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Revista M&T - Ed.130 - Novembro 2009
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Uma boa aquisição requer planejamento

Fundada em 1978, a ARG rapidamente conquistou um espaço entre as principais construtoras brasileiras e, atualmente, marca presença em duas obras que personificam a atual expansão econômica do País: a construção de parte da infraestrutura do Porto do Açu (RJ), do grupo EBX, e a parte civil de uma das minas em implantação pelo mesmo grupo presidido pelo empresário Eike Batista, em parceria com a mineradora Anglo American, no município de Conceição do Mato Dentro (MG). A primeira obra servirá para escoar a produção de minério de ferro desta última e representa um dos maiores complexos do gênero em instalação no País. Os dois projetos ilustram a diversificação da ARG, um dos motivos para que a construtora tenha saído ainda mais fortalecida da crise.  Quem explica isso é o superintendente de Logística e Suprimentos da empresa, José Luís Fernandes, um engenheiro mecânico com pós-gradução em administração financeira e controladoria.

M&T – Para uma construtora cuja carteira atual conta com diversas obras no Brasil, além da construção de rodovias na Bolívia e na Guiné Equatorial, é possível dizer que a crise afetou os negócios?
José Luís Fernandes – Não fomos atingidos diretamente pela crise, pois as principais obras mantiveram seu cronograma. É o caso do complexo do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, e da infraestrutura para a lavra de minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais. Outro empreendimento que não foi paralisado compreende obras em 200 km de rodovias, por parte do programa ProAcesso, em execução pelo governo de Minas Gerais com financiamento do Banco Mundial . Evidentemente, tomamos providências preventivas, mas um exemplo de que não fomos afetados é que a empresa continuou contratando profissionais mesmo no auge da crise, acreditando na consistência dos projetos.

M&T – Falando em obras, qual é a atribuiçao da ARG na construção do Porto do Açu?
JLF – Estamos executando uma grande estrutura de concreto e aço, com 26,6 m de largura, que a cada dia avança 9 m em direção ao mar, partindo da praia. Centenas de operários se revezam em três turnos de trabalho, 24 horas por


Fundada em 1978, a ARG rapidamente conquistou um espaço entre as principais construtoras brasileiras e, atualmente, marca presença em duas obras que personificam a atual expansão econômica do País: a construção de parte da infraestrutura do Porto do Açu (RJ), do grupo EBX, e a parte civil de uma das minas em implantação pelo mesmo grupo presidido pelo empresário Eike Batista, em parceria com a mineradora Anglo American, no município de Conceição do Mato Dentro (MG). A primeira obra servirá para escoar a produção de minério de ferro desta última e representa um dos maiores complexos do gênero em instalação no País. Os dois projetos ilustram a diversificação da ARG, um dos motivos para que a construtora tenha saído ainda mais fortalecida da crise.  Quem explica isso é o superintendente de Logística e Suprimentos da empresa, José Luís Fernandes, um engenheiro mecânico com pós-gradução em administração financeira e controladoria.

M&T – Para uma construtora cuja carteira atual conta com diversas obras no Brasil, além da construção de rodovias na Bolívia e na Guiné Equatorial, é possível dizer que a crise afetou os negócios?
José Luís Fernandes – Não fomos atingidos diretamente pela crise, pois as principais obras mantiveram seu cronograma. É o caso do complexo do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, e da infraestrutura para a lavra de minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais. Outro empreendimento que não foi paralisado compreende obras em 200 km de rodovias, por parte do programa ProAcesso, em execução pelo governo de Minas Gerais com financiamento do Banco Mundial . Evidentemente, tomamos providências preventivas, mas um exemplo de que não fomos afetados é que a empresa continuou contratando profissionais mesmo no auge da crise, acreditando na consistência dos projetos.

M&T – Falando em obras, qual é a atribuiçao da ARG na construção do Porto do Açu?
JLF – Estamos executando uma grande estrutura de concreto e aço, com 26,6 m de largura, que a cada dia avança 9 m em direção ao mar, partindo da praia. Centenas de operários se revezam em três turnos de trabalho, 24 horas por dia, enfrentando ventos com velocidade superior a 60 km/h, para que essa estrutura de 3 km de extensão esteja concluída nos próximos meses. Quando isso acontecer, estará concluída a ponte de acesso aos píeres do Porto do Açu, um dos maiores investimentos privados em terminais marítimos do Brasil, estimado em cerca de US$ 1,6 bilhão, e catalizador de um complexo industrial que ocupará uma área de mais de 100 km2. Nesta área será construída uma usina siderúrgica integrada ao porto, com capacidade instalada de 5 milhões de t/ano, além de uma unidade de pelotização de minério de ferro, de uma usina termoelétrica e uma fábrica de cimento. No final de agosto, o empreendimento recebeu licença ambiental para a construção de um pátio para carga geral, com área superior a 600 hectares, incluindo acesso ferroviário, sistemas de correias transportadoras e equipamentos para a movimentação de contêineres.

