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Revista M&T - Ed.125 - Junho 2009
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Mercado

Obras que movimentam a economia

As obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mantêm o setor aquecido, antes mesmo de o país iniciar os projetos de infraestrutura necessários para receber a Copa do Mundo de 2014

A rapidez com que as obras são liberadas para execução no Brasil pode ficar aquém das expectativas das empreiteiras, da sociedade em geral e do próprio governo. Entretanto, mesmo diante da ambiguidade da legislação ambiental, responsável pelo atraso na execução de alguns projetos e pela criação de alguns impasses institucionais, todos concordam em um ponto: nunca se investiu tanto em infraestrutura no país como nos últimos anos.

Até o momento, menos de 10% das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram concluídas, o que representa o aporte de R$ 62,9 bilhões diante da meta do governo de investir R$ 643 bilhões em geração e distribuição de energia, construção de estradas e ferrovias, ampliação de portos, saneamento e produção de óleo e gás, até 2010. Mesmo assim, o mercado se mantém otimista diante do volume de obras em execução e das que devem entrar em fase de licitação. “Cerca de 80% dos projetos previstos no PAC estão com o cronograma em dia”, afirmou o senador Fernando Collor de Mello, presidente da comissão de infraestrutura do Senado, durante sua passagem pelo Elacom 2009 (2º Encontro Latino-Americano da Construção e Mineração), que se realizou paralelamente à M&T Expo 2009.

Desde o lançamento desse programa, em 2007, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou os empréstimos para infraestrutura e já computa a liberação de R$ 59,3 bilhões nessa área. Seguindo a meta de financiar até 42% das obras previstas no PAC, o banco conta atualmente com uma carteira de crédito de R$ 104,8 bilhões para grandes projetos de engenharia, entre operações já aprovadas ou em fase de análise. “Não é a falta de recursos que está atrasando algumas obras e sim as indefinições ambientais, o que mostra o quanto o mercado brasileiro tornou-se atrativo”, afirma Afonso Mamede,  presidente da Sobratema.

Obras para a Copa

Afinal, além desse volume de obras, o Brasil precisará implantar outro considerável elenco de projetos para sediar a Copa do Mundo de 2014. Os especialistas avaliam que, para atender as exigências da Fifa (Federation International Football Association), o país teria que investir R$ 110 bilhões em aeroportos, hotelaria, transporte metropolitano e construção de estádios. O valor inclui a implantação do projeto


A rapidez com que as obras são liberadas para execução no Brasil pode ficar aquém das expectativas das empreiteiras, da sociedade em geral e do próprio governo. Entretanto, mesmo diante da ambiguidade da legislação ambiental, responsável pelo atraso na execução de alguns projetos e pela criação de alguns impasses institucionais, todos concordam em um ponto: nunca se investiu tanto em infraestrutura no país como nos últimos anos.

Até o momento, menos de 10% das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram concluídas, o que representa o aporte de R$ 62,9 bilhões diante da meta do governo de investir R$ 643 bilhões em geração e distribuição de energia, construção de estradas e ferrovias, ampliação de portos, saneamento e produção de óleo e gás, até 2010. Mesmo assim, o mercado se mantém otimista diante do volume de obras em execução e das que devem entrar em fase de licitação. “Cerca de 80% dos projetos previstos no PAC estão com o cronograma em dia”, afirmou o senador Fernando Collor de Mello, presidente da comissão de infraestrutura do Senado, durante sua passagem pelo Elacom 2009 (2º Encontro Latino-Americano da Construção e Mineração), que se realizou paralelamente à M&T Expo 2009.

Desde o lançamento desse programa, em 2007, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou os empréstimos para infraestrutura e já computa a liberação de R$ 59,3 bilhões nessa área. Seguindo a meta de financiar até 42% das obras previstas no PAC, o banco conta atualmente com uma carteira de crédito de R$ 104,8 bilhões para grandes projetos de engenharia, entre operações já aprovadas ou em fase de análise. “Não é a falta de recursos que está atrasando algumas obras e sim as indefinições ambientais, o que mostra o quanto o mercado brasileiro tornou-se atrativo”, afirma Afonso Mamede,  presidente da Sobratema.

Obras para a Copa

Afinal, além desse volume de obras, o Brasil precisará implantar outro considerável elenco de projetos para sediar a Copa do Mundo de 2014. Os especialistas avaliam que, para atender as exigências da Fifa (Federation International Football Association), o país teria que investir R$ 110 bilhões em aeroportos, hotelaria, transporte metropolitano e construção de estádios. O valor inclui a implantação do projeto do trem de alta velocidade (TAV), o popular trem-bala, entre as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, bem como os R$ 6,2 bilhões previstos para a reforma de aeroportos.

Somente o estado de São Paulo deve atrair cerca de R$ 32 bilhões em investimentos, nos quais de incluem a instalação do TAV e a reforma do estádio do Morumbi. Esse valor também contempla a construção de uma moderna linha de trem entre o centro da capital e o aeroporto internacional de Guarulhos – o expresso aeroporto – e a ampliação da rede hoteleira. Com o objetivo de desafogar o caótico trânsito da capital paulista, os governos estadual e municipal já lançaram até mesmo o projeto de duplicação da Marginal Tietê, uma das principais vias da cidade, que vai ganhar três novas faixas em cada sentido de tráfego, bem como a readequação de suas pontes e viadutos. Orçada em R$ 1,3 bilhão, a obra começa ainda este ano.

