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Revista M&T - Ed.273 - Maio 2023
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ENTREVISTA – Adriano Merigli

O desafio é entender para onde o mercado vai

Recém-anunciado como novo presidente da JCB para Brasil e América Latina, o executivo Adriano Merigli chega ao cargo com diversos desafios

Recém-anunciado como novo presidente da JCB para Brasil e América Latina, o executivo Adriano Merigli chega ao cargo com diversos desafios para a gestão que se inicia, em especial a esperada retração do mercado de máquinas em 2023, além da persistente instabilidade logística do setor, não somente no país, mas no mundo. “Há uma forte pressão sobre os nossos custos e, consequentemente, um impacto para toda a cadeia”, ele avalia. “No entanto, as equipes estão trabalhando muito próximas dos nossos parceiros e fornecedores para minimizar os riscos”, afirma.

Com mais de três décadas de experiência em empresas multinacionais e familiares, Merigli conhece a fundo a volatilidade do mercado e seus meandros, tendo atuado em diferentes posições de liderança em áreas distintas das organizações por onde passou, como finanças e serviços financeiros (banco, consórcio e seguros), além de gest&atild


Recém-anunciado como novo presidente da JCB para Brasil e América Latina, o executivo Adriano Merigli chega ao cargo com diversos desafios para a gestão que se inicia, em especial a esperada retração do mercado de máquinas em 2023, além da persistente instabilidade logística do setor, não somente no país, mas no mundo. “Há uma forte pressão sobre os nossos custos e, consequentemente, um impacto para toda a cadeia”, ele avalia. “No entanto, as equipes estão trabalhando muito próximas dos nossos parceiros e fornecedores para minimizar os riscos”, afirma.

Com mais de três décadas de experiência em empresas multinacionais e familiares, Merigli conhece a fundo a volatilidade do mercado e seus meandros, tendo atuado em diferentes posições de liderança em áreas distintas das organizações por onde passou, como finanças e serviços financeiros (banco, consórcio e seguros), além de gestão comercial e suporte direto aos clientes.

Além de participar da implementação de políticas corporativas, o executivo já atuou com revisão de processos e planejamento e execução de estratégias para diferentes negócios, incluindo operações de M&A (fusões e aquisições) de grande porte.

Bem conhecido no setor, em seu currículo profissional o executivo tem passagens por diferentes empresas do Grupo Volvo, ocupando posições decisórias como presidente do Banco Volvo no Brasil, vice-presidente de Desenvolvimento de Concessionários para a América Latina, CFO no México, presidente da Volvo na Argentina, diretor executivo da concessionária Tracbel e vice-presidente sênior da Volvo Construction Equipment para o mercado Internacional, cargo no qual cuidou de 72 países em vários continentes e diferentes perfis de mercado.

Agora, Merigli assume as operações da JCB em Sorocaba, no interior de São Paulo, sucedendo a José Luis Gonçalves, que se transfere para uma nova posição na matriz da empresa, na Inglaterra. “Estamos ansiosos para entender que rumos tomarão a reforma tributária e o marco do saneamento, por exemplo”, diz ele. “Isso está fortemente vinculado aos resultados potenciais desses setores e, consequentemente, do mercado brasileiro como um todo.”

Acompanhe a seguir a entrevista exclusiva à Revista M&T.

  • Quais são os desafios que espera na nova gestão?

Sem dúvida, o principal desafio no curto prazo é gerenciar o ciclo de negócios, visando manter uma posição forte para a retomada do mercado. No momento, o mais desafiador é entender para onde o mercado está se direcionando e, por consequência, como os clientes estão planejando seus investimentos. Além disso, buscamos manter a produção industrial ativa, sempre cuidando dos nossos colaboradores, ativos e redes de distribuição.

  • Qual é a sua visão do mercado nacional de máquinas nesse momento?

Pelas projeções, entendemos que os mercados em que participamos (construção, agrícola e florestal) irão se reduzir em 10% com relação ao excelente ano de 2022. No entanto, o mercado latino-americano de máquinas, que tem no Brasil sua maior economia regional, ainda tem muito a crescer e, confiantes nisso, estamos preparados para ocupar nosso lugar nesses mercados.


Fabricante espera aumentar em 10% os volumes de produção em 2023, diz Merigli

  • Como enxerga os impactos da conjuntura global no setor, especialmente em relação à cadeia de suprimentos?

De fato, a conjuntura ainda é de um ambiente instável e repleto de desafios. Em geral, há uma forte pressão sobre os nossos custos e, consequentemente, um impacto relevante para toda a cadeia. Nesse quadro, a logística continua com gargalos importantes e desafiando nossas equipes no dia a dia. Mesmo assim, estamos conseguindo cumprir nossos compromissos com os clientes, pois nossas equipes estão trabalhando muito próximas de parceiros e fornecedores para minimizar os riscos dessa situação.

