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Revista M&T - Ed.278 - Outubro 2023
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CORREIAS TRANSPORTADORAS

Segurança redobrada na operação

Incêndios em instalações de correias podem acontecer por diferentes motivos em qualquer operação, seja no agronegócio ou na mineração, tornando as medidas preventivas um item obrigatório nesses equipamentos

Em julho, uma explosão atingiu um dos silos de secagem de grãos da C.Vale em Palotina (PR), deixando mortos e feridos. Até o momento, as causas da tragédia ainda não foram confirmadas, mas entender o funcionamento de um silo ajuda a deduzir as possibilidades.

O equipamento de secagem de grãos é um espaço confinado e enclausurado, onde o pó suspenso no ar funciona como combustível. Caso a quantidade de pó no ar seja alta, basta uma faísca para provocar a ignição, levando à reação rápida do oxigênio com as partículas e, consequentemente, à explosão.

Por isso, a aplicação de correias transportadoras com características técnicas adequadas e propriedades antichama é fundamental para todo tipo de operação. Os acidentes com incêndio podem ser iniciados por um travamento de rolete, por exemplo, gerando um atrito entre a correia e o componente.

“Em sistemas subterrâneos, também pode se iniciar por uma faísca gerada pela velocidade da correia, criando uma energia estática e, assim, ocasionando explosões pela poeira e partículas em suspensão”, descreve Jefferson Dantas, sócio-diretor da Maxbelt.

PRECAUÇÃO

André Misael, diretor comercial da Superior Industries do Brasil para o segmento de agregados, alerta para alguns cuidados.

Segundo ele, as correias transportadoras possuem uma rugosidade na borda que, caso esbarre em alguma pessoa, pode ter um efeito altamente cortante enquanto estiver em movimento.


Suspenso em espaços confinados, pó funciona comocombustível e faíscas podem incendiar o equipamento

Se não houver cuidado, o que inclui instalação de proteção nas laterais do equipamento, o risco de acidentes é permanente. “Por isso, as empresas precisam atentar para os sistemas de segurança no funcionamento dos tran


Em julho, uma explosão atingiu um dos silos de secagem de grãos da C.Vale em Palotina (PR), deixando mortos e feridos. Até o momento, as causas da tragédia ainda não foram confirmadas, mas entender o funcionamento de um silo ajuda a deduzir as possibilidades.

O equipamento de secagem de grãos é um espaço confinado e enclausurado, onde o pó suspenso no ar funciona como combustível. Caso a quantidade de pó no ar seja alta, basta uma faísca para provocar a ignição, levando à reação rápida do oxigênio com as partículas e, consequentemente, à explosão.

Por isso, a aplicação de correias transportadoras com características técnicas adequadas e propriedades antichama é fundamental para todo tipo de operação. Os acidentes com incêndio podem ser iniciados por um travamento de rolete, por exemplo, gerando um atrito entre a correia e o componente.

“Em sistemas subterrâneos, também pode se iniciar por uma faísca gerada pela velocidade da correia, criando uma energia estática e, assim, ocasionando explosões pela poeira e partículas em suspensão”, descreve Jefferson Dantas, sócio-diretor da Maxbelt.

PRECAUÇÃO

André Misael, diretor comercial da Superior Industries do Brasil para o segmento de agregados, alerta para alguns cuidados.

Segundo ele, as correias transportadoras possuem uma rugosidade na borda que, caso esbarre em alguma pessoa, pode ter um efeito altamente cortante enquanto estiver em movimento.


Suspenso em espaços confinados, pó funciona comocombustível e faíscas podem incendiar o equipamento

Se não houver cuidado, o que inclui instalação de proteção nas laterais do equipamento, o risco de acidentes é permanente. “Por isso, as empresas precisam atentar para os sistemas de segurança no funcionamento dos transportadores”, diz o especialista.

A limitação e condução de acesso lateral às correias, além de proteção dos tambores que as suportam, são itens obrigatórios para evitar quedas de pessoas no local de movimentação do material.

Caso isso aconteça, há risco de o indivíduo ser puxado e esmagado entre os tambores. Por outro lado, sem proteção inferior há o risco de os rolos caírem (devido à movimentação da correia em alta velocidade), atingindo quem estiver passando embaixo. “Em razão disso, devem ser instalados diferentes tipos de proteção em locais com pessoas nas imediações”, explica Misael.

