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Revista M&T - Ed.197 - Dez/Jan 2016
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Conexpo Latin America

Encontro latino

Edição inaugural da ConExpo Latin America atraiu 32 mil visitantes de 90 países, que puderam conferir as novidades da indústria exibidas em uma área de 40 mil2 na capital do Chile
Por Marcelo Januário (Editor)

Em meio a um cenário de incertezas com a economia, a América Latina não só ganha mais uma feira de equipamentos construção e mineração como passa a abrigar um evento que – aparentemente – já se credencia a um lugar de destaque no calendário do setor. Ao menos, esta é a proposta.

Realizada entre os dias 21 e 24 de outubro no Espacio Riesco, em Santiago, no Chile, a edição inaugural da ConExpo Latin America cobriu uma área de 40 mil m2, reunindo 300 expositores do mundo todo e cinco pavilhões nacionais (China, Alemanha, Itália, América do Norte e Reino Unido). Ao todo, a feira atraiu aproximadamente 32 mil visitantes de mais de 90 países, afirmam os organizadores.

Sem dúvida, a escolha do Chile para sediar o evento levou em conta alguns números expressivos do país andino. Segundo projeções realizadas há cerca de um ano pela Gerência de Estudos da Sociedad de Fomento Fabril (Sofofa) – entidade chilena similar à Fiesp –, na área de mineração o país abriga projetos de investimentos que chegam a quase 20 bilhões de dólares, enquanto a infraestrutura registra


Em meio a um cenário de incertezas com a economia, a América Latina não só ganha mais uma feira de equipamentos construção e mineração como passa a abrigar um evento que – aparentemente – já se credencia a um lugar de destaque no calendário do setor. Ao menos, esta é a proposta.

Realizada entre os dias 21 e 24 de outubro no Espacio Riesco, em Santiago, no Chile, a edição inaugural da ConExpo Latin America cobriu uma área de 40 mil m2, reunindo 300 expositores do mundo todo e cinco pavilhões nacionais (China, Alemanha, Itália, América do Norte e Reino Unido). Ao todo, a feira atraiu aproximadamente 32 mil visitantes de mais de 90 países, afirmam os organizadores.

Sem dúvida, a escolha do Chile para sediar o evento levou em conta alguns números expressivos do país andino. Segundo projeções realizadas há cerca de um ano pela Gerência de Estudos da Sociedad de Fomento Fabril (Sofofa) – entidade chilena similar à Fiesp –, na área de mineração o país abriga projetos de investimentos que chegam a quase 20 bilhões de dólares, enquanto a infraestrutura registra um volume previsto de 8,2 bilhões de dólares, acima de energia – com 5 bilhões de dólares – e muito superior a setores como indústria, turismo, comércio e serviços – que juntos não chegam a 1,5 bilhão de dólares em investimentos, como indica o estudo.

Apesar de registar uma queda de 10% em 2015 em relação ao ano anterior, o mercado hispano-americano de equipamentos também voltou a superar o mercado brasileiro em unidades vendidas, algo que não ocorria desde 2008, como mostram dados compilados no final de 2014 pela Association of Equipment Manufacturers (AEM), realizadora da feira. A inversão da curva se deu com a comercialização estimada de 18 mil unidades na América Hispânica, contra 13 mil máquinas vendidas durante o ano no Brasil.

Multifacetado, o evento foi realizado em paralelo às mostras Edifica e ExpoHormigón, que contaram com 800 expositores em uma área de 5 mil m2, além de abrigar diversos seminários técnicos, conferências profissionais e programas educativos. “Nossa associação tem uma ampla trajetória de compromisso com a América Latina, sempre mantendo o propósito de contribuir para o desenvolvimento dos negócios e estimular a cooperação no setor”, disse Dennis Slater, presidente da AEM.

LANÇAMENTOS

E os fabricantes globais entenderam a oportunidade para a realização de negócios que a ConExpo Latin America passa a oferecer. Cada uma à sua maneira, as empresas estabeleceram estratégias de participação que tinham em comum o foco em um mercado com grande potencial. Em três pavilhões e ao ar livre, foram mostradas as mais recentes tecnologias introduzidas na indústria, com destaque para soluções construtivas, serviços especializados e equipamentos pesados das mais variadas famílias, distribuídos por 20 categorias de produtos. Muitas dessas máquinas, inclusive, foram vistas pela primeira vez na América Latina.

É o caso do modelo EC750DL, a escavadeira de maior capacidade da Volvo CE. Com peso operacional de 72,7 toneladas, a máquina é voltada para escavação massiva, abertura de valas, desagregação de paredes rochosas, carregamento em mineração e outras aplicações. Dentre os aprimoramentos em relação ao modelo anterior, destacam-se ganhos na capacidade da caçamba (10% superior, com 4,5 m³), força de tração (+6%), potência do motor (+11%) e potência hidráulica (+10%). Isso contribui para um aumento de 3% na vazão hidráulica, garantindo maior velocidade nos ciclos e também um ganho de 9% na força de escavação, garante a fabricante. Com este lançamento, que teve a companhia de duas novas escavadeiras sobre rodas, a marca reforça o foco no mercado latino-americano. “Considerando apenas a área hispânica, obtivemos um avanço significativo de 5,5% para 5,9%”, destacou Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America, referindo-se a dados recentes da AEM sobre o mercado do Cone Sul.

