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Revista M&T - Ed.295 - Julho de 2025
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ENTREVISTA – EDWARD MASON II

“Dívida é o beijo da morte para as empresas”

Em entrevista exclusiva, o CEO da Mason Holdings discorre sobre os desafios pelos quais a empresa passou ao longo de quase 50 anos de atuação, até atingir o momento atual de crescimento no país
Por Redação

IMAGENS: MASON


Em entrevista exclusiva à Revista M&T, o executivo Edward Munson Mason II, CEO da Mason Holdings, discorre sobre os desafios pelos quais a empresa passou ao longo de quase 50 anos de atuação, até atingir o momento atual de crescimento no país, marcado por uma significativa expansão dos negócios no mercado brasileiro.

Segundo ele, a empresa se beneficia de atuar em alguns dos mais representativos setores produtivos da economia nacional, incluindo energia, construção, agronegócio e locação de equipamentos, sempre com foco na distribuição de máquinas e na prestação de serviços.

Nascido nos Estados Unidos, Mason vive há mais de 37 anos no Brasil e, desde 2013, lidera de forma mais efetiva os negócios da empresa, que foi fundada pelo pai, Edward Munson Mason.

Após completar o ensino básico no Brasil, o executi


IMAGENS: MASON


Em entrevista exclusiva à Revista M&T, o executivo Edward Munson Mason II, CEO da Mason Holdings, discorre sobre os desafios pelos quais a empresa passou ao longo de quase 50 anos de atuação, até atingir o momento atual de crescimento no país, marcado por uma significativa expansão dos negócios no mercado brasileiro.

Segundo ele, a empresa se beneficia de atuar em alguns dos mais representativos setores produtivos da economia nacional, incluindo energia, construção, agronegócio e locação de equipamentos, sempre com foco na distribuição de máquinas e na prestação de serviços.

Nascido nos Estados Unidos, Mason vive há mais de 37 anos no Brasil e, desde 2013, lidera de forma mais efetiva os negócios da empresa, que foi fundada pelo pai, Edward Munson Mason.

Após completar o ensino básico no Brasil, o executivo voltou ao país norte-americano para obter a graduação em engenharia, além de participar do programa OPM (Owner/President Management), da Harvard Business School, considerada uma das melhores universidades de negócios do mundo.

Atualmente, Mason é diretor da Young Presidents Organization (YPO), organização global que reúne mais de 36 mil líderes empresariais em 142 países, principalmente CEOs, que tem como objetivo promover o desenvolvimento de lideranças por meio da troca de ideias, conhecimentos e experiências, além de já ter sido presidente da Associação Comercial dos Distribuidores da Cummins (ANDC).

À frente da Mason Holdings, o executivo é responsável por todas as empresas do grupo, incluindo a Mason Equipment, iniciada ainda nos anos 2000, que atualmente atua com produtos de 17 diferentes marcas, além de seminovos multimarcas.

“Ao longo dos últimos 45 anos, buscamos nos associar preferencialmente às empresas com a mesma filosofia que a Mason, isto é, que tenham compromisso com a qualidade e o suporte ao produto”, ele assegura.

“Assim, todos os produtos que representamos são Premium, reconhecidos mundialmente pela qualidade e performance.”

Acompanhe.

  • Quais são as vantagens de estruturar o grupo como uma holding?

Basicamente, usamos as holdings como organização societária. Ou seja, temos holdings para cada sócio, que são basicamente dois na empresa, incluindo minha irmã Melissa Mason Berto e eu. Essa é a maneira que utilizamos para estruturar a empresa. Além disso, a holding serve como estratégia para redução e/ou racionalização de impostos, visando à maior eficiência possível nas operações. Em 2013, quando meu pai, Edward Munson Mason, fundador da empresa, vendeu as ações para os filhos, resolvemos mudar a marca de Maserti para Mason, utilizando nosso próprio sobrenome junto ao termo Holding. Isso significa que se trata de uma empresa criada para deter e administrar participações em outras empresas, sem se envolver diretamente na produção de bens ou serviços. Como atualmente temos nove empresas, entendemos que era mais apropriada a utilização do termo Holding para os negócios.

Empresa foi criada para deter e administrar participações em outras empresas, explica Mason


  • Quais são as empresas que compõem a holding?

Atualmente, as empresas que fazem parte da Mason Holdings incluem a DCML Solutions, especialista em geração de energia, Industrial Equipment, para máquinas de construção pesada, mineração e indústria, Mason Agro, que comercializa máquinas e acessórios agrícolas, Mason Equipment, especializada em máquinas pesadas, Mason Rental, voltada para locação de máquinas e equipamentos, Mason Seminovos, para soluções em equipamentos usados, Mason Trucks, especialista em caminhões e ônibus, Mason Energy, que atua com painéis solares, e Mason Finance, com foco em consórcios.

  • Como a empresa escolhe as marcas com as quais pretende trabalhar no país?

Ao longo dos últimos 45 anos, buscamos nos associar preferencialmente às empresas com a mesma filosofia que a Mason, isto é, que tenham compromisso com a qualidade e o suporte ao produto. Assim, todos os produtos que representamos são Premium, reconhecidos mundialmente pela qualidade e performance. Hoje, a Mason é distribuidora oficial da Bobcat, Clark, Cummins Motores, Dynapac, Massey Ferguson, Sandvik, Komatsu e Volkswagen Caminhões, além de outras empresas, totalizando 17 marcas.

