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Revista M&T - Ed.269 - Novembro 2022
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IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS

Segurança nas estradas

Além do aumento da segurança operacional, a implantação de sistemas de telemetria e outros recursos digitais emerge como alternativa para o combate a sinistros de semirreboques e cargas
Por Redação

Toneladas de commodities, matérias-primas, mercadorias, produtos industrializados e outros bens trafegam diariamente país afora, por um meio de transporte que impacta cerca de 29% da economia nacional, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Elo fundamental na cadeia produtiva de praticamente todos os setores, o transporte rodoviário também desperta a cobiça de criminosos, que enxergam nos implementos dos caminhões a oportunidade para execução de ações ilícitas, como mostra reportagem de capa desta edição.

A sensação de insegurança e o medo nas rodovias e pátios de descarga não são apenas impressões dos caminhoneiros. Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) mostram que realmente está mais perigoso exercer a atividade. Segundo a entidade, no ano passado houve um aumento de 1,7% nos roubos e furtos de carga no Brasil – destacando que o indicador não registrava crescimento desde 2017. Por conta disso, os prejuízos oriundos dos sinistros já ultrapassam a marca de R$ 1,2 bilhão.

De acordo com a associação, o número total de ocorrências passou de 14.150 em 2020 para 14.400 em 2021. A região Sudeste concentra a maioria dos casos, com 82% dos crimes. Na sequência, aparecem Sul (6,82%), Nordeste (5,44%), Centro-Oeste (3,66%) e Norte (1,42%).

No intuito de combater esse tipo de problema e elevar a proteção dos veículos, o setor de transporte rodoviário de carga tem buscado na tecnologia um importante aliado. Nesse sentido, uma das mais promissoras inovações é a aplicação da telemetria nos semirreboques. Trata-se de um sistema capaz de coletar, de maneira remota, diferentes informações do caminhão, como velocidades média e instantânea, localização, paradas, distâncias percorridas, consumo de combustível e temperatura do sistema mecânico, entre outras.

“Com certeza,


Toneladas de commodities, matérias-primas, mercadorias, produtos industrializados e outros bens trafegam diariamente país afora, por um meio de transporte que impacta cerca de 29% da economia nacional, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Elo fundamental na cadeia produtiva de praticamente todos os setores, o transporte rodoviário também desperta a cobiça de criminosos, que enxergam nos implementos dos caminhões a oportunidade para execução de ações ilícitas, como mostra reportagem de capa desta edição.

A sensação de insegurança e o medo nas rodovias e pátios de descarga não são apenas impressões dos caminhoneiros. Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) mostram que realmente está mais perigoso exercer a atividade. Segundo a entidade, no ano passado houve um aumento de 1,7% nos roubos e furtos de carga no Brasil – destacando que o indicador não registrava crescimento desde 2017. Por conta disso, os prejuízos oriundos dos sinistros já ultrapassam a marca de R$ 1,2 bilhão.

De acordo com a associação, o número total de ocorrências passou de 14.150 em 2020 para 14.400 em 2021. A região Sudeste concentra a maioria dos casos, com 82% dos crimes. Na sequência, aparecem Sul (6,82%), Nordeste (5,44%), Centro-Oeste (3,66%) e Norte (1,42%).

No intuito de combater esse tipo de problema e elevar a proteção dos veículos, o setor de transporte rodoviário de carga tem buscado na tecnologia um importante aliado. Nesse sentido, uma das mais promissoras inovações é a aplicação da telemetria nos semirreboques. Trata-se de um sistema capaz de coletar, de maneira remota, diferentes informações do caminhão, como velocidades média e instantânea, localização, paradas, distâncias percorridas, consumo de combustível e temperatura do sistema mecânico, entre outras.

“Com certeza, a telemetria nos semirreboques vai além, pois aumenta a eficácia dos serviços prestados e ajuda a planejar paradas para manutenção”, comenta José Carlos Sprícigo, CEO da Librelato e presidente da Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR). “Assim como reduz custos desnecessários, o que impacta diretamente o negócio e o meio ambiente.”

Como exemplo, o executivo menciona a tecnologia FleetSense, que auxilia na gestão da frota. Desenvolvido pela Librelato, o sistema permite que os operadores passem a trabalhar apoiados por uma central de controle operacional, recebendo informações em tempo real e com a possibilidade de integração de dados.

“O grande benefício está no fato de a solução ser totalmente nacional, o que traz benefícios de competitividade”, aponta. “Além disso, é uma plataforma aberta, que pode conectar-se a outros sistemas com total segurança.”

