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Revista M&T - Ed.140 - Outubro 2010
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Pavimentação

Usinas de asfalto combinam alta tecnologia com mobilidade

Equipamentos rebocáveis ou autopropelidos ganham destaque na aplicação de micropavimento, asfalto borracha ou CAP convencional

O estado deficiente de 75% das rodovias brasileiras, de acordo com o último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), abre uma janela de oportunidades para o uso de tecnologias de recuperação de pavimentos. Essenciais para esses processos de recuperação rápida ou em pavimentações mais complexas, as usinas de asfalto ganham destaque como equipamentos-chave das empreiteiras envolvidas no segmento.

De acordo com Bernardo Ronchetti, gerente de engenharia da Ciber, as usinas de asfalto podem ser móveis ou fixas, sendo que as do primeiro tipo representaram mais de 95% das 110 usinas fabricadas pela empresa em 2009 “O mercado aquecido de obras de pavimentação, impulsionado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem demandado um número expressivo de equipamentos”, avalia. “A mobilidade é um fator preponderante para as empreiteiras, que podem deslocá-los de uma obra para outra com facilidade”, completa.

Juliano Fae, supervisor de vendas da Terex Roadbuilding Latin America, lembra que as usinas móveis são divididas entre equipamentos autopropelidos e rebocáveis, sendo que as do segundo tipo podem ser levadas até a frente da obra, mas não aplicam o material diretamente no solo. “Dispomos de uma linha de usinas móveis rebocáveis com capacidade de produção de 80 toneladas por hora, 120 t/h e 140 t/h, sendo que a intermediária foi recém-lançada no Brasil”, diz ele.

As usinas rebocáveis da Terex, segundo Fae, são equipadas com anel de reciclagem. “Com essa tecnologia, podemos utilizar o material fresado para constituir até 30% do CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente)”, diz o especialista. Ele explica que o equipamento nessa configuração necessita de um dosador externo para o asfalto reciclado. “Esse material é direcionado para uma câmara, onde é aquecido a uma temperatura igual à dos agregados virgens e não pode ter contato direto com o fogo, pois trata-se de pavimento já constituído que, se for aquecido em temperatura elevada, terá as suas propriedades perdidas”, complementa ele, salientando que o material reciclado é então agregado à mistura ‘virgem’ somente momentos antes da mistura com o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo).

O equipamento dotado de anel


O estado deficiente de 75% das rodovias brasileiras, de acordo com o último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), abre uma janela de oportunidades para o uso de tecnologias de recuperação de pavimentos. Essenciais para esses processos de recuperação rápida ou em pavimentações mais complexas, as usinas de asfalto ganham destaque como equipamentos-chave das empreiteiras envolvidas no segmento.

De acordo com Bernardo Ronchetti, gerente de engenharia da Ciber, as usinas de asfalto podem ser móveis ou fixas, sendo que as do primeiro tipo representaram mais de 95% das 110 usinas fabricadas pela empresa em 2009 “O mercado aquecido de obras de pavimentação, impulsionado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem demandado um número expressivo de equipamentos”, avalia. “A mobilidade é um fator preponderante para as empreiteiras, que podem deslocá-los de uma obra para outra com facilidade”, completa.

Juliano Fae, supervisor de vendas da Terex Roadbuilding Latin America, lembra que as usinas móveis são divididas entre equipamentos autopropelidos e rebocáveis, sendo que as do segundo tipo podem ser levadas até a frente da obra, mas não aplicam o material diretamente no solo. “Dispomos de uma linha de usinas móveis rebocáveis com capacidade de produção de 80 toneladas por hora, 120 t/h e 140 t/h, sendo que a intermediária foi recém-lançada no Brasil”, diz ele.

As usinas rebocáveis da Terex, segundo Fae, são equipadas com anel de reciclagem. “Com essa tecnologia, podemos utilizar o material fresado para constituir até 30% do CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente)”, diz o especialista. Ele explica que o equipamento nessa configuração necessita de um dosador externo para o asfalto reciclado. “Esse material é direcionado para uma câmara, onde é aquecido a uma temperatura igual à dos agregados virgens e não pode ter contato direto com o fogo, pois trata-se de pavimento já constituído que, se for aquecido em temperatura elevada, terá as suas propriedades perdidas”, complementa ele, salientando que o material reciclado é então agregado à mistura ‘virgem’ somente momentos antes da mistura com o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo).

