P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.207 - Novembro 2016
Voltar
Correias Transportadoras

Conhecimento que vale ouro

Essenciais como em poucos segmentos, especificações técnicas são um verdadeiro tesouro na hora de se decidir pela correia transportadora ideal para cada negócio

Os sistemas de transportes para materiais, seja para aplicações mais brandas, como produtos agrícolas, seja em situações severas, como é o caso de atividades ligadas à mineração, oferecem opções que exigem conhecimento profundo da operação. E as decisões passam não somente pelo próprio sistema, mas também pelas correias de transporte que os equipam e que compõem outro universo de variações.

Para Flavio Baggio, diretor comercial da Superior/Parcan, “as correias transportadoras detêm uma posição muito importante no transporte de materiais a granel devido a inúmeras vantagens, como economia, segurança e aplicações diversificadas a um custo baixo”. “Cada tipo de correia traz características específicas, definidas pelos projetos a que se destinam”, explica.

Apesar da diversidade, as correias são essencialmente divididas em dois grandes grupos: as correias de lona (que podem ser de fibras têxteis, como poliéster, náilon e aramida) ou com malha de aço. “A opção entre a correia de fibra ou com cabos de aço depende do tipo de instalação – se será uma operação de mineração, siderurgia ou cimenteira, por exemplo –, da distância entre os pontos, da capacidade em tonelada/hora a ser transportada e do perfil do terreno onde será implantado o equipamento”, detalha Carlos Ivan Équi, vice-presidente de vendas para o segmento de mineração da Metso.

CONHECIMENTO

Com tantas variáveis em jogo, conhecimento vale ouro. Afinal, os revestimentos das carcaças das correias, bem como sua estrutura, ou “alma”, são definidos com base nessas informações. “É imprescindível ter certeza do que será transportado para que as correias mantenham a integridade e a durabilidade esperada para o produto”, diz Équi, complementando que os critérios levados em conta dizem respeito à abrasividade do material (para evitar rasgos ou arrancamento de partes da correia), temperatura (que em alguns casos pode atingir picos de 300oC), resistência a elementos químicos (como óleos e ácidos) e, ainda, à baixa resistência ao rolamento (de forma a reduzir o consumo de energia durante o transporte do material).

Com tudo, há ainda outras variáveis nessa equação, que são igualmente relevantes na escolha pelo tipo de correia


Os sistemas de transportes para materiais, seja para aplicações mais brandas, como produtos agrícolas, seja em situações severas, como é o caso de atividades ligadas à mineração, oferecem opções que exigem conhecimento profundo da operação. E as decisões passam não somente pelo próprio sistema, mas também pelas correias de transporte que os equipam e que compõem outro universo de variações.

Para Flavio Baggio, diretor comercial da Superior/Parcan, “as correias transportadoras detêm uma posição muito importante no transporte de materiais a granel devido a inúmeras vantagens, como economia, segurança e aplicações diversificadas a um custo baixo”. “Cada tipo de correia traz características específicas, definidas pelos projetos a que se destinam”, explica.

Apesar da diversidade, as correias são essencialmente divididas em dois grandes grupos: as correias de lona (que podem ser de fibras têxteis, como poliéster, náilon e aramida) ou com malha de aço. “A opção entre a correia de fibra ou com cabos de aço depende do tipo de instalação – se será uma operação de mineração, siderurgia ou cimenteira, por exemplo –, da distância entre os pontos, da capacidade em tonelada/hora a ser transportada e do perfil do terreno onde será implantado o equipamento”, detalha Carlos Ivan Équi, vice-presidente de vendas para o segmento de mineração da Metso.

CONHECIMENTO

Com tantas variáveis em jogo, conhecimento vale ouro. Afinal, os revestimentos das carcaças das correias, bem como sua estrutura, ou “alma”, são definidos com base nessas informações. “É imprescindível ter certeza do que será transportado para que as correias mantenham a integridade e a durabilidade esperada para o produto”, diz Équi, complementando que os critérios levados em conta dizem respeito à abrasividade do material (para evitar rasgos ou arrancamento de partes da correia), temperatura (que em alguns casos pode atingir picos de 300oC), resistência a elementos químicos (como óleos e ácidos) e, ainda, à baixa resistência ao rolamento (de forma a reduzir o consumo de energia durante o transporte do material).

Com tudo, há ainda outras variáveis nessa equação, que são igualmente relevantes na escolha pelo tipo de correia transportadora. Entre eles constam as tensões atuantes na correia que, sendo mais altas, exigem malha de aço, cuja resistência à ruptura varia de 800 a 10.000 kN/m, baixa elongação, que é variação de comprimento segundo a direção de aplicação de uma força tensora ou compressora, e a condição de acamamento sobre os roletes do sistema transportador.

