Revista M&T - Ed.287 - Setembro 2024
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CONCRETE SHOW 2024

A mecanização do concreto

Com mais de 400 expositores, a 15ª edição do evento da cadeia produtiva da construção civil cobriu 32 mil m2 de área e recebeu mais de 23 mil visitantes no São Paulo Expo
Por Marcelo Januário (Editor)

Por Marcelo Januário e Melina Fogaça

Entre os dias 6 e 8 de agosto, a capital paulista sediou o principal evento da cadeia produtiva da construção civil da América Latina. Em sua 15ª edição, o Concrete Show cobriu mais de 32 mil m2 do São Paulo Expo, reunindo mais de 400 marcas expositoras. Em três dias, o evento recebeu 23,2 mil visitantes, proporcionando conhecimento, oportunidades de networking e negócios.

Parte do circuito World of Concrete, o evento tem ênfase na indústria de concreto e áreas correlatas, promovendo exposição de tecnologias, conteúdo técnico qualificado, networking e oportunidades de negócio para alavancar a cadeia produtiva do setor.“A construção civil vem passando por um momento positivo, sobretudo com o crescimento do PIB no setor, além da alta demanda por profissionais qualificados”, observou Hermano Pinto, diretor de portfólio


Por Marcelo Januário e Melina Fogaça

Entre os dias 6 e 8 de agosto, a capital paulista sediou o principal evento da cadeia produtiva da construção civil da América Latina. Em sua 15ª edição, o Concrete Show cobriu mais de 32 mil m2 do São Paulo Expo, reunindo mais de 400 marcas expositoras. Em três dias, o evento recebeu 23,2 mil visitantes, proporcionando conhecimento, oportunidades de networking e negócios.

Parte do circuito World of Concrete, o evento tem ênfase na indústria de concreto e áreas correlatas, promovendo exposição de tecnologias, conteúdo técnico qualificado, networking e oportunidades de negócio para alavancar a cadeia produtiva do setor.“A construção civil vem passando por um momento positivo, sobretudo com o crescimento do PIB no setor, além da alta demanda por profissionais qualificados”, observou Hermano Pinto, diretor de portfólio de infraestrutura e tecnologia da Informa Markets, organizadora do evento, que em 2025 acontecerá entre os dias 19 e 21 de agosto. A seguir, confira alguns destaques da 15ª edição.

CATERPILLAR

A Caterpillar marcou presença com equipamentos que podem ser aplicados em atividades voltadas para a cadeia construtiva do concreto. Entre os produtos em destaque, a marca exibiu a carregadeira 920K (peso operacional de 9.132 kg), a miniescavadeira 302.7 (3.050 kg) e a minicarregadeira 242D3 (3.238 kg).“As minis são equipamentos superversáteis na aplicação, pois podem tanto entrar em lugares estreitos, como receber diversos tipos de implementos”, comentou a fabricante no evento.

Na feira, a marca exibiu ainda o martelo B4, com peso operacional de 159 kg (com ferramenta) e classe de energia de 370 J, que pode ser utilizado com miniescavadeiras em aplicações de construção e demolição, como quebra de calçadas e vias de concreto, além de exibir um garfo pallet, também utilizado com minicarregadeiras na construção civil.

No estande, foi apresentada ainda a carregadeira de rodas 618D, equipada com caçamba de 1 m³ da Série Performance, com fator de enchimento de 110%.O produto integra o portfólio da marca SEM, que – segundo a empresa – “oferece produtos acessíveis e de fácil manutenção, apoiados pela engenharia da Caterpillar”.


A Caterpillar destacou a minicarregadeira 242D3,enquanto a bomba para concreto TB30 foi a estrela da Fiori

FIORI

Como principal destaque, a Fiori levou à feira a bomba de concreto TB30, produzida pela Turbosol, da qual é distribuidora no país. Com capacidade de bombeamento de 4 a 30 m³/h, o equipamento marca a entrada da empresa no mercado de bombas de concreto.“Com essa solução, é possível regular a vazão de produção”, explicou André Penso, supervisor comercial da Fiori. “Mas bombas desse porte sempre trabalham na potência máxima, independentemente de ser carregada com pouco material, já que o operador consegue adaptar a produção.”

Além desse produto, exposto ao lado de dumpers e silos de cimento, a empresa expôs a autoconcreteira DB X50, com capacidade de produção de 5 m³/h, podendo chegar a 20 m³/h.“Referência da marca, esse é um equipamento bem-conceituado no mercado”, observou o supervisor. “Afinal, é uma solução autocarregável, ou seja, uma central móvel de concreto que permite carregar, pesar, dosar, misturar, transportar e descarregar o material.”

