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Revista M&T - Ed.65 - Jun/Jul 2001
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Energia

Racionamento movimenta mercado de geradores

Solução emergencial esbarrou na capacidade de produção da indústria e na desinformação geral em relação ao cálculo da demanda real em cada operação.

Embora a crise energética estivesse anunciada já no Plano Decenal (2000-2009), divulgado pela Eletrobrás em 1999, a meta de redução de 20% do consumo, determinada em resolução da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, ligada ao Ministério de Minas e Energia, como única alternativa atualmente viável ao famoso "apagão", pegou de surpresa todo o mercado brasileiro.

Como a expansão da capacidade instalada, quer se trate de usinas hidrelétricas, térmicas ou nucleares, requer um prazo de três a dez anos para execução das obras, dependendo do tamanho da instalação, o recurso de última hora foi a aquisição ou locação de geradores, o que imprimiu a esse segmento de mercado uma movimentação até então pouco usual. Não é para menos. A própria fábrica da Scania no Brasil, um grande fornecedor do setor, que está com sua produção praticamente vendida para o resto do ano, está operando com 8 grupos geradores.

Eleitos como única opção viável, ao menos neste momento, a utilização de geradores esbarrou inicialmente no desconhecimento das especificações técnicas. Por isso, em meio à onda avassaladora de pedidos e solicitações, os principais fornecedores de equipamentos do gênero, além de reverem sua capacidade produtiva e incrementarem importações, tiveram que, antes de mais nada, criar um serviço de suporte e informação aos consumidores.

A Cumins Latin America, por exemplo, que iniciou há três meses a produção nacional de conjuntos entre 40 e 500 KVA - mantendo a importação para a faixa de 6 a 2500 KVA — criou um serviço específico de atendimento (o Disque Energia). Na Atlas Copco, que há três anos fabrica no Brasil 12 modelos entre 35 e 531 KVA


Embora a crise energética estivesse anunciada já no Plano Decenal (2000-2009), divulgado pela Eletrobrás em 1999, a meta de redução de 20% do consumo, determinada em resolução da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, ligada ao Ministério de Minas e Energia, como única alternativa atualmente viável ao famoso "apagão", pegou de surpresa todo o mercado brasileiro.

Como a expansão da capacidade instalada, quer se trate de usinas hidrelétricas, térmicas ou nucleares, requer um prazo de três a dez anos para execução das obras, dependendo do tamanho da instalação, o recurso de última hora foi a aquisição ou locação de geradores, o que imprimiu a esse segmento de mercado uma movimentação até então pouco usual. Não é para menos. A própria fábrica da Scania no Brasil, um grande fornecedor do setor, que está com sua produção praticamente vendida para o resto do ano, está operando com 8 grupos geradores.

Eleitos como única opção viável, ao menos neste momento, a utilização de geradores esbarrou inicialmente no desconhecimento das especificações técnicas. Por isso, em meio à onda avassaladora de pedidos e solicitações, os principais fornecedores de equipamentos do gênero, além de reverem sua capacidade produtiva e incrementarem importações, tiveram que, antes de mais nada, criar um serviço de suporte e informação aos consumidores.

A Cumins Latin America, por exemplo, que iniciou há três meses a produção nacional de conjuntos entre 40 e 500 KVA - mantendo a importação para a faixa de 6 a 2500 KVA — criou um serviço específico de atendimento (o Disque Energia). Na Atlas Copco, que há três anos fabrica no Brasil 12 modelos entre 35 e 531 KVA, a divisão de geradores virou uma espécie de consultoria, que auxilia os usuários a calcular sua demanda e escolher o gerador ideal. Tradicional no mercado, a Caterpillar ampliou a opção de fornecimento e arrendamento de grupos geradores, através de empresas especializadas, que desenvolvem soluções de suprimento específicas.