A maioria das obras para a Copa de 2014, entretanto, está em fase de estudos ou projeto e deve começar a movimentar o mercado a partir de 2010. Antes desse período, o governo de São Paulo promete atrair novos investimentos na área de transporte por meio de mais um lote de concessão de estradas estaduais à iniciativa privada. “Estamos concluindo os estudos para a concessão de rodovias nas regiões do Vale do Paraíba, Baixada Santista e litoral Norte, cuja licitação deve ser lançada até dezembro deste ano”, afirmou o secretário de desenvolvimento do estado, Geraldo Alckmin, em sua apresentação no Elacom 2009.

Investimentos em São Paulo

Segundo Alckmin, o projeto prevê a duplicação de importantes vias de acesso o litoral Norte do estado, como as rodovias dos Tamoios (SP- 99), Mogi/Bertioga (SP-98) e Osvaldo Cruz (SP-125), além da construção de um contorno no município de Caraguatatuba e de terceira faixa na estrada Padre Manuel da Nóbrega (SP-55), no litoral Sul. Na área de ferrovias, o secretário destacou o lançamento do edital para a construção do trecho Sul do Ferroanel de São Paulo, cujo projeto está orçado em R$ 700 milhões. “Como esse trecho segue a mesma faixa de domínio do Rodoanel, deixamos toda a infraestrutura preparada, o que facilita as aprovações ambientais e reduz o custo da obra.”

Ainda nessa área, Alckmin enfatizou a rapidez na concessão do expresso aeroporto, cuja obra deve ser concluída até 2012. Além disso, ele destacou que as concessionárias privadas estão aplicando R$ 286 milhões na recuperação de 440 km de ramais ferroviários de cargas, como as ligações Ribeirão Preto/Franca e Santos/Cajati. “Apenas este ano, São Paulo está recebendo R$ 20,6 bilhões em investimentos em infraestrutura, o que representa a geração de mais de 858 mil empregos diretos e indiretos no estado”, disse ele. O valor inclui não apenas as obras de rodovias e ferrovias, mas também o projeto de expansão do Metrô paulistano, assim como as ações do governo nas áreas de saneamento e habitação popular.

Durante a M&T Expo 2009, Alckmin também anunciou um projeto de renúncia fiscal do governo paulista, que prevê a isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para investimentos em bens de capital no estado. “O decreto-lei está para ser assinado pelo governador José Serra e terá validade até 31 de dezembro deste ano”, disse o secretário. Segundo ele, o objetivo é estimular investimentos industriais em São Paulo, o que também se reverte em geração de empregos, impulsionando a economia e o setor de construção.

Retomada nas vendas

Diante desse cenário, as empreiteiras especializadas em obras pesadas mantêm o ritmo das atividades e até ampliam suas carteiras de contrato, apesar da estagnação em outros setores da economia. Como reflexo, os fabricantes de equipamentos para construção demonstram otimismo, mesmo com o quadro de estagnação nos demais mercados internacionais. “Enquanto a indústria de equipamentos europeia atravessa sua pior crise desde a Segunda Guerra e a norte-americana enfrenta uma recessão comparável à de 1929, no Brasil
retrocedemos apenas dois anos em volume de vendas, o que não é nada mal se observarmos que 2007 foi o segundo melhor ano da nossa história”, afirma Gino Cucchiari, diretor de vendas e marketing da New Holland para a América Latina.

Segundo Antonio Carlos Bonassi, gerente de assuntos governamentais e institucionais da Caterpillar, o mercado latino-americano de equipamentos registrou uma queda de 25% no primeiro semestre de 2009, mas os investimentos em infraestrutura posicionam o Brasil como o país em melhores condições para superar a crise econômica mundial rapidamente. “No segmento de máquina que atuamos, a demanda na América Latina cresceu mais de 250% nos últimos cinco anos e uma queda de 20% em 2009 não chega a ser traumática diante do quadro enfrentado pela indústria na Europa e nos Estados Unidos, onde a retração gira em torno de 50% a 60%”, ressalta Roque Reis, diretor comercial da Case.

O pior já passou

Os especialistas associam a queda nas vendas nos primeiros meses deste ano mais à sazonalidade do setor de construção – que naturalmente reduz suas atividades no período de chuvas – e ao elevado estoque de equipamentos disponíveis no mercado – devido ao ritmo de compra das empreiteiras em 2008 – do que a uma provável retração no volume de obras. Mesmo assim, alguns fabricantes vislumbram uma mudança na curva de vendas, como a Case e a Volvo. Esta última, aliás, já computou um crescimento de 13% nos quatro primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Vale ressaltar que o desempenho comercial não é homogêneo para todas as empresas do setor e varia de acordo com o portfólio de produtos da cada uma delas e com a demanda por essas máquinas. Nessa linha, os fabricantes de equipamentos para obras rodoviárias mantiveram o ritmo de crescimento mesmo nos momentos de maior turbulência e apesar do ingresso de novos competidores no mercado. “Continuamos crescendo de forma estável e, até abril, vendemos bem mais que nos primeiros quatro meses de 2008”, afirma Walter Rauen, presidente da Ciber. “Saímos ilesos da crise e não podemos reclamar de 2009, pois o pior já passou”, conclui Paulo de Almeida Barros, presidente da Dynapac.

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