M&T – Como o porto está integrado à obra em Conceição do Mato Dentro?
JSF – O Porto do Açu será a via de saída de 24 milhões de t/ano de minério de ferro, provenientes de uma mina na cidade de Conceição do Mato Dentro, de onde esse material será bombeado por meio de um mineroduto com mais de 530 km de extensão. As obras do porto iniciaram em novembro de 2007 e sua conclusão está prevista para o final de 2011. Além de construir o complexo portuário, cabe também ao consórico formado pela ARG e pela Civilport a  elaboração e detalhamento do projeto executivo das obras.  São as duas frentes de trabalho que têm merecido o maior empenho da empresa em função do arrojo desses empreendimentos, bem como as obras rodoviárias do programa ProAcesso, para as quais também dedicamos boa parte do nosso esforço.

M&T – Como a empresa está organizada, do ponto de vista logístico, para atender essas demandas?
JSF – São desafios que demandam a mobilização de recursos e equipamentos e, para isso, precisamos de muito planejamento, principalmente no caso das obras da  LLX. Optamos por centralizar as operações de logística em Belo Horizonte, onde consolidamos as necessidades de suprimentos das obras, o que permite ganho de escala. Paralelamente, nossa área de transporte trabalha integrada, de forma que definimos qual é o modal mais adequado para atender as demandas. O gerenciamento inclui a escolha pelo fornecimento diretamente para a obra, no caso de insumos como cimento, ou da otimização em nossa operação central, de onde consolidamos o despacho para as várias frentes de operações. Os componentes dos equipamentos usados na obra, bem como filtros e peças de reposição, seguem esse fluxograma. As aquisições são centralizados em Belo Horizonte, de onde despachamos para a frente de trabalho.

M&T – A filosofia de centralização se estende à manutenção dos equipamentos?
JSF – Sim. Temos uma estrutura central em Belo Horizonte, responsável pelas manutenções mais pesadas e complexas, que não poderiam ser executadas no campo. A oficina central também dá suporte aos serviços de manutenção corretiva e preventiva realizados localmente nas obras. Temos aprimorado esse processos graças ao nosso nosso sistema integrado de gestão (ERP), que é um software da SAP. Há uma coordenação entre os módulos de gerenciamento de atividades da área de manutenção e de materiais. Eles conversam entre si, disparando um processo automatizado que indica a necessidade de compra de componentes e o tempo limite para a aquisição. Isto otimiza as operações de logística e de almoxarifado. Em relação à filosofia de centralização, deveremos manter o processo, inclusive com a ampliação da oficina central.

M&T – O processo deve exigir um controle atento dos fornecedores. Como isso é feito?
JSF – Nós ainda não temos um programa formal de gestão de qualidade dos fornecedores, mas esse controle começa com a análise dos responsáveis pelo almoxarifado de cada obra. Com isso, conseguimos avaliar critérios como a qualidade do produto e a pontualidade da entrega, entre outros fatores que podem influir no relatório de não-conformidade (RNC), expedido ao fornecedor que não atende nossos parâmetros para estimulá-lo à busca da melhoria.

M&T – Como a empresa define a aquisição dos equipamentos?
JSF – A superintendência de equipamentos é responsável pelo processo, analisando a demanda de todas as obras e concentrando informações. A discussão envolve cada empreendimento, de acordo com seu cronograma e a análise da relação custo/benefício na aquisição das máquinas. Os superintentes de cada obra são ouvidos atentamente nesse processo e, uma vez definida a necessidade de compra ou locação, a superintendência de equipamentos especifica o tipo de máquina e suas capacidades, indicando os potenciais fornecedores. Então, fazemos uma coleta de preços e iniciamos a avaliação comercial dos fornecedores. Uma terceira rodada envolve uma discussão com a superindência de equipamentos para definir a compra efetivamente, avaliando as opções. Não compramos pelo menor preço, porque o mais barato nem sempre oferece o maior rendimento. A última etapa da aquisição de equipamentos é submeter as escolhas à diretoria da empresa, pois compras como essas envolvem grandes valores.

M&T – As aquisições foram interrompidas com a crise?
JSF – Não, pelo contrário. No final de 2008, quando a oferta de equipamentos tornou-se maior que a procura, percebemos que havia a possibilidade de realizar bons negócios, já que a empresa continuou acreditando na continuidade dos empreendimentos contratatos. O planejamento da área de equipamentos foi um fator preponderante nesse caso, pois cruzamos a demanda prevista de máquinas com um momento então marcado pela redução dos valores de aquisição. Isso deve se refletir em 2010, ano em que esperamos uma retomada maior das obras. Vale ressaltar que operamos com uma frota preponderamentemente própria, composta por cerca de 2.000 equipamentos. Além da aquisição, gestão e manutenção desses equipamentos, nossa superintendência está sempre pesquisando novas tecnologias para favorecer as operações da empresa.

M&T – Quais as aquisições mais recentes da empresa nessa área?
JSF – Adquirimos duas barcaças no exterior para o transporte de rocha, cada uma delas com capacidade para 1.250 m3, o equivalente a mais de 100 caminhões. As embarcações já se encontram na costa brasileira e estão prontas para entrar em operação na obra de Porto do Açu. Para o transporte do material em terra,  adquirimos uma frota de 50 cavalos mecânicos, que vão operar tracionando carretas do tipo rodotrens. Essa frota desempenha um papel importante na obra do porto, cujo canteiro fica localizado a cerca de 70 km da pedreira e o material precisa ser transportado até mesmo por rodovia.

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