Segundo ele, isso traz vantagens evidentes, uma vez que a solução 4x4 é capaz de substituir vários equipamentos, como central, pá carregadeira e caminhão-betoneira, para realizar os mesmos processos. “Com isso, é possível reduzir a mão de obra e garantir maior qualidade à produção”, reforçou.


GRUPO CONVICTA

Com 16 equipamentos em mais de 600 m2 de área, o Grupo Convicta montou quatro estandes (internos e externos) para expor soluções voltadas para o mercado de construção, destacando a atuação na produção, locação, remanufatura e fornecimento de peças. Destaque da marca, a central de concreto C4 Transportável foi lançada durante o evento, chegando ao mercado com uma proposta na faixa de 60 a 80 m³/h de capacidade.

Outras apostas incluíram betoneiras de 8 e 10 m³, que o mercado vem pedindo. “Com a escassez de mão de obra atual, convém às concreteiras contar com um equipamento maior, capaz de transportar mais material”, frisou Tifany Souza, especialista de marketing da empresa, que também destacou a betoneira Beton-Bomba de 10 m³, um modelo dois em um patenteado pela marca.

O espaço também exibiu opções de centrais de concreto, incluindo o modelo C30 Transportável Flex, lançado em 2023. “A esteira foi redimensionada para ser transportada em um caminhão menor”, explicou a especialista, citando ainda outros produtos móveis, todos produzidos em São José dos Pinhais (PR).“É o caso da Betoneira Autocarregável, capaz de transportar, pesar e lançar material”, completou Tifany, divulgando ainda a “Loja Virtual Convicta”, que ganhou um espaço especial no estande.“Mas o principal destaque na feira é a divulgação da abertura da nossa primeira filial, em Cabo de Santo Agostinho (PE)”, afirmou a especialista.


A Convicta destacou a usina C4 Transportável
e a Liebherr promoveu a betoneira HTM 804

LIEBHERR

A Liebherr priorizou soluções como a betoneira HTM 804, de 8 m³, apresentada como o carro-chefe em vendas da marca, com aproximadamente 60% de market share no mercado nacional.Além desse equipamento, a empresa também exibiu a betoneira HTM 1004, de 10 m³, vista como uma “possível tendência” do mercado de concreto, no sentido de se trabalhar com equipamentos maiores, até por conta de fatores como restrição de mão de obra e necessidade de maior produtividade.“A maior capacidade representa maior produtividade, mas hoje o que temos que achar é um meio de, junto com as montadoras de caminhões, transportar maior volume sem sair da legislação”, observou Gian Romano, gerente comercial da divisão de tecnologias para concreto da marca.

Complementando a cadeia produtiva do setor, o estande também recebeu a pá carregadeira L538, uma máquina de nicho com 143 hp de potência, peso operacional de 12,7 t, carga de tombamento de 9 t e caçamba com 2,7 m3 de capacidade.“Essa é a menor máquina da linha e a mais adequada para o setor, pois alimenta as centrais de produção de concreto”, destacou o especialista, acentuando que esse mercado deve crescer cerca de 15% em relação ao ano passado.“Nosso mercado está crescendo mais que a construção, apresentando uma retomada após a queda acentuada no ano passado”, avaliou Romano, citando a curva de crescimento de consumo de cimento no país.


PUZMEISTER

Desde o ano passado, a Putzmeister vem trazendo equipamentos para o mercado brasileiro sob a linha “Putzmeister supported by Sany”, grupo da qual faz parte.Na Concrete Show, a empresa manteve a estratégia ao exibir as bombas de concreto SY32 RZ 5 e SY37 RZ 5, com lança de 32 m e 37 m, respectivamente, além da autobomba LP120 12G, com capacidade para produzir 100 m³/h.

Segundo Rodrigo Satiro, gerente nacional de vendas da companhia, “a estratégia de dual brand faz a junção de tecnologia com eficiência de custos”, angariando bons resultados no mercado nacional.“Cerca de 80% do que comercializamos no país faz parte dessa linha”, afirmou o executivo, que também apresentou a bomba-lança BSF36 Z, com alcance de cerca de 36 m.

Sobre o cenário do setor, Satiro ponderou que desde o ano passado o mercado vem reagindo bem, mesmo que de forma gradativa. “Estamos com bons números de vendas e acompanhando das oportunidades do setor, especialmente pela necessidade de renovação de frotas”, disse ele.“O país ficou muito tempo parado, mas agora a renovação de frota já vem forte, e estamos surfando nessa onda.”


