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Revista M&T - Ed.88 - Abr/Mai 2005
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MOBILIZAÇÃO

Escolha correta otimiza custos da obra

Antes de ser um problema, a mobilização de equipamentos para uma obra deve ser aproveitada como uma oportunidade de reduzir custos

Por: Oswaldo Cardoso


Qual a melhor decisão a tomar quando se tem de mobilizar equipamentos para iniciar uma empreitada? Comprar, alugar, reformar ou fazer um leasing? Nas respostas dadas por construtoras, empresas de engenharia e fabricantes à Revista M&T, há um viés de unanimidade: o estudo de cada caso e a opção mais adequada resultam em otimização de custos para o usuário dessas modalidades.
Segundo os entrevistados, para chegar- se à conclusão do que é melhor a fazer, não se pode esquecer de observar critérios bem definidos de escolha, os fatores críticos de cada opção, além de considerar a hipótese do mix entre opções.


Obra é quem dita
“Se a obra é grande e o contrato também, a opção é comprar os equipamentos, pois terão utilidade em outra obra”, explica o analista de Patrimônio da Serveng Civilsan, Ismael Alves Nunes. Exemplo disso foi a recente aquisição de uma valetadeira para as obras nas rodovias Presidente Dutra e Régis Bittencourt. A alternativa do aluguel, explica o analista, destina-se a equipamentos específicos, requeridos apenas em obras especiais.
A locação é também utilizada em “casos de emergência”, conforme relata Nunes, em situações como a de um equipamento necessário estar “do outro lado do País”. O leasing dificilmente acontece na empresa. Mas as reformas ocorrem e vão depender da idade e modernidade do equipamento. “No caso de clientes especiais, muitos não aceitam máquinas reformadas, conforme exigências contratuais de cada obra”, salienta Nunes.
A decisão entre comprar, alugar ou reformar cabe à Diretoria e ao Departamento de Compras da Serveng Civilsan, ficando a área de Patrimônio com o trabalho de cotação. Faz parte da prática da em


Por: Oswaldo Cardoso


Qual a melhor decisão a tomar quando se tem de mobilizar equipamentos para iniciar uma empreitada? Comprar, alugar, reformar ou fazer um leasing? Nas respostas dadas por construtoras, empresas de engenharia e fabricantes à Revista M&T, há um viés de unanimidade: o estudo de cada caso e a opção mais adequada resultam em otimização de custos para o usuário dessas modalidades.
Segundo os entrevistados, para chegar- se à conclusão do que é melhor a fazer, não se pode esquecer de observar critérios bem definidos de escolha, os fatores críticos de cada opção, além de considerar a hipótese do mix entre opções.


Obra é quem dita
“Se a obra é grande e o contrato também, a opção é comprar os equipamentos, pois terão utilidade em outra obra”, explica o analista de Patrimônio da Serveng Civilsan, Ismael Alves Nunes. Exemplo disso foi a recente aquisição de uma valetadeira para as obras nas rodovias Presidente Dutra e Régis Bittencourt. A alternativa do aluguel, explica o analista, destina-se a equipamentos específicos, requeridos apenas em obras especiais.
A locação é também utilizada em “casos de emergência”, conforme relata Nunes, em situações como a de um equipamento necessário estar “do outro lado do País”. O leasing dificilmente acontece na empresa. Mas as reformas ocorrem e vão depender da idade e modernidade do equipamento. “No caso de clientes especiais, muitos não aceitam máquinas reformadas, conforme exigências contratuais de cada obra”, salienta Nunes.
A decisão entre comprar, alugar ou reformar cabe à Diretoria e ao Departamento de Compras da Serveng Civilsan, ficando a área de Patrimônio com o trabalho de cotação. Faz parte da prática da empresa a mescla entre as alternativas usuais para mobilizar equipamentos destinados a uma obra. A construtora tem equipamentos novos locados em determinada frente de trabalho com maior exigência e menor prazo de execução. Outras frentes utilizam-se de máquinas reformadas e esse mix supre a mobilização da obra.
Nunes ressalta que a Serveng Civilsan não acredita ser possível, nem tampouco conveniente, fazer experimentações quando se mobiliza equipamentos. “Não fazemos testes. Quando reformamos uma máquina ela teoricamente fica 100% em suas condições de operação e só saberemos se ocorrerá alguma falha ou quebra no decorrer do seu uso”.
O diretor comercial da Case, Roque Reis, diz que a rede de concessionárias sempre oferece a compra como primeira opção para o cliente. Nos casos dos dealers que possuem empresas de rental, há a possibilidade ampliar as negociações, seja pelo aluguel puro e simples ou com opção de compra no final do contrato. A venda de equipamento com contrato de manutenção atrelado é também uma alternativa citada pelo diretor da Case. Ele explica que tal contrato pode ser basicamente para atendimento preditivo das máquinas, trocas de lubrificantes etc., até o chamado full-service, onde o distribuidor assume a responsabilidade pela manutenção completa da máquina do cliente, garantindo a disponibilidade próxima a 100%.
Na opinião de Reis, a opção pelo aluguel dependerá do tipo de utilização do equipamento. “Em épocas de incerteza, onde o cliente não tem segurança sobre a continuidade de obras ou contratos de serviço, vale pensar no aluguel, que apesar de eventualmente ter um custo maior, não obriga o cliente a ficar com a máquina em caso de parada da obra ou quebra de contrato.


