Mercado estratégico para o segmento florestal, o Brasil abre oportunidades de negócios em diversos ramos de atuação neste nicho, desde o plantio de árvores para a produção de papel, celulose e painéis industrializados, até a extração de carvão vegetal e madeira serrada, oriundos exclusivamente de florestas plantadas.
No mundo todo, o setor mantém-se relevante no fornecimento de matéria-prima ou mesmo energia para as indústrias de transformação e da construção. No Brasil, apresenta características ainda mais singulares pelo fato de o país figurar entre os principais detentores de recursos florestais.
Os números comprovam esta proeminência. O país possui 7,74 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 5,56 milhões de hectares de eucaliptos, ao passo que o plantio de pinus ocupa 1,59 milhões de hectares e o restante é ocupado com o plantio de espécies como acácia, teca, paricá e outras, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva, do campo à indústria. “A meta d
Mercado estratégico para o segmento florestal, o Brasil abre oportunidades de negócios em diversos ramos de atuação neste nicho, desde o plantio de árvores para a produção de papel, celulose e painéis industrializados, até a extração de carvão vegetal e madeira serrada, oriundos exclusivamente de florestas plantadas.
No mundo todo, o setor mantém-se relevante no fornecimento de matéria-prima ou mesmo energia para as indústrias de transformação e da construção. No Brasil, apresenta características ainda mais singulares pelo fato de o país figurar entre os principais detentores de recursos florestais.
Os números comprovam esta proeminência. O país possui 7,74 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 5,56 milhões de hectares de eucaliptos, ao passo que o plantio de pinus ocupa 1,59 milhões de hectares e o restante é ocupado com o plantio de espécies como acácia, teca, paricá e outras, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva, do campo à indústria. “A meta do país é expandir a área para 14 milhões de hectares”, afirma o consultor florestal da Caterpillar, Toru Sato. “Para tanto, o setor tem previsão de investir cerca de R$ 53 bilhões no período de 2014 a 2020, sendo a maior parte deste recurso oriunda de empresas exportadoras de celulose.”
Aliás, o Brasil ocupa posição de destaque no setor global de papel e celulose, mantendo-se – a despeito das dificuldades econômicas recentes – como um dos cinco maiores produtores do mundo no segmento. Segundo Sato, a taxa de crescimento (medida pelo IMA – Incremento Médio Anual) das florestas plantadas de eucalipto e pino possibilita ao país deter atualmente a liderança neste item ademais carro-chefe de toda a cadeia nacional de produção madeireira.
ESPECIALIZAÇÃO
Com isso, a colheita florestal desponta como o nicho de maior demanda de máquinas especializadas no país, que está bem provido de opções tecnológicas na área de silvicultura. De acordo com Cairon Faria, gerente florestal da Tracbel, representante da marca canadense Tigercat, o setor florestal utiliza basicamente dois sistemas de colheita mecanizada: Full Tree (incluindo fellers, skidders e processadores) e Cut to Length (com harvesters e forwarders). O sistema Cut to Length (corte no tamanho) se destaca em volume de equipamentos comercializados, muito em função da maior capacidade produtiva se comparado ao sistema Full Tree (árvore inteira).
Contudo, como explica Faria, o uso de cada sistema está diretamente relacionado às condições da floresta e ao produto que se deseja obter da madeira. “Em função de uma redução de produtividade (definida em m³/hectare) dos principais maciços florestais brasileiros nos últimos anos, vêm ganhando destaque equipamentos de colheita que conseguem obter um bom desempenho em áreas mais leves, ou seja, que alcançam o melhor custo benefício nestes sites”, comenta.
Segundo o executivo, o Brasil é extremamente privilegiado do ponto de vista natural, o que impacta na competitividade do mercado florestal em relação a outros países, pois o ciclo de crescimento de florestas é muito curto, além de contar com uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo. “Este fato, somado aos esforços de desenvolvimento em tecnologia realizados pelas empresas florestais nos últimos anos, justifica todo o crescimento que o setor vive no país”, pontua Faria.
