Mesmo diante de um ano repleto de percalços para o mercado agrícola brasileiro, Rodrigo Junqueira, gerente-geral da AGCO e vice-presidente da Massey Ferguson para a América do Sul, afirma em entrevista exclusiva para a Revista M&T que a agricultura familiar e os pequenos e médios produtores seguem registrando um bom desempenho no país.
Junqueira explica que o mercado de tratores permaneceu estável no ano passado, com maior impacto no mercado de colheitadeiras, que registrou retração.
Nesta entrevista, o executivo também ressalta a importância do Brasil para a empresa, que fornece equipamentos e tecnologias para diferentes tipos de agricultores, com a proposta de um portfólio de produtos baseado em soluções agrícolas inteligentes e de alta qualidade, com impacto ambiental reduzido.
Com mais de 20 anos de experiência na área comercial de multinacionais do agronegócio, como DuP
Mesmo diante de um ano repleto de percalços para o mercado agrícola brasileiro, Rodrigo Junqueira, gerente-geral da AGCO e vice-presidente da Massey Ferguson para a América do Sul, afirma em entrevista exclusiva para a Revista M&T que a agricultura familiar e os pequenos e médios produtores seguem registrando um bom desempenho no país.
Junqueira explica que o mercado de tratores permaneceu estável no ano passado, com maior impacto no mercado de colheitadeiras, que registrou retração.
Nesta entrevista, o executivo também ressalta a importância do Brasil para a empresa, que fornece equipamentos e tecnologias para diferentes tipos de agricultores, com a proposta de um portfólio de produtos baseado em soluções agrícolas inteligentes e de alta qualidade, com impacto ambiental reduzido.
Com mais de 20 anos de experiência na área comercial de multinacionais do agronegócio, como DuPont e John Deere, Junqueira é formado em engenharia agronômica pela Universidade de São Paulo (USP), com MBA em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialização no Programa para Desenvolvimento de Executivos da Fundação Dom Cabral em parceria com a Kellogg School of Management (em Illinois, nos EUA).
Ocupando os cargos atuais desde maio de 2019, o executivo tem entre suas atribuições a responsabilidade direta pelo desenvolvimento de estratégias de vendas para todos os negócios das marcas na região latino-americana. Anteriormente, entre os anos de 2015 e 2018, foi responsável pela direção de vendas da marca Valtra, também pertencente à AGCO.
“Sentimos o impacto da retração do mercado, especialmente em colheitadeiras, cuja demanda foi mais afetada”, acentua o especialista.
“No entanto, mantivemos a boa performance com foco em segmentos onde há maior demanda, como tratores de média e baixa potência.”
Acompanhe os principais trechos.
O setor de máquinas agrícolas foi marcado por retração. Entre os fatores que contribuíram para esse cenário estão as condições climáticas adversas, especialmente a seca no Cerrado, além da queda nos preços de commodities agrícolas, que impactaram diretamente o volume de investimentos dos produtores. Ainda assim, observamos estabilidade na demanda por tratores, com maior procura por máquinas de média e baixa potência em segmentos como cana-de-açúcar, café e cítricos. Porém, a agricultura familiar e os pequenos e médios produtores estão apresentando um desempenho sólido devido às múltiplas atividades dentro da fazenda, que ajudam a mitigar riscos em relação à rentabilidade.
Solução de plantio com tecnologia de precisão permite aplicação precisa de insumos, diz o executivo
Mantivemos um volume importante de exportação. A abertura do mercado argentino, por exemplo, nos permitiu complementar o portfólio com produtos que não são produzidos localmente. Paraguai, Chile e México estão em crescimento, e atendemos também África do Sul e Estados Unidos. Apesar de uma leve queda, o impacto nas exportações foi pequeno.
Sentimos o impacto da retração do mercado, especialmente em colheitadeiras, cuja demanda foi mais afetada. No entanto, mantivemos a boa performance com foco em segmentos onde há maior demanda, como tratores de média e baixa potência. Porém, temos um extenso portfólio, que atende diversos perfis de produtores e cultivos, bem como uma oferta ampliada de tecnologias de precisão, ampliando as opções de negócios.
O Brasil é um mercado de grande importância para a AGCO, pois o agronegócio brasileiro alimenta cerca de 800 milhões de pessoas no mundo. Somos o único país que realiza três safras por ano em algumas regiões, além de seguir ampliando a produtividade e a área agricultável. Essas características geram uma demanda crescente por tecnologias voltadas para o aumento da produtividade e a modernização das frotas. Tanto que mantemos quatro fábricas no país, incluindo Canoas (RS) (tratores), Santa Rosa (RS) (colheitadeiras), Ibirubá (RS) (plantadeiras e implementos) e Mogi das Cruzes (SP) (tratores, motores, pulverizadores e laboratório de controle de emissões).
Recentemente, apresentamos a solução de plantio formada pelo trator MF 8S equipado com o motor AGCO Power e a plantadeira Momentum. Equipado com tecnologia de precisão, o conjunto permite a aplicação de sementes e adubos na quantidade ideal e no local certo, evitando desperdícios e protegendo o solo, além de reduzir a sobreposição, minimizando a perda de sementes e os custos da operação. Com 24 cm de espaço entre a cabine e o motor, o design exclusivo Protect-U do trator MF 8S isola o ambiente interno de ruídos, calor e vibrações indesejadas, oferecendo conforto ao operador e uma operação silenciosa.
