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Revista M&T - Ed.210 - Março 2017
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Transportadores Móveis

Impulso à produtividade

Com a necessidade de conversão dos portos de contêineres para carregamento a granel, indústria oferece soluções em equipamentos para escoar a produção das commodities
Por Joás Ferreira

Com a sequência de recordes na produção agrícola, o país assiste a um avanço também nas aplicações de equipamentos portáteis dedicados como os transportadores móveis, que impulsionam a produtividade no manuseio de grãos e fertilizantes, mas também de commodities como minério de ferro, bauxita, cobre e outras.

De acordo com Carlos Ivan Équi, especialista de suporte às vendas de sistemas da Metso, um equipamento portátil para carregamento de granel seco “necessita de um projeto leve, que apresente mobilidade e exija pouca manutenção, mas que também ofereça a robustez necessária para garantir uma vida útil mais longa”.

Geralmente, as operações portuárias incluem uma retroárea na qual estão localizados os armazéns e a logística dos terminais. É por lá que passa o fluxo de movimentação do material, tanto por via ferroviária como rodoviária, possibilitando que os produtos ou matérias-primas sejam continuamente embarcados e desembarcados.

Há ainda o cais (ou píer), onde se encontram os carregadores e descarregadores de navios. Nesse local, as transpor


Com a sequência de recordes na produção agrícola, o país assiste a um avanço também nas aplicações de equipamentos portáteis dedicados como os transportadores móveis, que impulsionam a produtividade no manuseio de grãos e fertilizantes, mas também de commodities como minério de ferro, bauxita, cobre e outras.

De acordo com Carlos Ivan Équi, especialista de suporte às vendas de sistemas da Metso, um equipamento portátil para carregamento de granel seco “necessita de um projeto leve, que apresente mobilidade e exija pouca manutenção, mas que também ofereça a robustez necessária para garantir uma vida útil mais longa”.

Geralmente, as operações portuárias incluem uma retroárea na qual estão localizados os armazéns e a logística dos terminais. É por lá que passa o fluxo de movimentação do material, tanto por via ferroviária como rodoviária, possibilitando que os produtos ou matérias-primas sejam continuamente embarcados e desembarcados.

Há ainda o cais (ou píer), onde se encontram os carregadores e descarregadores de navios. Nesse local, as transportadoras despacham ou recebem materiais a granel com o valioso auxílio de carregadores e descarregadores de navios, conforme explica Équi. “A interconexão entre a retroárea e o cais é efetuada por uma ponte de acesso, que permite interligar terra-mar ou rio”, explica.

Segundo ele, dentre as principais preocupações nas operações estão os cuidados para evitar contaminação dos diversos materiais manuseados. Outro aspecto diz respeito a como se evitar o derramamento de material e a emissão de particulados. Afinal, a legislação vigente de proteção ao meio ambiente contém normas reguladoras muito rígidas. Órgãos reguladores como a Cetesb, por exemplo, estão sempre atentos a essas operações e têm poder de paralisar qualquer atividade irregular que esteja em desacordo com as normas vigentes. “E o projeto deve atender a todas essas premissas”, diz o especialista da Metso.

Segundo Équi, também é muito importante desenvolver um projeto que ofereça eficiência operacional nos movimentos de translação, com giro, basculamento e telescopagem da lança (quando necessário) e tromba retrátil de carregamento, de tal forma que permita acesso a todos os porões dos navios. E essa necessidade configura uma oportunidade para a tecnologia.

OPORTUNIDADES

Para Danilo Bibancos, diretor da Superior Industries no Brasil, o momento realmente é propício para soluções móveis de transporte, principalmente pela necessidade de conversão dos portos de contêineres para operações de carregamento a granel. “Por não haver infraestrutura suficiente para carregar os grãos produzidos no país, ocorre aumento do custo logístico e diminuição das margens de lucro do agronegócio”, afirma.

Segundo ele, antes da atual recessão, a economia nacional vivia uma situação de crescimento, o que barateava a compra de bens industrializados no exterior. Com isso, foi possível dotar os portos brasileiros de infraestrutura para movimentar as importações feitas por meio de contêineres. “Atualmente, entretanto, a desvalorização do câmbio reduziu o poder de compra do país e diminuiu muito o número de importações”, contextualiza. “E o mesmo movimento cambial tornou as exportações de commodities, particularmente de grãos, um negócio em expansão. Porém, o design focado em contêineres dos portos brasileiros pouco serve para alavancar tal oportunidade.”

Além do aumento na produção de grãos, as cooperativas e corretoras de commodities – em função da desvalorização monetária – tiveram de intensificar a movimentação de seus produtos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta incremento de mais de 14% no segmento em 2017. “E como escoar essa produção para o mercado global?”, questiona-se Bibancos. “Isso tem de ser resolvido com urgência”.

Do mesmo modo, as docas de rio também precisam ser equipadas com soluções portáteis de carregamento para transportar a produção de grãos até os portos, como lembra o diretor. “As estruturas tradicionais e permanentes de carga e descarga são menos flexíveis do que as portáteis”, diz. “Exigem muito tempo para instalação e grande investimento, enquanto as portáteis são muito mais rápidas e econômicas.”

Para ele, o equipamento portátil permite que os operadores portuários incorporem rapidamente a capacidade de movimentar material a granel seco, sem comprometimento das operações originais de manuseio de contêineres.

Para esse segmento, a Superior oferece o transportador Telestacker, que promete maior flexibilidade devido à capacidade de movimentação em linha, transversal e radial. Também possui bases de pivô móveis que permitem movimentação rápida entre os portos. “O equipamento permite ajuste de distribuição do fluxo de material dentro do porão do navio e distribuição do material despejado na área adequada, sem a necessidade de um carregador in-hold, além de oferecer configuração autônoma, com gerador próprio de energia”, comenta”, comenta o executivo.

