Buscando atender a uma demanda antiga do setor de concreto, a Volvo Trucks apresentou em outubro a nova versão do caminhão-betoneira VM Light Mixer, concebida para operações de transporte entre usinas e obras em centros urbanos. Segundo a montadora, o veículo chega ao mercado com diversas alterações em relação ao VM 8x4 tradicional, trazendo atualizações que possibilitaram reduzir a tara de 8.820 kg para 7.920 kg, ou seja, 900 kg a menos.
Após oito meses entre mudanças e homologação de componentes, a remodelagem resultou em uma configuração 8x4 de cabine curta que, dentre outras características, inclui propulsor de 270 cv acoplado a uma transmissão manual de 9 marchas (com carcaça em liga de alumínio), quarto eixo direcional dianteiro instalado de fábrica (com sistema suspensor opcional) e distância entre-eixos de 4.550 mm, além de melhorias em itens como tomada de força no motor, suspens&
Buscando atender a uma demanda antiga do setor de concreto, a Volvo Trucks apresentou em outubro a nova versão do caminhão-betoneira VM Light Mixer, concebida para operações de transporte entre usinas e obras em centros urbanos. Segundo a montadora, o veículo chega ao mercado com diversas alterações em relação ao VM 8x4 tradicional, trazendo atualizações que possibilitaram reduzir a tara de 8.820 kg para 7.920 kg, ou seja, 900 kg a menos.
Após oito meses entre mudanças e homologação de componentes, a remodelagem resultou em uma configuração 8x4 de cabine curta que, dentre outras características, inclui propulsor de 270 cv acoplado a uma transmissão manual de 9 marchas (com carcaça em liga de alumínio), quarto eixo direcional dianteiro instalado de fábrica (com sistema suspensor opcional) e distância entre-eixos de 4.550 mm, além de melhorias em itens como tomada de força no motor, suspensão e chassi – que passa a ser produzido em ligas especiais de aço LNE60.
“Projetamos um eixo direcional de verdade, que diminui o arraste dos pneus e permite manobras em raios curtos, comuns em canteiros de obra”, assegura Jeseniel Valério, gerente de engenharia de vendas de caminhões da Volvo Trucks. “Já a redução do entre-eixos permite que os fabricantes de betoneiras consigam encontrar a posição ideal do implemento sobre o chassi, o que garante uma distribuição exata de peso entre os eixos.”
Projetada com o conceito de célula de sobrevivência, a cabine possui barras de proteção e traz bancos para motorista e ajudante, mas opcionalmente pode receber banco de passageiros para duas pessoas, além de ar condicionado. O modelo traz ainda suspensões traseiras com molas parabólicas (antes eram semielípticas), que prometem flexibilidade e menor vibração no conjunto. Os pneus são 275/80 R22,5 de uso misto.
Opcionalmente, o caminhão pode ser equipado com escape vertical e rodas de alumínio, gerando uma redução extra de peso que chega a 220 kg. “É possível otimizar o peso do caminhão conforme a necessidade técnica da operação”, diz Valério.
Também foram incluídos detalhes como para-choque em aço mais leve (mantendo o ângulo de ataque e altura em relação ao solo) e conjunto ótico com luzes diurnas em LED (que permanecem sempre acesas). O tanque, por sua vez, foi projetado para 200 litros de diesel e 50 litros de Arla32.
DESAFIO
Para compor um conjunto capaz de transportar maior volume líquido de concreto, o caminhão recebeu a nova betoneira HTM Lightweight, produzida no Brasil pela Liebherr e também projetada para entregar uma redução de 26% no peso. Assim, a tara total do conjunto (caminhão + betoneira) baixou quase 2.500 kg, indo a 11.650 kg, o que possibilita transportar até 1 m³ a mais de concreto, dentro da lei da balança.
“Antes, o caminhão já era entre 200 e 300 kg mais leve que os concorrentes, mas agora traz 1 tonelada a menos no projeto”, diz o especialista. “E se considerarmos o peso médio específico do concreto de 2.400 kg por metro cúbico, isso significa 1 metro cúbico a mais de carga transportada.”
Redução do entre-eixo permitiu uma melhor distribuição de peso sobre o chassi
Segundo as empresas, não há qualquer exclusividade comercial no uso do caminhão ou do implemento. Ou seja, são produtos disponíveis para outras combinações de mercado, independentemente das marcas. “Mas esse projeto foi desenvolvido a partir de uma demanda nossa, de modo que esse conjunto é o melhor e o mais leve que existe no mercado”, observa Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Trucks.
Por falar em lei da balança, o modelo VM Light Mixer busca atender a uma demanda por peso já tradicional na construção, em que a busca por maior competitividade é cada vez mais vital para as empresas, principalmente no transporte com cargas em áreas urbanas. “O segmento de concreto, especificamente, nos deu o desafio de trazer essa produtividade o mais rápido possível”, conta Valério. “Ao mesmo tempo, o mercado tem demanda por veículos robustos e com alta capacidade de carga, capazes de acessar terrenos ruins para entrega de concreto nas obras.”