O gerente de produto da ConVeyBelts (CVB), Renato Teixeira, faz uma leitura mais específica sobre seu nicho de atuação. “As correias com malha de aço compõem um segmento mais nobre do mercado, de produtos com maior capacidade de tensão e resistência. Sua aplicação exige cálculos muito apurados para se determinar o uso correto e, por isso, têm uma participação intensa no mercado de mineração, de cerca de 60%, em virtude de suas características mais técnicas e da maior robustez”, comenta. “Já as de lona destinam-se a aplicações não tão exigentes, para transporte de produtos como granéis em portos e silos, entre outros.”

As correias transportadoras foram idealizadas para vencer longas distâncias, afirma Teixeira, levando a carga do ponto de recebimento à descarga final. Entre um momento e outro, no entanto, é preciso mensurar bem as etapas para que o processo não se torne inviável. Dada a maior capacidade das correias com malha de aço em termos de peso e alongamento, estas oferecem uma gama bem mais extensa de aplicações. “Da mineração ao processamento da commodity, o equipamento é muito exigido”, frisa o executivo. “A densidade e o volume são muito altos, exigem muita resistência, principalmente à abrasão e ao impacto de rochas com até 50 kg, que são diretamente despejadas sobre a correia na primeira etapa da operação.”

PLAYERS

Com os critérios à mão, torna-se mais seguro sair às compras. E o mercado de correias vem registrando algumas mudanças no país. Em meio à retomada de um segmento em que deixara de atuar como fabricante – limitando-se por um tempo a comercializar kits de reparo por questões contratuais com o conglomerado Continental (confira quadro na pág. 42) –, a ConVeyBelts (CVB), por exemplo, voltará em breve a produzir correias de lona.

Segundo Francisco Ingrevallo, gerente comercial da empresa, não será necessária nenhuma mudança estrutural na fábrica. Pelo menos por enquanto. “O processo de fabricação é bem parecido e os equipamentos que produzem correias de aço são perfeitamente capazes de produzir correias de lona, embora o contrário não seja verdadeiro”, diz ele. “Ou seja, em termos operacionais estamos prontos. Estamos agora fazendo um realinhamento estratégico, avaliando demanda e condições de mercado”.

A Correias Mercúrio é outro player do setor que também tem boas novas para os clientes. Do alto de seus 70 anos e cerca de R$ 300 milhões de faturamento médio anual, a fabricante afirma liderar o mercado brasileiro de correias transportadoras, puxada pela mineração e outros quarenta segmentos que integram sua extensa carteira de clientes.

Agora, a empresa festeja o marco com a abertura de uma nova fábrica no distrito industrial de Marabá, no sul do Pará, cujas operações começaram na segunda quinzena de outubro, ainda em caráter de testes. Ao custo de R$ 100 milhões, a unidade segue o conceito lean de manufatura, com linhas mais enxutas e racionalizadas. Trata-se da primeira empresa do segmento a aportar no Norte do país, somando-se à matriz de Jundiaí (SP), por sua vez a maior da América do Sul nesta indústria.

Com estrutura fabril ampliada, a Correias Mercúrio também está com novo CEO. No posto desde 1o de outubro, o executivo Ivan Zanovello Ciruelos explica que a decisão por Marabá é resultado de um extenso trabalho de planejamento e sondagem. Fatores como o potencial social e econômico da cidade, a existência de cursos técnicos e centros de formação de nível superior, hospitais e, principalmente, a posição logística estratégica com diversos acessos – aeroporto, rodovias e hidrovias – foram “decisivos” para a instalação da fábrica no polo paraense. “Temos acompanhado uma importante mudança no eixo de desenvolvimento no Brasil, com a migração de negócios do Centro-Sul para o Norte e Nordeste”, diz a assessoria de imprensa da empresa. “Essas regiões têm ganhado relevância para diversos setores, como mineração, agronegócios e portos, aumentando a demanda das indústrias da região por nossas soluções.”

Além disso, como maior mercado consumidor de correias transportadoras da América do Sul, o Brasil naturalmente assume o papel de base exportadora para os países vizinhos. Nesse sentido, a partir da inauguração da planta de Marabá, a Mercúrio aposta que um quinhão maior da produção da unidade de Jundiaí será direcionada ao mercado externo.

MANUTENÇÃO

Seja qual for a opção escolhida, com o equipamento em mãos é necessário pensar em sua disponibilidade. E, sujeitas a provações operacionais de toda ordem, as correias evidentemente exigem cuidados específicos de manutenção. Nessa linha, é consenso entre as fabricantes que tanto as correias de lona quanto as de cabos de aço exigem os mesmos cuidados, principalmente no que diz respeito à correta aplicação da correia quanto a seu desígnio original. Para Dalton Hubert Clermont, diretor técnico da Correias Mercúrio, o tempo das intervenções é de fato a única diferença. “Para as correias com cabos de aço, o processo de reparo pode consumir até 50% mais tempo do que em lona”, diz ele.

