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Revista M&T - Ed.212 - Maio 2017
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Motoniveladoras

Um clássico dos canteiros

Abrangendo potência, porte, tração, lâmina e acessórios, critérios de seleção do equipamento variam conforme as diferentes necessidades e tipos de solo da operação
Por Augusto Diniz

Equipamentos dos mais tradicionais, as motoniveladoras são capazes de realizar uma grande variedade de serviços e, por isso, mantêm-se indispensáveis em obras de infraestrutura, principalmente na construção pesada, para nivelamento do solo ou terraplenagem em estradas e barragens, por exemplo.

Além disso, essas máquinas são utilizadas na criação de superfícies inclinadas, acabamentos em rampas e taludes, desagregação, espalhamento e transporte de material, bem como abertura de valas rasas para drenagem, com seções transversais nas laterais. Também devem ser levadas em conta outras aplicações. Recentemente, essas máquinas passaram a ser empregadas cada vez mais no agronegócio, especialmente na construção e manutenção de estradas de acesso às lavouras e pastagens, como ainda em curvas de nível, muito utilizadas no plantio. Polivalentes, esses equipamentos também são usados na preparação do terreno para a semeadura.

Por conta disso, os critérios de escolha do modelo e porte ideais variam conforme as diferentes necessidades. E para atender às aplicações, os fabricantes de motoniveladoras oferecem ao mercado uma variada gama de modelos, tamanhos e potências. Mas de acordo com Esio Dinis, especialista de produto da New Holland Construction, esse tipo de máquina é classificado, sobretudo, pela potência. “Os modelos que oferecemos são o RG140 (140-160 hp), RG170B (178-205 hp) e RG200 (205-219 hp)”, diz ele. “Mas é importante destacar que a nossa fábrica em Contagem (MG) é responsável por toda a produção de motoniveladoras da marca, ou seja, é a fornecedora global para esta família.”

Aprofundando a análise, o especialista da Case CE, Gleidson Gonzaga, destaca que o mercado desses equipamentos é segmentado em basicamente três faixas de potência: até 160 hp, de 161 a 190 hp e acima de 190 hp. “No primeiro grupo estão máquinas com peso operacional a partir de 12 t, no segundo acima de 14 t e, no terceiro, com mais de 16 t”, explica. Comprovando o recorte, a John Deere também comercializa três modelos de motoniveladoras no Brasil, incluindo a 670G (155 a 205 hp), a 672G (175 a 215 hp) e a 770G (185 a 250 hp). “Todas possuem diferenciais como banco de filtros, radiadores basculantes e ajustes simplificados da


Equipamentos dos mais tradicionais, as motoniveladoras são capazes de realizar uma grande variedade de serviços e, por isso, mantêm-se indispensáveis em obras de infraestrutura, principalmente na construção pesada, para nivelamento do solo ou terraplenagem em estradas e barragens, por exemplo.

Além disso, essas máquinas são utilizadas na criação de superfícies inclinadas, acabamentos em rampas e taludes, desagregação, espalhamento e transporte de material, bem como abertura de valas rasas para drenagem, com seções transversais nas laterais. Também devem ser levadas em conta outras aplicações. Recentemente, essas máquinas passaram a ser empregadas cada vez mais no agronegócio, especialmente na construção e manutenção de estradas de acesso às lavouras e pastagens, como ainda em curvas de nível, muito utilizadas no plantio. Polivalentes, esses equipamentos também são usados na preparação do terreno para a semeadura.

Por conta disso, os critérios de escolha do modelo e porte ideais variam conforme as diferentes necessidades. E para atender às aplicações, os fabricantes de motoniveladoras oferecem ao mercado uma variada gama de modelos, tamanhos e potências. Mas de acordo com Esio Dinis, especialista de produto da New Holland Construction, esse tipo de máquina é classificado, sobretudo, pela potência. “Os modelos que oferecemos são o RG140 (140-160 hp), RG170B (178-205 hp) e RG200 (205-219 hp)”, diz ele. “Mas é importante destacar que a nossa fábrica em Contagem (MG) é responsável por toda a produção de motoniveladoras da marca, ou seja, é a fornecedora global para esta família.”

