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Revista M&T - Ed.293 - Maio/2025
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ENTREVISTA - MAURÍCIO BIADOLA

A transição exige inovação e pragmatismo

Em entrevista exclusiva, o executivo aborda a diversificação do portfólio e as estratégias da Cummins na transição energética
Por Redação


FOTO: CUMMINS


Investindo no aprimoramento da eficiência energética de seus produtos, a Cummins é uma das fabricantes que mais tem avançado na redução de emissões em motores para o segmento fora de estrada em âmbito global.

Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o executivo Mauricio Biadola – que assumiu a posição de diretor de vendas Off Highway da marca para o Brasil no dia 1º de março – aborda a diversificação do portfólio da fabricante, que atualmente inclui avançados motores a diesel e modelos compatíveis com biocombustíveis, além de avaliar a aposta em tecnologias de eletrificação e o uso de hidrogênio em motores a combustão, preparando-se para as demandas futuras da indústria.

Engenheiro mecânico formado pela FEI (Fundação Educacional Inaciana Padre Sabó



FOTO: CUMMINS


Investindo no aprimoramento da eficiência energética de seus produtos, a Cummins é uma das fabricantes que mais tem avançado na redução de emissões em motores para o segmento fora de estrada em âmbito global.

Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o executivo Mauricio Biadola – que assumiu a posição de diretor de vendas Off Highway da marca para o Brasil no dia 1º de março – aborda a diversificação do portfólio da fabricante, que atualmente inclui avançados motores a diesel e modelos compatíveis com biocombustíveis, além de avaliar a aposta em tecnologias de eletrificação e o uso de hidrogênio em motores a combustão, preparando-se para as demandas futuras da indústria.

Engenheiro mecânico formado pela FEI (Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros), com MBA executivo pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Biadola conta com22 anos de experiência em diferentes empresas globais, como Bridgestone, Magna, Lear e Adient.

Antes do cargo atual, o executivo atuava como gerente sênior de vendas, marketing e comunicação na CDBS (Cummins Drivetrain and Braking Systems), divisão de eixos da marca.

Desde 2022, também esteve à frente do processo de Integrated Business Planning (IBP) na região, com foco na gestão de demanda e no alinhamento estratégico do negócio.

Com sólida experiência em vendas e marketing no setor automotivo, o diretor inicia a nova gestão com o propósito de expandir a presença da companhia no segmento fora de estrada, reforçando a estratégia comercial e o relacionamento com os clientes.

“A transição energética exige inovação e pragmatismo, impulsionando tecnologias aplicáveis hoje e aproveitando as vocações naturais do Brasil para fontes renováveis”, diz ele.

“É essa combinação de visão estratégica e soluções concretas que nos permite liderar a evolução do setor, entregando eficiência, segurança e competitividade aos nossos clientes.”

A seguir, acompanhe os principais trechos.


  • Como avalia os resultados do mercado de motores em 2024?

No ano passado, o segmento de motores no Brasil apresentou um desempenho expressivo. Registramos crescimento de 44% na produção em comparação a 2023, refletindo a força do portfólio, a confiança dos clientes e a capacidade de resposta às demandas. O aumento expressivo da produção foi impulsionado pelo fortalecimento da base de clientes e a diversificação de aplicações atendidas – como geração de energia, construção, agricultura, transporte e exportação, entre outros –, além de uma operação industrial eficiente e resiliente.

Segundo o diretor, aumento da produção foi impulsionado pelofortalecimento da base de clientes e diversificação das aplicações (FOTO: CUMMINS)


  • Qual é a projeção por segmento para 2025?

Em 2024, registramos um crescimento expressivo de 32% no segmento de construção, refletindo a recuperação do setor e o fortalecimento da nossa presença no mercado. Para 2025, a expectativa é manter o volume de produção, garantindo continuidade no atendimento com eficiência e confiabilidade. No setor agrícola, projetamos crescimento de 46% na produção em relação a 2024. Essa expansão acompanha a recuperação do ritmo de negócios no campo, impulsionada por projeções positivas de grandes clientes.