Disque Energia

A divisão Power Generation, da Cummins, criou o "Disque Energia" (0800-7014701), um serviço gratuito de orientação para a aquisição de conjuntos geradores de forma segura e adequada a cada necessidade específica, que disponibiliza ainda os preços de mercado do produto, sistemas de financiamento, custo/benefício e outras informações que possam auxiliar o usuário a se decidir pela negociação. Os conjuntos são disponibilizados para locação, incluindo serviços de suprimento móvel de energia para shows, espetáculos esportivos, congressos e outros ou para venda, através de financiamentos de mercado (CDC) ou especiais como Finame e Vendor, além de leasing e outras modalidades Na Atlas Copco, opções do mesmo tipo também estão disponíveis. Mas o fundamental, diz Mario Sergio Adolfi, da área de suporte ao produto da empresa, é auxiliar o usuário a dimensionar corretamente o grupo gerador adequado, a partir do cálculo real de sua necessidade. "Sempre dou o exemplo do consumo doméstico do cliente; se ele souber calcular o consumo em sua casa, não terá nenhuma dificuldade em definir o gerador para sua empresa ou operação (uma obra, por exemplo)". Desse modo, Mario Adolfi esclarece conceitos que pareciam obscuros há alguns meses. A dica da fabricante para definir o modelo mais adequado não é muito complicada e parte de uma informação básica: em uma conta de luz, o KW é potência e o KW/h é consumo ou potência por um determinado tempo. Se a conta indicar um consumo de 4.500 Kw/h em 25 dias, por um período de 10 horas/dia, a divisão do consumo pelo total de horas/mês (250), daria cerca de 20 KW—que é a potência instalada. Esse valor, dividido pelo fator de potência 0,8 (dos geradores), resulta em 25 kVA (a potência requerida no gerador).

No caso da Atlas Copco, o menor gerador disponível é o de 38 kVA, suficiente para suprir as necessidades de uma mansão ou pequena indústria. Já o canteiro de obras de uma hidrelétrica, precisaria ter pelo menos 4.000 KVA instalado - o que equivale a oito compressores, modelo QEG-536, o maior da Atlas Copco, com potência real de 531 KVA, ligados em paralelo.

A linha Atlas Copco conta com 12 diferentes modelos, identificados pela sigla QEG seguida da quantidade de kVAs produzidos, considerada uma operação stand-by. Assim, os modelos variam do QEG-46 ao QEG-536, que a plena carga, 24 horas por dia, fornecem uma potência real não de 46 a 536, mas de 38 a 531 kVA. Os diferentes modelos são equipados com motores MWM ou Scania, com potência variando entre 49 e 278 CV (MWM) e 278 a 614CV (Scania).

O Jornal de Cada Dia

Menos para antecipar-se aos problemas decorrentes do racionamento, que para buscar autossuficiência, qualidade e economia no suprimento de energia para seu parque gráfico, o jornal "O Estado de São Paulo”, um dos mais tradicionais do país, assinou um "contrato de performance" com a Servtec Esco — do grupo Servtec Instalações e Sistemas Integrados — para geração de energia adicional no horário de pico.

Modalidade nova de arrendamento para horários de ponta, com opção de compra no final, o contrato de performance se caracteriza pelo fato de a contratada, no caso a Servtec, arcar com todo o investimento para a implantação e manutenção do sistema, alugando um número pré-determinado de horas/mês de seu funcionamento ao cliente. Este também pode investir uma porcentagem no projeto e participar com uma porcentagem da economia da ponta, o que reduziria o valor do aluguel. Com capacidade nominal de 3.650 kW, o sistema de geração foi dimensionado para suprir toda demanda do jornal no horário de ponta.

No contrato com o grupo Estado, a Servtec investiu cerca de US$ 1 milhão na compra dos geradores - dois CAT 3576B, a diesel, de 1825 KW cada -, dois transformadores e painéis de sincronismo com a concessionária, segundo o coordenador de projetos da Servtec Esco, Sílvio César de Barros. Além disso, toda a infra-estrutura de instalação elétrica, isolamento térmico e atenuação acústica de uma antiga sala de expedição - que abrigava até então um gerador “no break”, e que também foi reformada para acondicionamento dos dois grupos geradores - ficaram a cargo da empresa.

O contrato foi assinado há um ano e meio atrás e tem validade de 15 anos, durante os quais a Servtec se compromete a fornecer 66 horas fixas mensais, equivalendo a 3 horas diárias de 2a a 6a feira dentro do horário de ponta. No caso de São Paulo, das 17h às 20h30, justamente a maior demanda do jornal, quando é impressa a parte dos cadernos. Depois das 20:30 h, a gráfica só aguarda notícias de última hora e eventuais furos de reportagem.

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