Aprofundando a análise, o especialista da Case CE, Gleidson Gonzaga, destaca que o mercado desses equipamentos é segmentado em basicamente três faixas de potência: até 160 hp, de 161 a 190 hp e acima de 190 hp. “No primeiro grupo estão máquinas com peso operacional a partir de 12 t, no segundo acima de 14 t e, no terceiro, com mais de 16 t”, explica. Comprovando o recorte, a John Deere também comercializa três modelos de motoniveladoras no Brasil, incluindo a 670G (155 a 205 hp), a 672G (175 a 215 hp) e a 770G (185 a 250 hp). “Todas possuem diferenciais como banco de filtros, radiadores basculantes e ajustes simplificados das tiras de desgaste do círculo e da armação da lâmina”, garante Roberto Marques, diretor de vendas da John Deere Construção e Florestal.

A exemplo das concorrentes, a Caterpillar também disponibiliza três modelos ao mercado brasileiro, a 120K, a 140K e a 12M. “A primeira lidera em seu segmento, com peso operacional de 14,3 t e potência que chega a 145 hp com o VHP (Variable Horse Power)”, destaca Pablo Ribeiro, especialista em aplicação de motoniveladoras na América do Sul. “Em seguida, está o modelo 140K, com peso operacional de 17,3 t e 191 hp de potência com o VHP. Já o modelo 12M está ganhando espaço com suas 18,4 t de peso operacional e 213 hp de potência com o VHP Plus.”

ESPECIFICIDADES

Apesar da centralidade da potência, todos esses modelos evidentemente comportam configurações específicas. A própria Caterpillar, de acordo com Ribeiro, oferece uma extensa gama de acessórios de fábrica, de acordo com cada trabalho. “O que define a configuração e as opções de acessórios é o tipo de aplicação do equipamento”, explica o especialista. “Assim, a partir da análise da operação é feita a indicação do peso e potência da motoniveladora, se há necessidade de tração AWD, definição do tipo de pneu e instalação de implementos específicos, como escarificador central ou frontal e ripper traseiro, dentre outras dezenas de opções possíveis, conforme a tarefa a ser executada.”

Segundo Marques, nas motoniveladoras mais modernas existem configurações que facilitam a operação, aumentam a produtividade e reduzem os custos de manutenção. Itens de fábrica como desbloqueio automático do diferencial, que protege o equipamento ao fazer curvas, e transmissão com trocas de marchas suaves, que melhora os trabalhos de acabamento, são exemplos dessa evolução. “Outro ponto de destaque é a tração dianteira do modelo 672G”, diz. “Essa máquina tem força de tração na lâmina aproximadamente 45% maior do que os modelos do mesmo porte com tração nas rodas traseiras”, descreve. “Por isso, entrega uma produção superior em qualquer aplicação.”

Na Case CE, por sua vez, as motoniveladoras 800 Série B – modelos 845B, 865B e 885B – se diferenciam pela potência e peso operacional, como explica Gonzaga. “Além disso, elas possuem cinco opções de implemento frontal, três de lâmina, cinco de cabine e duas de implementos traseiros, dentre outros itens que permitem a configuração ideal para cada tipo de aplicação”, acrescenta o executivo.

No caso da New Holland, Dinis diz que os modelos possuem versatilidade para atender aos mais variados clientes e segmentos. No quesito conforto, por exemplo, há diferentes opções de cabine, que podem ser altas ou baixas, abertas ou fechadas. “No âmbito funcional, há opções desde o tamanho de lâmina principal a outros implementos, como ripper traseiro, escarificador, lâmina frontal e contrapeso frontal”, enumera.

SELEÇÃO

Diante dessa variedade, é preciso seguir alguns critérios para escolha da motoniveladora mais indicada para os diferentes tipos de aplicações. “Os principais critérios são o tipo de atividade a ser realizado (cortes mais profundos ou apenas acabamento) e o tipo de solo”, resume Dinis.

