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Revista M&T - Ed.264 - Junho 2022
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AGRISHOW 2022

A nova revolução agrícola

Fabricantes aproveitam a volta da edição presencial do evento para exibir tecnologias e máquinas voltadas ao agronegócio, com benefícios de produtividade do plantio à colheita
Por Melina Fogaça

Após duas edições canceladas por conta da pandemia, a 27ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) foi novamente realizada de forma presencial entre os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). O evento contou com a participação de cerca de 193 mil visitantes, 30% a mais que o registrado na edição de 2019.

Mesmo sem o crédito subsidiado do Plano Safra 21/22, os resultados foram surpreendentes, totalizando um recorde de R$ 11,2 bilhões em vendas de máquinas, cerca de 300% acima da edição anterior. “Esse número não inclui máquinas rodoviárias, insumos, caminhonetes e outros equipamentos presentes na feira”, afirma Francisco Matturro, presidente da Agrishow.

Segundo João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor registrou um faturamento de R$ 88 bilhões em 2020, mantendo a meta de avançar mais 5% em valor real este ano, descontada a inflação. “Ainda no primeiro trimestre, subimos 9% em relação ao mesmo período do ano passado, com viés de alta”, explica Marchesan. “Com esses resultados, podemos concluir que a venda de máquinas é tão grande quanto o agronegócio brasileiro.”

Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, o setor encontrou novas maneiras de obter financiamento, incluindo uma maior oferta de bancos privados. De acordo com o balanço do evento, o produtor rural teve à disposição quase R$ 12 bilhões em recursos, disponibilizados por bancos e cooperativas de crédito presentes na feira. “De forma geral, são recursos para viabilizar a aquisição de máquinas, implementos e insumos, dentre outros”, diz ele.


Edição histórica de retomada movi


Após duas edições canceladas por conta da pandemia, a 27ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) foi novamente realizada de forma presencial entre os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). O evento contou com a participação de cerca de 193 mil visitantes, 30% a mais que o registrado na edição de 2019.

Mesmo sem o crédito subsidiado do Plano Safra 21/22, os resultados foram surpreendentes, totalizando um recorde de R$ 11,2 bilhões em vendas de máquinas, cerca de 300% acima da edição anterior. “Esse número não inclui máquinas rodoviárias, insumos, caminhonetes e outros equipamentos presentes na feira”, afirma Francisco Matturro, presidente da Agrishow.

Segundo João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor registrou um faturamento de R$ 88 bilhões em 2020, mantendo a meta de avançar mais 5% em valor real este ano, descontada a inflação. “Ainda no primeiro trimestre, subimos 9% em relação ao mesmo período do ano passado, com viés de alta”, explica Marchesan. “Com esses resultados, podemos concluir que a venda de máquinas é tão grande quanto o agronegócio brasileiro.”

Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, o setor encontrou novas maneiras de obter financiamento, incluindo uma maior oferta de bancos privados. De acordo com o balanço do evento, o produtor rural teve à disposição quase R$ 12 bilhões em recursos, disponibilizados por bancos e cooperativas de crédito presentes na feira. “De forma geral, são recursos para viabilizar a aquisição de máquinas, implementos e insumos, dentre outros”, diz ele.


Edição histórica de retomada movimentou R$ 11,2 bilhões em vendas de máquinas

CONECTIVIDADE

Durante os cinco dias de evento, foi possível verificar o avanço da alta tecnologia em equipamentos e soluções. Segundo Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH para a América Latina, a tecnologia não é mais um conceito, mas sim a realidade do setor. “A nova revolução agrícola está na digitalização, gestão de dados, conectividade e automação”, resume. “Esses são os novos passos da agricultura de grande produtividade.”

Para demonstrar isso na prática, Gonzalez destacou o projeto Fazenda Conectada, lançado em 2021 em uma fazenda de Água Boa, uma das principais regiões agrícolas em Mato Grosso. O local recebeu conexão 4G da TIM para reunir as soluções avançadas da marca e suas máquinas conectadas. “Vamos aproveitar esse espaço como laboratório de desenvolvimento tecnológico, mostrando aos clientes os benefícios da agricultura digital na produção”, complementa.

A Case IH espera chegar ao final de 2023 com 100% de seus produtos conectados, alcançando 51 mil máquinas conectadas até 2024. Na Agrishow, a marca exibiu máquinas equipadas de fábrica com o sistema de monitoramento AFS Connect, que permite gerenciamento de dados em tempo real de soluções como a colhedora Austoft 9000, os tratores Magnum e Steiger e a colheitadeira Axial-Flow Série 250 Automation, que também conta com inteligência artificial.

A Fendt é outra marca que aposta em uma agricultura mais conectada, buscando contribuir para o acesso à internet no campo. “Segundo estudos realizados pelo Ministério da Agricultura e pela Esalq, cerca de 23% das propriedades rurais possuem sinal de internet móvel”, cita José Galli, diretor da Fendt América do Sul. “Mas quando vamos para o cerrado, esse índice é ainda menor.”

