Partindo do avançado nível de conhecimento sobre as especificações técnicas apresentado na reportagem da pág. 12, os fabricantes de pórticos e pontes rolantes disponibilizam suas tecnologias ao mercado brasileiro e mundial.
A empresa de origem capixaba Ventowag, por exemplo, oferece equipamentos dotados de controle remoto, inversores de frequência, soft-start, células de carga, sensores do tipo anemômetro para alertar ao operador sobre a velocidade do vento, freios de acionamento, cabine climatizada e até mesmo um sistema de posicionamento e localização da carga por GPS. “As estruturas dos pórticos e pontes rolantes da marca são feitas em chapas de aço no padrão ASTM A-36, em forma de perfil ‘I’ ou caixa fechada, sendo, nesse último modelo, reforçada internamente com chapas do tipo diafragma e cantoneiras”, detalha Glauber Cordeiro, da Ventowag.
Quanto à parte estrutural, o especialista lembra que as chapas são cortadas a frio, niveladas e alinhadas por topografia e gabaritos precisos, para então serem soldadas eletricamente por meio de um sistema robotizado que abarca os doi
Partindo do avançado nível de conhecimento sobre as especificações técnicas apresentado na reportagem da pág. 12, os fabricantes de pórticos e pontes rolantes disponibilizam suas tecnologias ao mercado brasileiro e mundial.
A empresa de origem capixaba Ventowag, por exemplo, oferece equipamentos dotados de controle remoto, inversores de frequência, soft-start, células de carga, sensores do tipo anemômetro para alertar ao operador sobre a velocidade do vento, freios de acionamento, cabine climatizada e até mesmo um sistema de posicionamento e localização da carga por GPS. “As estruturas dos pórticos e pontes rolantes da marca são feitas em chapas de aço no padrão ASTM A-36, em forma de perfil ‘I’ ou caixa fechada, sendo, nesse último modelo, reforçada internamente com chapas do tipo diafragma e cantoneiras”, detalha Glauber Cordeiro, da Ventowag.
Quanto à parte estrutural, o especialista lembra que as chapas são cortadas a frio, niveladas e alinhadas por topografia e gabaritos precisos, para então serem soldadas eletricamente por meio de um sistema robotizado que abarca os dois lados da estrutura simultaneamente. “Isso evita tensões e empenamentos durante o processo de solda”, diz ele. “Já o conjunto motor, o redutor e as rodas são projetados de forma especial, com eliminação dos pontos de quebra devido ao sistema de acoplamento do eixo do redutor diretamente na roda, sem o uso de engrenagens expostas”, complementa, destacando ainda que as rodas de ferro fundido recebem tratamento térmico (revenimento) e possuem dureza superficial mínima de 320 Brinnel.
Já a CSM Engenharia de Movimentação é uma divisão de negócios da CSM responsável por uma área de fabricação que envolve braços giratórios, carros-guincho, monovias, pontes e pórticos rolantes, além de talhas elétricas de cabo de aço e transtainers (equipamento para movimentação contêineres). “No que tange aos pórticos e pontes rolantes, no entanto, destacamos o sistema de sincronismo entre dois pórticos ou pontes rolantes, o que possibilita a movimentação de peças maiores”, diz Alexsandro Possani, gerente de marketing da fabricante.
Segundo ele, os equipamentos também possuem inversores de frequência utilizados em todos os movimentos de translação, direção e elevação, o que permite larga faixa de variação de velocidade. “Em relação à segurança, as máquinas utilizam o limite de sobrepeso, que não permite ao usuário movimentar peças acima da capacidade máxima do equipamento, além de anemômetro e, opcionalmente, sensor de presença para evitar danos ao equipamento e acidentes”, descreve o gerente.
No rol de tecnologias para seus pórticos e pontes rolantes, a CSM inclui ainda componentes como motores elétricos e redutores de fabricantes reconhecidos internacionalmente. “Temos como diferencial o desenvolvimento de aplicações para grandes obras de infraestrutura, como a construção da Linha 4-Sul do Metrô do Rio de Janeiro, a construção da Linha Amarela do Metrô de São Paulo, as obras da fábrica dos submarinos franco-brasileiros e as obras do monotrilho de São Paulo, entre outros projetos de porte”, destaca Possani.
Já a Demag, que foi adquirida recentemente pelo Grupo Terex, dividiu sua linha de produtos em dois conceitos básicos, devido à diversidade de aplicações e ambientes aos quais os pórticos e pontes rolantes podem ser integrados. “O primeiro conceito é de pontes padronizadas para uso geral, o que engloba pontes suspensas ou apoiadas de uma ou duas vigas”, frisa Coffone. “Nesse grupo, também incluímos os pórticos e semipórticos (com apenas uma perna)”, complementa, lembrando que, normalmente, esses equipamentos possuem talhas de cabo de aço como elementos de fixação, sendo que as pontes menores podem usar talhas de corrente, que são comparativamente mais compactas e baratas.
