Revista M&T - Ed.288 - Outubro 2024
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ENTREVISTA – FERNANDO ARAGÃO

Algo mágico acontece quando se assume riscos

“Acredito no poder do empreendedorismo como melhor alternativa para a transformação do país, criação de renda por meio do trabalho e fortalecimento dos valores da sociedade”, afirma o CEO da Armac

Após três décadas de atuação, a Armac vive um novo momento de sua história ao ampliar o faturamento a uma taxa de 35% a.a. nos últimos dois exercícios. Fruto do empreenderorismo de José Augusto Aragão, a empresa foi fundada na cidade de São Paulo em 1994 como prestadora de serviços especializados e locadora de máquinas, visando atender a projetos de pequeno porte em construção e infraestrutura.

A partir de 2009, passou a priorizar o rental, ganhando maior protagonismo no mercado. Anos depois, já em 2020, a empresa recebeu um aporte de R$ 125 milhões do fundo Speed, gerido pela Gávea Investimentos, encerrando o ano com uma frota de 1.046 equipamentos.

No ano seguinte, fez oferta pública inicial (IPO) na B3 e tornou-se uma companhia aberta, adquirindo empresas como RCB e Bauko para diversificar o portfólio e chegando a 10,5 mil máquinas na frota, com presença em 417 cidades de 23 estados brasileiros.

Atual CEO, Fern


Após três décadas de atuação, a Armac vive um novo momento de sua história ao ampliar o faturamento a uma taxa de 35% a.a. nos últimos dois exercícios. Fruto do empreenderorismo de José Augusto Aragão, a empresa foi fundada na cidade de São Paulo em 1994 como prestadora de serviços especializados e locadora de máquinas, visando atender a projetos de pequeno porte em construção e infraestrutura.

A partir de 2009, passou a priorizar o rental, ganhando maior protagonismo no mercado. Anos depois, já em 2020, a empresa recebeu um aporte de R$ 125 milhões do fundo Speed, gerido pela Gávea Investimentos, encerrando o ano com uma frota de 1.046 equipamentos.

No ano seguinte, fez oferta pública inicial (IPO) na B3 e tornou-se uma companhia aberta, adquirindo empresas como RCB e Bauko para diversificar o portfólio e chegando a 10,5 mil máquinas na frota, com presença em 417 cidades de 23 estados brasileiros.

Atual CEO, Fernando Aragão ingressou há quase dez anos na empresa, tendo o privilégio de acompanhar de perto e se inspirar no pai para dar prosseguimento à trajetória de sucesso da companhia.

Economista formado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, Fernando Aragão iniciou a carreira como trainee na empresa de gestão e finanças Estáter e, posteriormente, foi analista na Rochschild, um dos maiores grupos independentes de consultoria financeira do mundo.

Em 2015, deixou a breve experiência no mercado financeiro para se juntar à Armac, inicialmente como diretor-presidente.

“Acredito no poder do empreendedorismo como melhor alternativa para a transformação do país, criação de renda por meio do trabalho e fortalecimento dos valores da sociedade”, afirma o executivo nesta entrevista exclusiva à Revista M&T.

Acompanhe os principais trechos.

  • Qual é a estrutura e como a empresa se posiciona no mercado?

A Armac é líder nacional em aluguel de máquinas de Linha Amarela e caminhões vocacionais, especialmente basculantes e pipas. Além do aluguel, oferecemos um extenso portfólio de serviços especializados aos segmentos de mineração, florestal, agrícola e industrial, que contribuem para tornar as operações mais eficientes e seguras. Nossos mais de 6 mil colaboradores são o principal recurso, garantindo o suporte necessário para manter a frota de 10,5 mil ativos em funcionamento, muitas vezes 24 h por dia. Além de serviços e locação, contamos ainda com uma rede de lojas de seminovos para atender clientes que optam pela compra, oferecendo inclusive acesso a financiamento.

  • Quais foram os resultados com locação nos últimos dois anos?