Ampliando a análise, Baggio, da Superior/Parcan, pondera que, apesar de mais caras, as correias com alma de aço têm baixo alongamento – o que permite menor curso do contrapeso e, com isso, menos desgaste –, além de diminuírem os diâmetros das polias, implicarem em menos peso nas estruturas e reduzirem os pontos de transferência ao longo do trajeto. Ademais, ele acrescenta, essas soluções “frequentemente possuem sensores antirrasgo para garantir a parada imediata, prevenindo assim acidentes ou danos maiores”.

É preciso observar ainda que a mão de obra necessária para realizar reparos nas correias de malha de aço é mais técnica, em função da maior complexidade do equipamento, enquanto as correias de lona exigem “treinamento mais prático do que técnico”, segundo Baggio.

A montagem correta das correias no sistema transportador é igualmente importante. A correia precisa estar alinhada no centro dos tambores de acionamento e retorno, simultaneamente, de modo a evitar desgaste desigual. “É como o pneu de um carro. Se o veículo não estiver alinhado e balanceado, haverá um desgaste precoce”, elucida o engenheiro Ingrevallo, da CVB. “ O mesmo vale para as correias: se a manutenção dos sistemas de transporte não for bem feita, elas são as primeiras a sofrer as consequências.”

Um bom alinhamento, completa Baggio, se nota quando a correia vazia assenta perfeitamente ao longo do rolo de carga central. “Para que isso ocorra, deve-se reduzir o contrapeso ou a pressão do fuso do esticador, ou ainda utilizar roletes autoalinhantes, um recurso comumente aplicado para facilitar esse trabalho”, diz. “O objetivo é que a correia não raspe nas bordas ou em qualquer componente metálico do transportador que possa comprometer sua integridade.”

Com esses cuidados é possível, de acordo com Ingrevallo, elevar a vida útil de uma correia acima dos cinco anos. “Já tivemos casos de correias que chegaram a 13, 18 ou até 20 anos de uso”, sublinha. “Mas são casos pontuais, pois a vida útil destes componentes, bem como seu desempenho, depende intrinsecamente de como o usuário final cuida deles.”

Transportadores de alta inclinação utilizam sistema diferenciado

Produzido pela Joy Global desde os anos 1980, o transportador de correia de alta inclinação (HAC – High Angle Conveyor) propõe-se a ser um método versátil para mover materiais a granel em ângulos extremamente íngremes. Utilizado em diversas indústrias, o sistema utiliza componentes de pressão que pressionam duas correias entre si, mantendo o material no centro enquanto sela as bordas da correia, evitando perdas de material. “Extensível, o HAC mantém o material prensado, enquanto é transportado de modo contínuo, sem qualquer movimento entre o material e as correias”, explica Leandro Freitas de Paula, gerente de contas sênior da Joy Global.

Por meio de barras transversais móveis montadas sob molas, a correia superior se adapta a diferentes granulometrias, sem incorrer em elevadas forças locais, assegurando a qualidade do produto e a vida útil do equipamento, como garante a fabricante. “Pela natureza da sua concepção, o sistema oferece vantagens sobre os métodos convencionais como a redução de umidade, partículas em suspensão e poeira, além de evitar a queda e a degradação de materiais”, complementa o executivo.

Produção de correias Flexsteel é retomada

Ao adquirir a Veyance em 2015, a Continental tornou-se o maior conglomerado em dois segmentos da indústria: molas pneumáticas e correias transportadoras. Para evitar que a participação da gigante superasse o limite de 50%, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) impôs algumas condições à aquisição. Entre elas, o conglomerado teve de se desfazer de algumas fábricas no México e em São Paulo, em meio às quais estava a planta da Veyance situada no Belenzinho, na capital paulista. Com a Flexsteel, a fábrica foi pioneira na fabricação de correias com cabos de aço no país e, por décadas, manteve-se como único fabricante nacional desse produto. Assim, como parte do processo de desinvestimento, a partir de 1o de março de 2016 a razão social da empresa passou a ser CVB Produtos Industriais, sob o nome comercial de ConVeyBelts. Em 1o de setembro de 2016, depois de produzir 3 milhões de metros de correias Flexsteel, a unidade foi vendida para a Solina Global Corporation, empresa com foco em produtos, serviços e soluções integradas. Como parte da estratégia, os planos da nova controladora incluem o retorno da produção de correias de carcaças têxteis, que sempre integraram a linha de produtos da fábrica.

 

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E