A empresa também fabrica o descarregador de caminhões RazerTail, que transfere o material diretamente para o shiploader, sem manuseio extra e com preservação do produto. A solução reduz o tempo de descarregamento em até 60 s por caçamba, garante a empresa. “Muitas vezes, o descarregador de caminhões é emparelhado com o Telestacker Conveyor para criar um processo contínuo de transferência de material”, complementa Bibancos.

Para exemplificar, o diretor relata como a Aduanal Vejar – empresa de soluções logísticas que opera em dois portos mexicanos – obteve uma redução de 75% no tempo de carregamento ao incorporar à operação um descarregador de caminhões Razertail Truck acompanhado por dois transportadores Telestacker. “E isso com a utilização de apenas 1/3 da força de trabalho necessária anteriormente”, garante.

NA PRÁTICA

Por intermédio da área de negócios Astec Bulk Handling Solutions (ABHS), a Astec também fornece soluções de transporte móvel para manuseio de granéis secos em portos e terminais. Inclusive, o engenheiro de aplicação André Oliveira relata cases de sucesso como um fornecimento executado no Porto de Kembla, na Austrália.

Lá, antes da instalação de um descarregador de caminhões e um carregador de navios para coque de petróleo, o material de estoque era movimentado desde o ponto de produção até o ponto dedicado, em viagem que durava até 50 min. “Uma modificação ocorrida no carregamento dos navios, em função da adoção de um novo local, praticamente eliminou o tempo de transporte; entretanto, o processo continuou a ser trabalhoso e com custo muito alto”, explica.

Segundo o engenheiro, o cliente já havia empregado transportadores telescópicos móveis, combinados com descarregadores móveis de caminhões também da empresa, o que ocorreu durante testes de carregamento, em 2009. Em 2011, segundo Oliveira, os equipamentos foram usados como um recuperador de estoque alternativo para carvão, coque e minério de ferro, em conjunto com carregadores frontais.

Um grande descarregador de caminhão móvel também tinha sido empregado com sucesso em substituição a recuperadores permanentes – durante interrupções e paradas programadas – no carregamento de minério de ferro, carvão e areia, obtendo taxas superiores a 800 t/h. “O cliente previu um sistema que entregasse coque aos navios Handymax em uma taxa de 400 t/h”, descreve. “Para isso, resolveu utilizar seu descarregador de caminhão para alimentar o novo carregador de navios. No entanto, foi necessário um descarregador adicional, em função do tempo de ciclo, que era de aproximadamente 5 min de basculamento, e do peso líquido de caminhões, com 20 t de coque.”

O segundo descarregador móvel de caminhão adquirido era dotado de sistema de velocidade variável na bomba hidráulica de acionamento do alimentador, permitindo ao cliente alterar a velocidade, dependendo do material que estivesse sendo manuseado. A densidade desse material, segundo Oliveira, variava de 0,45 t/m3 a 2,8 t/m3. Esse recurso provou ser imprescindível para permitir que os operadores pudessem controlar as taxas de alimentação para o carregador de navios.

Durante o projeto dos carregadores, os engenheiros da empresa tiveram que superar várias situações desafiadoras, visando a obter o melhor resultado. “Isso incluiu restrições de peso de 45 t/m3 de carregamento, largura limitada de 25 m, necessidade de minimizar a degradação, natureza extremamente abrasiva do material, que requer revestimentos em cerâmica, e outros”, diz Oliveira. “Frente a esses desafios, projetamos um design exclusivo de carregador radial, que incorporou um sistema completo de supressão de poeira, incluindo bandejas inferiores removíveis, cobertura e chute com cascata.”

Guindastes portuários também almejam avanço

Além das soluções móveis de manuseio, outro tipo de equipamento vem buscando ampliar seu espaço nos portos e terminais brasileiros. Segundo Samuli Seilonen, diretor de vendas da Mantsinen para a América Latina, as oportunidades para guindastes portuários móveis são crescentes no país. “Por serem hidráulicos e não usarem cabos como os guindastes tradicionais, essas máquinas se destacam pela alta produtividade a baixos custos operacionais”, destaca.

Segundo ele, os guindastes móveis são “multipropósito”, apresentando soluções para a movimentação de todo tipo de graneis sólidos, carga geral e contêineres. Para operações de transbordo, a empresa finlandesa também oferece guindastes flutuantes. “Nossa gama inclui máquinas de 70 t a 200 t e, em breve, estará lançando máquinas de 300 t”, antecipa, enumerando vantagens das soluções como a eliminação de gastos com cabos e problemas com ventos, baixo consumo e emissões, mobilidade e configurações customizadas para cada cliente.

Fibra ganha prêmio internacional

Utilizada em correias transportadoras, dentre outras aplicações industriais, a fibra sintética de aramida recebeu o prêmio Global Enabling Technology Award 2016, um dos mais relevantes do setor promovido pela Frost & Sullivan, consultoria norte-americana especializada em inteligência de mercado. A premiação reconhece as características de alta resistência contra rasgos e rupturas do polímero, com aumento significativo de vida útil, alta absorção de impacto e economia de energia. Mais leve e resistente que o aço, a fibra é patenteada pela empresa holandesa Teijin Aramid e, no Brasil, é utilizada pela Correias Mercúrio. “Estamos felizes e orgulhosos com o reconhecimento de um importante parceiro como a Teijin Aramid que, assim como nós, prima pela qualidade de seus produtos por meio da inovação tecnológica constante”, comenta Ivan Ciruelos, CEO da Correias Mercúrio.

 

 

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