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Revista M&T - Ed.230 - Dez/Jan 2019
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Topografia

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Drones agilizam etapas e reduzem o custo das operações de mapeamento, mas trabalho requer cuidados preventivos e ainda carece de alguma complementação em campo

Atualmente, muito se fala do uso das novas tecnologias na construção. Mas a verdade é que esse movimento começou há tempos e, neste exato momento, já está em processo acelerado nos canteiros de obras, sem que se dê conta disso. E uma das atividades em que a aplicação de novas tecnologias está mais avançada é o mapeamento topográfico. Nesse segmento, tanto as empresas fabricantes de produtos como as prestadoras de serviço de engenharia vêm absorvendo rapidamente a expertise no uso de drones, RPAs (Remotely Piloted Aircraft) e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados).

No agronegócio, essa tecnologia vem evoluindo rapidamente no monitoramento das lavouras, identificação de pragas, falhas de plantio etc. Na engenharia, é mais empregada no planejamento de projetos, além da posterior documentação e acompanhamento da obra. Na mineração, por sua vez, tem uso cada vez maior para realização da topografia de minas e volumetria, enquanto no mercado de inspeção é utilizada para diminuir o risco de acidentes, como ocorre na inspeção de turbinas eólicas, por exemplo.


Atualmente, muito se fala do uso das novas tecnologias na construção. Mas a verdade é que esse movimento começou há tempos e, neste exato momento, já está em processo acelerado nos canteiros de obras, sem que se dê conta disso. E uma das atividades em que a aplicação de novas tecnologias está mais avançada é o mapeamento topográfico. Nesse segmento, tanto as empresas fabricantes de produtos como as prestadoras de serviço de engenharia vêm absorvendo rapidamente a expertise no uso de drones, RPAs (Remotely Piloted Aircraft) e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados).

No agronegócio, essa tecnologia vem evoluindo rapidamente no monitoramento das lavouras, identificação de pragas, falhas de plantio etc. Na engenharia, é mais empregada no planejamento de projetos, além da posterior documentação e acompanhamento da obra. Na mineração, por sua vez, tem uso cada vez maior para realização da topografia de minas e volumetria, enquanto no mercado de inspeção é utilizada para diminuir o risco de acidentes, como ocorre na inspeção de turbinas eólicas, por exemplo.

E esta evolução está ligada diretamente aos equipamentos instalados no drone, como sensores e câmeras. “O que garante a qualidade ao trabalho é o sensor e o fluxo de trabalho dos softwares utilizados, aliados à capacidade de voo do drone”, explica Fabio Munhoz de Souza, gerente da Leica Geosystems South America, desenvolvedora de tecnologias de monitoramento e topografia em campo.

Drones como este Aibot passaram a embarcar sensores com capacidade avançada de coleta de dados de alta qualidade

Atualmente, a empresa desenvolve desde estações totais com medição sem prisma e com funções de escaneamento (como é o caso da solução MS60), até sistemas GNSS que não necessitam mais de nivelamento do bastão para realizar a coleta das informações (como o GS18T), passando pelo sistema Leica Pegasus Two Ultimate – para mapeamento aéreo com drones Aibot.

ESCALA

Segundo Souza, a topografia é similar a um aerolevantamento, mas em escala menor. “Também requer um planejamento do voo, de acordo com a área de interesse, definição do tamanho do pixel (GSD) e planejamento dos pontos de controle, caso se queira atingir precisões abaixo de 5 cm”, diz. “Após o planejamento do voo, execução, coleta dos pontos de apoio e pontos de verificação, são gerados os produtos básicos, ou seja, ortofoto, nuvem de pontos, modelo digital de superfície e de elevação, volumetria e outros.”