  • A Cummins Brasil exporta cerca de 15% da produção. Qual é a importância disso para a operação local?

As exportações exercem papel estratégico na operação ao contribuírem para o equilíbrio entre os ciclos de demanda do mercado interno e as oportunidades globais. Ademais, a participação da exportação nos resultados demonstra a competitividade da operação local e sua relevância na cadeia global da companhia. Além de reforçar nossa presença internacional, a diversificação de mercados ajuda a mitigar riscos associados às variações regionais de demanda, contribuindo para a estabilidade e a previsibilidade da produção no Brasil. Essa dinâmica fortalece o posicionamento da unidade brasileira como um polo confiável de manufatura e abastecimento para diferentes regiões do mundo.

  • Como define o posicionamento da empresa no mercado brasileiro?

Atualmente, a marca ocupa a liderança em soluções de trens de força, com presença em quase 100% das montadoras. A oferta inclui tecnologias diversificadas, elevando a nossa expertise sobre as necessidades reais dos clientes. Com o portfólio mais amplo de sua história, a Cummins reforça o posicionamento estratégico também como líder em soluções energéticas para mobilidade sustentável.

  • Pode citar exemplos dessas soluções?

A Cummins avança com soluções que promovem redução imediata de emissões, incluindo motores compatíveis com biocombustíveis como etanol, gás natural e biometano, além de motores de combustão interna a hidrogênio e projetos híbridos, combinando tecnologias para ampliar a eficiência e acelerar a transição energética. A avançada linha Accelera by Cummins (dedicada a tecnologias de emissão zero) já entrega tecnologias como baterias e células de combustível com zero emissão, enquanto soluções intermediárias, como hibridização e eixos elétricos, conectam o presente ao futuro descarbonizado.

Proposta da marca inclui motores de combustão interna compatíveis com biocombustíveis como etanol, gás natural e biometano, além de modelos a hidrogênio e projetos híbridos (FOTO: CUMMINS)


  • Há uma preocupação quanto à disponibilidade imediata de soluções?

A marca entende que a transição energética exige inovação e pragmatismo, impulsionando tecnologias aplicáveis hoje e aproveitando as vocações naturais do Brasil para fontes renováveis. É essa combinação de visão estratégica e soluções concretas que nos permite liderar a evolução do setor, entregando eficiência, segurança e competitividade aos nossos clientes.

  • A que se refere exatamente quando cita “pragmatismo”?

Por meio da estratégia global “Destino ao Zero”, a Cummins adota uma abordagem diversificada para a descarbonização, pois reconhece que não há uma solução única para a transição energética. Nosso portfólio reflete essa visão, integrando tecnologias que atendem às diferentes realidades do mercado, considerando a infraestrutura disponível e a viabilidade econômica para os clientes. Até porque, no futuro, os motores a combustão continuarão desempenhando um papel fundamental no transporte de cargas, especialmente em segmentos onde a eletrificação ainda enfrenta desafios estruturais.

  • Considerando esse processo, quais foram os avanços obtidos nos últimos anos?

Entre os avanços mais significativos estão motores compatíveis com misturas de biodiesel (até B20), a plataforma de motores a gás e o conceito do motor a etanol, apresentado em 2024. Também evoluímos nossas tecnologias de pós-tratamento, como o sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva), pioneiro no mercado nacional e essencial para atender às regulamentações ambientais mais rigorosas como o Euro VI.

A Cummins reforça o posicionamento estratégico com o portfólio mais amplo de sua história, diz Biadola (FOTO: CUMMINS)


  • O que isso representa em termos técnicos?

