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China planeja construir ferrovia atravessando o Brasil

A intenção dos chineses é: escoar soja do Centro-Oeste até o porto baiano, em Ilhéus

Folha de S.Paulo

29/11/2017 08h50 | Atualizada em 06/12/2017 12h40

Uma das maiores empresas ferroviárias do mundo, a CRCC – China Railway Construction Corporation estuda liderar um consórcio para construir a Fiol – Ferrovia de Integração Oeste-Leste e integrá-la ao porto de Ilhéus, BA. Hoje, a ferrovia tem um pequeno trecho em operação.

A intenção dos chineses é escoar soja (segundo principal produto que eles compram no país, atrás do minério de ferro) do Centro-Oeste até o porto baiano. Mas, também há um interesse geopolítico.

Eles querem criar alternativas ao canal do Panamá, obra bancada pelos EUA no século passado e que os asiáticos veem ainda hoje sob controle dos americanos.

Para criar essa alternativa, a Fiol terá cerca de 1.500 quilômetros e cruzará com a FNS – Ferrovia Norte-Sul.

Hoje, os grãos precisam seguir de caminhões até o porto de Santos, SP, ou ser transportados até um entroncamento da Ferrovia Norte-Sul rumo ao porto de Itaqui, no Maranhão.

No entanto, existem dificuldades de passagem no trecho controlado pela mineradora Vale, único ponto de acesso até o porto do Nordeste.

O plano dos chineses inclui outro braço ferroviário, a partir da Ferrovia Norte-Sul, que seguirá de Campinorte, GO, até Lucas do Rio Verd

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Uma das maiores empresas ferroviárias do mundo, a CRCC – China Railway Construction Corporation estuda liderar um consórcio para construir a Fiol – Ferrovia de Integração Oeste-Leste e integrá-la ao porto de Ilhéus, BA. Hoje, a ferrovia tem um pequeno trecho em operação.

A intenção dos chineses é escoar soja (segundo principal produto que eles compram no país, atrás do minério de ferro) do Centro-Oeste até o porto baiano. Mas, também há um interesse geopolítico.

Eles querem criar alternativas ao canal do Panamá, obra bancada pelos EUA no século passado e que os asiáticos veem ainda hoje sob controle dos americanos.

Para criar essa alternativa, a Fiol terá cerca de 1.500 quilômetros e cruzará com a FNS – Ferrovia Norte-Sul.

Hoje, os grãos precisam seguir de caminhões até o porto de Santos, SP, ou ser transportados até um entroncamento da Ferrovia Norte-Sul rumo ao porto de Itaqui, no Maranhão.

No entanto, existem dificuldades de passagem no trecho controlado pela mineradora Vale, único ponto de acesso até o porto do Nordeste.

O plano dos chineses inclui outro braço ferroviário, a partir da Ferrovia Norte-Sul, que seguirá de Campinorte, GO, até Lucas do Rio Verde, MT, e, de lá, até Porto Velho, RO. Essa linha continuará rumo ao Peru até um porto no oceano Pacífico.

O projeto foi apresentado pelo grupo chinês a representantes do governo brasileiro durante a viagem do presidente Michel Temer à China, no fim de agosto.

Desde então, o governo da Bahia já contratou a consultoria Accenture para desenvolver o projeto.

Como a Fiol já é uma ferrovia prioritária da União, o governo baiano se comprometeu a transferir o projeto para o PPI – Programa de Parcerias de Investimentos, assim que estiver pronto.

A expectativa é que isso ocorra até o início do próximo ano para que a ferrovia seja licitada ainda no governo Temer.

Pelas conversas iniciais, os chineses teriam de entrar no leilão, embora tenham manifestado a intenção de realizar a obra por conta própria desde que o governo desse autorização.

Três outros grupos chineses também se apresentaram para formar um consórcio e construir os 934 quilômetros da Ferrogrão, entre Sinop, MT, e, Miritituba, PA. O projeto está em consulta pública e deverá consumir cerca de R$ 12 bilhões.

Nas conversas, o governo chinês deixou claro para os brasileiros seu interesse em ter a segurança de fornecimento de energia e alimentos. Por isso, não mede esforços nem recursos para investir em infraestrutura.

De janeiro a outubro, os chineses compraram US$ 19 bilhões em soja do Brasil, origem de 59% de todo o grão importado pelos asiáticos.

No mesmo período, o país importou US$ 5,5 bilhões em petróleo do Brasil. Outra explicação é que o projeto permitiria à China uma alternativa ao canal do Panamá, que, segundo eles, é controlado pelos EUA.

 

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