A Enesa Engenharia é especializada em obras com massivo uso de guindastes. A mobilização de seus equipamentos segue padrões específicos. “Na decisão /, para mobilizar um novo equipamento de grande porte destinado a uma obra, o primeiro critério a ser levado em conta é logicamente o técnico, como forma do assegurar a adequação do equipamento”, explica o diretor da empresa, Bernardo Pimenta de Figueiredo. Cita também outro ponto importante, o econômico, que busca a melhor solução pelo menor custo.
Hoje a Enesa desfruta de um parque de equipamentos próprios que supre suas necessidades, portanto essa é sua primeira opção de mobilização para obras. Caso haja falta de determinado equipamento, a empresa utiliza-se de empresas de locação. Dependendo do prazo de utilização, estuda-se a viabili¬dade da compra.
Para Pimenta, os fatores críticos nas opções de mobilização estão ligados ao financiamento das máquinas. “No caso de opção por equipamentos próprios, a mão-de-obra especializada não é considerada fator crítico, pois atuamos no ramo há muitos anos, o que nos permitiu formar um bom time de operadores, mecânicos e riggers”, afirma. “Porém, lamentavelmente, os juros desencorajam as novas aquisições”, completa.
O diretor da Enesa vê o mix de opções para mobilização de equipamentos como algo “sempre saudável”. Ele diz que em praticamente todos os empreendimentos da empresa utilizam-se equipamentos próprios e de empresas parceiras. No caso dos “ensaios” onde se arrisca a utilização de máquinas reformadas, correndo-se o risco de ter de substituí-las caso não suportem o trabalho, Figueiredo não aprova. “Esta é uma ‘solução’ que nunca adotaríamos, pois nossas obras normalmente são de grande porte, alta complexidade e com cronogramas cada vez mais audaciosos, exigidos por nossos clientes. Não dá para ‘testar’”, conclui.

Tempo de execução da obra
O período de duração da obra, o tipo de serviço e a disponibilidade da frota são os pontos básicos observados pela Enge- par Engenharia para mobilizar seus equipamentos a cada empreitada. De acordo com seu diretor de Contratos, Edson Reis Del’ Moro, o ponto mais nevrálgico dos três citados é ainda o tempo gasto para executar a obra. As características dos trabalhos, que determinarão o grau de desgaste dos equipamentos, são outro importante indutor na escolha.
O departamento de Orçamentos e a diretoria de Contratos, em conjunto com os acionistas, são os que decidem na Engepar qual a melhor estratégia de mobilização de equipamentos. Na opinião de Moro, cada uma das quatro formas de mobilizar a frota tem seu específico ponto crítico. No caso da compra, o aumento da imobilização e do endividamento da empresa, enquanto o aluguel representa para o diretor um valor alto, “sempre mais caro”. A opção da reforma pode implicar na falta de preparo da mão-de-obra interna, ao passo que o uso de um dealer para essa finalidade “tem alto custo”. Sobra então para o leasing um fator crítico clássico: “os juros”.