Os resultados têm sido encorajadores. Nos últimos dois anos, crescemos o faturamento a uma taxa de 35% a.a., reforçando a confiança dos clientes na companhia e no nosso modelo de negócios. Esse crescimento ocorreu em todas as categorias de máquinas, de maneira bastante uniforme e robusta.

  • Há três anos, a empresa abriu o capital na B3. O que isso representou em termos de gestão e resultados?

Quando abrimos o capital (em julho 2021), éramos pequenos para os padrões da Bolsa, com receita anual de R$ 317 milhões e frota de 1.902 equipamentos. Porém, enxergávamos um imenso potencial pela confiança dos clientes. Como companhia de locação e serviços, não ganhamos quando o equipamento quebra, por meio da venda de peças, mas sim apoiando os clientes a produzir mais. E, nesses três anos, o crescimento surpreendeu até mesmo os mais otimistas, com o faturamento se multiplicando seis vezes e o lucro quatro vezes, em um período difícil por conta da taxa de juros. Além disso, a abertura de capital também nos levou a um novo patamar de governança corporativa e transparência financeira, o que traz solidez e conforto aos parceiros de negócio.


Desde o IPO, o crescimento da Armac surpreendeu até os mais otimistas, revela Aragão

  • Como é a distribuição da frota por modelos?

Com 10,5 mil ativos na frota, oferecemos uma solução completa quando o assunto é movimentação de terra e pavimentação, com equipamentos multimarcas de variados portes, desde compactos de 1 t até escavadeiras de 50 t e tratores de esteira de 42 t. Também oferecemos equipamentos específicos e de baixa oferta no mercado, como vibroacabadoras, recicladoras de asfalto, escavadeiras de pneus e outros.

  • Qual é a amplitude de cobertura da rede?

Contamos com 32 pontos de apoio de manutenção, mais de 1 mil mecânicos para cobertura em território nacional e frota própria com mais de 100 carretas para movimentação de equipamentos. A oficina mecânica principal conta com mais de 300 mil m² de área, sendo capaz de reparar acima de 400 equipamentos ao mês. Essa rede de cobertura e manutenção levou 30 anos para ser construída, tornando-se um diferencial no mercado.

  • Quantos clientes são atendidos atualmente e como a empresa atua no atendimento dessa carteira?

Contamos com mais de 2 mil clientes ativos nos mais diversos segmentos. Desde agronegócio até mineração, infraestrutura e terraplenagem, passando por terminais, portos e siderurgia, oferecemos soluções em linha com os objetivos dos nossos parceiros, com operações seguras, produtivas e eficientes. Em operações de grande porte, implantamos oficinas dedicadas e estoques avançados de peças no canteiro dos clientes. E, para atender equipamentos em operações de menor porte, contamos com 32 pontos de apoio e mecânicos volantes, que servem raios específicos de atendimento.


Segundo o executivo, rede robusta de cobertura e manutenção é o diferencial da companhia

  • Como avalia o avanço da cultura de uso no país?

Os clientes estão sempre em busca de produzir mais usando menos recursos. E a locação é uma ótima maneira de atingir esse objetivo, pois o cliente pode escolher a máquina certa para o serviço, com a flexibilidade de devolvê-la quando o projeto acaba ou é interrompido. Em um país com altas taxas de juros e volatilidade na economia, essa flexibilidade significa menor risco e menos custos financeiros. Além disso, como o locador é responsável pela manutenção, o cliente pode focar na produção, sem se distrair com a necessidade de buscar peças ou contratar serviços. Por essas razões, o crescimento da locação é uma tendência no mundo inteiro, e no Brasil não é diferente.

  • De que maneira a tecnologia faz a diferença nessa decisão?

Sem dúvida, a tecnologia é um aliado dos clientes quando contribui para a produtividade das operações. Mas para que o uso da tecnologia seja mais efetivo, o desafio dos fabricantes é difundir mais o conhecimento para que os operadores possam extrair todos os benefícios do investimento adicional nas máquinas.

