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Revista M&T - Ed.297 - Setembro 2025
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ENTREVISTA

“A CAUTELA ATUAL PODE GERAR UMA DEMANDA REPRIMIDA’’

Por Redação

Foto:KOMATSU


Para a Komatsu, o mercado brasileiro de equipamentos tem grande relevância nos negócios. Prova disso é o ciclo de investimentos anunciado recentemente pela empresa para ampliar a capacidade produtiva da fábrica de Suzano (SP), além da nacionalização de diversos equipamentos, que alimentam os planos de expansão do portfólio nacional com a chegada de novos modelos.

Em entrevista exclusiva para a Revista M&T, o presidente da Komatsu no Brasil, Jeferson Olivete Biaggi, avalia esses e outros movimentos da fabricante, que atua no país com famílias de escavadeiras, carregadeiras de rodas, tratores de esteiras, caminhões OTR e motoniveladoras, além de oferecer produtos específicos para mineração, agribusiness e implementos hidráulicos sob a marca Montabert.

Administrador de empresas pelo Centro Universitário Braz Cubas (1996), Biaggi tem MBA em gestão empresarial pel


Foto:KOMATSU


Para a Komatsu, o mercado brasileiro de equipamentos tem grande relevância nos negócios. Prova disso é o ciclo de investimentos anunciado recentemente pela empresa para ampliar a capacidade produtiva da fábrica de Suzano (SP), além da nacionalização de diversos equipamentos, que alimentam os planos de expansão do portfólio nacional com a chegada de novos modelos.

Em entrevista exclusiva para a Revista M&T, o presidente da Komatsu no Brasil, Jeferson Olivete Biaggi, avalia esses e outros movimentos da fabricante, que atua no país com famílias de escavadeiras, carregadeiras de rodas, tratores de esteiras, caminhões OTR e motoniveladoras, além de oferecer produtos específicos para mineração, agribusiness e implementos hidráulicos sob a marca Montabert.

Administrador de empresas pelo Centro Universitário Braz Cubas (1996), Biaggi tem MBA em gestão empresarial pela FGV (2011) e certificação de executivo global pelo Komatsu Way Global Institute (2017), no Japão. Com uma carreira iniciada na área da Tecnologia da Informação, o executivo está há 33 anos na empresa, onde já passou pelos cargos de chefe de TI, gerente de planejamento, controle de produção (PCP) e de logística, gerente geral, diretor industrial e, mais recentemente, vice-presidente de manufatura.

Desde o dia 1º de abril de 2024, Biaggi responde como presidente da Komatsu do Brasil, cargo em que tem a responsabilidade de gerir a estrutura da empresa no país, definindo as políticas de atuação alinhadas às diretrizes da matriz no Japão, tanto em atividades produtivas rotineiras quanto no desenvolvimento de novos produtos para o mercado nacional. “Ser o primeiro presidente brasileiro da Komatsu no Brasil representa o reconhecimento da força e do potencial do mercado local, além de reforçar o compromisso da companhia em estar cada vez mais próxima das realidades e demandas do país”, diz ele. Nas próximas páginas, acompanhe os principais trechos da entrevista.



Atualmente, o Brasil situa-se entre os cinco maiores mercados de máquinas de construção do mundo, ressalta Biaggi. Foto:KOMATSU


Como avalia os desafios e oportunidades de ser o primeiro presidente brasileiro da Komatsu no Brasil?

Ser o primeiro presidente brasileiro da Komatsu no Brasil representa o reconhecimento da força e do potencial do mercado local, além de reforçar o compromisso da companhia em estar cada vez mais próxima das realidades e demandas do país. Nosso objetivo é tornar a operação ainda mais conectada ao Brasil, buscando soluções que respeitem as diretrizes globais, mas com um olhar genuinamente brasileiro para os desafios locais. Isso abre oportunidades importantes para fortalecer parcerias, investir mais na operação e crescer de forma sustentável, sempre mantendo o padrão de excelência que a Komatsu representa e oferece mundialmente.

A propósito, qual é a avaliação atual do mercado brasileiro de máquinas?

Atualmente, o Brasil situa-se entre os cinco maiores mercados de máquinas de construção do mundo, com dimensões continentais e muito trabalho de infraestrutura a ser implementado. Além disso, cerca de 60% dos domicílios ainda não têm tratamento de esgoto e apenas 15% das estradas são pavimentadas. Ou seja, essa realidade mostra que há um enorme potencial de crescimento nos próximos anos.

Qual é a atual capacidade anual de produção na fábrica de Suzano?

Hoje, a unidade de Suzano está operando próxima à capacidade total instalada. Até por isso, temos a previsão de aumentar a nossa capacidade produtiva em 20% até 2026, e depois disso promover gradualmente um incremento adicional de 25% até 2030.

Quais máquinas podem ser nacionalizadas nesse processo? Como definem essas escolhas para ampliar o portfólio?

No ano passado, nacionalizamos a carregadeira de rodas WA380-6 e, para celebrar nosso aniversário de 50 anos, a escavadeira hidráulica PC500LC-10MO, o maior modelo da linha já fabricado no Brasil. Mas temos planos de expandir o portfólio nacional com novos modelos, incluindo harvesters florestais desenvolvidos especialmente para o mercado brasileiro. Quanto à escolha das máquinas a serem nacionalizadas, isso é feito com base em uma análise estratégica das tendências e demandas do mercado local, considerando os setores de construção, mineração, indústria e florestal. Com isso, nosso objetivo é oferecer soluções cada vez mais adequadas às necessidades regionais, com benefícios como maior disponibilidade de peças, acesso a linhas de financiamento e menor carga tributária.

