Revista M&T - Ed.267 - Setembro 2022
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ENTREVISTA – NEO WANG

Entrevista

“Vamos investir na eletrificação da frota"

NEO WANG

Há tempos, as fabricantes de equipamentos de construção da China disputam espaço em pé de igualdade no seleto e concorrido mercado brasileiro de equipamentos.

Em entrevista à Revista M&T, o diretor comercial do segmento de Linha Amarela da Sany Brasil, Neo Wang, discorre a respeito dos resultados globais recentes da empresa e dos investimentos feitos no Brasil, com foco acentuado no setor de mineração, mas apostando também no potencial futuro da energia renovável.

“Iremos investir não apenas na eletrificação da frota, mas também no setor de geração de energia renovável, especialmente na cadeia da indústria eólica”, ele revela.

Formado em Projeto e Engenharia de Aeronaves pela Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanquim (Nanjing), na China, com mestrado em gestão de negócios pela mesma universidade, Wang conta com extensa bagagem prof


NEO WANG

Há tempos, as fabricantes de equipamentos de construção da China disputam espaço em pé de igualdade no seleto e concorrido mercado brasileiro de equipamentos.

Em entrevista à Revista M&T, o diretor comercial do segmento de Linha Amarela da Sany Brasil, Neo Wang, discorre a respeito dos resultados globais recentes da empresa e dos investimentos feitos no Brasil, com foco acentuado no setor de mineração, mas apostando também no potencial futuro da energia renovável.

“Iremos investir não apenas na eletrificação da frota, mas também no setor de geração de energia renovável, especialmente na cadeia da indústria eólica”, ele revela.

Formado em Projeto e Engenharia de Aeronaves pela Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanquim (Nanjing), na China, com mestrado em gestão de negócios pela mesma universidade, Wang conta com extensa bagagem profissional na Sany, integrando o quadro da fabricante desde 2008, inicialmente como supervisor da Sany Excavator na China.

O executivo chegou ao mercado brasileiro em 2010, primeiramente como gerente do escritório da presidência e, dois anos depois, como diretor de cadeia de suprimentos da Sany Brasil.

Em 2014, Wang passou a atuar como diretor de recursos humanos e administração (HR&ADM), até obter o cargo atual, em 2017.

“Este ano, continuaremos nosso foco no setor de mineração, mas a nossa aposta para o futuro também inclui a energia renovável”, ele comenta. “Iremos investir não apenas na eletrificação da frota, mas também no setor de geração de energia renovável, em toda a cadeia da indústria eólica.”

Acompanhe.


Para Wuang, a Sany está no caminho certo para se tornar uma gigante global

  • Recentemente, a Sany entrou na lista da Forbes de maiores empresas de capital aberto do mundo. O que isso representa para o grupo?

Esses dados mostram que a empresa está no caminho certo para se tornar uma gigante global do setor. Em 2021, a empresa alcançou uma receita exponencial, representando os resultados dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) que vem desenvolvendo de maneira contínua em seu processo de internacionalização e globalização.

  • Quais desafios uma fabricante de capital aberto enfrenta em relação aos grupos familiares e companhias de capital fechado?

Creio que existe um preconceito com o fato de empresas de capital aberto estarem expostas ao público em geral e precisem prestar contas a um número muito maior de acionistas. Mas vejo isso com um fator positivo, que nos impulsiona a uma evolução. Sem falar em controles internos, gerenciamento de riscos e pressão por resultados. O mais importante, porém, é que trabalhamos com um modelo de negócio sustentável, com base em uma forte estratégia em pesquisa e desenvolvimento, o que é determinante para o futuro dos negócios.

  • Como foi o desempenho global da empresa em 2021 e quais são as perspectivas para este ano?

Apenas na Sany Heavy Industry, a receita total de vendas no ano passado atingiu 16 bilhões de dólares, com crescimento de 6,82% em relação ao ano anterior. Já no primeiro trimestre de 2022 tivemos um crescimento ainda maior, resultado atribuído principalmente às melhorias constantes da empresa nas áreas de gestão, digitalização, eletrificação e globalização. De maneira geral, quase todas as linhas de produtos estão crescendo a uma taxa sem precedentes nas vendas internacionais, com as máquinas de mineração superando 255% de avanço e os equipamentos de logística, 98,8%.

  • Como a empresa se posiciona na América Latina? Quais são os principais focos de negócios?

Desde 2021, a operação na América Latina tem sido o foco principal da Sany, com destaque para os investimentos no setor de mineração e guindastes e, em breve, novos recursos voltados para o setor de energia renovável.


Mineração e guindastes compõem o foco da empresa na América Latina, diz o executivo

  • Também no Brasil são esses os setores que a Sany mais aposta?

