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Revista M&T - Ed.275 - Julho 2023
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ENTREVISTA – GUILHERME SANTOS

“A carência de mecanização ainda é visível no Brasil“

Novo CEO e presidente da Komatsu Brasil Internacional, o executivo tem como foco manter a fabricante como referência em segurança e rentabilidade no segmento de equipamentos para construção e mineração no país

Desde abril, ao assumir o cargo de CEO e presidente da Komatsu Brasil Internacional, o executivo Guilherme Santos adotou como foco de sua gestão manter a fabricante japonesa como referência em segurança e rentabilidade no segmento de equipamentos para construção e mineração no país e na América Latina, dois dos mercados mais representativos para a empresa em termos de negócios globais.

Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o executivo afirma que a América Latina atualmente representa em torno de 17% do faturamento do grupo, com destaque para a mineração, enquanto o Brasil tem grande representatividade em equipamentos da Linha Amarela.

“Além dos setores da mineração e da construção, o agronegócio também vem crescendo, especialmente pela participação cada vez maior das máquinas de construção no segmento agrícola”, diz ele.

Formado em ciências contábeis pelo Centro Universitário Una, com pós-graduação em gestão de finanças pela Fundação Dom Cabral e MBA pela Universidade de Tulane (EUA), Santos está há mais de duas décadas na Komatsu, na qual ingressou como CFO para os mercados de Brasil e Venezuela, ainda na época da Joy Global (adquirida em 2017).

De 2006 a 2013, ocupou os cargos de gerente financeiro global nos EUA e CFO no Chile, voltando depois ao Brasil como vice-presidente executivo da divisão de equipamentos de mineração, no qual desempenhou funções nas áreas de suprimentos e logística, estratégia comercial e de investimentos, governança corporativa, saúde e segurança e outras, incluindo a integração da Joy Global ao grupo e a introdução da nova tecnologia para caminhões autônomos no Brasil.

“Na minha liderança, busco garantir um crescimento sustentável para os negócios das divisões de equipamentos de construçã


Desde abril, ao assumir o cargo de CEO e presidente da Komatsu Brasil Internacional, o executivo Guilherme Santos adotou como foco de sua gestão manter a fabricante japonesa como referência em segurança e rentabilidade no segmento de equipamentos para construção e mineração no país e na América Latina, dois dos mercados mais representativos para a empresa em termos de negócios globais.

Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o executivo afirma que a América Latina atualmente representa em torno de 17% do faturamento do grupo, com destaque para a mineração, enquanto o Brasil tem grande representatividade em equipamentos da Linha Amarela.

“Além dos setores da mineração e da construção, o agronegócio também vem crescendo, especialmente pela participação cada vez maior das máquinas de construção no segmento agrícola”, diz ele.

Formado em ciências contábeis pelo Centro Universitário Una, com pós-graduação em gestão de finanças pela Fundação Dom Cabral e MBA pela Universidade de Tulane (EUA), Santos está há mais de duas décadas na Komatsu, na qual ingressou como CFO para os mercados de Brasil e Venezuela, ainda na época da Joy Global (adquirida em 2017).

De 2006 a 2013, ocupou os cargos de gerente financeiro global nos EUA e CFO no Chile, voltando depois ao Brasil como vice-presidente executivo da divisão de equipamentos de mineração, no qual desempenhou funções nas áreas de suprimentos e logística, estratégia comercial e de investimentos, governança corporativa, saúde e segurança e outras, incluindo a integração da Joy Global ao grupo e a introdução da nova tecnologia para caminhões autônomos no Brasil.

“Na minha liderança, busco garantir um crescimento sustentável para os negócios das divisões de equipamentos de construção e mineração da companhia, que reúnem 1,6 mil colaboradores”, diz ele. Acompanhe.

Quais são os desafios para início de gestão em uma gigante como a Komatsu?

Nessa posição, é importante que o líder entenda como contribuir para o crescimento da empresa sem causar rupturas no negócio e como fortalecer as ações e políticas de ESG, já que o objetivo é assegurar um crescimento seguro, contínuo, sustentável e próspero para a organização e os funcionários. Nesse sentido, continuaremos investindo nas pessoas para que tenhamos líderes e funcionários preparados, pois somente com equipes verdadeiramente engajadas e alinhadas às visões estratégicas do negócio conseguiremos enfrentar cenários potencialmente adversos e mudanças de mercado, atendendo cada vez melhor os nossos clientes do mercado.

Qual é o direcionamento estratégico para a região nos próximos anos?

Nesse cargo, sou responsável pela liderança das atividades no Brasil e manterei o foco em tornar a Komatsu uma referência em segurança, assegurando crescimento com rentabilidade, excelência no atendimento e suporte aos clientes da marca, garantindo a melhor infraestrutura possível e alta capacidade em oferecer a melhor performance da frota de equipamentos e soluções da marca no país.

Como foi o desempenho comercial da empresa no ano passado?

Mesmo com as dificuldades logísticas impostas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, além das alterações nos cenários políticos, a Komatsu conseguiu expandir os negócios com novos clientes, mantendo um market share robusto e assegurando vendas recordes no que se refere aos nossos equipamentos da Linha Amarela.

Quanto a América Latina e o Brasil representam no faturamento do grupo?

Atualmente, a América Latina representa cerca de 17% do faturamento global do grupo devido à importância do setor de mineração na região, enquanto o Brasil contribui com 20% desse montante – especialmente por ser o principal mercado para o segmento dos equipamentos da Linha Amarela e um dos mais importantes também para o segmento de mineração.

Quais linhas de produtos mais se destacam nesses resultados?