Controlada pela Volvo CE, com quem divide estratégias de dual brand, a SDLG também reservou novidades. A principal foi o compactador de solo de grande porte RS7120, que marca a estreia no segmento latino-americano de construção de estradas. Trata-se de um equipamento com 12 t de peso operacional e que, segundo a empresa, proporciona elevada capacidade de compactação, graças à combinação do peso do tambor com força centrífuga. Com dupla amplitude do sistema de vibração, o equipamento também apresenta uma junta que permite 35° de articulação e 12° de oscilação. Ao lado de uma escavadeira de esteiras de 30 t, o compactador está disponível apenas para os países hispano-americanos e chega para representar um passo à frente da companhia na região. “É muito importante entender que tipo de segmentos nós estamos atendendo”, enfatizou Enrique Ramirez, diretor da SDLG Latin America. “Isso tem nos possibilitado construir um portfólio multilinha, com uma frota expressiva que já chega a mais de 4 mil máquinas.”

Quem também lançou equipamentos foi a LiuGong, que exibiu três linhas de seus produtos Premium, além de divulgar a marca Dressta. Prevista para chegar em breve ao Brasil, a nova versão da pá carregadeira 856H Tier III foi apresentada como um verdadeiro marco na linha, pois traz um salto evolutivo que promete acréscimo de 6% no desempenho e de 12% na economia de combustível. Para tanto, em relação à geração anterior o novo modelo também é maior (8,1 x 3,4 m), mais pesado (17,2 t) e apresenta ganhos na força de desagregação (175 kN), no alcance de despejo (1,1 m) e no entre-eixos (3,3 m). “Essa nova geração oferece capacidade operacional equivalente a qualquer marca tradicional do mercado”, ressaltou Bruno Barsanti, vice-presidente da LiuGong Latin America. “É um produto pronto para brigar com qualquer concorrência, com a vantagem de oferecer maior simplicidade na manutenção e na aquisição de componentes.”

DIVULGAÇÃO

Além dos lançamentos, outros fabricantes – quiçá a maioria – aproveitaram o evento para reforçar linhas com chances de crescer com força no mercado da América Latina. Neste rol está a JLG, que apresentou o manipulador telescópico 4017 RS. Produzido na Bélgica, o equipamento tem capacidade nominal de 4 t, altura máxima de levantamento de 17,1 m, carga de 2,5 t na altura máxima e de 500 kg no alcance máximo. A máquina de 11,5 t é equipada com motor Deutz TCD 3.6 L4, de 100 cv, oferecendo ainda torque de 420 Nm a 1.600 rpm, força de arranque de 5 kN e raio de giro de 3,85 m. “Mostramos aqui algumas máquinas líderes do portfólio e com grandes chances de obter um impacto significativo em nossas vendas na região”, reforçou Mike Brown, vice-presidente de vendas para México, Caribe e América Central da JLG. “Para isso, temos como grande vantagem o suporte de peças que oferecemos ao cliente.”

A Manitou não deixou por menos e fez um trabalho de divulgação do manipulador telescópico MT-X 1030ST Mining. Fabricado em Castelfranco, na Itália, o equipamento possui motor Perkins de 101 cv e tem capacidade de 3 t, dimensões de 2,3 x 2,2 m, torque máximo de 410 Nm a 1.400 rpm, bomba hidráulica de 106 l/min, altura máxima de elevação de 9,6 m, alcance de 2 m a altura máxima e raio de giro de 3,75 m. “Este é um modelo totalmente dedicado à área de mineração”, sublinhou François Lebrun, gerente de vendas para a América Latina da Manitou. “Por isso, mudamos muitas coisas para adequar o equipamento, como os freios e o estabilizador, o que permite acoplar cesto para elevação de pessoas também.”

Na mesma linha seguiu a Atlas Copco que, no entanto, optou por mostrar produtos orientados para a construção imobiliária. Nessa linha, o estande reuniu soluções como compressores de ar com motor diesel, grupos geradores, equipamentos de compactação e torres de iluminação como a QLB 60, um modelo fabricado em Zaragoza e que já atua na operação de mineração mais importante do Chile. Lançada há quatro meses, a torre oferece autonomia de 260 h e possui quatro focos luminosos de 350 W, além de mastro hidráulico, arranque remoto, luz LER transparente e célula fotovoltaica. “Este equipamento tem um mercado de 600 a 700 unidades/ano na região”, comentou Chrystian Sir C., gerente de negócios da divisão de energia portátil da Atlas Copco. “E a América Latina, por sua vez, representa de 12% a 14% do faturamento global da empresa.”

