Revista M&T - Ed.85 - Out/Nov 2004
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GESTÃO II

Como eleger o melhor pneu ?

Os critérios que elevem ser observados na escolha e as vantagens e desvantagens da construção diagonal e radial

Evidente que para se escolher o melhor pneu é preciso considerar um conjunto de fatores e um leque tão grande de variantes - onde cada tipo de trabalho tem sua nuance característica e o seu contexto pode influenciar em maior ou menor grau o critério de eleição do pneu. Consultar fabricantes, em todo caso, é sempre bem vindo, pois dos inúmeros pontos em comum podem haver diferenças gritantes nas especificações. Vale também conhecer a opinião de grandes usuários, envolvidos em diferentes aplicações.

O fator determinante, além de um período de testes com acompanhamento rigoroso, é o custo por unidade de trabalho, isto é, R$/h ou R$/km. Num primeiro momento, este custo nem sem


Os critérios que elevem ser observados na escolha e as vantagens e desvantagens da construção diagonal e radial

Evidente que para se escolher o melhor pneu é preciso considerar um conjunto de fatores e um leque tão grande de variantes - onde cada tipo de trabalho tem sua nuance característica e o seu contexto pode influenciar em maior ou menor grau o critério de eleição do pneu. Consultar fabricantes, em todo caso, é sempre bem vindo, pois dos inúmeros pontos em comum podem haver diferenças gritantes nas especificações. Vale também conhecer a opinião de grandes usuários, envolvidos em diferentes aplicações.

O fator determinante, além de um período de testes com acompanhamento rigoroso, é o custo por unidade de trabalho, isto é, R$/h ou R$/km. Num primeiro momento, este custo nem sempre é conhecido, mas qualquer outro critério, para muitos dos profissionais consultados, pode levar a conclusões errôneas. Já para pneus de equipamentos de transporte (caminhões de todos os tipos), existe um outro indicador que é o TKPH-tonelada por km/h. Este indicador cria uma relação direta entre o peso bruto total do caminhão e a velocidade máxima em que ele pode trafegar.

Paulo Oscar Auler Neto, da Odebrecht, acredita que os principais fatores são o tipo de aplicação aliado com a relação custo/benefício (resistência da carcaça X valor X resistência ao desgaste)."E o conjunto de fatores. Não há como isolar um fator. Pode-se ressaltar a fabricação nacional devido ao preço e a assistência. O número de reformas também é bastante importante", complementa Francisco Neto, consórcio construtor da Hidrelétrica de Capim Branco. Rafael Mohedano, da Tomé Engenharia, acrescenta ainda, na escolha do pneu, a performance anterior, e o suporte do fornecedor com relação a garantia e acompanhamento da vida quando instalado.

Uma vez que o tipo de pneu e a aplicação já foram definidos em nossa operação, diz Luiz Vasconcelos, da CVRD, "temos um acompanhamento de performance que visa estabelecer o custo /benefício de cada marca disponível nos tamanhos que utilizamos".

Ele lembra que, “como todo fabricante faz o acompanhamento em campo e conhece as aplicações tanto quanto nós mesmos, eles podem ofertar garantias de performance que acabam servindo como base de comparação e julgamento. A disponibilidade de entrega também é um fator importante".

DIAGONAL X RADIAL

Os pneus radiais, a exemplo do que aconteceu com os pneus de carga rodoviários, foram uma tendência que começou tímida e foi ganhando força a medida que os resultados foram aparecendo e os usuários desenvolveram uma cultura de manutenção. No caso de pneus OTR os radiais são uma forte tendência no futuro, contudo é importante salientar que certos tipos de trabalho podem ter exigências que tornam a utilização de um produto com vantagens relativamente notórias num verdadeiro fiasco.

Como lembra Luiz Vasconcelos, o advento do pneu radial veio permitir maior capacidade de carga num volume mais compacto (lembrando que o que determina a capacidade de carga do pneu é o volume de ar que ele contém), porém isso tem suas limitações. O pneu diagonal pode ser desenvolvido para suportar grandes cargas, mas isso certamente redunda em maior volume total, formado em grande parte pela carcaça mais robusta, o que o torna muito sensível à velocidade. "Assim, em carregadeiras por exemplo, onde o mais importante é a capacidade de carga e não a velocidade, é uma aplicação interessante até porque flexionam menos, proporcionando um maior conforto ao operador. Já em caminhões, que necessitam de velocidade e a flexão é menos constante, o ideal são os pneus radiais", diz ele. "O radial absorve mais as ir regularidades do solo, se moldando mais às imperfeições, dando mais tração e conforto de operação. Os diagonais são mais resistentes a cortes laterais, permitindo normalmente uma maior reutilização das carcaças", resume Paulo Oscar Auler Neto.

"Os pneus diagonais industriais possuem uma longa vida útil porque aproveitamos a carcaça para recapagens e por terem talão mais firme dão maior segurança na operação com carga minimizando as oscilações laterais das máquinas e conjuntos transportadores", explica Rafael Mohedano, da Tomé Engenharia. Os pneus radiais, segundo ele, apresentam uma durabilidade maior quando novos, mas dificilmente permitem recapagem, porque ocorrem muitos deslocamentos de carcaças e também são mais sensíveis às oscilações das máquinas com carga.

É certo que o pneu radial possui um investimento inicial maior e talvez a sua maior desvantagem seja a sua lateral mais frágil, em relação ao pneu diagonal. Nesse sentido, em aplicações com trabalho em rocha, onde a maior parte das ocorrências com pneus é o corte ou perfuração com pedras na lateral, este tipo de pneu torna-se inviável, pois a perda da carcaça gera um custo muito alto. Já para uso em trabalho sobre solo (argila) parece não haver limitação para o uso do pneu radial.

Silvimar Fernandes Reis, da Galvão Engenharia, concorda com o maior investimento inicial dos pneus radiais e sua desvantagem em relação aos radiais nas aplicações em que o risco de acidente é maior (pedras, choques, etc). Ele, no entanto, vem tendo uma boa experiência com o uso da tecnologia radial. "Os radiais tem melhor aderência, melhoram a produtividade (apesar de algum aumento de consumo de combustível), e proporcionam melhor dirigibilidade em caminhões, melhor resultado nas recapagens, e menor custo".

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