O uso de telemetria em semirreboques também está no foco da Randon Implementos, que há alguns anos começou a abordar o assunto de maneira mais consistente. As tratativas evoluíram no período e a empresa se preparou para implementar a novidade em alguns projetos.

O resultado do trabalho é a plataforma Randon Smart, lançada em agosto deste ano e que permite um controle mais assertivo da frota. “O desenvolvimento dessa ferramenta contou com a parceria da startup Delta Global, uma das investidas da Randon Ventures”, conta Claude Padilha, gerente de marketing da Randon Implementos.

Segundo ele, entre outras aplicações a solução permite realizar o acompanhamento em tempo real do semirreboque, com compartilhamento da localização, controle da quilometragem rodada, balança embarcada para medição de peso e georreferenciamento para delimitar zonas de interesse entre pontos de carga e descarga. “A plataforma também permite a emissão de relatórios detalhados para que o gestor da frota otimize os planejamentos”, destaca.

VANTAGENS

Sprícigo e Padilha concordam sobre que a telemetria proporciona inúmeras vantagens aos semirreboques. “A digitalização da frota é um caminho sem volta. Com a telemetria aplicada ao veículo, é possível obter muitos dados referentes à operação, considerando a comunicação como uma central da empresa/cliente em tempo real”, afirma Sprícigo. “Trata-se de uma tecnologia que possibilita o monitoramento e potencializa o trabalho de gestão das frotas, gerando dados em tempo real com economia e segurança”, completa Padilha.


Aplicação da telemetria constitui uma das mais promissoras inovações no segmento de semirreboques

Mais que beneficiar o responsável pela frota, a solução também melhora o trabalho dos motoristas. A partir de informações como o peso da carga e a temperatura dos pneus, é possível planejar as viagens de maneira mais segura e sem renunciar a um serviço logístico ágil e de qualidade – características valorizadas pelo setor de transportes.

A redução das variáveis que não podem ser previstas também torna os planejamentos mais precisos e com menos riscos de impactos que possam prejudicar os resultados das operações, acentuam os especialistas.

Vale destacar ainda a segurança em caso de roubos e furtos. Isso porque as informações de localização são atualizadas constantemente e auxiliam nas buscas realizadas pelos órgãos de segurança, elevando as chances de recuperar a carga e o implemento. Com isso, a telemetria é uma ferramenta capaz de ampliar significativamente a segurança das estradas, porém não é a única opção com tal potencial. “Temos uma série de sensores para medição da temperatura e pressão dos pneus, que atuam no sistema antitombamento dos veículos”, exemplifica Sprícigo.

Em anos recentes, diz ele, os reboques e semirreboques vêm ganhando recursos como câmera de ré e sensores de estacionamento, além da introdução do sistema eletrônico de frenagem EBS (Electronic Brake System, obrigatório a partir de 2025).

Há ainda diversas outras novidades que vêm sendo impulsionadas por resoluções, como o sistema elétrico de implementos com flasher (que faz todas as sinaleiras laterais piscarem), o sistema antibloqueio de freios ABS (Antilock Braking System) com sistema antitombamento e controle de estabilidade, as novas regras para produtos como CVCs (Combinações de Veículo de Carga), quarto eixo e PBTC de 91 toneladas, a nova regulamentação para trabalho em altura, os sistemas de enlonamento e amarração de carga e, ainda, a suspensão pneumática, que permite o aumento do limite de carga por eixo.


Novas plataformas permitem um controle mais assertivo da frota de implementos

Ao mesmo tempo, as empresas têm buscado diferentes matérias-primas que melhorem o desempenho dos implementos. É o caso, por exemplo, de ligas mais leves e resistentes criadas a partir de nióbio, compostos não ferrosos e outros materiais com propriedades anticorrosivas.

“Outro aspecto que tem merecido atenção da indústria é a proteção superficial dos equipamentos”, informa Sprícigo, mencionando ainda os processos de galvanização mais modernos e a utilização de polímeros e tintas especiais que facilitam o escoamento das cargas. “O setor tem utilizado tintas com maior durabilidade”, completa.

Os motoristas também não são deixados de lado pelas empresas, que avançam no desenvolvimento de soluções que beneficiem a ergonomia. Nesse sentido, destacam-se sistemas como o de enlonamento automático, componentes mais leves e de uso simplificado e automação de sistemas, incluindo controle remoto e niveladores de altura, dentre outros.

