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Revista M&T - Ed.178 - Abril 2014
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Plataformas Aéreas

Demanda por segurança aquece mercado

Com normas regulamentadoras cada vez mais rígidas para trabalhos em altura, equipamentos como plataformas aéreas incorporam tecnologias e ganham espaço no país

Desde 2007, quando a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) ampliou as exigências de segurança para trabalhos em altura, o mercado de plataformas aéreas não para de crescer. Aos poucos, essas máquinas vêm substituindo os andaimes e serviços de alpinismo industrial ao possibilitar operações mais seguras e eficazes. Relativamente recentes no país, as PTA – como são chamadas – vivem um verdadeiro boom, colocando o Brasil como um dos principais hot spots mundiais do segmento.

No último ano, de acordo com o Estudo Sobratema, foram vendidas 7,9 mil unidades, o que representa um impressionante crescimento de 36% sobre 2012. Para 2014, a avaliação dos fabricantes é que o mercado continuará em alta, impulsionado principalmente pelas crescentes exigências normativas sobre segurança.

De acordo com Marcelo Bracco, diretor geral da Haulotte no Brasil, atualmente já há duas normas nacionais que abordam diretamente as questões ligadas a esse mercado. “Mais genérica, a NR-18 é voltada para trabalhos em construção civil, com um apêndice para plataformas aéreas”, explica. “Já


Desde 2007, quando a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) ampliou as exigências de segurança para trabalhos em altura, o mercado de plataformas aéreas não para de crescer. Aos poucos, essas máquinas vêm substituindo os andaimes e serviços de alpinismo industrial ao possibilitar operações mais seguras e eficazes. Relativamente recentes no país, as PTA – como são chamadas – vivem um verdadeiro boom, colocando o Brasil como um dos principais hot spots mundiais do segmento.

No último ano, de acordo com o Estudo Sobratema, foram vendidas 7,9 mil unidades, o que representa um impressionante crescimento de 36% sobre 2012. Para 2014, a avaliação dos fabricantes é que o mercado continuará em alta, impulsionado principalmente pelas crescentes exigências normativas sobre segurança.

De acordo com Marcelo Bracco, diretor geral da Haulotte no Brasil, atualmente já há duas normas nacionais que abordam diretamente as questões ligadas a esse mercado. “Mais genérica, a NR-18 é voltada para trabalhos em construção civil, com um apêndice para plataformas aéreas”, explica. “Já a NR-35 é específica para a utilização de plataformas.”

DICOTOMIA

E o avanço tende a continuar, embora – como veremos – haja pontos essenciais a considerar em relação às operações. Em nível internacional, há normatizações bem mais completas que as nacionais, como a Ansi (norte-americana) e a CE (europeia). “No Brasil, ainda não está definido qual desses modelos internacionais se aplica melhor à nossa realidade”, relata o executivo. “Mas, como importamos máquinas da Europa, entendemos que a normatização de lá é mais segura e a adotamos nos nossos equipamentos.”

Apesar do necessário avanço na questão normativa, Bracco lembra que a utilização de tecnologias avançadas para promover a segurança operacional sofria críticas dos locadores de equipamentos, que historicamente são os principais compradores de plataformas e, para alguns fabricantes, chegam a representar 90% da clientela. “Nesse sentido, há apenas alguns anos os equipamentos eram criticados por incluírem muitos sensores de segurança, travando a operação em situação de risco, como a inclinação acima de 30 graus, por exemplo”, diz ele. “Mas hoje essa cultura já mudou um pouco, pois já se entende que, para acompanhar a evolução do mercado e das tecnologias, é preciso também qualificar operadores na utilização correta das soluções.”

Aliás, essa dicotomia é bem mais presente do que se imagina. Para Luis Nunes, gerente nacional de vendas da Genie, toda tecnologia que ofereça uma operação mais segura é sempre bem-vista, contanto que não prejudique a produtividade. “Por isso, em operações mais corriqueiras ou simples, quanto menos tecnologia embarcada melhor”, avalia o especialista. “Esse é o feedback que o mercado tem dado, principalmente para os equipamentos pantográficos, como as tesouras.”

Segundo ele, essa questão é tão importante que chega a pesar diretamente no resultado comercial da empresa, uma vez que os citados modelos pantográficos representaram cerca de 50% do volume total de 7,9 mil máquinas importadas pelo país em 2013.

Como contraponto, o instrutor de plataformas do Instituto Opus, Jacques Lavidi, destaca que o mercado tende a ser cada vez mais receptivo aos sensores de segurança, pois possibilitam que as plataformas de trabalho aéreo se tornem equipamentos mais seguros. Mas, novamente, a tecnologia em si não basta. “Apesar do avanço, a Legislação brasileira – ou seja, a NR-18 e a NR-35 – não está sendo devidamente aplicada e respeitada na íntegra, principalmente na formação de operadores aptos a lidar com máquinas de tecnologia avançada”, analisa. “O resultado disso são acidentes com lesões graves ou até mesmo mortes, como já vimos acontecer no Brasil.”