O segundo grupo de equipamentos da Demag é conceituado como pontes de processo. Coffone explica que são equipamentos cuja qualidade operacional não se limita à movimentação de cargas. “Eles integram o processo produtivo, como nos casos de uma área de prensas, fábricas de papel ou usinas de aço, podendo ser dotados de caçambas para material a granel e ganchos giratórios, além, é claro, de gancho convencional para suspensão de carga”, diz ele, destacando que os elementos de elevação costumam ser guinchos do tipo aberto, que oferecem maior liberdade de projeto em termos de classes de serviço, velocidades mais altas e percursos de elevação variados.
Inversores
Como recurso tecnológico, todos os fabricantes entrevistados citaram ainda a disponibilização de inversores de frequência e soft-starter nos mecanismos de seus pórticos e pontes rolantes. Para Cordeiro, da Ventowag, por exemplo, o principal papel desses sistemas é o acionamento dos motores elétricos. No caso específico dos inversores de frequência, eles também têm alta parcela de contribuição nas rampas de aceleração e desaceleração dos motores. “Por isso, afirmamos que essas tecnologias não trazem benefícios somente aos mecânicos, uma vez que suavizam as partidas e paradas evitando choques e aumentando a vida útil de engrenagens, chavetas e eixos”, diz ele. “Mas também agregam vantagem como economia de energia nas partidas e proteção do sistema contra quedas de fase e curtos-circuitos.”
O engenheiro Jean Muriel Hoffmann, da CSM, acrescenta que o inversor de frequência tem duas funções principais. “A primeira é operacional, uma vez que comanda a potência elétrica entregue aos motores em seus respectivos movimentos e controla a variação de velocidade”, diz ele. A segunda função citada diz respeito à proteção e segurança, pois os inversores de frequência permitem a programação de sobrepeso para impossibilitar o movimento de cargas acima da capacidade máxima do equipamento. “Além disso, é com ele que se faz o ajuste da rampa de aceleração para evitar o efeito pêndulo (balanço da carga), o que eleva a vida útil dos mecanismos”, complementa.
Os inversores de frequência, segundo Hoffmann, ainda têm a função de controle e monitoramento de abertura e fechamento dos freios, gerando proteção e possibilitando identificar falhas provenientes do acionamento. Ele adverte, no entanto, que para explorar ao máximo essas qualidades, o gestor de manutenção deve tomar alguns cuidados com o componente, sendo o primeiro deles o dimensionamento correto para cada movimento de elevação, movimentação transversal ou translação. “A programação do inversor também deve ser especificada em projeto para atender devidamente às requisições”, diz.
Pintura
Para os especialistas, tão importante quanto a tecnologia é o cuidado com a estrutura dos pórticos e pontes rolantes. Nesse caso, Coffone adverte que, frequentemente e de forma equivocada, a pintura dos equipamentos é colocada em segundo plano. “Isso ocorre porque são equipamentos que não operam no mesmo nível do piso, com restrição de acesso a diversas partes, o que dificulta a visualização de corrosão”, afirma. “E isso é preocupante, pois muitas vezes os nossos técnicos relatam situação estrutural deteriorada nos equipamentos por um descuido que começou pela simples falta de pintura”, complementa.
Com destaca Fábio Araújo, da CSM, o cuidado com a pintura estrutural deve ser tomado principalmente no litoral, onde a maresia – um eletrólito forte – favorece a corrosão eletroquímica. “Alguns estudos indicam que um preparo melhor da superfície aumenta o prazo previsto para manutenção do equipamento em até duas vezes e meia em ambientes de alta agressividade”, diz ele. “Por isso, compreendemos que é preciso fixar o grau de limpeza da superfície, as tintas e a espessura da pintura de acordo com o ambiente de operação.”
Para ambientes marítimos, por exemplo, a CSM aplica um sistema de pintura em três níveis, sendo o primeiro a aplicação de fundo em etil silicato de zinco. A segunda camada é pintada com Primer Epóxi e o acabamento é feito em esmalte poliuretano. “Isso totaliza uma espessura mínima da película seca de 240 µm”, diz Araújo.
A Ventowag também oferece pintura especial para os elementos estruturais de seus pórticos e pontes rolantes, segundo Cordeiro. “Desenvolvemos procedimentos que levam em conta tipo de ambiente, umidade relativa, temperatura, incidência de radiação ultravioleta e maresia, o que resulta em um tratamento antioxidante realizado com jateamento sobre a superfície com granalha de aço, pintura a base de epóxi e acabamento em poliuretano, nas opções de espessura para ambiente normal interno a extremamente agressivo e externo”, finaliza o especialista.
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