  • Qual é o posicionamento atual da empresa no país em termos comerciais?

Atualmente, ocupamos a liderança incontestável em retroescavadeiras e manipuladores telescópicos (Loadall) no Brasil. Porém, estamos conquistando um espaço cada vez maior em mercados disputados como os de pá carregadeiras e escavadeiras. Para isso, contamos com uma sólida rede de distribuição, que nos permite manter foco total no pós-venda, oferecendo alta qualidade de serviços e disponibilidade de peças.

  • Como avalia o dinamismo dos setores de construção, agribusiness e mineração na América Latina?

Sabemos que o agronegócio tem um papel fundamental nas economias dos mercados onde atuamos, um segmento que inclusive está em nosso DNA [a empresa iniciou suas atividades em 1945 com produtos para o setor]. Hoje, esperamos uma boa safra no Brasil, mas vemos grandes desafios na Argentina. Já o setor de construção está aguardando por decisões que definam os rumos da economia nos próximos meses. O fato é que há muito por fazer em infraestrutura nos países da região.


Segundo o presidente, a nova linha de manipuladores é versátil e tem preço mais atrativo

  • A que tipo de decisões se refere especificamente?

Estamos ansiosos para entender que rumos tomarão a reforma tributária e o marco do saneamento, por exemplo. Isso está fortemente vinculado aos resultados potenciais desses setores e, consequentemente, do mercado brasileiro como um todo.

  • Qual é a avaliação dos resultados obtidos em 2022? E o que espera para 2023?

Em 2022, tivemos um crescimento relevante em volume de produção, de aproximadamente 20%. E, para 2023, devemos aumentar em 10% nossos volumes de produção, em comparação ao ano passado, aumentando assim nosso market share em 20%.

  • Com esse crescimento, qual é a ocupação atual da fábrica?

Em Sorocaba, estamos trabalhando com a capacidade total para um turno de trabalho, tanto na fabricação quanto na montagem dos equipamentos. Atualmente, estamos com uma ocupação cerca de 10% maior das linhas em relação ao mesmo período do ano passado.


Aposta da JCB em elétricos está atrelada à infraestrutura para receber as novas tecnologias

  • Quais são os planos de novos lançamentos e ações na oferta para a região?

Recentemente, lançamos uma nova linha de manipuladores telescópicos de 3 t (composta pelos modelos Loadall 530-70 e 530-110). Trata-se de um produto simples, versátil e com um preço muito atrativo, feito especialmente para o mercado brasileiro.Atualmente, a linha ainda é totalmente importada, mas em breve devemos iniciar a produção dessas máquinas no Brasil. Outro lançamento recente que fizemos foi a linha completa de plataformas elevatórias elétricas (compostas por oito modelos: S1530E, S1930E, S2030E, S2632E, S2646E, S3246E, S4046E e S4550E), com alturas que variam de 4,6 a 13,8 m.

  • Quais são os desafios para a indústria no processo de descarbonização em curso?

Esse processo está em andamento e já temos produtos em teste e/ou operação em alguns países. Dentre as novas plataformas ascendentes, acreditamos em motores a hidrogênio para equipar os nossos equipamentos. Assim como na gama elétrica, que já está disponível para os modelos de pequeno porte. A estratégia é manter-se preparado para quando os mercados finalmente iniciarem os movimentos de infraestrutura para receber as novas tecnologias. Posso garantir que participaremos ativamente das discussões com o governo, seja federal ou estaduais, para avançar nesse importante tema.

  • Como a empresa se insere nessas tendências tecnológicas?

Historicamente, a JCB foi a primeira marca global a produzir uma máquina elétrica de construção em série, assim como também foi a primeira fabricante a acreditar nesse mercado e, inclusive, a importar esse novo conceito de equipamento para o Brasil. Mas não paramos nisso. Em 2021, trouxemos a primeira miniescavadeira elétrica para o Brasil, que estamos utilizando para realizar demonstrações em operações clientes. E o mesmo ocorre em outros países da América Latina, como o Chile. A eletrificação com foco em hidrogênio, essa é a nossa linha de desenvolvimento principal nesse contexto.


Produtos a hidrogênio compõem a principal linha de desenvolvimento da marca, confirma o executivo

  • Por fim, quais as expectativas para o ano em curso?

Devemos ter um ano de incertezas, mas com boas projeções. O mercado ainda será forte, mesmo com uma redução esperada em relação ao ano anterior. Como disse acima, estamos particularmente preparados para ganhar market share nos segmentos de escavadeiras e pás carregadeiras, mantendo nossa liderança em retroescavadeiras e manipuladores telescópicos. Além disso, trabalharemos para fortalecer e manter a relação – que já é muito próxima – com nossos clientes e rede de distribuidores.

Saiba mais:
JCB: www.jcb.com/pt-br

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