De acordo com Felix Glas, embaixador da Fendt na América do Sul, a tecnologia tem muito a crescer no campo. “Hoje, somente 55,6% dos domicílios rurais brasileiros têm acesso à internet, enquanto 84% já utilizam ao menos uma tecnologia digital no processo produtivo e 70,4% fazem uso da internet para desenvolver atividades ligadas à produção”, afirma.

Outro exemplo da expansão do uso da tecnologia, afirma Galli, é a necessidade de tratores com maior capacidade de potência, especialidade da fabricante. Segundo o executivo, “o mercado de tratores acima de 340 cv de potência vai crescer 5,5 vezes mais que o mercado nos próximos cinco anos”.

Ainda em conectividade, a John Deere iniciou no ano passado uma parceria com a Claro no projeto Campo Conectado, em que a companhia de telecomunicações fornece cobertura 4,5G para instalações, ativações e visitantes. Segundo Rodrigo Bonato, diretor de marketing da fabricante na América Latina, até agora já foram instaladas mais de 20 antenas, conectando cerca de 200 mil hectares.

Hoje, na avaliação da Claro, a demanda represada é de 9 milhões de hectares. “Daremos o próximo salto da agricultura brasileira por meio de tecnologia e gerenciamento das operações em tempo real”, afirma.

Outra iniciativa relevante para levar conectividade ao campo é o ConectarAgro, associação sem fins lucrativos que conta com a participação de fabricantes, desenvolvedores de tecnologias e empresas de telecom. Segundo Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais e de precisão da CNH Industrial para a América do Sul, o projeto busca oferecer uma solução de conectividade aberta, simples e acessível – o 4G LTE, na frequência de 700 MHz.

O ConectarAgro, ele garante, já levou conectividade a mais de 7 milhões de hectares de áreas rurais e remotas no Brasil. “Para 2022, a associação tem como meta alcançar 13 milhões de hectares conectados, além de contribuir no desenho de novos modelos de negócios para pequenos e médios produtores e desenvolver um projeto-piloto educacional nas áreas em que a conectividade está chegando”, comenta.

Durante a Agrishow, o ConectarAgro apresentou um simulador gratuito em versão beta, que avalia o desempenho das soluções e aponta meios de aprimorar a relação entre custo e produtividade em uma fazenda conectada. “Apenas com a gestão eficiente da irrigação já é possível obter uma redução de até 30% no gasto mensal de energia”, destaca Ana Helena de Andrade, que recentemente assumiu a presidência da associação.


Digitalização, gestão de dados, conectividade e automação: tecnologia já é realidade no setor agrícola

SOLUÇÕES

Com foco em redução de emissões, a New Holland Agriculture apresentou oficialmente na feira o T6 Methane Power, primeiro trator do mundo movido a biometano. “Mundialmente, o mercado de tratores movidos a biometano pode chegar de 5% a 7% da produção”, afirma Carlos Lambro, presidente global da New Holland Agriculture, destacando que 60 máquinas já operam na Europa e cinco nos EUA. “No Brasil, também observamos o interesse por equipamentos movidos a energia alternativa”, completa.

Parte do portfólio da AGCO, a Valtra é outra empresa que vem desenvolvendo equipamentos inteligentes e soluções voltadas para as necessidades dos clientes. Durante a Agrishow, a empresa apresentou a nova versão da Série BM de tratores, incluindo os modelos BM115 (117 cv) e BM135 (135 cv), assim como um pulverizador da Série R, nas versões R530 e R535, com barras de até 36 m. “Além dos maquinários, trouxemos o Valtra Connect, uma ferramenta que permite acesso remoto aos dados da máquina em qualquer local, com monitoramento da frota em tempo real”, afirma Marcelo Traldi, vice-presidente da Fendt/Valtra para a região.

Outra integrante do Grupo AGCO, a Massey Ferguson destacou novidades como o pulverizador MF 500R, a colheitadeira MF 9595 e os tratores compactos MF 3305 e MF 3400, além de mostrar pela primeira vez no Brasil o MF 8S, por enquanto comercializado apenas na Europa. Em agricultura de precisão, a marca exibiu a solução de gerenciamento MF Connect, para monitoramento e suporte remoto de máquinas.


De cima para baixo, os tratores T6 Methane Power, Série BM135 e MF 8S 2: equipamentos inteligentes para o produtor brasileiro

CONSTRUÇÃO

A presença de máquinas de construção na Agrishow é recorrente, devido à significativa participação da Linha Amarela no segmento. Primeira marca de construção a participar da Agrishow, a Case CE mais uma vez marcou presença. “Percebemos que o segmento de agricultura começou a ter uma maior representatividade na Linha Amarela”, afirma Carlos França, líder da Case CE para a América Latina. “Em 2008, quando começamos a participar desse mercado, o segmento agrícola representava 7% das nossas vendas. Hoje, chega a quase 20%”, compara.

Segundo o executivo, as máquinas da Linha Amarela estão presente em praticamente todas as etapas da produção agrícola, desde a abertura de estradas (com motoniveladora) até curvas de nível (escavadeira) e movimentação de insumos, fertilizantes e big bags (pá carregadeira).

