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Revista M&T - Ed.261 - Fev/Mar 2022
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ESG

A transformação da cadeia de valor

Para a estratégia ESG ser efetiva, é necessário que todo o processo atenda aos princípios da sustentabilidade, desde os fornecedores até a produção e entrega dos produtos
Por Marcelo Januário (Editor)

Nos últimos tempos, o conceito ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) vem ganhando espaço nas pautas das empresas e na agenda de governos em grande parte do mundo. No entanto, para que seja implementada em sua plenitude, a estratégia precisa necessariamente integrar os processos da cadeia de valor como um todo.

Essa é a percepção de empresas que já deram a largada nessa área, que tende a transformar o mercado como o conhecemos. Como destaca Henrique Paiva, líder de relações governamentais e sustentabilidade da Siemens Brasil, com base em dados publicados recentemente pelo Carbon Disclosure Project (CDP), 74% das emissões de CO2 vinculadas às atividades empresariais são oriundas de clientes ou fornecedores.

“Está mais do que comprovado que não adianta tratar do assunto apenas da porteira para dentro, pois temos de olhar nossa responsabilidade em toda a cadeia, seja com clientes, fornecedores e, ainda, fornecedores dos nossos fornecedores”, comenta.

Alguns países já estão atentos a isso. Na Alemanha, cita o executivo, foi aprovada em junho do ano passado a “Lei da Cadeia de Abastecimento”, exigindo que até 2023 as grandes empresas comprovem que os fornecedores envolvidos em sua cadeia de valor cumprem os preceitos em direitos humanos e outros aspectos de gestão sustentável.

Para Paiva, essa lei tem potencial de provocar uma série de mudanças, inclusive nas empresas que exportam produtos e insumos para o país europeu. “Além disso, recentemente vimos a União Europeia trazer à tona uma eventual taxação de carbono sobre produtos exportados para a Europa”, ressalta o executivo. “Por isso, é inevitável que as organizações se preparem para tratar o tema ESG dentro de suas cadeias de valor.”

O especialista conta que a Siemens recentemente realizou alguns projetos nos quais foi constatado que 71% de seus fornecedores ainda não produziam relatórios de emissão


Nos últimos tempos, o conceito ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) vem ganhando espaço nas pautas das empresas e na agenda de governos em grande parte do mundo. No entanto, para que seja implementada em sua plenitude, a estratégia precisa necessariamente integrar os processos da cadeia de valor como um todo.

Essa é a percepção de empresas que já deram a largada nessa área, que tende a transformar o mercado como o conhecemos. Como destaca Henrique Paiva, líder de relações governamentais e sustentabilidade da Siemens Brasil, com base em dados publicados recentemente pelo Carbon Disclosure Project (CDP), 74% das emissões de CO2 vinculadas às atividades empresariais são oriundas de clientes ou fornecedores.

“Está mais do que comprovado que não adianta tratar do assunto apenas da porteira para dentro, pois temos de olhar nossa responsabilidade em toda a cadeia, seja com clientes, fornecedores e, ainda, fornecedores dos nossos fornecedores”, comenta.

Alguns países já estão atentos a isso. Na Alemanha, cita o executivo, foi aprovada em junho do ano passado a “Lei da Cadeia de Abastecimento”, exigindo que até 2023 as grandes empresas comprovem que os fornecedores envolvidos em sua cadeia de valor cumprem os preceitos em direitos humanos e outros aspectos de gestão sustentável.

Para Paiva, essa lei tem potencial de provocar uma série de mudanças, inclusive nas empresas que exportam produtos e insumos para o país europeu. “Além disso, recentemente vimos a União Europeia trazer à tona uma eventual taxação de carbono sobre produtos exportados para a Europa”, ressalta o executivo. “Por isso, é inevitável que as organizações se preparem para tratar o tema ESG dentro de suas cadeias de valor.”

O especialista conta que a Siemens recentemente realizou alguns projetos nos quais foi constatado que 71% de seus fornecedores ainda não produziam relatórios de emissão de CO2. “Essa agenda não pode ser construída como uma forma de punição, mas sim no sentido de educar para que todos compreendam a importância desse tema”, diz ele.

ACELERADORES

A premissa é corroborada por Ana Michi, consultora de sustentabilidade da BASF América do Sul. Segundo ela, não é possível entregar uma solução para o cliente se não houver uma cadeia muito bem-estruturada.

Na indústria química, na qual a BASF está inserida, a atuação sustentável exige que os fornecedores incorporem diferenciais competitivos, como – por exemplo – parcerias com startups de soluções ágeis e inovadoras, além de uma cadeia logística estruturada para atender ao segmento.

“Contamos com cerca de 70 mil fornecedores em diferentes segmentos, como produtos defensivos para a agricultura, tintas imobiliárias e automotivas, aditivos para plástico, nutrição humana e animal, entre outros”, ela observa. “Isso exige a criação de um ponto de convergência.”


Empresas de diferentes setores vêm estabelecendo padrões para seus fornecedores

Pensando nisso, a BASF tornou-se membro-fundador da iniciativa “Juntos pela Sustentabilidade” (Together for Sustainability – TfS, em inglês), uma rede composta por 31 empresas que realizam avaliação sistemática de critérios ESG para melhorar o desempenho em sustentabilidade dos fornecedores da cadeia química.

“Com isso, temos agora uma régua, ou seja, é possível estabelecer um padrão do que esperamos dos fornecedores que atendem a essas indústrias”, comenta. “Afinal, precisamos comprar, produzir e entregar os produtos com todos os critérios ESG atendidos, no que chamamos de ‘produtos aceleradores’, que são produtos mais sustentáveis.”

De acordo com Afonso Lamounier, vice-presidente de assuntos governamentais da SAP Latin America, o ESG vem entrando de forma ainda gradativa na pauta das empresas. Em recente pesquisa realizada na América Latina, a empresa constatou que 45% de seus clientes já têm investimentos em ESG e, ainda, que 48% consideram a estratégia fundamental para seus negócios nos próximos anos.

“O ponto central do ESG é a geração de valor para as pessoas, a sociedade, o meio ambiente e, óbvio, as próprias empresas”, ele acentua.

BOM NEGÓCIO

Em outras palavras, além da importância para o meio ambiente, a sustentabilidade também é um bom negócio. Até por isso, como destaca a superintendente de desenvolvimento de negócios sustentáveis do Santander Brasil, Carolina Learth, o tema precisa envolver o departamento financeiro das empresas, mostrando ser algo economicamente viável e que também contribui para a reputação das empresas.

Mais uma vez, todavia, toda a cadeia produtiva precisa estar alinhada. “A cadeia de fornecedores é uma extensão dos nossos negócios”, destaca Learth. “Financiamos as cadeias produtivas dos nossos clientes e o ESG tem uma amplitude cada vez maior do ponto de vista de investimentos.”

A executiva reforça que é possível e aconselhável alavancar estratégias ESG por meio de mecanismos financeiros. A instituição financeira, ela explica, viabilizou R$ 3 bilhões em negócios sustentáveis em 2017, saltando para R$ 27 bilhões em 2020, com expectativa de chegar a R$ 30 bilhões neste ano.

“No Brasil, o financiamento de projetos de energia solar para o varejo vem crescendo de forma efetiva, além de empréstimos atrelados a metas para a agricultura de baixo carbono”, conclui a executiva.

Saiba mais:
BASF: www.basf.com/br
Santander: www.santander.com.br
SAP: www.sap.com/brazil
Siemens: new.siemens.com/br

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