Tais esforços têm sua razão prática. Na cadeia produtiva da madeira, cada etapa do processo – como plantio, tratos culturais, desbastes, corte raso, extração e carregamento – requer o uso de equipamentos específicos, a maior parte sem produção nacional. Assim, as operações estão sujeitas a inovações tecnológicas constantes, cada vez mais presentes nas soluções, com ênfase especial à telemetria, mas também à especialização e resistência operacional.
EFICIÊNCIA
De fato, para acompanhar a demanda de um complexo industrial que tem a madeira como matéria-prima, os equipamentos devem apresentar uma eficiência mecânico-operacional que supere as dificuldades impostas por aplicações severas, de modo que possam atingir as metas programadas de produção.
As especificidades técnicas desses equipamentos florestais, todavia, variam conforme o terreno, a idade das florestas e as espécies florestais. Basicamente, o tamanho das máquinas tem relação direta com o tamanho da floresta. Além disso, quanto mais íngreme for o terreno, maior a necessidade de tração e estabilidade das máquinas.
No caso da Caterpillar, Sato afirma que o foco para o mercado nacional está nos harvesters de esteiras, como o modelo 336D ME, um equipamento que pode ser levado ao campo sem a necessidade de adaptações. “Estes equipamentos devem ter disponibilidade para operar no mesmo ritmo, atuando por 24 horas diárias e durante todo o ano”, sublinha. “E esta condição só é obtida com um programa muito bem elaborado de manutenção, sendo a preventiva a mais indicada.”
A fabricante norte-americana John Deere, por sua vez, trabalha com equipamentos importados de corte e baldeio como o Forwarder 1910E (com força de tração de 220 kN e utilizado para transporte de madeiras pesadas) e o Harvester 1270E (que atua nas operações mais exigentes de derrubada limpa e de desbaste definitivo). “Ambos as soluções são direcionadas para colheita de florestas plantadas em terrenos acidentados e com declive“, explica Rodrigo Junqueira, gerente de vendas da John Deere Brasil.
IMPLEMENTOS
Uma especificidade do segmento é que todas as máquinas florestais que desempenham atividades de colheita já saem de fábrica com um acessório de corte, ou seja, um implemento. “Neste segmento, para atingir a produção estabelecida cada operação requer um implemento específico”, diz Sato, da Caterpillar,
E isso também ocorre com as demais máquinas. Para o preparo do solo, por exemplo, os tratores de esteiras são equipados com lâminas frontais e subsoladores, enquanto as escavadeiras recebem colhedores e garras de empilhamento de tocos. Na colheita, são usados cabeçotes processadores, feller buncher, feller direcional, slasher e garra traçadora. E, para o carregamento, as escavadeiras são equipadas com garras e as carregadeiras, com garfos.
Segundo Junqueira, da John Deere, o cabeçote pode apresentar variações, mas se dividem principalmente em cabeçotes “harvester” e “feller-buncher”. O primeiro corta, desgalha, descasca e processa a madeira em toras, que são transportadas até a beira da estrada. “Já o segundo corta e junta em feixes as árvores, para posterior arraste”, finaliza o executivo.
Geração de energia é a bola da vez no segmento
Um setor que vem crescendo no segmento florestal é a produção de biomassa para geração de energia. Até 2020, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a produção de energia a partir de biomassa florestal deve chegar a 22 TWh, o que equivale a quase 25% de toda a produção de Itaipu registrada em 2015. Até 2050, a projeção para o uso energético da madeira é ainda mais promissora, atingindo 70 TWh. “É preciso investir em energias renováveis como a biomassa, até como alternativa aos problemas relacionados à crise hídrica”, afirma Lucas Zimmer, gerente de meio ambiente da Vermeer.
Segundo ele, a empresa está atenta ao crescimento deste setor, oferecendo no país soluções como trituradores e picadores, como o WC2300XL e o WC2500TX, mais recente lançamento da marca no Brasil. “Este modelo é capaz de produzir em um só rotor, do microcavaco ao maior cavaco requisitado pelo mercado, além de ser autopropelido via controle remoto”, conclui o especialista.
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