Nesse rol, a empresa levou a nova linha de motoniveladoras B Série 2, contemplando os modelos 845B, 865B e 885B, além de outros equipamentos de construção que podem ser amplamente utilizados pelo produtor rural no campo, como a retroescavadeira 580N, a pá carregadeira 621E, a escavadeira CX220C Série 2 e a minicarregadeira SR175B. “Também estamos divulgando nosso projeto para conectar 100% das máquinas”, acrescenta França. “Até 2024, esperamos atingir esse feito.”

No caso da Caterpillar, a empresa vem investindo no segmento agrícola há anos, sendo já responsável por 25% das vendas totais da marca no mercado brasileiro. Neste ano, a fabricante levou para o evento a minicarregadeira 226B3 e as miniescavadeiras Cat 302.7 e 303.5. “Os miniequipamentos são muito versáteis no segmento agro, com diversas opções de ferramentas de trabalho e, mais recentemente, com produção nacional”, explica Rodrigo Sampaio, gerente comercial da linha compacta da Caterpillar. “Ainda na linha de compactos, trouxemos as carregadeiras 920K e 914K, a última voltada especificamente para o segmento agrícola.”


Em sentido horário: a retroescavacadeira 580N, a minicarregadeira 226B3 e os manipuladores telescópicos 530-70 e MLT X 841 PS+

Apostando em redução de emissões, a JCB apresentou ao mercado brasileiro a miniescavadeira 19C-1E, a primeira do segmento 100% elétrica e livre de emissão de poluentes. Além desse modelo, a empresa expôs os novos manipuladores telescópicos 530-70 e 530-110. “A JCB tem o objetivo de aprimorar continuamente a linha de máquinas para aumentar sua produtividade em aplicações agrícolas”, comenta Alisson Brandes, diretor de vendas e marketing da JCB do Brasil.

Falando em manipuladores, o Grupo Manitou também ressaltou na Agrishow a importância desses equipamentos para o mercado agrícola. “Quando chegamos ao mercado brasileiro, só se vendia manipuladores para a construção de obras populares”, conta Fabio Miskulin Ferreira, gerente comercial da Manitou Brasil. “Como esses projetos diminuíram, passamos a desenvolver e implementar outros modelos para atingir mercados como o agro”, afirma, destacando que o mercado agrícola já corresponde a 30% do mercado brasileiro de manipuladores.

Na feira, a empresa exibiu o modelo MLT-X 841 – 145 PS+, dedicado a atividades agrícolas. “Com capacidade de 4 t para levantamentos em altura até 7,6 m, o equipamento também oferece cabine ergonômica e visibilidade de 360º”, descreve.

LANÇAMENTOS

Ainda na Linha Amarela, fabricantes como a XCMG marcaram presença na feira com lançamentos exclusivos. A marca chinesa, que atua no segmento agro desde 2019, promoveu o lançamento de três escavadeiras. Com aplicação no segmento agrícola, a escavadeira XE35U possui design sem cauda, o que garante operação em espaços estreitos.

Segundo a fabricante, o ângulo de flexão esquerdo e direito é de 75° e 50°, respectivamente, podendo realizar operações complexas rente a paredes e superfícies em espaços confinados. “Equipada com motor EPA Tier III (Mar-I), a máquina é indicada para tarefas como escavação, carregamento, nivelamento, abertura de valas, trituração, perfuração, compressão e levantamento, entre outras”, diz Renato Torres, diretor comercial da XCMG Brasil.

Outro lançamento, a escavadeira XE27U possui design compacto com menor raio de giro, oferecendo engate rápido e novo painel LCD colorido de 7 polegadas. Fechando as novidades, o modelo XE180BR traz sistema hidráulico mais rápido e eficiente, garante a empresa, complementado por uma nova válvula principal com maior diâmetro e carretel otimizado, a fim de reduzir as perdas de pressão internas dos canais.


A motoniveladora RG200.B EVO e a miniescavadeira XE27U (no detalhe) foram destaque no evento

De acordo com o executivo, o faturamento atual do agronegócio dentro da empresa gira em torno de 5% a 8%. “Antes, uma propriedade rural adquiria um trator agrícola e o adaptava para utilização no carregamento e escavação”, comenta. “Hoje, os produtores já perceberam como é mais rentável usar uma máquina de construção nessas atividades”, explica.

Por sua vez, a New Holland Construction fez o pré-lançamento das motoniveladoras da Série EVO, que podem ser usadas em diversas aplicações agrícolas. Equipada com tanque de combustível de maior capacidade (375 l), a linha – composta pelos modelos RG140.B EVO, RG170.B EVO e RG200.B EVO – traz atualizações de design e melhorias no chassi traseiro, visando uma melhor distribuição de peso do equipamento.

Segundo Paula Araújo, líder da New Holland Construction para a América Latina, as novas motoniveladoras começam a ser comercializadas a partir de julho. “O ano de 2021 trouxe bons resultados tanto para o setor agro quanto de construção”, sublinha. “E para 2022, já contamos com vendas compromissadas até o final do ano.”

Saiba mais:
Agrishow:
www.agrishow.com.br

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