Qual é a relevância das exportações para a fábrica brasileira? Como avalia os impactos potenciais da escalada tarifária?

Atualmente, as exportações representam aproximadamente 30% das vendas da fábrica brasileira. A planta de Suzano é base exportadora de tratores de esteira para o mundo todo, atendendo desde a América do Norte e Europa até a Ásia. Para os demais modelos, como escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e motoniveladoras, nosso foco está nos países da América Latina. Neste momento, ainda é cedo para avaliar impactos diretos da escalada tarifária no mercado interno. Desafios sempre existirão, e o cenário geopolítico global está em constante mudança. De todo modo, seguimos atentos a possíveis desdobramentos, com o compromisso de garantir eficiência e qualidade em nossas operações no Brasil.

Em termos de desempenho de produtos, quais são os principais destaques do portfólio?

Os tratores de esteira são destaque absoluto do nosso portfólio, já que – como frisei acima – somos base exportadora mundial desses modelos. No mercado brasileiro, as escavadeiras hidráulicas da classe de 20 toneladas e as pás carregadeiras de 10 toneladas lideram a demanda, impulsionadas por setores como infraestrutura, mineração e agricultura. Esses produtos se destacam não apenas pelo elevado volume de vendas, mas também pelo desempenho robusto, eficiência operacional e tecnologia embarcada, que garantem produtividade e segurança em campo.

Qual é a estrutura da marca para peças de reposição e serviços pós-venda?

No Brasil, a estrutura de peças e pós-venda é feita pela rede de distribuidores, que atualmente conta com 8 distribuidores autorizados e 37 lojas no país, que são responsáveis pelo atendimento em todo o território nacional.

Segundo o executivo, as exportações representam aproximadamente 30% das vendas da fábrica brasileira. Foto:MELINA FOGAÇA


Aumento da concorrência torna ainda mais relevante destacar os diferenciais dos produtos, avalia o gestor. Foto:KOMATSU


Qual é a capilaridade atual de distribuição e as regiões de maior destaque na demanda?

No país, a distribuição é feita por distribuidores independentes, que são nomeados pela Komatsu para atuar na venda de máquinas, peças e serviços. Nossa rede atual, como destacado acima, conta com 8 distribuidores, que ao todo somam 37 pontos de venda no Brasil. Hoje, as regiões que possuem as maiores demandas no país incluem os estados de São Paulo, que também é o maior mercado da América Latina para máquinas e equipamentos, e de Minas Gerais, que ocupa o posto de segundo maior mercado para a marca.

Aliás, como avalia as vendas no 1º semestre e quais são as expectativas para o ano?

O 1º semestre foi positivo, mesmo em um cenário de juros elevados, com os investimentos em infraestrutura mantendo o mercado ativo. Observamos que os clientes estão adotando posturas mais cautelosas nas decisões de compra, o que pode gerar uma demanda reprimida para os próximos períodos. Para este ano, a expectativa é acompanhar o desempenho do mercado nacional, conforme projeções de entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mantendo a participação e o foco em atender às necessidades dos diversos setores em que atuamos, sempre com eficiência e qualidade.

O aumento da concorrência no setor exige novas estratégias competitivas?

O mercado de máquinas atual conta com uma ampla variedade de marcas e modelos, o que torna ainda mais relevante destacar os diferenciais dos produtos oferecidos. Nesse sentido, nossa atuação é pautada na entrega de produtos com tecnologia de ponta, eficiência operacional, segurança e qualidade, atributos que constroem nossa reputação há mais de 50 anos no Brasil e há mais de 100 anos no mundo. Sem dúvida, esse histórico reforça o nosso compromisso com os clientes locais, oferecendo soluções que vão além do equipamento, incluindo suporte técnico especializado, ampla rede de distribuição e serviços pós-venda que garantem produtividade e confiabilidade em todas as operações.

Como a empresa vem atuando na introdução de novas tecnologias? Quanto desse movimento já é significativo no Brasil?

A Komatsu lidera globalmente a pesquisa e a introdução de novas tecnologias em suas diversas aplicações. Basta observar que já temos uma frota com mais de 800 caminhões autônomos em operações de mineração no mundo, incluindo o Brasil. Também atuamos com o conceito de Smart Construction, utilizando drones para mapear projetos – na construção de estradas, por exemplo – e direcionar máquinas inteligentes que operam automaticamente, como os tratores fabricados em Suzano, nos quais a lâmina é controlada por coordenadas transmitidas via satélite. Isso gera ganhos de eficiência, redução de custos e menor emissão de poluentes.

Fabricante já conta com uma frota de mais de 800 caminhões autônomos em operação no mundo. Foto:KOMATSU


Qual é a visão estratégica da empresa quanto à descarbonização das operações? Quais tendências devem se consolidar nos próximos anos?

Nesse campo, a Komatsu possui uma estratégia clara e metas para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para isso, estamos desenvolvendo e implementando diferentes tecnologias e fontes de energia, pois acreditamos que não haverá uma única solução para todas as aplicações. Atualmente, já atuamos com máquinas híbridas, diesel-elétricas, elétricas a bateria e elétricas a cabo, além de avançarmos em pesquisas com motores a hidrogênio, biodiesel e combustíveis sintéticos. Também aplicamos tecnologias como a citada Smart Construction, que utiliza recursos avançados e sistemas automatizados para aumentar a eficiência e reduzir emissões nos canteiros de obra, somando assim esforços relevantes no caminho para operações mais sustentáveis no setor.

Saiba mais:

Komatsu: www.komatsu.com.br

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