A escala e a extensão do trabalho dependem diretamente do tipo da solução (Drone/VANT/RPA) escolhido, enquanto o tempo de levantamento e o tamanho da área de cobertura estão vinculados ao tipo de equipamento empregado. As soluções podem ser utilizados em áreas menores, com maior precisão – até pela proximidade do objeto a ser medido, como pás de torres eólicas – ou em levantamentos de áreas maiores, como reflorestadoras, por exemplo, aumentando a segurança para coletar informações em locais que oferecem risco ao operador de uma estação total ou sistema GNSS, por exemplo.

Como destaca o especialista, o principal fator que influencia na escolha do drone é o custo, pois a oferta é ampla. “É possível usar desde drones multirrotores pequenos, de precisão não muito elevada, até sistemas de asas fixas, câmeras térmicas, multiespectrais e RGBs, sensores Lidar e outros”, enumera Souza. “Ou seja, existe uma ampla gama de produtos e soluções de alta precisão, mas eles também podem aumentar os custos de investimento.”

PRECISÃO

Atuando neste setor há quatro anos, a empresa ERG Engenharia já realizou inúmeras atividades com RPAs, gerando vários tipos de produtos, adequados a cada realidade do cliente. Atualmente, a empresa realiza acompanhamento contínuo de obras de terraplanagem, com voos e geração de produtos diários, “com precisão centimétrica”.

Veículos Aéreos Não Tripulados já são realidade nos serviços de engenharia realizados no Brasil

A despeito da diversidade de soluções, segundo Claysson Nicácio e Délio Morais, respectivamente gerente de engenharia e presidente da empresa, a vanguarda da topografia atual são mesmo os RPAs e os VANT. “Os RPAs voam e tiram várias fotos que são processadas e convertidas em ortofotos (georreferenciadas) para, a partir desses dados, gerar os produtos que serão aplicados na execução dos projetos, como plantas, curvas de nível, MDT etc.”, destaca Morais. Já Nicácio lembra que o principal atrativo é a maior segurança na execução, aliada à produtividade. “Os custos variam muito em função do tipo de equipamento mais adequado a cada necessidade de informação”, pondera o executivo.

Para Jhony Dias, fundador da JD Soluções, outra empresa que atua no mercado brasileiro, o desempenho operacional pode ser elevado a partir do uso dos equipamentos e softwares já consolidados no mercado, como a Estação Total e o rastreador GNSS, que vêm evoluindo de forma acelerada. Nesse sentido, ele cita o uso do Laser Scanner, a mais recente novidade nessa área, além do mapeamento por meio de drones. “O mapeamento com utilização de drone é reflexo da ciência da aerofotogrametria, praticada há décadas”, diz ele. “Com o avanço da tecnologia, os drones passaram a ser capazes de embarcar sensores com capacidade avançada de coleta de dados de alta qualidade.”

Em seu histórico, a JD Soluções já realizou trabalhos para o mapeamento para cadastro imobiliário, modelagem 3D de edificações, cálculo de volume de minérios, determinação de divisas e estudos preliminares para implantação de projetos. Segundo Dias, em casos de mapeamento o voo representa 20% de todo processo. “Para isso, são necessários softwares de planejamento de voo e processamento de dados, equipamento GNSS de alta precisão para distribuição de pontos de apoio e checagem de qualidade do serviço”, comenta. “Mas, acima de tudo, o bom planejamento do serviço requer concentração e calma.”

A seu ver, um exemplo de aplicativos que ajudam diretamente nesta área é o Drone Deploy, que permite realizar o planejamento de voo e sua execução de forma automática. “Existem bons aplicativos grátis e o Deploy é um deles”, ressalta, acrescentando que alguns trabalhos que, se comparados à topografia convencional, podem ser realizados em 10% do tempo habitual. “Estou otimista com o futuro, mas ainda precisamos avançar com a legislação”, frisa. “De todo modo, em breve teremos drones multirrotores com maior autonomia de voo, sensores e câmeras cada vez melhores, hardwares mais potentes e softwares capazes de gerar resultados mais compactos.”