Lançamos também as colheitadeiras híbridas HD, que possuem transmissão Heavy Duty exclusiva, oferecendo até 25% a mais de capacidade de rampa. As máquinas facilitam a colheita e o deslocamento em diferentes condições de topografia e culturas, sem a necessidade de troca de marchas durante a operação, reduzindo assim o consumo de combustível e as emissões. Também é possível citar o lançamento do pulverizador MF 500R, com tecnologia Liquid Logic embarcada, além de máquinas que auxiliam no manejo inteligente de resíduos agrícolas.
Segundo Junqueira, a tecnologia embarcada elevou a eficiência e a sustentabilidade no campo
Um marco importante foi a aquisição de 85% no portfólio de ativos e tecnologias agrícolas da Trimble. A joint venture, que foi concluída em abril de 2024, proporcionará ofertas tecnológicas mais abrangentes em torno de orientação, autonomia, pulverização de precisão, agricultura conectada, gestão de dados e sustentabilidade.
A procura varia muito em função de região, tamanhos de áreas e segmentos ou culturas dentro da fazenda. Porém, todos os produtores buscam equipamentos que proporcionem rendimento operacional e conforto, visando embarcar componentes eletrônicos e tecnologias que tornem a interação entre escritório e campo mais prática e dinâmica. Isso significa tornar os processos mais eficientes e rentáveis, além de facilmente controlados a distância, o que reforça a nossa estratégia “Agricultor em Primeiro Lugar” (Farmer-First), projetada para entender o que o produtor precisa, e oferecer tecnologias que aumentem a eficiência e a produtividade no campo.
As marcas que se destacam investem em inovação, pesquisa e desenvolvimento, garantindo produtos de qualidade, fáceis de operar e descomplicados, além de uma oferta ampla de concessionárias para assegurar um suporte completo ao produtor. Na Massey Ferguson, por exemplo, priorizamos um processo contínuo de fortalecimento da rede para oferecer o melhor atendimento em todas as esferas – tanto em vendas, identificando a melhor solução que atende o produtor, quanto no pós-venda, para que possamos apoiar o cliente a extrair o máximo das soluções entregues.
A tecnologia embarcada transformou significativamente a produção agrícola brasileira, elevando a eficiência e a sustentabilidade. Com a adoção de sistemas de agricultura de precisão, o Brasil aumentou a produção de grãos em mais de 300% nos últimos 20 anos, enquanto a área plantada cresceu apenas cerca de 60%, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso demonstra que estamos produzindo mais em uma área menor, o que é essencial para a sustentabilidade do setor.
As tecnologias embarcadas permitem, por exemplo, que o produtor otimize o uso de insumos, monitore a performance das máquinas em tempo real e maximize a produtividade no campo. Em resumo, a presença dessas ferramentas avançadas nas máquinas agrícolas oferece o controle necessário para uma gestão mais precisa das operações, ajudando o agricultor a produzir mais com o menor custo possível, garantindo de quebra a competitividade da agricultura brasileira no cenário global.
Os agricultores têm buscado o que há de mais tecnológico em máquinas, visando obter maior produtividade, redução no consumo de combustível e menor tempo para execução das atividades. Afinal, o retorno sobre o investimento tem se tornado cada vez mais evidente. Os produtores reconhecem que a economia gerada no médio e longo prazo, tanto em insumos quanto em eficiência operacional, justifica o investimento inicial.
Tecnologias disruptivas serão impulsionadas por avanços em conectividade e IoT, projeta o especialista
Desde 2022, aumentamos em 60% o investimento em P&D no Brasil, buscando sempre inovações que agreguem eficiência e sustentabilidade ao setor agrícola. Já alcançamos maior eficiência nos motores a diesel, associada a transmissões mais eficientes. Entre os modelos, destacam-se a transmissão mecânica, que atende com mais eficiência o pequeno produtor, e as transmissões automáticas Dyna-3, Dyna-4, Dyna-6, Dyna-7, além da transmissão Dyna-VT (CVT), todas projetadas para atender a diferentes necessidades de trabalho, com foco em aumento do rendimento e da eficiência operacional e na redução do consumo. Além disso, estamos desenvolvendo projetos inovadores, como protótipos de tratores híbridos e elétricos, bem como soluções que utilizam fontes renováveis, refletindo nosso compromisso com uma agricultura mais sustentável e eficiente.
Nos próximos anos, as tecnologias disruptivas na agricultura serão impulsionadas, sobretudo, pelos avanços em conectividade e Internet das Coisas (IoT). Isso significa que as máquinas estarão cada vez mais conectadas – não apenas entre si, mas também com a fazenda, as concessionárias e as fábricas. Por meio de telemetria e conectividade em tempo real, técnicos, concessionárias e gestores das fazendas poderão monitorar a operação das máquinas, identificar falhas mecânicas, elétricas ou operacionais e atuar preventivamente para otimizar a performance. Futuramente, o desenvolvimento de máquinas autônomas também será uma realidade e a Massey Ferguson já está dando os primeiros passos para implementar essa tecnologia.
Saiba mais:
AGCO: www.agco.com.br
Massey Ferguson: www.masseyferguson.com/pt_br
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