Em mineração, destaco a introdução dos caminhões autônomos e tratores teleremotos, que garantem operações mais seguras e eficientes aos nossos clientes. O trator teleremoto possui componentes eletrônicos e de controle que permitem a operação da máquina remotamente, sendo possível operar a longas distâncias. A operação elimina a necessidade de o operador estar dentro da cabine do equipamento, podendo até mesmo manter-se fora da área da mina, na cidade, por exemplo, desde que a sala de operações esteja estruturada. Em construção, o grande destaque são os tratores de esteira, líderes em participação de mercado, além das escavadeiras hidráulicas, as PCs, referência reconhecida pelos clientes por sua disponibilidade mecânica, eficiência em combustível, durabilidade e confiabilidade.


Trator teleremoto é um dos destaques do portfólio da marca, aponta Santos

Há lançamentos previstos para diversificar o portfólio em 2023?

Ainda em 2023, a Komatsu introduzirá dois novos modelos dedicados a clientes de construção, ambos produzidos no Brasil. Mas seguimos com estudos de ampliação da oferta de produtos nacionais. Para o segmento de mineração, a empresa seguirá focando na introdução de novas tecnologias de ponta, como é o caso dos citados equipamentos autônomos e tratores de operação teleremota.

A unidade brasileira ainda enfrenta instabilidades relacionadas à escassez de componentes?

Durante a pandemia, a Komatsu, assim como todo o mercado, enfrentou desafios com gargalos logísticos na Ásia, mas no que se refere à escassez de componentes, os efeitos foram pouco notados. Com estratégia de produção verticalizada, trabalhamos somente com componentes de fabricação própria, como eixos, componentes hidráulicos etc., o que permite uma maior resiliência em momentos de escassez. Nesse contexto, a nossa fábrica de máquinas de construção no Brasil atingiu recordes históricos de produção pelo terceiro ano consecutivo, considerando desde o início das atividades da unidade, em 1975. Adicionalmente, a Komatsu adotou a prática de antecipar a aquisição e importação de volumes significativos de peças e componentes para evitar ou amenizar o impacto dos desafios logísticos, assegurando aos clientes a certeza da utilização e produção dos equipamentos.

Como a marca está trabalhando a transição energética em termos de tecnologias de acionamento dos equipamentos?

A Komatsu foi pioneira em tecnologias híbridas no setor de equipamentos para construção e mineração, com a introdução da primeira escavadeira híbrida vendida comercialmente no mundo, isso já há mais de 15 anos. Desde então, seguimos investindo na transformação energética de todo o portfólio de produtos, sendo que na construção já anunciamos soluções como miniescavadeiras e escavadeiras de 20 toneladas. Em mineração, possuímos um portfólio extenso de equipamentos elétricos, que reduzem ou eliminam completamente a emissão de gases de efeito estufa.


​​​​​​​O executivo destaca que a Komatsu é uma das pioneiras em tecnologias hibridas e elétricas

Nesse sentido, quais são as principais tendências tecnológicas que devem prevalecer no futuro?

Trabalhamos ativamente para oferecer aos nossos clientes nos próximos anos soluções como caminhões off-road de grandes capacidades que eliminem por completo as emissões. Nesse sentido, a marca firmou aliança com as maiores mineradoras do planeta para desenvolver um caminhão que não somente seja capaz de reduzir ou eliminar as emissões de gases, mas que também seja mais produtivo que os atuais.

No curto prazo, quais são as projeções para o setor de equipamentos para construção e mineração no Brasil?

Em construção, esperamos uma pequena queda neste ano, porém estabilizando ainda em níveis altos. Acreditamos que, nos próximos anos, quando saírem os necessários investimentos em infraestrutura logística e urbana, o mercado retome o passo de crescimento interrompido ao final de 2022. Para mineração, esperamos um mercado estável, sem variações significativas. No entanto, o cenário poderá se alterar, principalmente em função da velocidade com que a China consiga impulsionar a economia, resultando em maior ou menor demanda de minério de ferro para os nossos clientes que operam no Brasil.


​​​​​​​Mercado de mineração está atrelado ao consumo de minério na China, observa o CEO

Quais são as expectativas para o mercado agrícola?

O agronegócio sempre foi líder em uso de tecnologia no Brasil, passando a utilizar cada vez mais os equipamentos de construção para aumentar a eficiência nas operações de movimentação de terra e de materiais e obras de infraestrutura interna. Por isso, o segmento vem crescendo em importância para o setor de máquinas amarelas no país nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o segmento já consome mais de 20% da produção nacional destes equipamentos.

E quanto esse segmento é importante para a empresa no país?

Para a Komatsu, não é diferente, pois temos apostado no segmento, seja com o aumento da cobertura nas principais regiões agrícolas do Brasil, seja com ações específicas para melhorar o reconhecimento e o relacionamento da marca com os clientes do agro, como foi o caso da nossa participação no Agrishow 2023, no início de maio, quando prospectamos negócios acima de 100 milhões de reais. Nossos produtos possuem a versatilidade e a confiabilidade que o setor exige e, por isso, seguiremos melhorando nossa participação no agro brasileiro.

Quais resultados a empresa espera obter em 2023?

Apesar do cenário de incerteza nacional e, sobretudo, internacional, ainda há oportunidades de crescimento, seja por meio da introdução de novos produtos ou da abertura de novos mercados. A carência de mecanização ainda é visível em diversos setores da economia brasileira, de modo que estamos prontos para aproveitar essas oportunidades.

Saiba mais:
Komatsu:
www.komatsu.com.br

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