  • Qual é a estrutura atual em termos de abrangência física?

A Mason Holdings foi inaugurada em 1977, em Minas Gerais, mais especificamente em Belo Horizonte, no bairro Caiçara. Na época, vendíamos somente motores Cummins, mas a partir dos anos seguintes fomos adquirindo novos produtos e expandindo para outras regiões, até virarmos uma empresa realmente nacional. Evoluímos ao longo desses 48 anos de mercado, marcando presença hoje em 18 estados no Brasil, com 65 filiais focadas no atendimento aos nossos clientes nas regiões onde temos produtos alocados.

Segundo o CEO, setor de mineração e construção pesada vêm puxando os resultados


  • Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo desse tempo?

No último meio século, temos enfrentado o que qualquer empresário brasileiro basicamente enfrenta, incluindo choques econômicos, mudanças bruscas no cenário político, inflação galopante, juros altíssimos e, ainda, incertezas jurídicas. Dessa forma, tentamos ser flexíveis, enxutos como empresa, para enfrentarmos de frente essas dificuldades do mercado brasileiro, seguindo preparados para qualquer eventualidade que possa ocorrer.

  • Essa abordagem também se aplica às questões financeiras?

Em questões financeiras também, pois sempre fomos superconservadores e, ao mesmo tempo, muito agressivos comercialmente. Financeiramente, evitamos ao máximo contrair dívidas, pois no Brasil a dívida é o beijo da morte, uma vez que se entra nos juros e não se consegue mais sair, formando um ciclo vicioso. Então, tentamos sempre manter a abordagem mais conservadora possível, mesmo que percamos algumas oportunidades por isso. Por outro lado, temos a garantia de que estaremos aqui nos próximos 50 anos.

  • Como o mercado tem se comportado em 2025?

A primeira metade do ano foi muito desafiadora, com quase todas as empresas que atuam em nosso setor passando por situações mais difíceis. No entanto, não se trata apenas de uma questão de atividade econômica, pois as vendas estão razoáveis. A meu ver, o que mudou bastante o cenário foi a questão dos juros, que está fazendo com que o custo de capital de giro fique mais caro, afetando a linha final. Mesmo assim, o Grupo Mason Holdings faturou R$ 2,7 bilhões no ano passado, com expectativa de faturar R$ 3 bilhões em 2025. Os mercados com maior importância em tempos recentes têm sido o de mineração e o de construção pesada, que vêm puxando os resultados.

Estoques elevados nas distribuidoras têm um efeito de redução das margens, ele aponta


  • Como avalia a concorrência crescente no setor de máquinas pesadas?

Estamos enfrentando uma concorrência muito maior que no passado, com a entrada de vários concorrentes asiáticos, principalmente chineses, que estão pressionando para uma redução dos preços e das margens no mercado em geral. Além disso, os fabricantes instalados no Brasil continuam fabricando o mesmo volume que produziam no passado. Dessa maneira, contribuem para que haja estoques elevados nas distribuidoras. E isso também tem um efeito de redução de margens, pois aumenta a oferta e faz com que os preços caiam.

  • Como a parceria com serviços financeiros de fábrica ajuda nos resultados?

Em relação aos serviços financeiros, quase todos os fabricantes que representamos têm banco próprio ou contam com parceiros que oferecem condições competitivas, permitindo que os clientes possam financiar os equipamentos. Esse cenário tem sido importantíssimo especialmente nos últimos 18 meses, quando os juros começaram efetivamente a subir, possibilitando a oferta de condições mais favoráveis para que os clientes possam efetuar a compra.

  • Como é estruturado o pós-venda da empresa?

Em relação ao pós-venda, dividimos a operação entre peças, serviços técnicos, ferramentas e tecnologia da informação. De fato, o pós-venda é o coração da empresa, por meio do qual podemos nos diferenciar dos concorrentes. Sendo assim, contamos com 64 filiais no país, buscando manter a operação próxima para atender aos clientes no menor tempo possível e garantir a performance das máquinas.

O pós-venda é o coração da empresa, diz o executivo, o que permite se diferenciar da concorrência


  • Nesse aspecto, qual é a importância da tecnologia embarcada?

Hoje, todos os produtos são muito parecidos, até mesmo a tecnologia embarcada nos equipamentos é bem similar nas diferentes marcas. Desse modo, reforço que o verdadeiro diferencial competitivo está no atendimento ao cliente e no pós-venda. É nesse segmento que a empresa pode se destacar, mantendo verdadeiramente a fidelidade dos clientes.

  • Ainda em termos de tecnologia, como avalia o futuro do setor?

Em relação às novidades tecnológicas no nosso mercado, eu diria que atualmente os movimentos mais importantes estão em três frentes. O primeiro é a eletrificação dos equipamentos, buscando reduzir os poluentes e ser mais amigável ao meio ambiente. O segundo é o controle remoto das máquinas, o que reduz a exposição dos operadores ao risco. Já o terceiro é o monitoramento em tempo real das máquinas e seus componentes no campo, especialmente via satélite, que permite acompanhar a performance, prevenir acidentes e, caso ocorra alguma falha, também preparar a empresa para o atendimento. Com isso, é possível enviar peças e técnicos no menor tempo possível para atender à máquina parada.


Saiba mais:
Mason Holdings: www.masonholdings.com.br

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