa, a empresa possui atualmente onze máquinas do tipo Mobile Harbour Crane (MHC) operando no complexo portuário do litoral paulista. São guindastes multipropósito utilizados para carregamento de contêineres, cargas gerais e a granel. “Nos últimos anos, ocorreram vultosos investimentos em máquinas portuárias, o que aumentou significativamente a produtividade em alguns portos”, afirma a empresa. “Entretanto, esses aportes não ocorreram de maneira uniforme em todas as regiões do país e, por isso, avaliamos que há locais que permanecem com grandes necessidades de equipamentos novos e mais eficientes.”

No Brasil, a Liebherr já colocou em operação diversos guindastes fixos, instalados para atuar como uma solução mais econômica e com a mesma funcionalidade multipropósito dos modelos MHCs. No rol de fornecimentos portuários da fabricante alemã ainda estão os guindastes tipo portêineres, também conhecidos como ship to shore, que são indicados principalmente para embarcações com uma quantidade elevada de contêineres por manusear. “No quesito produtividade, um de nossos clientes brasileiros também possui transtêineres, um tipo de equipamento que não é utilizado no carregamento e descarregamento de embarcações, mas sim no pátio, onde a sua função é a de empilhar e organizar os contêineres”, informa a Liebherr.

SOLUÇÕES

Executivo da área de equipamentos portuários da Terex, João Cagnoni pontua que os equipamentos portuários têm como preceito fundamental a manobrabilidade dentro do terminal, onde normalmente o espaço de operação é restrito. Sob tal preceito, ele descreve a extensa linha de equipamentos oferecidos pela Terex para o setor, que inclui empilhadeiras de garfo e para contêineres vazios tipo asa delta, top-loader, side-loader, reach stacker de contêineres cheios ou vazios, guindastes móveis sobre pneus e pórticos sobre pneus, de pátio sobre trilhos e para descarga de contêineres.

Quanto aos reach stackers, que têm se popularizado rapidamente nos portos brasileiros pela agilidade que proporcionam à movimentação de contêineres no pátio – além de serem usados para movimentação de cargas especiais, como bobinas, chapas de aço, tarugos e tubulações, Cagnoni informa que desde 2010 o mercado vem crescendo em número de unidades vendidas, sendo que atualmente seu potencial de venda é de mais de 80 unidades/ano.

“A demanda por equipamentos maiores tem crescido bastante, passando da capacidade de empilhamento de quatro contêineres como era comum há alguns anos – para máquinas que empilham até seis contêineres”, explica ele, lembrando que os guindastes móveis sobre pneus e pórticos para descarga de contêineres também ganharam porte maior nos últimos anos, com equipamentos de maior alcance e capacidade de carga para atender embarcações maiores.

APLICAÇÕES

Segundo Elisio Garcia Junior, da Equiport, distribuidora de equipamentos portuários da Terex, a fabricante vem comercializando uma média de 35 reach stackers por ano, principalmente para terminais de retroárea portuária e operadores logísticos. “As retroáreas são as zonas secundárias de portos que, a exemplo das zonas primárias (terminais), vêm descobrindo as vantagens do reach stacker”, diz ele. “Isso é importante para o setor, pois esse segmento de terminais secundários de contêineres, que é responsável pela armazenagem de carga para exportação, vem ganhando uma relevância cada vez maior.”

Garcia recorda que o aumento de utilizações de reach stackers em portos brasileiros ocorreu após a implementação da Lei de Modernização dos Portos (8630/93), a partir da qual esses equipamentos se posicionaram como precursores do desenvolvimento portuário no que diz respeito à movimentação de contêineres nos terminais.

Desde então, as máquinas têm evoluído com rapidez. No Brasil, o modelo mais popular da Terex é o TFC 45h, que possui distância entre eixos de 6 m e peso total de 67,6 t. A lança telescópica desse equipamento que é equipado com motor Cummins e transmissão automática alcança mais de 15 m sobre o chassi em posição elevada. “O equipamento tem ainda outros diferenciais, como sistema de diagnóstico de falhas, nível sonoro reduzido para 70 dB, sistema antibalanço e inclinação controlável integrada ao sistema de segurança antitombamento”, detalha Garcia.

Segundo ele, os reach stackers substituem o uso de empilhadeiras do tipo top-loader, que anteriormente eram utilizadas nos terminais brasileiros para movimentação e armazenagem de contêineres. “As empilhadeiras foram preteridas devido às suas limitações de capacidade”, explica o especialista. “Além disso, o reach stacker é mais ágil e oferece maior produtividade na operação devido à sua capacidade de alcance, que abrange a segunda ou até mesmo a terceira pilha de contêineres.”

DIFERENCIAÇÃO

Outro player mundial que aposta na comercialização de reach stackers para os portos brasileiros é a Sany, que foca no modelo RSC45C2, de 45 t de capacidade para cinco contêineres. A fabricante chinesa tem em uma abordagem distinta da Terex, pois considera que os reach stackers e as empilhadeiras são equipamentos com funções diferentes num terminal portuário.

“Atualmente, as empilhadeiras mais adotadas são as da faixa de 2,5 t a 16 t de capacidade, que são utilizadas em movimentação de cargas pequenas e paletizadas para armazenagem em local coberto”, explana Elton Lima, gerente de vendas da empresa para equipamentos portuários e guindastes da fabricante. O executivo lembra que as empilhadeiras a garfo, de 30 t ou 45 t, são usualmente aplicadas em operações industriais e terminais intermodais, nos quais a necessidade é restrita ao carregamento e descarregamento de cargas gerais. “Por isso, havendo a necessidade de verticalização do estoque e, principalmente, de conteinerização, a empilhadeira deixa de ser viável”, explica ele. “E, nesse ponto, o reach stacker apresenta melhor condição operacional.”

HORIZONTE

Em 2013, o executivo acredita que o volume de negócios na área de equipamentos portuários da Sany pode subir até 35%. Para isso, segundo ele, a empresa mantém uma estrutura de venda e pós-venda na própria fábrica, instalada em São José dos Campos (SP). É também a unidade fabril que gerencia a operação de novas estruturas de pós-venda e estoques de peças de reposição regionalizadas, visando a aprimorar o tempo de resposta aos clientes. “Assim, contamos com a matriz para atender o Sudeste e bases no Recife, para atendimento no Nordeste, e em Curitiba, para a região Sul”, complementa Lima, salientando que a nova unidade nordestina já está plenamente estabelecida.

Segundo o gerente, a fabricante também tem registrado aumento na demanda por equipamentos maiores, para terminais que necessitam de máquinas para empilhamento de até seis contêineres e que atuam como suporte aos pórticos rolantes sobre pneus RTG (Rubber Tyred Gantry Crane). “Além dos RTGs, a Sany também oferece os guindastes portuários sobre rodas (MHCs), que atualmente representam outra demanda forte do mercado”, finaliza o especialista.

 

 

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