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Revista M&T - Ed.278 - Outubro 2023
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ENTREVISTA • Luis Miguel Torres Silva

A ideia é que o cliente faça o gerenciamento digital dos equipamentos”

Diretor de vendas e serviços da Palfinger para a América Latina diz que a fabricante de guindastes articulados não parou de investir no país mesmo nos momentos mais críticos da economia

Mesmo com os bons resultados registrados no ano passado, que representaram a maior receita líquida da história da empresa, chegando a R$ 750 milhões na América Latina, a Palfinger avalia o mercado em 2023 com “bem diferente e desafiador”, mas mantém acesa a confiança em uma retomada dos mercados brasileiro e latino-americano, especialmente a partir do 2º semestre de 2024.

Segundo o diretor de vendas e serviços da empresa para a América Latina, Luis Miguel Torres Silva, a fabricante de guindastes articulados não parou de investir no país mesmo nos momentos mais críticos da economia.

Algumas ações recentes mostram isso. Recentemente, ele acentua, a empresa abriu uma nova unidade em Sorocaba (SP), visando desenvolver especialmente o setor de serviços e atendimento.

“O foco da unidade é a prestação de serviços nos processos de integração veicular, manutenções, upgrades para atualização


Mesmo com os bons resultados registrados no ano passado, que representaram a maior receita líquida da história da empresa, chegando a R$ 750 milhões na América Latina, a Palfinger avalia o mercado em 2023 com “bem diferente e desafiador”, mas mantém acesa a confiança em uma retomada dos mercados brasileiro e latino-americano, especialmente a partir do 2º semestre de 2024.

Segundo o diretor de vendas e serviços da empresa para a América Latina, Luis Miguel Torres Silva, a fabricante de guindastes articulados não parou de investir no país mesmo nos momentos mais críticos da economia.

Algumas ações recentes mostram isso. Recentemente, ele acentua, a empresa abriu uma nova unidade em Sorocaba (SP), visando desenvolver especialmente o setor de serviços e atendimento.

“O foco da unidade é a prestação de serviços nos processos de integração veicular, manutenções, upgrades para atualização constante dos equipamentos de nossos clientes e todo tipo de atendimento que se faça necessário no que se refere ao pós-venda”, comenta o executivo em entrevista exclusiva à Revista M&T.

No atual cargo desde fevereiro deste ano, Silva já acumula mais de 15 anos de carreira profissional de destaque, com ampla experiência na direção de empresas internacionais do ramo industrial, tanto na América Latina como na Europa, incluindo Voestalpine, Böhler Uddeholm Colômbia e Liebherr Brasil.

Formado em administração industrial pelo Instituto Colombo Alemán para la Formación Tecnológica (ICAFT) e em administração de negócios pela Pontificia Universidad Javeriana (PUJ), ambas na Colômbia, o executivo já comandou diversas áreas em diferentes unidades de negócio, com especial competência voltada à área de vendas, pós-venda, assistência técnica e engenharia de produto.

“Esperamos incrementar em 50% a nossa capacidade local na prestação de serviços de integração veicular, mas também buscamos agilizar a disponibilidade de peças, componentes e acessórios”, diz ele.

Acompanhe.

  • Qual é a estrutura atual da empresa no país?

Atualmente, a operação no Brasil conta com fábrica e headquarter localizados em Caxias do Sul (RS), além de uma unidade exclusiva de serviços em Sorocaba (SP), 25 pontos para integração veicular e 44 parceiros autorizados de serviços espalhados pelo Brasil.

  • Como avalia o ano para o setor de guindastes veiculares no Brasil?

O ano vem sendo muito desafiador. O setor de guindastes, assim como os demais implementos rodoviários, tem acompanhado a evolução do mercado de caminhões novos. No geral, o mercado está em contração, podendo reduzir até 15% em relação a 2022.


Segundo Silva, setor de guindastes tem acompanhado a evolução do mercado de caminhões novos

  • Nesse quadro, o que pode impulsionar o setor no país?

Podemos avaliar algumas situações nesse sentido, como, por exemplo, uma redução mais significativa da taxa Selic (atualmente em 12,75% a.a.), a reativação dos grandes projetos de construção civil e infraestrutura viária e urbana no país, um maior acesso aos créditos de fomento para aquisição de novos caminhões e equipamentos rodoviários e, ainda, uma moderação dos preços dos novos caminhões Euro 6.

  • Qual é a importância do mercado brasileiro para a empresa?

Na média de resultados, o mercado brasileiro representa atualmente cerca de 4% do faturamento anual total do grupo Palfinger.

  • Em julho, a empresa abriu uma nova unidade em Sorocaba. Qual é a expectativa com esse novo espaço?