Estande da Putzmeister exibiu diversos equipamentos da Sany;
Bomba SPL 7500 foi um dos destaques da Schwing-Stetter

SCHWING-STETTER

Celebrando 90 anos de história, a Schwing-Stetter apresentou três novas autobombas, que prometem características como “versatilidade, robustez e alta tecnologia, respondendo às diferentes situações enfrentadas em canteiros e, ao mesmo tempo, contribuindo para o aumento de produtividade e eficiência e para a segurança na operação”.

Com pressão de até 243 bar, o modelo SPL 7500 foi projetado para bombeamentos em grandes distâncias e alturas, com rendimento de até 91 m³/h.Equipada com bloco hidráulico (Smart Switch), a bomba muda o sistema de bombeamento de alto volume para alta pressão e vice-versa com apenas um toque no painel de comando, além de oferecer áreas de carga em dois níveis, com portas em alumínio no sistema Easy-Click para abertura e fechamento.“Esse equipamento conta com sistema hidráulico aberto, que aumenta o rendimento com rotações mínimas do motor, diminuindo consideravelmente o consumo, além de trazer válvula para concreto Rock, com limpeza mais rápida e menor desgaste”, destacou.

Por sua vez, o modelo compacto 20 Mult-Tech apresenta exigência mínima de espaço para estabilização, prometendo capacidade elevada de carga e alto desempenho da bateria de bombeamento.Equipada com pedestal mais leve, a solução oferece duas opções de bateria de bombeio e mastro de quatro seções em sistema RZ.

Outra novidade, a bomba S 36 X RaZor pode ser montada em chassi 6x4. Com mastro de cinco seções e abertura RZ, o modelo traz opções de circuito simples (98 m³/h) ou duplo (136 m³/h), com altura de abertura inferior a 6,8 m.“Como vantagem adicional, a estabilização exige espaço reduzido por meio dos apoios traseiros em ‘H’ e alta manobrabilidade”, assegura a empresa, que também apresentou novidades como o rádio controle SC 50, o sistema de comando e controle SVision e o sistema Telematics.


TOPCON

A Topcon divulgou o sistema The Concrete Suite, uma solução de ERP operacional para gestão digital de concreteiras, abrangendo desde as áreas de tecnologia, comercial, expedição e produção até financeiro, controle de qualidade e rastreamento de frotas. Composto por hardware e software com patentes próprias, o produto foi desenvolvido no Brasil e monitora inclusive testes de slump. “É possível saber quanto de água foi adicionado no balão da betoneira, além da qualidade e da textura, o que sempre foi uma grande dor do mercado”, destacou Samuel Oliveira, CEO da Topcon, ressaltando que o produto é inédito no país.

Segundo ele, a solução é oferecida em vários módulos desacoplados e operacionalizados totalmente via web mobile, o que permite agregar funcionalidades de acordo com a necessidade das operações.“Ou seja, você consegue ter 100% do controle no celular, o que é um grande avanço para o mercado”, acrescentou.

O executivo garantiu que a Topcon já detém mais de 40% do mercado nacional para esse tipo de solução, margem atingida em apenas cerca de três anos, com mais de 6.000 betoneiras rastreadas via módulo de telemetria da marca.“É uma solução muito aderente”, ressaltou Oliveira, contando que a suíte funciona com diferentes operadoras, mantendo-se ativa mesmo sem sinal de telefonia. Sobre a demanda, Oliveira se mostrou bastante otimista.“A expectativa é que o mercado de concreto cresça 5% neste ano”, completou.


Suíte da Topcon promete gerir gestão de concreteiras;
A X
CMG divulgou soluções como a vibroacabadora RP505 para asfalto e concreto

XCMG

XCMG Brasil levou ao São Paulo Expo produtos como a vibroacabadora de esteiras RP505 para asfalto e concreto. Com peso operacional de 12.000 kg e potência de 140 hp, o equipamento apresenta mesa ajustável, com largura entre 1,8 e 5 m, além de trazer sistema de aquecimento elétrico integrado. Segundo a companhia, a pré-compactação é feita por meio de barras de tamper, com projetos reformulados dos eixos helicoidais e das barras transportadoras.“Os controles são independentes e automáticos, oferecendo maior flexibilidade e precisão”, destacou o diretor comercial Renato Torres.“O ajuste da altura dos eixos helicoidais é realizado por um sistema hidráulico de elevação, que facilita a operação e contribui para um desempenho otimizado.”