O equipamento dotado de anel de reciclagem também pode misturar asfalto modificado com polímero de borracha. Nesse caso, o amalgamamento deve ser feito por agitadores presentes no tanque de mistura do CAP, garantindo que os polímeros de borracha estejam sempre homogêneos na mistura. “A instalação desse misturador é uma das principais diferenças entre as usinas preparadas para trabalhar com asfalto borracha e as destinadas à mistura convencional”, alerta Fae.

Ronchetti, da Ciber, salienta que o uso de polímeros de borracha como aditivo do ligante de asfalto já é bem difundido no Brasil. Por esse motivo, as usinas da fabricante já podem ser adquiridas com controles apurados de temperatura e maior potência (de 40cv) aplicada diretamente na mistura. “Essas são condições primordiais para garantir a qualidade do asfalto borracha, pois ele possui viscosidade 30% superior à do CAP convencional no bombeamento do material líquido, o que despende controle da homogeneidade e conservação de uma temperatura média de 170° C”, diz ele.

As usinas da Ciber destinadas à mistura de asfalto borracha ainda têm bomba, filtro, tanques e tubulações modificadas. “A tubulação, geralmente, passa a ser de 3 polegadas de diâmetro, em lugar das 2,5 polegadas adotadas nas usinas que trabalham com CAP convencional”, salienta Ronchetti.

Usinas de micropavimento
Os modelos citados pelo especialista da Ciber podem ser rebocáveis ou autopropelidos, mas nenhum é indicado para a aplicação de micropavimento. Já a Terex, no que diz respeito às usinas de micropavimento, só comercializa o modelo autopropelido Multiflex.

O equipamento, segundo Fae, tem silo dosador de agregados com capacidade de 8m³ e é dotado de vibrador para evitar que agregados muito finos segreguem nas paredes do silo. “O tanque pneumático é dividido, com 2,5 mil litros de capacidade para água e igual montante para emulsão, que pode ser polimérica ou não. Além disso, há um tanque de 300 litros para aditivos líquidos, no caso da aplicação de misturas especiais, e um silo para aditivos sólidos, com capacidade de 500 kg”, complementa.

Apesar de o Multiflex ser disponibilizado pela Terex ao mercado brasileiro desde 1996, Fae avalia que a aplicação de micropavimento ainda está em ascensão no País. “Esse cenário tem evoluído, principalmente para trabalhos de recuperação de trincas não propagadas e pavimentações pequenas”, diz ele.

Para a Romanelli, fabricante de usinas móveis de micropavimento com silo dosador com capacidade que varia de 7m³ a 12 m³, podendo chegar à 15m³ com silo coroado, algumas empreiteiras nacionais já dominam a técnica de micropavimento e propagam a tecnologia. É o caso da construtora Vale do Rio Novo, que recebeu a reportagem da M&T em uma de suas obras, entre Mococa e Casa Branca, no interior do Estado de São Paulo.

Caso de Sucesso
De acordo com José Antônio Panzieri, engenheiro da construtora, a empresa possui 12 usinas desse tipo na frota, um montante capaz de atender a três ou quatro obras simultaneamente. “O principal requisito para a aplicação da tecnologia é a operação em pistas com boa base e sub-base, onde é possível garantir a pavimentação de uma via com durabilidade e com fatores de aderência elevados”, diz ele.

Nos micropavimentos executados pela Vale do Rio Novo, Panzieri explica que, para cada frente de trabalho, é preciso disponibilizar entre três e quatro usinas, de modo que enquanto uma está sendo carregada no canteiro de obras, outra esteja aplicando o material na pista e a terceira esteja preparada para entrar em operação. “Para cada ciclo de trabalho realizado pelos modelos com silo de 12m³ coroado, é possível pavimentar cerca de 350 metros lineares de pista”, diz. “Isso considerando a utilização da mesa distribuidora com ajuste de 3,60 metros de largura. Mas é possível pavimentar pistas de até 4,50 metros de largura com esse equipamento”, complementa.

A produtividade e a qualidade de pista citadas por Panzieri dependem substancialmente do clima. “O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) estipula que a tecnologia só seja aplicada em temperatura ambiente acima de 20° C”, diz. A exigência ocorre por conta da cura do material aplicado, pois, como a mistura é fria, precisa ter secagem rápida, fator que depende exclusivamente da temperatura ambiente. “Realizando o processo nas condições ideais, podemos liberar o tráfego na pista duas horas depois da aplicação da última camada de micropavimento”, salienta.