Mas não fica só nisso. Há muitas outras variáveis que devem ser levadas em conta. Marques destaca o volume de produção que a máquina deve conseguir entregar. De acordo com ele, “os modelos menores normalmente são usados em aplicações como loteamentos, condomínios e obras municipais, por exemplo, enquanto os maiores, mais potentes e pesados, atuam em obras como barragens, rodovias e aeroportos”.

Já para Ribeiro, os critérios de escolha dependem do resultado final que o cliente busca. “Em geral, a escolha deve levar em conta desde o tamanho do veículo que vai rodar pelas estradas e rodovias até o tipo de material que vai ser movimentado”, explica. “É importante considerar ainda os equipamentos que já fazem parte da frota para, assim, definir o melhor modelo de motoniveladora para operar em sinergia com os demais.”

Para isso, a rede de revendedores da fabricante oferece o serviço “site-assessment” (avaliação do canteiro, em inglês), em que especialistas em sistemas de produção visitam o local de trabalho para avaliar a melhor combinação de equipamentos e fazer recomendações de aplicação. Do mesmo modo, o tipo de tração também pode variar. A dianteira é indicada para terrenos escorregadios, com lama, cascalho ou neve, dando à máquina maior aderência e estabilidade, principalmente nas curvas.

No caso de aplicações severas, uma opção é usar uma máquina com tração 6x6 (nas seis rodas) que, de acordo com Marques, é novidade no mercado brasileiro. “Esse produto oferece tecnologias inovadoras e robustas para melhorar a produção em qualquer ambiente de operação”, diz. “Essa configuração possibilita operações em encostas íngremes e permite que as máquinas façam curvas carregando grandes quantidades de material e direcionem as rodas dianteiras, ao mesmo tempo em que abrem valas, sem patinar, preservando pneus e combustível no processo.”

Além disso, diz o executivo da Deere, com os seis pneus em operação, o comando hidrostático de percurso duplo aumenta ainda mais a produtividade em todos os tipos de aplicações. “Esses modelos oferecem força elevada de tração da lâmina, além de permitirem que o trabalho seja realizado de forma mais fácil e com menos etapas do que nas versões convencionais”, acrescenta. “Por tudo isso, as máquinas 6x6 são a opção mais adequada para trabalhos nos quais a tração é um ponto chave, como aplicações agrícolas, por exemplo.”

Contudo, Dinis tem uma visão um pouco diferente sobre esse tipo de tração. “Diria que é recomendada para solos com baixa aderência, como na neve, o que não é muito comum no Brasil”, diz ele. “Mesmo porque a motoniveladora é máquina para um trabalho mais fino. Em solos escorregadios, em geral se utiliza outro tipo de equipamento para remoção desse material.”

Assim, para aplicações extremamente severas, ele recomenda uma máquina de maior potência, com escarificador dianteiro, ripper traseiro e lâmina menor, que “permitirá maior profundidade de remoção de material por ciclo”.

VARIAÇÕES

Talvez um dos componentes mais importantes do conjunto, a lâmina é outro item da motoniveladora que varia conforme a aplicação. Os tamanhos mais utilizados são de 12, 13 e 14 ft (pés) – um pé equivale a 30,48 cm. Quanto menor o tamanho, maior a resistência para penetração no solo e mais alta a capacidade de espalhar o material. “Por isso, a escolha depende da operação a ser executada e do material a ser movimentado”, reitera Dinis. “Na New Holland, as lâminas centrais possuem perfil roll away, que otimiza a movimentação de material, e extensores, que permitem ampliação do tamanho.”

No caso da John Deere, Marques garante que a estrutura da lâmina de cada modelo é única. “O que varia é o tipo de borda cortante”, conta. “Bordas curvas proporcionam melhor penetração para uso na maioria das aplicações de construção e acabamento, enquanto as retas dão maior resistência e mais material de desgaste para uso em máquinas grandes, na manutenção de vias e aplicações de esbravamento.”