“Para o futuro, entendemos que a eletrificação dos eixos (para geração de energia e tração no implemento) também possa se tornar realidade, assim como a aplicação de placas fotovoltaicas para captação de energia solar”, projeta Sprícigo. “O setor estuda, ainda, o uso de alternativas para eliminar a lubrificação por graxas e óleos minerais, tornando os produtos mais sustentáveis.”

O presidente da ANFIR destaca que a agenda de inovações é acompanhada pela aplicação mais efetiva do conceito de ESG. “Avaliamos constantemente o nosso trabalho em favor de objetivos sociais e, assim, aprimoramos o nosso papel perante a sociedade”, ele garante.

Pelas projeções, vendas do segmento devem se manter em um bom nível em 2023

MERCADO

As inovações tecnológicas e de segurança perdem um pouco do ritmo quando o mercado de reboques e semirreboques enfrenta períodos de desaquecimento. Contudo, não é esse o cenário que deve marcar o ano. De acordo com levantamento da ANFIR, entre janeiro e agosto foram emplacados 55.319 produtos. A título de comparação, no mesmo intervalo do ano passado — que registrou números recordes — 61.445 unidades foram vendidas ao mercado.

Segundo a associação, a expectativa é que os números se igualem aos de 2021 nos últimos meses do ano. Isso porque, historicamente, o 2º semestre concentra o maior volume de vendas. Além disso, na segunda semana de novembro será realizada a Fenatran, o maior polo para realização de negócios no segmento.

Já na opinião de Padilha, o mercado de implementos rodoviários deve finalizar o ano em patamares levemente abaixo de 2021. “No ano passado, o setor teve uma média de 95 mil unidades entre os mercados interno e externo”, posiciona. “Nesse contexto, a Randon alcançou uma participação próxima a 35% de share.”

No geral, as perspectivas são boas para o setor. “No ano passado, tivemos um mercado recorde no setor de semirreboques”, acentua Sprícigo, que visualiza um mercado total de semirreboques em torno de 83 mil pinos em 2022. “Neste ano, apesar de estarmos um pouco atrás, a Librelato está ganhando participação”, comenta.

Mirando o próximo ano, os executivos expressam visões distintas. Sprícigo se diz otimista, pois acredita que o setor deve manter as vendas de implementos em um bom nível.

“É esperada uma correção de volume de vendas com a entrada do Proconve P8”, observa. “Essa norma vai gerar evidentes benefícios ao meio ambiente, mas também traz aumento de custos, o que pode arrefecer as vendas durante um certo período. Mas esse efeito deve se corrigir no decorrer dos meses, com retomada dos volumes até o fim do ano”, prevê.

Por sua vez, Padilha adota uma postura mais cautelosa. “Estamos atentos aos movimentos do mercado. As tendências de recuperação da economia devem impactar no segmento de bens de capital, assim como os desdobramentos do processo eleitoral e a complicada situação geopolítica mundial”, comenta. “Assim, ainda estamos em processo de construção de cenários para 2023, o que dependerá do ânimo do mercado identificado na Fenatran e no decorrer dos próximos meses.”

MERCADO
Setores produtivos aquecem demanda de produtos

Neste ano, os setores que mais têm adquirido implementos rodoviários incluem o agronegócio, a construção civil, a mineração e a infraestrutura. Para 2023, as perspectivas são promissoras frente à atual espiral positiva de crescimento, que não emite sinais de arrefecimento. Ao contrário, já se prevê queda na taxa de juros e na inflação, o que ajudaria a moldar um ambiente favorável à manutenção da recuperação econômica.

Segmentos como o agronegócio, que tem se mostrado resiliente a crises, e a construção civil, que aos poucos tem se recuperado, se mostram grandes impulsionadores da economia e dos transportes. “O agronegócio, por exemplo, é um setor que representa 70% das vendas da Librelato”, informa o CEO da Librelato, José Carlos Sprícigo.

A afirmação é corroborada pelo gerente de marketing da Randon Implementos, Claude Padilha. “Os setores ligados ao agronegócio têm tido destaque nas demandas, impulsionando produtos como basculantes, graneleiros, canavieiros, florestais e frigoríficos, entre outros”, relata.

“A dinâmica desse segmento tem sido um propulsor do incremento de vendas. Assim, as perspectivas de curto, médio e longo prazo são muito promissoras”, ressalta.


Agronegócio, construção, mineração e infraestrutura puxam os negócios para implementos

Saiba mais:
ANFIR
: https://anfir.org.br
Librelato: www.librelato.com.br
Randon: www.randonimplementos.com.br

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