Dentre os principais objetivos, esperamos incrementar em 50% a nossa capacidade local na prestação de serviços de integração veicular, mas também buscamos agilizar a disponibilidade de peças, componentes e acessórios para responder com ainda mais agilidade às necessidades de pós-venda dos clientes. Por fim, buscamos estabelecer um centro de competência técnica e treinamento para oferecer cursos, capacitações e atualizações permanentes para os nossos clientes, usuários e parceiros técnicos e comerciais.

  • Qual é a estrutura dessa área?

A nova estrutura tem 6 mil metros quadrados, incluindo área para treinamentos teóricos e práticos, 11 boxes para equipamentos novos e manutenção, além de um pátio exclusivo para testes dos conjuntos já instalados e das máquinas em reparo. O espaço é dedicado à realização de serviço de integração veicular, serviços de manutenção preventiva e corretiva, venda de peças, componentes e acessórios para manutenção, revitalização e modernização dos guindastes e plataformas e programas de treinamento e capacitação para clientes e usuários do Brasil e da América Latina.


No Brasil, a empresa vem investindo forte em serviços e no atendimento, destaca o executivo

  • O que será oferecido nessa nova unidade em termos de produtos?

Na unidade de Sorocaba não serão fabricados produtos, nem componentes. Como disse, o foco da unidade é prestar um serviço de excelência nos processos de integração veicular, manutenções e upgrades para uma constante atualização dos equipamentos de nossos clientes e todo tipo de atendimento que se faça necessário ao que se relaciona com o pós-venda.

  • Aliás, como a empresa trabalha atualmente em relação à rede de serviços?

Atualmente, os serviços são prestados diretamente em nossas unidades próprias localizadas em Caxias do Sul (RS) e em Sorocaba (SP). Adicionalmente, contamos com uma competente rede de parceiros de serviço técnico espalhados por todo o país, visando garantir que todo equipamento da marca Palfinger receba o acompanhamento técnico e funcional necessário, no momento certo.

  • Quais são os destaques do portfólio em termos de novos produtos?

Estamos trabalhando no desenvolvimento de novos modelos de nossa linha MD, que conta com uma grande absorção no mercado brasileiro. Recentemente, lançamos nosso mais novo modelo, MD480, um guindaste articulado de 48 tm que pode ser configurado com até cinco lanças hidráulicas e três lanças manuais, com alcance hidráulico horizontal de até 13 m. Também apresenta o diferencial de um estabilizador escamoteável, que viabiliza a montagem em veículos mais curtos ou com restrições devido aos componentes do caminhão. Além disso, a quarta geração da linha permite configurar opcionais como sistema de sobrecarga, controle remoto e outros acessórios.


Com de 48 tm, o novo modelo MD480 pode ser configurado com até cinco lanças

  • Quais setores são mais demandantes de máquinas no momento?

De maneira geral, os setores mais significativos para a Palfinger são os de mineração, locação e agronegócio. Nos últimos anos, temos trabalhado também nossa linha de cestas aéreas, que são equipamentos direcionados para atividades do segmento eletricitário e serviços gerais. O modelo PB13 ATI possui diferenciais importantes como, por exemplo, sistema telescópico de lança, isolação de 46 kV e joystick para controle das principais funções do equipamento. Além disso, possui um conjunto de lanças articuladas e telescópicas, giro de 360o contínuo e infinito da torre e giro de 180o da caçamba, o que garante o alcance em locais mais complexos.

  • Qual é a estratégia adotada pela Palfinger em relação aos investimentos em tecnologia?

A Palfinger vem trabalhando fortemente na aplicação de novas tecnologias e desenvolvimento de recursos de ponta para nossos produtos, mas também temos investido fortemente na digitalização dos processos, inclusive processos de atendimento ao cliente. No futuro, a ideia é que o cliente faça digitalmente o gerenciamento de seus equipamentos, incluindo controle de manutenções, análise de falhas e outras funções, o que trará maior agilidade ao processo e tempo de disponibilidade do equipamento.


​​​​​​​Fabricante também mira o mercado de cestas aéreas com produtos como o modelo PB13 ATI

  • Para o futuro, quais são as perspectivas da empresa, especialmente para o Brasil e para a América Latina?

Confiamos numa retomada da economia e do ambiente de negócios no Brasil e nos mercados latino-americanos a partir do segundo semestre de 2024. Nessa linha, planejamos taxas de crescimento orgânico de 4% a 6% contínuo até 2030. Continuaremos atentos às possibilidades de crescimento via aquisições e joint ventures, sempre buscando alavancar uma rápida expansão das nossas atividades industriais e comerciais na região Latam.

  • Como avalia o potencial da região para os produtos da marca?

As economias latino-americanas estão sempre cheias de incertezas, mas continuamos a enxergar a região como uma interessante fonte de oportunidades de crescimento em todas as nossas linhas de produto.

Saiba mais:
Palfinger:
www.palfinger.com/pt-br

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