O projeto do micropavimento começa com a seleção do material utilizado na mistura. Via de regra, é preciso utilizar agregados com equivalente de areia superior a 60%. Os pedriscos também precisam ter granulometria padrão, pois o fato de as usinas não possuírem peneiras exige que a mistura de agregados seja feita no pátio e sem um tratamento posterior do material. “Tudo isso implica encontrar pedreiras capazes de oferecer agregado de qualidade controlada”, avalia o especialista da Vale do Rio Novo.

No rol de exigências para a aplicação do micropavimento ainda está o tipo de caminhão utilizado para transportar o conjunto da usina. De acordo com Panzieri, os modelos 6x4 precisam ter chassi reforçado para suportar a carga total de 27 toneladas líquidas quando o conjunto está em plena carga. “Vale destacar que essa tonelagem nos impede de circular nas rodovias, algo que exige um esforço de manobrabilidade extra”.

Apesar do alto nível de exigências, o especialista avalia que os custos adicionais com equipamentos e insumos adequados são superados com a economia proveniente do micropavimento. “A média de espessura do micropavimento é de 12 mm, enquanto o CAP convencional é aplicado, no mínimo, em camadas de 30 mm. Isso proporciona uma redução de custos com insumos que supre com folga os aportes adicionais em tecnologia”, diz.

Mesmo com a necessidade de trabalhar em pistas com boas condições de suporte de carga, como adiantou Panzieri, a aplicação do micropavimento nem sempre necessita de tratamentos prévios na pista. “Na maioria das obras, o micropavimento é aplicado após a fresagem e recomposição com CBUQ nos locais danificados. Em algumas situações é necessário realizar uma microfresagem para correção de irregularidades da pista. Mas também há situações nas quais podemos aplicá-lo diretamente na pista, somente com o cuidado de fazer os remendos em trincas não propagadas antes da pavimentação”, complementa ele.

Operação da usina
Com a mesa de distribuição alinhada na pista, a usina móvel de micropavimento realiza a mistura da emulsão, água, aditivos e agregados por meio de um misturador de duplo eixo. No caso dos equipamentos da Romanelli, os controles de volume de material são hidráulicos e automatizados, deixando ao operador somente o controle da vazão. A mistura é então despejada na mesa distribuidora, que a espalha pela pista de forma semelhante a uma vibroacabadora, com a diferença de a mesa ser rebocável e estática, não realizando vibração.

Após a aplicação do material, técnicos especializados avaliam a qualidade do pavimento e, se observarem pequenas fendas na pista, designam operários para cobri-las, uma operação feita com uma espécie de rodo. Durante a reportagem da M&T, realizada em um trecho de 500 metros pavimentado pela Vale do Rio Novo na rodovia SP-350, na cidade de Mococa, foi necessária essa atuação. Os especialistas atribuíram a ocorrência ao clima frio, de cerca de 16º C e com umidade relativa do ar acima de 90%, condições não tão adequadas à aplicação do micropavimento, de acordo com as normas do Dnit. “Quando o clima não está adequado, há umidade excessiva no material, o que causa essas falhas”, diz Panzieri.

A operação da usina móvel de micropavimento é apoiada por outros equipamentos. Um deles é o caminhão tipo munck, disponibilizado no trecho para fazer a locomoção da mesa distribuidora, entre outras funções. “Quando a usina aplica todo o material armazenado no silo, a mesa distribuidora é desprendida do equipamento e fica na pista para ser acoplada à outra usina”, explica Panzieri. “O caminhão munck auxilia nesse processo e também é utilizado para levar a mesa distribuidora para o canteiro de obras no final do expediente”, complementa.

Minicarregadeiras equipadas com implementos do tipo vassoura também auxiliam no processo. Após a aplicação do micropavimento, elas circulam pela pista para remover pedriscos excedentes. “Também utilizamos um caminhão pipa para encher o silo de água da usina no campo”, diz Panzieri. “E, por último, rolos de sete pneus fazem uma passada sobre o pavimento para adensar possíveis pedriscos desagregados que ainda tenham restado no local”, conclui.

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