TECNOLOGIAS

Se a qualificação precisa avançar, em termos tecnológicos a oferta já é ampla. E o primeiro item da vasta lista de sensores de segurança disponíveis é o inclinômetro. De acordo com Alexandre Vaccari, coordenador de treinamento da Haulotte, este recurso tem a função de bloquear os movimentos de elevação, giro e translação ao detectar uma inclinação do equipamento superior à especificada em projeto. “Em resumo, esse sensor evita que o operador coloque a plataforma em condições instáveis que possam levá-la ao tombamento”, comenta.

Segundo ele, a normatização europeia também exige a presença de sensores que detectam se o equipamento está sobrecarregado, ou seja, se há peso excessivo sobre o cesto. Caso isso seja detectado, o sistema bloqueia todos os movimentos realizados pelo operador, assegurando que o usuário jamais utilize o equipamento em condições perigosas de sobrecarga. “Nesse caso, as funções só são liberadas para serem executadas por meio do painel de solo”, explica Vaccari.

Nunes, da Genie, cita ainda o sensor de chave limitadora, cuja principal função é regular a velocidade de deslocamento em relação à altura da plataforma. “Além desse, o Pothole Protection é outro sensor importante, pois é exclusivo para equipamentos pantográficos e protege o equipamento de possíveis tombamentos provocados por desníveis ou buracos no piso de trabalho”, ressalta o gerente.

A lista citada pelo especialista é complementada pelo sensor PBAS (Primary Boom Angle Sensor), que equipa as plataformas para trabalho acima de 24 m e impede a movimentação quando o equipamento ultrapassa os 65 graus de inclinação.

JLG anuncia plataforma como a maior na categoria

Segundo a fabricante, a plataforma de lança autopropulsada 1850SJ Ultra Boom possui alcance de aproximadamente 3 milhões de pés cúbicos de espaço volumétrico, o que a posiciona como é a maior mundo na categoria. Apresentada na ConExpo 2014, o equipamento possui motor turbo-diesel com 99,8 cv e atinge 58 m de altura de trabalho, permitindo aplicação em operações antes possíveis apenas para lanças montadas sobre caminhões. “Desde o maior envelope de trabalho ao acesso sem precedentes até as maiores velocidades de elevação, jib telescópico e telas de LCD, a lança JLG 1850SJ pode fazer com que nossos clientes trabalhem de forma mais eficiente e produtiva no canteiro de obras”, afirma Jeff Ford, diretor global de produtos da JLG.

Mercado deve movimentar 6 mil unidades em 2014

De acordo com a Haulotte, mesmo com oscilações a expectativa do mercado de plataformas aéreas de trabalho continua positiva no país. Segundo Marcelo Bracco, diretor geral da empresa no Brasil, as vendas neste ano devem ficar abaixo de 2013, mas acima de 2012. “O mercado deve fechar com cerca de 6 mil unidades vendidas”, diz ele. “Mas, tendo em vista que se trata de um ano de Copa do Mundo e eleições, com apenas oito meses ativos de mercado, é um resultado bem positivo.”

Jacques Lavidi, do Intituto Opus, também demonstra expectativa positiva para esse mercado. Para ele, como as Normas Regulamentadoras estão mais rígidas para trabalhos em altura, tende a haver um crescimento expressivo na compra de plataformas para uso em unidades industriais, minerações, construções e outros mercados.

Mais cautelosa é a visão de Luis Nunes, da Genie. Segundo ele, há muita incerteza no mercado, principalmente em função da taxa de câmbio. Com o dólar valorizado, diz ele, os fabricantes são mais afetados, pois todas as plataformas aéreas comercializadas no Brasil ainda são importadas. “No cenário nacional, no entanto, a expectativa é que a construção civil e a indústria continuem demandando equipamentos e incentivando a compra por parte das locadoras”, pondera. “Portanto, devemos ter mais um ano de bons resultados nas vendas.”

Confira alguns dispositivos de segurança em plataformas

1 - O FLASH DE LUZ é um item de segurança acionado quando a plataforma está em operação

2 - O DDR (Dispositivo Diferencial Residual) localiza-se entre as duas rodas, sendo acionado em caso de fuga de tensão na parte metálica da máquina ou mesmo se o operador encostar-se acidentalmente à extensão elétrica do cesto aéreo

3 - POTHOLE PROTECTION é a barra de segurança posicionada próxima ao solo e que protege contra tombamento em plataformas tipo tesoura. Se a plataforma for movimentada durante a operação (algo não recomendável) e passar por um buraco, o sistema equilibra o equipamento

4 - Presente em alguns modelos de plataformas tipo tesoura, o PUXADOR vermelho possibilita descidas de emergência

5 - O CABO ANTIESTÁTICO é um dispositivo contra choques, que fica encostado no chão para exaurir a estática

6 - O INCLINÔMETRO é o botão de cor branca, no lado direito da foto. Se a plataforma estiver fora do nível de inclinação de segurança, o dispositivo bloqueia a ação de içamento do cesto ou da plataforma.

 

 

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