O estande recebeu ainda soluções como a minicarregadeira XC7-SR08, com peso operacional de 3.210 kg, potência de 67,3 hp e caçamba de 0,45 m³, e a miniescavadeira XE27U, com peso operacional de 2.780 kg, potência de 20.6 hp e caçamba de 0,06 m³, talhada para espaços confinados.

Outros destaques incluíram a empilhadeira XCB-P30/XCB-L30, com capacidade de carga de 3.000 kg e elevação de 3.000 mm, equipada com tecnologia de controle elétrico. “A tecnologia de controle elétrico aprimora a suavidade na partida, aceleração e frenagem do veículo, além de aumentar o conforto operacional e a proteção de materiais e operadores”, explicou Torres, que também divulgou a pá carregadeira LW180KV (6.200 kg, motor de 83 hp, capacidade operacional de até 1.800 kg e caçamba de 1 m³), a plataforma articulada elétrica XGA16ACK (com capacidade operacional de até 350 kg e altura de elevação de 14.5 m) e o caminhão-betoneira XGA5310JBBEENEGA (8x4 elétrico, com peso operacional de 16.100 kg e velocidade máxima de 89 km/h).


YANMAR

Além de soluções como o rompedor SB43, o gerador YBG22TE (22 kVA) e o motor industrial a diesel 4TNV84T-DSA (de 7,9 a 91 cv), a Yanmar destacou sua linha de miniescavadeiras de 1 a 10 t produzidas no Japão.Com 1.265 kg, o modelo ViO12 (de 9,3 kW de potência) traz motor diesel 3TNV70 de três cilindros e esteiras de borracha ajustáveis (830 mm - 1.000 mm), prometendo maior estabilidade em locais estreitos.Por sua vez, o modelo ViO20 (14,6 kW de potência) conta com sistema exclusivo de engate rápido. Com peso operacional na faixa de 2.125 kg a 2.225 kg, o modelo incorpora tecnologias como SA-R e Giro Zero.

Na faixa de 3 t, os modelos ViO30 e ViO35 oferecem peso operacional de 3.175 kg a 3.825 kg, respectivamente, dependendo da configuração da esteira e da cabine, que tem opção cabinada com ar-condicionado.As máquinas são equipadas com motor 3TNV88-ZSBV de três cilindros, com 20,4 kW de potência, oferecendo engate rápido e linha hidráulica adicional de série. Além do peso, os modelos possuem diferenças dimensionais na largura e no conjunto braço/lança.

Já o modelo SV100 tem peso operacional de 9.825 kg e oferece 54.7 kW de potência. Como diferencial, entrega características como deslocamento lateral da lança e lâmina frontal, além de contar com dispositivo mecânico de inversão de comando operacional. Lançamento mais recente da marca, a escavadeira preenche uma lacuna no mercado.“O cliente busca a máquina de 10 t pensando em atuar em grandes obras, pois oferece economia de combustível e menor custo de aquisição”, disse Anderson Oliveira, gerente comercial da Yanmar, avaliando que uma demanda de 10 mil unidades justificaria a produção nacional desses modelos.


A miniscavaderia SV100 de 10 m t ganhou destaque na Yanmar,a
o passo que a Zoomlion apresentou caminhão-betoneirade 8 m3 recém-lançado

ZOOMLION

Lançado este ano no Brasil, o caminhão-betoneira da Zoomlion é montado em chassi 8x4 e oferece capacidade de 8 m³, compondo um dos destaques da empresa na feira. De acordo com Ronildo Donizete, representante de vendas de bombas de concreto da marca, o equipamento atende à Lei da Balança, que rege o cenário brasileiro para esse tipo de equipamento.“A Zoomlion retornou a esse mercado, pois acreditamos que a construção civil está muito carente de equipamentos”, comentou. “Para uma concreteira rodar, precisa no mínimo de duas a cinco betoneiras para entregar o produto.”

Segundo o executivo, o equipamento é uma porta de entrada para consolidar o relacionamento da empresa com o cliente do segmento. A ideia, disse ele, é vender o conjunto (chassi mais implemento), a partir de um estoque de equipamentos.“Ao vender o conjunto completo, ganhamos especialmente em relação ao prazo”, destacou.“Hoje, se o cliente decide comprar uma betoneira, vai negociar o caminhão com a montadora, em um processo que demora em torno de três meses até o equipamento ser entregue”, afirmou.“Se tivermos um estoque do maquinário pronto, conseguimos entregar mais rápido, ou seja, o cliente acaba ganhando em torno de cinco meses de trabalho ao comprar o produto completo, faturando de maneira antecipada”, observou.


Saiba mais:
Concrete Show:
www.concreteshow.com.br

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