Projetado para escoar a produção de gás natural do Campo de Mexilhão, no litoral Norte de São Paulo, o gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) figura como uma das obras de dutos mais emblemáticas da Petrobras na atualidade. Além da sua importância para o abastecimento do mercado e para o setor energético do país, o projeto também se destaca pelos desafios que sua execução está impondo à engenharia brasileira.
A Petrobras prevê investir R$ 1 bilhão na montagem do gasoduto, que terá capacidade para transportar 15 milhões de m³/dia de gás natural ao longo de seus 97 km de extensão. Além disso, ele contará com um túnel de 6 km de extensão e 6 m de diâmetro. Sua instalação foi dividida em três lotes, cabendo à Construtora Schahin a escavação desse túnel, enquanto a GDK responde pela execução de um trecho de 30 km e a instalação de outros 67 km está sob responsabilidade do Consórcio Gastau, formado pela Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. “Esse é um dos trechos de maior complexidade, pois envolve a montagem dos dutos em plena Serra do Mar”, afirma Paulo Ricardo Perini Saldanha, gerente de empreendimento do Gastau.
Não há exagero quando ele se refe
Projetado para escoar a produção de gás natural do Campo de Mexilhão, no litoral Norte de São Paulo, o gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) figura como uma das obras de dutos mais emblemáticas da Petrobras na atualidade. Além da sua importância para o abastecimento do mercado e para o setor energético do país, o projeto também se destaca pelos desafios que sua execução está impondo à engenharia brasileira.
A Petrobras prevê investir R$ 1 bilhão na montagem do gasoduto, que terá capacidade para transportar 15 milhões de m³/dia de gás natural ao longo de seus 97 km de extensão. Além disso, ele contará com um túnel de 6 km de extensão e 6 m de diâmetro. Sua instalação foi dividida em três lotes, cabendo à Construtora Schahin a escavação desse túnel, enquanto a GDK responde pela execução de um trecho de 30 km e a instalação de outros 67 km está sob responsabilidade do Consórcio Gastau, formado pela Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. “Esse é um dos trechos de maior complexidade, pois envolve a montagem dos dutos em plena Serra do Mar”, afirma Paulo Ricardo Perini Saldanha, gerente de empreendimento do Gastau.
Não há exagero quando ele se refere à complexidade da obra. Devido ao traçado do gasoduto, que liga o litoral paulista ao Vale do Paraíba, cruzando a serra, o projeto se desenvolve em terreno acidentado, com rampas de até 40º de inclinação. Nesses casos, até mesmo
os equipamentos assentadores de tubos, também conhecidos como side booms ou pipelayers, concebidos especialmente para esse tipo de atividade, precisam do apoio de outras máquinas para dar conta do serviço.“Por meio de cabos de aço, eles ficam ancorados a tratores D8 instalados no topo do morro”, explica João Paulo Auad, gerente de produção do Consórcio Gastau.
No lote sob sua responsabilidade, o Consórcio Gastau mobiliza uma frota de 48 assentadores de tubos, composta por modelos de 60 t e uma unidade de 90 t. Esses valores correspondem a sua capacidade de carga com a lança rente ao equipamento. Entre os maiores side booms, alguns são equipados com lança do tipo “T”, com dois pontos de apoio, que permitem içar e transportar os dutos com maior precisão, evitando movimentos bruscos e pendulares. Segundo Auad, essas máquinas atingem alturas de içamento de até 8,5 m, enquanto as equipadas com lança convencional não ultrapassam os 6,2 m. “Geralmente as utilizamos na movimentação de dutos concretados, que são mais pesados”.
Etapas da obra
A execução da obra segue etapas típicas de um projeto de gasoduto, começando pelo levantamento topográfico e a terraplenagem, seguida pelo curvamento, concretagem e desfile dos dutos e sua soldagem em colunas, com o posterior revestimento das juntas soldadas. Em seguida, a coluna é assentada ao fundo das valas. Mesmo assim, a elevada incidência de aclives e declives impõe uma particularidade a essa obra, conforme explica Fernando
Bocaccio Yaluk, coordenador de produção do Consórcio Gastau, exigindo a movimentação de cerca de 940 mil m³ de solos. “Trata-se de um volume muito grande para uma obra de dutos, motivo pelo qual estamos operando com 100 caminhões basculantes 6x4 para a movimentação desse material.”
Os side booms são mobilizados no descarregamento dos dutos, que chegam ao campo em unidades de 12 m de comprimento por 28" de diâmetro, e no seu posicionamento ao longo do eixo da vala. Em seguida, eles içam os tubos para seu encaixe, feito por uma acopladeira interna pneumática de fabricação da DMI, formando colunas de até 1,2 km de extensão. Esse processo ilustra a precisão dos assentadores de tubos e a suavidade da sua operação, já que o encaixe ocorre sem produzir choque entre as peças adjacentes.
Em seguida, esses pontos de encaixe, com espaçamento de cerca de 1,6 mm, passam pelo processo de soldagem. As soldas executadas na obra do Gastau são 100% inspecionadas por ultrassonografia. Segundo João Paulo Auad, o primeiro passe é executado por máquinas fabricadas pela Lincoln, que realizam a correção da tensão eletronicamente. “Por meio desse processo, transferimos uma parcela da responsabilidade do soldador para o equipamento, diminuindo os índices de reparo.” Os demais passes de solda são realizados por eletrodo revestido, com o uso de máquinas da fabricante Miller.
Quando a coluna soldada atinge uma extensão de cerca de 1,2 km, os side booms novamente entram em ação para realizar seu lançamento no fundo das valas abertas com o uso de escavadeiras hidráulicas. “Em seguida, soldamos cada coluna na posterior até o fechamento total da linha do gasoduto”, diz Paulo Saldanha. “Uma vez fechado esse processo, iniciamos o teste hidrostático para simular os esforços na tubulação e posteriormente fazemos a proteção catódica para preservar a linha de corrosão eletrolítica”, ele complementa. Essa etapa, entretanto, deverá ser realizada apenas em abril de 2010, quando a obra está prevista para ser concluída.
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