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Revista M&T - Ed.277 - Setembro 2023
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COLUNA DO YOSHIO

As lições que vêm da Índia

Podemos seguir comparando números e encontrando justificativas para a deficiência de investimentos em infraestrutura no Brasil ou, alternativamente, olhar para o que se passa nas estradas do Brasil

Nem sempre os bons exemplos nos chegam de países mais ricos e mais desenvolvidos. Um exemplo disso está em artigo recente do The Economist que chama a atenção daqueles que se preocupam com infraestrutura.

A Índia sempre sofreu com a deficiência de sua infraestrutura de transporte, que já foi considerada como o maior obstáculo para o crescimento econômico do país.

Mas isso ficou no passado. O atual governo indiano está investindo forte para transformar a deficiência em vantagem competitiva. C

laro que a recuperação de uma estrutura defasada requer mais investimentos, diriam os mais refratários em reconhecer que o Brasil precisa de uma atualização tão rápida quanto a Índia para se manter viável.

Um dos projetos de transporte ferroviário de destaque, o sistema Vande Bharat apresenta uma lista de 28 linhas entre 250 km e 760 km inauguradas desde 2019.

Distâncias anteriormente cobertas em 6 horas foram reduzidas a uma jornada de 2 horas. E o governo espera ainda incrementar o transporte ferroviário de cargas de 27% para 45% da movimentação total.

No setor rodoviário, também há uma drástica mudança, incrementando estradas rurais de 381.000 km em 2014 para 729.000 km em 2023. Nossos números indicam 1.800.000 km de estradas, com cerca de apenas 220.000 km pavimentadas.

Além disso, o número de aeroportos na Índia também foi duplicado no mesmo período, saltando de 74 para 148 aeroportos principais. No Brasil, em 2014 – ano da Copa – tínhamos 65 aeroportos principais e, ainda hoje, há 67 aeroportos na mesma categoria.

Todo esse investimento deve possibilitar o GDP (Produto Interno Bruto, em inglês) da Índia ultrapassar dos atuais 3,5 trilhões de dólares para 5 trilhões de dólares até 2026. Como comparativo, nosso GDP foi de 1,8 trilhão de dólares em 2022.

Podemos seguir comparando números e encontrando justificativas para a defic


Nem sempre os bons exemplos nos chegam de países mais ricos e mais desenvolvidos. Um exemplo disso está em artigo recente do The Economist que chama a atenção daqueles que se preocupam com infraestrutura.

A Índia sempre sofreu com a deficiência de sua infraestrutura de transporte, que já foi considerada como o maior obstáculo para o crescimento econômico do país.

Mas isso ficou no passado. O atual governo indiano está investindo forte para transformar a deficiência em vantagem competitiva. C

laro que a recuperação de uma estrutura defasada requer mais investimentos, diriam os mais refratários em reconhecer que o Brasil precisa de uma atualização tão rápida quanto a Índia para se manter viável.

Um dos projetos de transporte ferroviário de destaque, o sistema Vande Bharat apresenta uma lista de 28 linhas entre 250 km e 760 km inauguradas desde 2019.

Distâncias anteriormente cobertas em 6 horas foram reduzidas a uma jornada de 2 horas. E o governo espera ainda incrementar o transporte ferroviário de cargas de 27% para 45% da movimentação total.

No setor rodoviário, também há uma drástica mudança, incrementando estradas rurais de 381.000 km em 2014 para 729.000 km em 2023. Nossos números indicam 1.800.000 km de estradas, com cerca de apenas 220.000 km pavimentadas.

Além disso, o número de aeroportos na Índia também foi duplicado no mesmo período, saltando de 74 para 148 aeroportos principais. No Brasil, em 2014 – ano da Copa – tínhamos 65 aeroportos principais e, ainda hoje, há 67 aeroportos na mesma categoria.

Todo esse investimento deve possibilitar o GDP (Produto Interno Bruto, em inglês) da Índia ultrapassar dos atuais 3,5 trilhões de dólares para 5 trilhões de dólares até 2026. Como comparativo, nosso GDP foi de 1,8 trilhão de dólares em 2022.

Podemos seguir comparando números e encontrando justificativas para a deficiência de investimentos em infraestrutura no Brasil ou, alternativamente, olhar para o que se passa nas estradas do país. É até simples, pois é quase tudo o que temos disponível para o transporte no país.

Isso explica a redução gradativa na velocidade média do transporte, com perda de produtividade, aumento do famigerado “Custo Brasil” e prejuízos à competitividade. Nesse ritmo, a chance é de ficarmos parados em congestionamentos muito antes de alcançarmos o tão desejado crescimento econômico.

Pela alta criticidade, esse tema é algo que deve ser debatido publicamente, pois todos são afetados. A inevitável disputa entre os diversos setores produtivos deve gerar uma valorização adicional do transporte e da logística no Brasil nos próximos anos.

Nesse aspecto, resta-nos a indagação sobre o quanto a infraestrutura é um setor interessante para se investir.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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