Impulsionada pelos investimentos anunciados para a exploração de petróleo na camada Pré-Sal, a Locar, uma das maiores empresas do país na área de movimentação de cargas, está ampliando sua atuação no mercado off-shore. Um dos principais projetos da empresa nessa área é a construção de uma balsa lançadora de dutos, que deverá entra em operação em março de 2013.
Orçada em R$ 95 milhões, a balsa visa a suprir uma demanda que, segundo Ricardo Mattos Cardoso Alves, diretor da divisão marítima da Locar, vem sendo atendida apenas por fornecedores do exterior. “Pelos projetos anunciados nessa área, podemos prever uma ocupação de 50% para esse equipamento, pois vamos oferecer uma alternativa local para um serviço que vem sendo fornecido apenas por empresas internacionais”, diz ele. O executivo considera essa taxa de ocupação satisfatória em se tratando de um equipamento com características muito especiais.
Batizada de Locar Pipe, a embarcação está sendo finalizada no estaleiro da empresa, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Seu casco, projetado pela própria companhia, foi constr
Impulsionada pelos investimentos anunciados para a exploração de petróleo na camada Pré-Sal, a Locar, uma das maiores empresas do país na área de movimentação de cargas, está ampliando sua atuação no mercado off-shore. Um dos principais projetos da empresa nessa área é a construção de uma balsa lançadora de dutos, que deverá entra em operação em março de 2013.
Orçada em R$ 95 milhões, a balsa visa a suprir uma demanda que, segundo Ricardo Mattos Cardoso Alves, diretor da divisão marítima da Locar, vem sendo atendida apenas por fornecedores do exterior. “Pelos projetos anunciados nessa área, podemos prever uma ocupação de 50% para esse equipamento, pois vamos oferecer uma alternativa local para um serviço que vem sendo fornecido apenas por empresas internacionais”, diz ele. O executivo considera essa taxa de ocupação satisfatória em se tratando de um equipamento com características muito especiais.
Batizada de Locar Pipe, a embarcação está sendo finalizada no estaleiro da empresa, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Seu casco, projetado pela própria companhia, foi construído no estaleiro Rio Maguari Shipyard, em Belém (PA), contando com 87,5 m de comprimento, 30 m de largura e 6 m de profundidade.
A balsa foi dimensionada para lançar dutos de 6 a 34 polegadas de diâmetro em lâminas d’águas de até 100 m. De acordo com o executivo, os dutos lançados a essa profundidade geralmente envolvem projetos de instalação de linhas de abastecimento de algumas plataformas, bem como a montagem de redes para escoamento da produção off-shore em toda a costa brasileira. “Apesar de a exploração do Pré-Sal se desenvolver em águas profundas, todo o escoamento dessa produção precisa passar pelo trecho de águas rasas.”
Como funciona
Para realizar o lançamento de dutos, a embarcação está sendo equipada com um guindaste principal, de 250 MT de capacidade, e um auxiliar, de 150 MT. O primeiro deles, um Manitowoc 4100W, atinge 47,76 m de altura, e o outro, um modelo Fushun QUY150, opera a uma altura de até 42,7 m. Além desses dispositivos, a balsa contará ainda com sistemas de posicionamento em alto mar, com equipamentos de soldagem, de alinhamento dos dutos e tensionadores para seu lançamento, entre outros recursos.
Ela será operada por uma tripulação de 160 pessoas e contará ainda com heliponto para o suprimento e troca de tripulação. Segundo Ricardo Alves, o lançamento dos dutos envolve um processo cuidadoso, possibilitando a instalação de cerca de 1 km de coluna em alto mar, dependendo do diâmetro da tubulação. “Os tubos, que chegam à embarcação em seções de 12 m de comprimento, passam pela máquina de tensionamento, que os abraçam e realizam a tensão necessária para seu lançamento sem provocar danos mecânicos às paredes dos dutos”, ele explica.
O lançamento dos dutos é auxiliado pelo guindaste e, durante esse processo, eles também passam por equipamento de solda automática, que vai consolidando a coluna instalada em alto mar. Em seguida, os tubos passam ainda por uma cabine para o revestimento do ponto de soldagem. Como a linha de dutos precisa ficar fixa no fundo do mar, os tubos de aço receberão revestidos de concreto antes de serem embarcados na balsa. Para garantir a qualidade das soldas, a Locar Pipe será dotada também de maquinário para a inspeção dos pontos de soldagem.
Para proporcionar alta precisão ao lançamento das linhas de dutos, nas coordenadas indicadas em projeto, a balsa contará com sistema de movimentação baseado em oito âncoras. “Ela será tracionada por rebocador e seu sistema de fundeio será tradicional, baseado em GPS (posicionamento global por satélite), contando com guincho dotado de grande capacidade de cabo”, ressalta o executivo.
Projeções de crescimento
Ricardo Alves destaca que a embarcação ficará baseada nas instalações da divisão marítima da empresa, na Ilha do Governador, atendendo projetos da Petrobras e demais empresas que estão produzindo óleo e gás na costa brasileira. “Já operamos com diversos equipamentos nessa área, incluindo a disponibilização de rebocadores LH em contrato com a Petrobras”, ele afirma.
O executivo destaca que o estado do Rio de janeiro concentra atualmente cerca de 80% da produção de petróleo do país e 50% da produção de gás natural. Esse mercado, segundo ele, tem proporcionado grandes oportunidades à empresa, que se destacou inicialmente pela locação de guindastes em obras de infraestrutura e instalações industriais.
“A área marítima vem crescendo uma média de 20% ao ano e já representa aproximadamente 25% dos negócios da empresa, com um faturamento anual de cerca de R$ 70 milhões.” Mesmo assim, o executivo avalia que as operações off-shore podem ampliar ainda mais sua participação nos negócios da Locar, convertendo-se em principal atividade da empresa.
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