Outro esforço de “evangelização” foi promovido pela Link-Belt, que divulgou as vantagens de seu guindaste TCC-500 (Telescopic Crawler Crane). Equipado com lança básica em quatro seções (de 10,8 a 33,5 m), o modelo de 50 tm é equipado com motor Cummins QSB de 215 cv, tanque de combustível de 303 l, esteiras de 6 m e lança básica em quatro seções, de 10,8 a 33,5 m. A máquina estreou em 2014 na ConExpo, em Las Vegas. “Queremos promover um novo conceito com um equipamento que pode andar com a carga e dispensa os estabilizadores”, disse Tony Sterner, gerente de vendas para o mercado internacional da Link-Belt. “Nossos guindastes têm preço Premium, mas também têm seu valor e qualidade.”

Em meio a caminhões OTR, escavadeiras e skid-steers, a Doosan destacou a linha de compressores de ar da marca, que é inteiramente produzida nos EUA. O modelo C185, por exemplo, é equipado com motor Deutz D2.9 Tier 4 Final e promete entrega de ar de 5,2 m3/min, pressão de operação de 6,9 bar e 7 horas de autonomia operacional. Com peso operacional de 12 t, a solução é indicada para manutenção de rodovias, perfuração de rochas, setor de óleo & gás e locação em geral. “A quantidade de óleo mantida no equipamento para o arrefecimento da unidade compressora é em torno de 50% maior do que os compressores similares concorrentes”, pontuou Davi Rodrigues Santos, gerente de vendas da divisão portable power da Doosan South America. “Além disso, são equipamentos de fácil manuseio, que juntam simplicidade com robustez, o que os torna passíveis apenas de manutenções programadas.”

SERVIÇOS

Nesta primeira edição, houve ainda algumas empresas que optaram por uma abordagem de cunho mais institucional. Como a Schwing-Stetter, que apresentou suas soluções no estande da Emaresa, tradicional representante da marca no Chile, onde comercializa cerca de 200 máquinas por ano. O objetivo da participação foi realizar a exposição da marca, destacando o suporte técnico e comercial. Para tanto, a empresa mostrou ao público um simulador 3D de bomba lança de concreto produzido no Brasil, além de exibir a bomba estacionária rebocável SP 750-18, uma máquina de fabricação norte-americana de 4,8 m x 1,8 m e capacidade de 54 m3/h, pressão máxima no concreto de 76 bar, pressão hidráulica de 300 bar e tamanho máximo de agregado de 37 mm. “É o modelo mais comercializado em Santiago, em grande evidência no mercado imobiliário”, afirmou Luiz Polachini, gerente comercial da Schwing-Stetter para a América do Sul. “Específica para operações urbanas, ela é muito versátil, com produtividade média bem aceita no Cone Sul.”

Já a Manitowoc optou por uma estratégia diferente, com um estande montado na parte interna do pavilhão, sem exibir máquinas completas, mas como um espaço de relacionamento com o cliente. “A ideia foi repetir o que fizemos na M&T Peças e Serviços, mostrando, por exemplo, o cabo sintético KZTM100 e o Crane Care, um suporte que tem agregado muito e que somos os únicos a oferecer no setor de guindastes”, frisou Leandro Nilo de Moura, gerente de marketing da Manitowoc para a América Latina. “No Brasil e na Argentina seria um pouco mais complicado desenvolver este tipo de produto, mas está sim em pauta levar o serviço para lá.”

ANÚNCIO

Por fim, foi possível aferir algumas indicações do que vem por aí no setor. A Tadano, por exemplo, além de exibir equipamentos com lança mais longa, anunciou o lançamento oficial – que só deve ocorrer em abril, na Bauma – do modelo ATF 600G-8, 660 ton, um guindaste de oito eixos e com sistema triplo de lança, uma inovação conceitual que dispensa suporte da lança e cujas especificações ainda são guardadas em segredo pela fabricante. “Trabalhamos para garantir nosso lugar neste mercado estratégico, que tem potencial de crescer muito”, disse Yasuaki Kishimoto, diretor de vendas e suporte ao cliente da Tadano. “E, mais que tudo, queremos crescer junto ao nosso cliente.”

Empresa brasileira ajusta foco em exportações

Representando a indústria nacional, a Romanelli aproveitou a ConExpo LA para divulgar soluções como a UHR-900 Eflow “City”, uma usina de micropavimento de 12 m³ e que possui estrutura 2.000 mm mais curta do que as máquinas tradicionais. “Este tamanho facilita sensivelmente as manobras em trabalhos urbanos”, comentou José Carlos Romanelli, diretor-presidente do Grupo Romanelli. Já o responsável pelo departamento comercial da empresa, Thiago Romanelli, ressaltou a importância de participar do evento. “Se no Brasil a perspectiva não é tão boa no momento, temos boas expectativas com as exportações e estamos trabalhando duro para isso”, disse.

Debates temáticos ganham espaço no evento

Realizado durante a ConExpo Latin America, o 30º Congresso da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC) contou com conferências técnicas sobre de temas como processamento de agregados (ministrado pela Mining Media International), segurança operacional (Comissão Nacional para Certificação de Operadores de Gruas/NCCCO), acesso motorizado (Federação Internacional de Plataformas Aéreas/IPAF), telemática (Associação dos Distribuidores de Equipamentos – AED) e concreto (Associação Nacional de Concreto Pré-Usinado).

 

 

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