Já as três opções de lâminas ofertadas pela Case CE possuem a mesma espessura e perfil de raios múltiplos, mas variam conforme a área de cobertura em cada passada, já que possuem larguras diferentes. “Vale citar que o perfil de raios múltiplos rola o material cortado em vez de arrastá-lo”, explica Gonzaga. “Isso reduz o esforço da máquina e o desgaste da lâmina, resultando em menor consumo de combustível.”

Assim como outros itens, a posição do ripper também pode variar entre traseiro, central ou dianteiro. Embora não haja uma posição absoluta, a mais comum é a traseira. “Essa configuração é a mais robusta, versátil e a única que torna possível trabalhar com dentes de ripper e escarificador”, explica Marques.

Dinis é mais taxativo. “Para remoção de material mais compactado e em maior profundidade, o ripper deve estar sempre na traseira”, recomenda. “Escarificador na dianteira serve apenas para quebra ou descompactação de materiais mais superficiais.”

Já Gonzaga também considera a traseira como a melhor opção. “Nesse caso, ele é tracionado pelo chassi de trás, que detém em média 70% do peso da máquina sobre seu eixo”, explica. “Isso garante maior força de penetração se comparado com as alternativas, nas quais seria empurrado (frontal) ou tracionado (central) pelo eixo dianteiro, em que se concentram em média 30% do peso da máquina.”

No caso dos pneus, Ribeiro diz que a variedade é tão grande que não existe um tipo mais indicado. “O modelo recomendado depende do tipo de terreno, da aplicação e de diversos outros fatores”, afirma. Segundo Marques, todavia, os mais comuns são os diagonais e os radiais. “Existem inúmeras variáveis a se considerar no momento de escolher o pneu mais indicado”, concorda. “Mas, de maneira geral, os radiais oferecem excelente tração em terrenos rochosos e são mais resistentes a cortes, enquanto os diagonais têm melhor tração em terrenos argilosos e aplicações agrícolas.”

ACESSÓRIOS

Além dos componentes de fábrica, as motoniveladoras podem ser equipadas com uma série de acessórios, que as tornam mais eficientes e produtivas em determinadas aplicações. Afora os acessórios mais conhecidos no mercado, como rippers e escarificadores, bloco de empuxo e acumuladores de impacto da lâmina, entre outros, Ribeiro diz que a Cat investe no desenvolvimento de tecnologias que fazem a diferença para os clientes, como é o caso do novo pacote de desempenho oferecido na Série M.

Esse pacote inclui quatro itens combináveis que trazem benefícios significativos: auto-articulação, lâmina estável, Cat Cross Slope e joystick de controles avançados. “Por meio de um botão no painel, o operador opta pela articulação automática da máquina à medida que o joystick de direção é acionado, reduzindo o raio de giro e diminuindo os movimentos do operador”, explica Ribeiro. “O segundo tem um sensor montado no chassi traseiro, que identifica saltos excessivos durante o deslocamento e reduz automaticamente a rotação até que o balanço termine, o que diminui a necessidade de retrabalho e correções.”

O Cat Cross Slope, por sua vez, é um sistema de nivelamento automático por meio do qual o operador controla um lado da lâmina, enquanto sensores compensam o outro, mantendo a inclinação constante, sem necessidade de correções. “O joystick de controles avançados é composto de módulos adicionais, que permitem controlar as funções de inclinação ou gerenciar implementos como ripper e outras ferramentas, sem a necessidade de soltar o joystick”, detalha.

Falando de acessórios, Marques diz que lâmina frontal é um recursos normalmente utilizado para espalhamento leve de material, embora no Brasil não exista muita demanda para essa opção. “A configuração mais comum inclui ripper na parte traseira e uma placa de empuxo ou contrapeso na dianteira, para equilibrar o peso do equipamento”, explica.

Dos recursos da John Deere, ele cita ainda o JDLink Ultimate, que possibilita acessar as informações do equipamento em qualquer lugar, 24 horas por dia. “Por meio dele, é possível obter em tempo real a localização da motoniveladora e como está sendo utilizada, além de dados sobre o seu estado e o tempo gasto em cada marcha, para auxiliar na produtividade do operador”, finaliza.

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