Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a demanda mundial por alimentos deve crescer 60% até 2050, se o ritmo atual de consumo for mantido. Nesse quadro, o agronegócio brasileiro precisará ser ainda mais produtivo para manter a posição entre os maiores exportadores do mundo.
Em 2019, o Produto Interno Bruto da agropecuária cresceu 1,3%, totalizando R$ 332 bilhões. Contribuíram para esse resultado positivo fatores como condições climáticas favoráveis, associadas a melhorias de preços na época do plantio. A cultura de milho, por exemplo, obteve um crescimento de 23,6%, com expressivos ganhos de produtividade. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), de fevereiro de 2020.
Para ir além, é imprescindível a ado&cced
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a demanda mundial por alimentos deve crescer 60% até 2050, se o ritmo atual de consumo for mantido. Nesse quadro, o agronegócio brasileiro precisará ser ainda mais produtivo para manter a posição entre os maiores exportadores do mundo.
Em 2019, o Produto Interno Bruto da agropecuária cresceu 1,3%, totalizando R$ 332 bilhões. Contribuíram para esse resultado positivo fatores como condições climáticas favoráveis, associadas a melhorias de preços na época do plantio. A cultura de milho, por exemplo, obteve um crescimento de 23,6%, com expressivos ganhos de produtividade. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), de fevereiro de 2020.
Para ir além, é imprescindível a adoção de ações sustentáveis. De acordo com a FAO, será necessário um adicional de 50% de energia e 40% de água para a produção acompanhar o ritmo de crescimento no consumo. No entanto, o uso irrestrito de recursos naturais já não é mais concebível nos dias atuais. “A sustentabilidade no agronegócio não é apenas mais um fator a ser considerado, mas uma necessidade”, afirma Lucas Ribeiro, gerente de sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). “O agronegócio é o primeiro setor em toda a cadeia produtiva a utilizar recursos naturais para sua produção. E se não houver políticas sustentáveis que garantam a manutenção desses recursos, a conta não fecha.”
O especialista cita ainda o papel do consumidor, cada vez mais preocupado com a sustentabilidade daquilo que consome. “Esse comportamento vem moldando o mercado brasileiro, que procura se adequar às mudanças conforme a realidade”, avalia Ribeiro.
ESFORÇOS
Desse modo, diz ele, a cadeia do agronegócio vem realizando esforços para adoção de práticas sustentáveis, a fim de reduzir o impacto ambiental do segmento e contribuir para a preservação e recuperação dos recursos naturais. “É o caso de tecnologias adotadas para redução do consumo de água, assim como soluções de baixa emissão de carbono para recuperação de áreas degradadas e técnicas de manejo que visam à melhoria do uso do terreno”, completa.
Um bom exemplo é o ‘Projeto ABC Cerrados’, que vem trazendo resultados importantes. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em cinco anos, o projeto já recuperou mais de 93 mil hectares de áreas degradadas no bioma. Nesse período, quase 8 mil produtores rurais receberam capacitação e assistência técnica para adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono em sete estados, mais o Distrito Federal.
Além de otimizar as atividades agrícolas, tecnologia também pode ajudar a reduzir danos
Mas a inovação tecnológica não contribui apenas para a redução do impacto ambiental do agronegócio, pois também pode ser utilizada para o aumento da produtividade e contenção de custos na produção. Nesse aspecto, o especialista da ABAG cita tecnologias que cooperam para a redução de danos e, simultaneamente, a otimização de diferentes atividades agrícolas, como o uso de máquinas e equipamentos movidos a energia renovável, drones, sensoriamento remoto (GPS) e internet. “Há ainda diversos produtos e serviços que vêm sendo oferecidos por startups e agtechs, que contribuem para mitigar o impacto ambiental da atividade no Brasil e ainda estimulam sua produtividade”, afirma Ribeiro.
CÓDIGO
Todavia, o gerente de sustentabilidade da ABAG alerta que, apesar das iniciativas implementadas pelo setor, o cenário de queimadas na Amazônia tem atrapalhado a imagem do Brasil no exterior, criando uma percepção do segmento como inimigo do meio ambiente. “Isso distorce a realidade, na qual as legislações vigentes buscam assegurar a preservação do meio ambiente”, diz ele. “E as entidades do setor vêm trabalhando para reverter essa situação e ressaltar o compromisso do Brasil com a preservação das nossas matas nativas, sem comprometer a produtividade que o nosso agronegócio já conquistou.”
Em termos de legislação, o Código Florestal – sob a Lei 12.651, de 2012 – visa regulamentar a utilização de áreas rurais para a produção agrícola, indicando quais devem ser preservadas. O código também assegura o engajamento do proprietário da terra em preservar áreas de nascentes e que circundam fluxos fluviais. “A lei também reforça o compromisso do proprietário em recuperar as áreas degradadas, sejam de reservas legais, de proteção permanente ou mesmo pastagens que precisam ser restauradas”, explica Ribeiro.
Entretanto, mesmo com uma legislação atuante, ainda restam desafios a serem enfrentados pelo setor quando se trata da sustentabilidade do meio ambiente e da preservação dos recursos naturiais. “O maior deles é fazer com que mais de 5 milhões de propriedades rurais se adequem a essas leis”, pondera o especialista. “Isso é feito por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA), uma exigência para que possam constar no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que só é efetivado quando as propriedades cumprem as normas de proteção ambiental.”
ABAG faz curadoria de núcleo temático na BW Expo 2020
A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) é uma das apoiadoras da BW Expo e Summit 2020 – 3ª Biosphere World, que ocorre entre os dias 6 e 8 de outubro em São Paulo. Neste ano, o evento conta com o núcleo temático ‘Agronegócio Sustentável’, cuja curadoria é da própria ABAG. “Trata-se de uma oportunidade de reunir diferentes setores que buscam desenvolver-se economicamente, assegurando o bem-estar social e preservando o meio ambiente, o que é o conceito básico da sustentabilidade”, comenta Lucas Ribeiro, gerente de sustentabilidade da entidade. “Não há dúvidas que trazer a visão da sustentabilidade no agronegócio ao evento será muito esclarecedor para o público.”
Ribeiro: debate esclarecedor na BW Expo
Para ele, o tema está intimamente relacionado às demais palestras e núcleos temáticos da BW Expo. “O agro é um grande fornecedor de diversos insumos para diferentes setores produtivos”, destaca. “Além disso, como ainda é um setor repleto de tabus, o evento abre uma oportunidade para debater e esclarecer as desinformações difundidas na sociedade.”
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