Sim. Para este ano, continuaremos nosso foco tradicional no setor de mineração, mas a nossa aposta para o futuro também inclui a energia renovável. Nessa área, iremos investir não apenas em eletrificação da frota, mas também no setor de geração de energia renovável, especialmente na cadeia da indústria eólica nacional.

  • Como a empresa enfrentou os impactos da pandemia? Houve contratempos?

Como fabricante de equipamentos, a Sany mantém-se em rápida evolução e crescimento, de modo que não foi prejudicada pela pandemia em seu ritmo acelerado de globalização. Ao contrário, a cobertura de mercado e participação de produtos fora do mercado chinês tiveram um impulso significativo nesse período, com aumento do investimento da empresa em P&D, vendas, serviços e pessoal.

  • Aliás, qual é a ocupação atual da unidade de Jacareí em relação à capacidade instalada?

Localizada no interior de São Paulo, a unidade de Jacareí é estratégica para nós. Nessa estrutura, a Sany conta com uma área total de 568 mil m², que inclui a área administrativa e um armazém de peças com 21 mil part numbers, com um valor estimado de mais de 50 milhões de dólares. Sem falar de nosso capacitado time de engenheiros. Quanto à ocupação atual da unidade, não podemos comentar por questões estratégicas.


Distribuidores são atualizados através de um programa de treinamento especial da empresa, diz Wang

  • Quais melhorias a empresa fez na rede de distribuidores nos últimos anos?

A rede de distribuidores da Sany vem sendo ampliada e aprimorada ano após ano, especializando a equipe técnica de atendimento e pós-venda continuamente. Da mesma maneira, o gerenciamento do estoque também passou por um aprimoramento significativo para reduzir custos operacionais e aumentar sua eficiência. A melhoria constante é a expressão que melhor representa essa nova fase da Sany no Brasil, especialmente com seus novos concessionários. Com esse aprimoramento, tem tornado possível ampliar o compartilhamento de informações entre parceiros e promover a avaliação constante do desempenho.

  • Em termos práticos, como a empresa vem aprimorando o atendimento no país, especialmente na área de serviços?

Hoje, a Sany do Brasil conta com uma equipe especializada de pós-venda, que presta serviços de assistência rápida, aconselhamento personalizado e fornecimento confiável e amplo de peças de reposição. Esse conjunto é o que entendemos como um serviço Premium. Ao mesmo tempo, constitui a base para a confiabilidade e disponibilidade máxima, por um longo período. Nesse processo, os distribuidores são atualizados com as tecnologias mais recentes, através do programa de treinamento especial da empresa, que é ministrado regularmente pela equipe de multiplicadores.

  • Quais produtos da marca são destaque no mercado latino-americano? E por qual motivo?

No momento atual, as vendas do setor de máquinas utilizadas em mineração seguem com forte crescimento, mas também o setor de elevação de carga e manipuladores telescópicos, entre outros. Na minha visão, esses mercados devem manter um crescimento constante, sustentado principalmente por pressões para redução de emissões de poluentes, aumento da segurança e modernização da frota.

  • Por falar em emissões, qual é a estratégia para atender à demanda atual por descarbonização?

Em 2021, foram construídas 14 novas fábricas Lighthouse, melhorando a produtividade em 70% e encurtando o ciclo de fabricação em 70%. Na última construção de fábricas “Light”, a fábrica de máquinas de perfuração da Sany em Pequim entrou na lista da Indústria Global publicada pelo Fórum Econômico Mundial de Davos (WEF), tornando-se a primeira unidade Lighthouse certificada entre os fabricantes globais de equipamentos pesados. Observe que a denominação de “fábrica Lighthouse” é concedida apenas a empresas que tiveram sucesso na aplicação de tecnologias da 4ª Revolução Industrial, que basicamente consiste no uso de inteligência artificial e análises de big data, visando melhorar a eficiência.


Melhoria constante é a expressão que melhor representa a nova fase da Sany no Brasil, diz Wang

  • E na área de eletrificação e automação, o que já foi feito em âmbito global?

A Sany está assumindo a liderança também nesta nova onda. Nesse sentido, foi formado um Comitê de Novas Tecnologias Energéticas para fins de planejamento estratégico, P&D e incubação da indústria de alta tecnologia. Apenas em 2021, foram desenvolvidos 34 novos produtos elétricos, dos quais 20 já foram lançados no mercado internacional, com equipamentos híbridos e elétricos.

  • O que ainda impede que essas soluções cheguem ao Brasil?

O fator principal é o amadurecimento dos equipamentos no centro de pesquisa e desenvolvimento, somados ao tempo de certificação. Estamos constantemente buscando otimizar esse processo, como mostram, por exemplo, as parcerias formadas no Brasil para a realização de testes com novos equipamentos elétricos e autônomos a partir de 2023.

Saiba mais:
Sany do Brasil:
sanydobrasil.com

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