A busca por maior eficiência tem permitido que nossos motores convertam mais energia do combustível, enquanto o uso de materiais avançados, como ligas de alumínio e compósitos, reduz o peso e melhora a durabilidade. Também temos aprimorado a aerodinâmica interna, otimizando o design das câmaras de combustão. Em tratores agrícolas, nossa equipe de engenharia desenvolveu um cárter estrutural para motores fora de estrada de 4,5 l, um sistema fundamental no projeto monobloco do equipamento.

  • Nesse sentido, o que pode destacar do portfólio atual?

Apresentado como conceito no final de 2024, o motor B6.7 a etanol reforça a estratégia em combustíveis alternativos. Para o setor off-highway, vale destacar a linha de motores de 4 cilindros, com a maior densidade de potência do mercado brasileiro. Disponível em versões eletrônica (QSF4.5, de 210 hp a 2.300 rpm) e mecânica (F4.5, de 149 hp a 2.200 rpm), a plataforma traz design modular que facilita o processo de manutenção e, por ser compacto, contribui para o projeto do cliente, flexibilizando soluções de engenharia.

  • Por que o motor multicombustíveis pode ser considerado um marco para a indústria?

A nova plataforma de motores HELM (Higher Efficiency, Lower Emissions and Multiple Fuels) representa um avanço significativo. Trata-se de uma plataforma com arquitetura agnóstica desenvolvida para operar com diesel e outras fontes, como gás natural, biocombustíveis e hidrogênio. A base do motor é a mesma, o que muda são os componentes do cabeçote, desenvolvidos especificamente para o combustível que melhor atenda às necessidades dos clientes, bastando substituir o cabeçote e o sistema de injeção, enquanto o bloco se mantém.


Com arquitetura versátil, a plataforma HELM pode operar com diesel e outras fontes de energia, como gás natural, biocombustíveis e hidrogênio, explica o executivo (FOTO: CUMMINS)


  • A propósito, quais são as alternativas mais viáveis para reduzir as emissões?

A resposta depende do contexto de cada país. Quando olhamos para o Brasil, é fundamental considerar a força da nossa matriz energética e o papel consolidado dos biocombustíveis. Tecnologias baseadas em fontes como biodiesel, biometano e etanol se apresentam como alternativas viáveis, escaláveis e de menor impacto na infraestrutura existente, o que acelera a adoção e contribui de forma prática para a redução das emissões.

  • Nesse contexto, a sobrevida do diesel tende a ser longa?

Nos próximos anos, o diesel continuará desempenhando um papel fundamental no transporte de cargas e em aplicações industriais, especialmente onde a infraestrutura de eletrificação ainda enfrenta desafios. Fatores como alta eficiência energética, durabilidade e longa vida útil justificam sua presença em veículos pesados e equipamentos off-road. Na Cummins, a evolução do diesel segue em curso, com avanços como sistemas de injeção de alta pressão, tecnologias de pós-tratamento de emissões (como filtros de partículas e catalisadores SCR) e uma crescente adoção de biodiesel.

  • Além das plataformas multicombustíveis, quais avanços devem ocorrer nos próximos anos?

A evolução dos motores nos próximos anos será impulsionada por ganhos em eficiência energética, redução de emissões e soluções tecnológicas que dialogam com as necessidades reais dos mercados. Espera-se um avanço contínuo na eficiência térmica, no aprimoramento dos sistemas de pós-tratamento e sofisticação nos controles eletrônicos, cada vez mais integrados às exigências regulatórias e operacionais.

  • Como a Cummins pretende se manter na vanguarda desse processo?

Com um portfólio amplo de inovação e aplicabilidade, a Cummins reforça o posicionamento como líder em soluções energéticas para mobilidade sustentável. Mas a transição energética exige inovação. Por isso, apostamos em tecnologias aplicáveis hoje, com foco em eficiência e baixo impacto ambiental, ao mesmo tempo em que valorizamos as vocações naturais do Brasil – como o potencial dos biocombustíveis e demais fontes renováveis.


Saiba mais:
Cummins: www.cummins.com/pt

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