TECNOLOGIA

Drone Deploy realiza o planejamento de voo e o executa de forma automática

De acordo com Souza, da Leica, o uso de drones implica utilização de tecnologias complementares, como softwares de processamento de dados, uso de sensores e de comunicação 4G (para receber correção de posicionamento RTK via NTRIP) e dados na nuvem. “Os aplicativos auxiliam na elaboração dos planos de voo e sua execução, para acompanhamento do que está ocorrendo com o Drone/VANT”, explica. “Além disso, também são úteis na extração dos resultados e produtos que se estejam buscando, seja para cálculos de volumes e inspeção de caldeiras como no acompanhamento de evolução de obra, e assim por diante.”

Para Morais, da ERG, a busca constante por informações mais precisas e o acompanhamento da evolução e inspeção da obra requerem maior rapidez na coleta de dados em campo, sendo que os drones tornam isso cada vez mais viável e possível. “Hoje, estamos caminhando para a Engenharia 4.0, um novo paradigma que envolve capacidade de as empresas/construtoras responderem rapidamente às exigências e condições de um mercado cada vez mais dinâmico”, avalia o presidente da empresa, lembrando que qualquer voo profissional deve ser realizado por equipamento homologado e autorizado por órgãos competentes. “O fato é que as empresas que adotarem rapidamente ferramentas de engenharia mais modernas terão vantagem sobre os concorrentes no que diz respeito aos processos de desenvolvimento de produto.”

Tecnologias como os RPAs constituem o estado da arte na topografia atual

A ERG já emprega equipamentos Laser Scanner de longo alcance há oito anos. Nesse período, evidentemente, também houve evolução. Segundo Nicácio, o avanço dos equipamentos desde então dispensou o apoio de pontos de controle no solo, voando de forma autônoma e georreferenciada, como ocorre com o sistema embarcado RTK L1/L2. “A título de comparação, é possível levantar com precisão centimétrica uma área de 800 hectares em um único dia, sendo que, nesse mesmo prazo, uma equipe de topografia realizaria um levantamento planialtimétrico cadastral de uma área de, no máximo, apenas 8 hectares”, destaca. “Mas ainda não se trata uma tecnologia perfeita, pois carece de complementação em campo, dependendo da necessidade de detalhamento.”

Para o especialista, todavia, o céu já não é mais o limite para essas tecnologias. “Já utilizamos equipamentos sem pilotos em batimetrias”, conta. “A tendência é melhorar as precisões, autonomia de tempo de voo, capacidade de cargas para entregas e pulverizações, entre outros”, finaliza.

DRONES REVOLUCIONARAM AS TÉCNICAS DE MAPEAMENTO, DIZ ESPECIALISTA

Dispositivos entregam agilidade e volume na aquisição de dados topográficos

Uma das pioneiras em soluções topográficas no Brasil, há 40 anos a Santiago & Cintra representa no país as principais marcas globais na área, atuando com venda, locação e manutenção de equipamentos para os segmentos de topografia e georreferenciamento, mapeamento & GIS, escaneamento a laser 3D, monitoramento de estruturas e drones. Recentemente, a empresa apresentou ao mercado uma nova geração de drones multirotores profissionais da marca Parrot, composta pelos modelos Anafi Work, Parrot Bepop Pro Thermal e Parrot Bluegrass, que prometem uma operação de registro e pós-processamento cada vez mais precisa. “Os drones revolucionaram as técnicas de mapeamento devido à agilidade na aquisição de dados, aliada à grande quantidade de informações obtidas”, diz Eduardo Martins Oliveira, presidente da empresa. “O produto final é gerado em menor tempo, tornando diversos projetos viáveis do ponto de vista técnico-financeiro.”

 

 

Saiba mais:

ERG Engenharia: www.ergbh.com.br

Leica Geosystems: https://leica-geosystems.com/pt-BR

Santiago & Cintra: www.santiagoecintra.com.br

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