Grau de amortização
Ser criterioso antes de tomar a decisão por uma ou outra opção de mobilização de equipamentos é uma medida recomendada pela gerência de vendas da Komatsu Brasil Internacional, segundo Wagner de Cario. O tempo de execução da obra e de utilização das máquinas, que permite calcular o grau de amortização de cada equipamento, é um dos critérios adotados. “Para períodos de curta mobilização, o ideal é o aluguel, enquanto na média e longa mobilização o recomendado é a compra”, assegura.
Ao comprar uma máquina, explica ele, o cliente poderá analisar entre a possibilidade de comprar via Finame (mobilização com depreciação) ou leasing (onde os pagamentos mensais são contabilizados como despesas). A escolha por uma ou outra forma deverá ser tomada levando-se em conta a estratégia contábil de cada empresa. “Nos casos de mobilização de curto prazo, outro fator a ser considerado pela empresa é a utilização futura destes equipamentos em outras obras, o que também poderá definir a compra dos mesmos”, pondera.
Paulo Jauhar, que também integra a gerência de vendas da Komatsu Brasil International, enumera os cinco principais fatores críticos de escolha entre as modalidades de mobilização de equipamentos para uma obra. No topo da lista, as altas taxas de juros de financiamento, seguidas da questão do que fazer com o equipamento após o término da obra e dos custos com manutenções e reparos.


A existência de mão-de-obra qualificada na região onde a obra está sendo executada também é um ponto crítico. “Neste caso, a opção de aluguel será interessante, desde que a empresa não possua um canteiro de obras estruturado para tal”, comenta. Os problemas ligados à disponibilidade de peças de reposição fecham a lista do gerente da Komatsu. “No aluguel, como a manutenção (tanto preventiva quanto corretiva) é feita por conta do locador, isso é um fator interessante a ser levado em consideração.”
Questionado sobre a viabilidade de se fazer um mix entre compra, aluguel, reforma e leasing, complementando assim a frota necessária para uma obra, Jauhar concordou plenamente. Ele acredita que o mix permite ao gerente de Equipamentos o aproveitamento das vantagens oferecidas em cada uma das opções, o que resulta na otimização da locação dos recursos da empresa.
No tocante à possibilidade de se fazer testes quanto à mobilização, como utilizar equipamentos reformados e só os substituir caso não suportem a carga de trabalho, Jauhar demonstra prudência. “Esta é uma questão delicada, pois em algumas obras, por possuírem prazos de entrega definidos, a opção de se fazer ‘testes’ é bastante complexa”, considera. “Problemas como a elevada incidência de manutenção corretivas e até a substituição do equipamento por outro, podem acarretar sérios problemas na execução da obra, causando danos à imagem da empresa prestadora desse serviço”, destaca.
A prática de uma composição mista entre as modalidades de mobilização é um recurso utilizado pela Engepar e de forma positiva. “Você nunca vai ter todo o equipamento necessário para sua obra”, garante Moro. Sua experiência diz que as empresas hoje preferem não ter ativos imobilizados. O mix de soluções para mobilizar máquinas é muitas vezes a alternativa mais viável para as empresas de construção civil.
“Fatores como a sazonalidade da meteorologia no Brasil e a instabilidade da política dos governos nos levaram a optar pelo mix, já que ocorrem picos de atividade em determinados períodos do ano”, explica. O diretor da Engepar crê que o espaço para o erro atualmente está muito reduzido, o que não permite que se façam testes no que tange à mobilização dos equipamentos. O risco é muito grande e a perda de dinheiro é irrecuperável. Não se pode cometer erros, “pois não há margem dentro da própria obra”. Para ele, “uma especificação errada durante o período da obra é o bastante para acarretar prejuízo”.


A importância da manutenção
“Sempre se tenta colocar todos os equipamentos da empresa para rodar”, explica José Luiz Vicentini, gerente de equipamentos da Terrabras (Terraplenagens do Brasil), construtora sediada em Salvador (BA). No entanto, diz ele, é necessário que a empresa tenha uma linha de renovação de frota, onde as tecnologias de ponta e pós-venda sejam fundamentais na decisão da compra. “Quando falta determinado equipamento, a decisão entre comprar ou alugar deve levar em conta vários fatores: tempo de obra, custo de aquisição, operação, manutenção, valor de revenda, condição do mercado financeiro no momento da aquisição e outras obras para uso do equipamento”
No caso de equipamentos mais antigos, alerta Vicentini, deve-se levar em conta o alto custo da reforma e, por exemplo, se essa reforma será feita com a utilização de peças originais ou do mercado paralelo de primeira linha? “O importante para a produção da obra é o número de horas trabalhadas pelo equipamento e é função da manutenção conseguir estas horas. A manutenção tem que andar junto com a produção para tomar as decisões que pesam no dia a dia da obra, inclusive saber que em que momento podemos utilizar mais ou menos nossos equipamentos”.

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