Segundo ele, a fiscalização veta o transporte de concreto com a capacidade volumétrica total disponível dos caminhões-betoneira. “De modo que essa redução de peso sempre foi uma demanda forte nesse mercado”, conta.
Não é para menos. Se considerarmos que 1 m3 de concreto transportado a mais tenha um valor de R$ 350 e que os veículos fazem, em média, duas viagens por turno, isso equivale à entrega de R$ 700 a mais por turno de carga. “Extrapolando essa conta anualmente, o retorno do investimento é muito rápido, dependendo da quantidade de concreto que a empresa vai transportar”, diz Valério.
APOSTA
Segundo Cavalcanti, a nova aposta da Volvo faz sentido, pois o mercado de betoneiras vem registrando um crescimento consistente, com alta de 58% nas entregas de janeiro a setembro, segundo dados da Anfir (Associação Nacional de Fabricantes de Implementos). Falando em mercado, o modelo VM Light Mixer – que tem PBT técnico de 33,4 toneladas – chega com preço entre 15% e 20% mais alto que a versão anterior do VM 8x4.
“O preço de entrada fica na casa de R$ 385 mil, sem opcionais”, revela o diretor, para quem o mercado está surpreendendo de várias maneiras, inclusive pegando a indústria no contrapé, pois todos os players pisaram no freio, estabelecendo novos patamares de produção.
“Veio um crescimento em ‘V’ e não conseguimos estender essa velocidade para nossa cadeira de suprimentos”, reconhece. “Mas estamos aumentando gradualmente a produção para atender essa demanda em todos os segmentos.”
Além de luzes em LED, modelo traz de fábrica o quarto eixo direcional dianteiro
Com as vendas do modelo já abertas, o executivo admite que pode haver fila de espera. “Como o mercado aumentou muito a demanda em outubro, não há caminhões novos para entrega em um prazo mais curto”, diz. “Está faltando inclusive caminhão seminovo (com até 5 anos de uso) no mercado, até a Volvo está comprando.”
Os prazos de entrega, diz ele, variavam entre 30 e 60 dias, mas hoje estão dilatados para 90 dias. Em casos com especificações diferentes, o delay pode chegar até a 120 dias. “Os grandes frotistas já estão fazendo encomendas para o ano que vem, e isso está tomando parte da produção de algumas montadoras”, conta Cavalcanti, que não vê chance haver falta de caminhão no mercado. “Porém, qual será a demanda no ano que vem? Essa é a pergunta de um bilhão de dólares”, reflete Cavalcanti.
Para ele, existe uma tendência para os próximos seis a nove meses, mas definitivamente não se sabe como o mercado vai se comportar até o final de 2021, com o período pré-eleitoral pelo caminho. “O que temos são perspectivas macroeconômicas de um crescimento do PIB de 3,5% e uma demanda reprimida”, pondera. “O quanto isso vai impactar no mercado de caminhões é a grande dúvida.”
‘Frota brasileira atual está velha’, diz executivo
Cavalcanti vê demanda latente de renovação das frotas
Somados todos os segmentos vocacionais, que no Brasil compõem um mercado de cerca de 7 mil unidades/ano, a Volvo Trucks chegou a uma participação de 23%, após crescer 53,6% nas vendas no último ano. Na construção, de janeiro a agosto a empresa vendeu 154% a mais que no mesmo período de 2019, quase o triplo do mercado, que avançou 61% na mesma base de comparação. Com isso, o market share da marca no segmento – em que oferece os modelos FH, FMX, VM 32 Toneladas e, agora, VM Light Mixer – aumentou 6,5 pontos percentuais desde o início do ano, chegando a quase 18% em agosto, ante 11,3% no mesmo período de 2019.
“A construção está se recuperando de forma surpreendente, alavancada por autorreformas, retomada de obras de infraestrutura e novos marcos regulatórios”, avalia Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Trucks, destacando que isso abre oportunidades para as montadoras, principalmente no segmento de caminhões-betoneira. “Além disso, também temos uma demanda por peso e de busca por produtividade, sem falar que a frota atual está muito velha”, diz.
Volvo já testa caminhões elétricos pesados na Europa
Equipado com betoneira, FM elétrico fará entregas de concreto, enquanto FMX será aplicado em canteiros
Desenvolvidos para operações na construção, os veículos iniciaram em outubro as primeiras operações de campo na Europa. Dois caminhões pesados 100% elétricos serão entregues para a Swerock, fornecedora de materiais para construção que possui mais de 360 pedreiras e 60 usinas de concreto.
Um FM elétrico equipado com betoneira fará entregas de concreto, enquanto um FMX elétrico equipado com guindaste será utilizado em construções e obras de infraestrutura maiores, dentro de centros urbanos. “Nossas soluções elétricas precisam atender às demandas de alta produtividade e disponibilidade de clientes”, diz Jonas Odermalm, vice-presidente de eletromobilidade da Volvo Trucks. “E testes reais de campo são parte importante do processo de desenvolvimento.”
Saiba mais:
Volvo Trucks: www.volvotrucks.com.br
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