De acordo com ele, as proteções na parte inferior do transportador são desnecessárias somente se a movimentação do material for feita em pilhas.

“Mesmo assim, são obrigatórias quando há passagem de pedestres e equipes de manutenção”, ele alerta, citando ainda o sistema de desligamento imediato do motor, acionado quando o sistema detecta rompimento na correia.

“Caso o motor continue trabalhando, a correia continua a ser puxada e o material a se espalhar”, explica. “Com o desligamento da tração motora, a operação é imediatamente paralisada.”

Com longa expertise técnico-comercial em consultoria, desenvolvimento e instalação de plantas de beneficiamento de minérios e agregados, Misael já viu alguns acidentes ocorrerem com correias no ponto do carregamento de material.

“Se o shuttle encher demais, ou seja, ficar com excesso de material, há risco de problemas de aquecimento do motor, que continua rodando caso não haja sensores para alertá-lo da irregularidade”, aponta o diretor.

“E essa fricção de contato entre as borrachas desencadeia chamas, podendo causar incêndios em toda a extensão da correia.”

SOLUÇÕES

Para Dantas, da Maxbelt, o melhor caminho é abordar medidas preventivas sob ao menos três aspectos: plano de manutenção adequado para os equipamentos e componentes, conhecimento sobre diretrizes e regras de segurança e, por fim, uso de componentes que ofereçam segurança operacional adicional, como as coberturas autoextinguíveis de chamas, que são certificadas.


Na presença de pessoas, operações de correias requerem
diferentes tipos de proteção, alguns oferecidos de fábrica

O especialista relata que as empresas do agronegócio, em especial, estão se conscientizando dessa necessidade, até em função das providências de segurança desencadeadas pela fiscalização cada vez mais rígida.

“A Maxbelt fornece um produto com propriedades antiextinguível, antiestática e resistente ao óleo, para aplicação nos setores do agronegócio, mineração e siderurgia”, diz ele, destacando que a solução evita faíscas e propagação de fogo durante a operação.

“Com propriedades autoextinguíveis, as coberturas tipo Grão, SBK, LD Mina e Under Extreme garantem segurança integral do sistema transportador, evitando as faíscas e a propagação de fogo.”

Nas aplicações mais severas em mineração, o portfólio da marca conta com a linha High Performance, com aplicação da cobertura HDS Mineração, que alinha propriedades antiestática e autoextinguível.

Segundo Dantas, o produto não só atende às normas ISO 340 (ASTM D 378 13.2, de teste de chama) e ISO 284 (de condutividade elétrica), mas também oferece resistência à abrasão de 50 mm³, o que – segundo o especialista – é inédito no segmento.


Preventivas incluem uso de componentes que ofereçam segurança operacional adicional

Para evitar acidentes e incêndios durante a operação, a Vale optou por instalar o Sistema Vantage para monitoramento constante dos rolos de carga, impacto e retorno do Drum Reclaimer 3 – tornando-se a 1ª máquina do mundo a ter 100% dos rolos monitorados pela tecnologia da Superior Industries.

Ligados ao sistema, os rolos passaram a identificar e coletar dados como temperatura dos rolamentos e rotação. “Uma nova versão do hardware embarcado no rolo já conta com monitoramento de vibração dos rolamentos”, explica Danilo Bibancos, diretor da Superior no Brasil.

Segundo ele, as informações são captadas por diferentes sensores, podendo ser acessadas em tempo real para acompanhamento da operação e das condições de trabalho. Os dados são enviados através de sinal de rádio LoRa, o que – segundo ele – permite uma operação de baixo custo e alta segurança da informação, adequados para ambientes hostis e confinados.

Além do Vantage, a borracha especial antichamaUL94-V0, também desenvolvida pela Superior, ajuda a complementar as medidas de segurança da operação. Criada com tecnologia totalmente nacional, a borracha reveste e protege os rolos de impacto e retorno, com índices de abrasão e dureza compatíveis aos das correias.

“Antes desses sistemas, a Vale analisou um vasto leque de tecnologias disponíveis no mercado para inspecionar e evitar incêndios”, relata o engenheiro mecânico Rafael Angelo Tozzo, da engenharia Usinas Sudeste, com foco em máquinas de pátio e transportadores de correia da Vale.