  • De que maneira a agenda ESG pode impulsionar o rental?

A locação é a melhor forma de compartilhar o uso de um equipamento entre diversas aplicações. E o compartilhamento do uso é a melhor maneira de reduzir a pegada de carbono de diversas indústrias, incluindo máquinas e equipamentos. Sabe-se que a pegada de carbono da produção fabril representa uma parcela relevante das emissões de CO2 na vida do equipamento. Sendo assim, quanto menos equipamentos o mundo precisar produzir, melhor será para o planeta. Isso faz com que soluções de compartilhamento e extensão de vida útil sejam valorizadas por empresas preocupadas com o meio ambiente. Na Armac, graças à oficina central, conseguimos manter máquinas operando por até 10 anos em condições satisfatórias de uso.


Rede de cobertura e manutenção levou 30 anos para ser construída, diz o CEO

  • Como a empresa avalia a transição tecnológica e seus impactos nos negócios?

A busca por soluções energéticas mais eficientes é nossa responsabilidade com as futuras gerações. Nesse sentido, a Armac – como maior frotista do Brasil – tem um papel a cumprir ao difundir novas tecnologias que tornem o uso das máquinas mais eficiente e seguro para os clientes. Nesse sentido, trabalhamos com parceiros para monitorar a evolução de novos combustíveis como o hidrogênio, assim como máquinas elétricas e híbridas. Assim que essas soluções estiverem disponíveis, promovendo uma operação segura e eficiente, entrarão em nossa linha de produtos disponíveis para os clientes.

  • Com uma estrutura tão robusta, como a empresa atua na capacitação de profissionais?

A educação é um pilar estratégico para o crescimento dos negócios e a transformação social. Dentre os programas educacionais da Armac, destaca-se a Academia Bravos, que oferece cursos híbridos e presenciais para formação de operadores, mecânicos e outras funções essenciais. Localizada em Vargem Grande Paulista (SP), a Academia possui estrutura de 10 mil m2 onde são ministrados cursos híbridos e presenciais de manutenção de sistemas de climatização, material rodante, pintura, borracharia, soldagem, lubrificação, lavagem e outros, com média de três meses de duração. Recentemente, a escola entregou o certificado de número 1 mil.

  • Qual é o percentual de absorção desses talentos na companhia?

O índice de retenção é de mais de 75% entre os profissionais formados em nosso curso inicial, pois a capacitação dos colaboradores reflete-se em maior segurança e produtividade nas operações. Além da Bravos, todavia, também oferecemos iniciativas como os programas “Graxinhas” (jovem aprendiz), “EmFrente” (que subsidia parte da mensalidade em ensino superior) e “Vai que Dá” (para desenvolvimento de lideranças), além de uma plataforma de ensino a distância.


Oficina central permite manter máquinas operando por até 10 anos

  • Sendo líder de uma empresa familiar, como avalia a importância do empreendedorismo?

Meu pai, José Augusto Aragão, foi um empreendedor no setor de terraplenagem por toda a vida. Desde muito novo, tive o privilégio de acompanhar de perto e aprender com sua trajetória, inspirando-me nele para seguir o caminho do empreendedorismo, junto ao meu irmão. Assim, acredito no poder do empreendedorismo como melhor alternativa para a transformação do país, criação de renda por meio do trabalho e fortalecimento dos valores da sociedade. Algo mágico acontece quando o ser humano assume riscos e se compromete com uma causa. Sou fascinado por esse sentimento.

  • Por fim, qual é a projeção da empresa para 2024?

O ano de 2024 será mais um ano de crescimento consistente. Enxergamos demanda resiliente nos segmentos de infraestrutura, mineração e agronegócio, setores em que o Brasil ainda tem muito por fazer e nos quais não faltam oportunidades para exercermos a nossa missão, que é apoiar as pessoas que estão ajudando a construir o país.


Saiba mais:
Armac:
armac.com.br

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