REPLICAÇÃO

Após constatar os resultados, Tozzo cogita instalar o Sistema Vantage em outros equipamentos, devido à possibilidade de controle e monitoramento contínuo, que fazem a diferença na operação.


Com tecnologia nacional, borracha antichamareveste e protege os rolos

“Enquanto o Drum opera, não é possível entrar na região do transportador de correia interno ao tambor para inspecionar suas condições”, detalha. “Esse cenário restrito abre espaço para situações como quebra, falha, travamento ou fim de vida útil de rolos, que só são percebidas quando acontecem”, diz o engenheiro.

O Vantage, prossegue Tozzo, monitora a saúde e a temperatura dos rolos de maneira ininterrupta, podendo ser acessado por computador ou celular. Se a temperatura ficar muito alta, é emitido um alerta – algo que não acontecia antes.

A qualquer sinal de temperatura acima do limite estabelecido, a equipe recebe mensagem imediata de alerta e se prontifica para identificar o defeito,

“Constatado que o rolo está em temperatura limítrofe, o responsável solicita a interrupção da operação do equipamento para checagem”, relata Francisley Silvestre Leite, inspetor de manutenção da Vale em Brucutu.

“E, caso algum rolamento esteja danificado, é feita a intervenção antes de o rolo atingir uma temperatura que provoque danos.”


MERCADO
Sucateamento do parque de máquinas preocupa o setor


Empresas sabem da necessidade de renovação da frota,
mas seguem receosas diante da conjuntura, diz especialista

Atualmente, as empresas brasileiras têm dificuldades em manter uma manutenção bem-feita de seus sistemas de transportadores, situação que compromete o desempenho da correia e afeta diretamente a operação. “Uma grande parte dos equipamentos em operação está obsoleta e, por isso, os empresários precisam injetar investimentos na renovação do parque fabril”, avalia Jefferson Dantas, da Maxbelt.

De acordo com o executivo, a manutenção tem sido reduzida a padrões básicos nos últimos anos, com as empresas enfrentando dificuldades em qualificação técnica para execução dos trabalhos, devido inclusive à falta de mão de obra.

“No agronegócio, na qual as operações são consideradas mais leves em relação à mineração, o parque fabril está em melhores condições, necessitando de mais investimentos em ampliação da capacidade de armazenagem e processamento de grãos”, comenta Dantas.

Diante dessa necessidade, abre-se uma janela de oportunidade de negócios para esses equipamentos. No Brasil, o desempenho do setor de agregados tem melhorado progressivamente.

Em 2022, forneceu 640 milhões de toneladas de agregados, sendo 374 milhões de areia e 266 milhões de brita. De acordo com Fernando Valverde, presidente da Associação Nacional das Entidades Produtoras de Agregados para Construção (Anepac), a perspectiva de crescimento para este ano é de 3%.

Segundo Daniel Debiazzi Neto, presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado de São Paulo (Sindipedras), o mercado paulista atingiu um volume pouco superior a 63 milhões de toneladas no ano passado. “Para 2023, a projeção é chegar a 95 milhões de toneladas de areia e 65 milhões de brita”, ele projeta.

Os números mostram uma indústria de agregados aquecida, trabalhando para atender à demanda. Na visão de Dantas, embora essas empresas saibam da necessidade de renovação da frota, ainda estão conservadoras diante da conjuntura econômica.

“Questões como juros, preços dos equipamentos, financiamentos e outras fazem com que os empresários prolonguem o uso das máquinas até quando podem, para investir com mais segurança”, diz Debiazzi.

Quando se refere ao mercado de agregados, as realidades são distintas. “Existem as pedreiras pequenas, médias e de grande porte. As empresas de menor porte são mais propensas a utilizar equipamentos mais obsoletos, inclusive adquirindo correias usadas para substituição em seus transportadores”, diz Dantas.

No 1º semestre, a Maxbelt também percebeu um mercado mais cauteloso em relação às vendas. Contudo, Dantas está otimista quanto à movimentação relacionada à expansão e substituição de frota até o final do ano.

“Principalmente na mineração, as empresas estão investindo em aumento de capacidade produtiva”, conta.

Saiba mais:
Maxbelt:
https://maxbelt.com.br
Superior: https://superior-ind.com
Vale: www.vale.com/pt

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