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Revista M&T - Ed.171 - Agosto 2013
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Resíduos Sólidos

Supermáquinas contra o lixo

Equipamentos de construção como tratores de esteiras e rolos compactadores recebem componentes mais robustos para suportar a operação severa em aterros sanitários

Surpreendendo os desavisados, o Plano Decenal de Produção de Energia 2008/2017 revelou que o lixo das 300 maiores cidades brasileiras seria suficiente para produzir 15% da energia elétrica consumida no país. Pelo ângulo mais positivo da questão, o alcance desse resultado implica em diversas iniciativas potenciais, sendo uma delas justamente a reciclagem.

Para isso, porém, é necessário juntar todo esse lixo em aterros sanitários. Mais do que isso, a competência de compactá-lo e distribuí-lo eficientemente é primordial, de modo a aproveitar ao máximo os terrenos de despejo. É exatamente nesse processo que máquinas como tratores de esteiras e rolos compactadores se tornam indispensáveis.

NOVA LEI

E esses equipamentos tendem a se tornar ainda mais imperativos a partir de agosto de 2014, prazo para a erradicação de todos os lixões brasileiros, conforme determina a Lei 12.035, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (leia reportagem sobre o assunto a partir da pág. 22). No lugar dos infames lixões, diz a nova lei, devem ser construídos aterros sanitários, com maior controle de tratamento dos resíduos e da geração de biogás.

Com isso, a demanda envolverá muitos equipamentos, exatamente 448, conforme estudo publicado pela Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP). Isso representa investimentos de cerca de R$ 2 bilhões, demonstrando o potencial desse mercado para toda a cadeia que o atende.

A capital baiana, Salvador, sai na frente nesse sentido. Com 3 milhões de habitantes, a cidade coleta 2,6 mil t de lixo orgânico por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O mesmo órgão aponta que praticamente 100% do montante coletado têm como destino final o aterro sanitário. Por isso, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Governo da Bahia vem trabalhando para ampliar a política de aproveitamento de resíduos da região por meio de várias frentes de atuação, entre as quais está o aproveitamento de biogás para a geração de energia elétrica no Aterro Metropolitano Centro (AMC), que concentra o lixo coletado na área urbana. No local, opera uma termelétrica de biogás capaz de abastecer continuamente uma cidade de 200 mil habitantes.


Surpreendendo os desavisados, o Plano Decenal de Produção de Energia 2008/2017 revelou que o lixo das 300 maiores cidades brasileiras seria suficiente para produzir 15% da energia elétrica consumida no país. Pelo ângulo mais positivo da questão, o alcance desse resultado implica em diversas iniciativas potenciais, sendo uma delas justamente a reciclagem.

Para isso, porém, é necessário juntar todo esse lixo em aterros sanitários. Mais do que isso, a competência de compactá-lo e distribuí-lo eficientemente é primordial, de modo a aproveitar ao máximo os terrenos de despejo. É exatamente nesse processo que máquinas como tratores de esteiras e rolos compactadores se tornam indispensáveis.

NOVA LEI

E esses equipamentos tendem a se tornar ainda mais imperativos a partir de agosto de 2014, prazo para a erradicação de todos os lixões brasileiros, conforme determina a Lei 12.035, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (leia reportagem sobre o assunto a partir da pág. 22). No lugar dos infames lixões, diz a nova lei, devem ser construídos aterros sanitários, com maior controle de tratamento dos resíduos e da geração de biogás.

Com isso, a demanda envolverá muitos equipamentos, exatamente 448, conforme estudo publicado pela Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP). Isso representa investimentos de cerca de R$ 2 bilhões, demonstrando o potencial desse mercado para toda a cadeia que o atende.

A capital baiana, Salvador, sai na frente nesse sentido. Com 3 milhões de habitantes, a cidade coleta 2,6 mil t de lixo orgânico por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O mesmo órgão aponta que praticamente 100% do montante coletado têm como destino final o aterro sanitário. Por isso, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Governo da Bahia vem trabalhando para ampliar a política de aproveitamento de resíduos da região por meio de várias frentes de atuação, entre as quais está o aproveitamento de biogás para a geração de energia elétrica no Aterro Metropolitano Centro (AMC), que concentra o lixo coletado na área urbana. No local, opera uma termelétrica de biogás capaz de abastecer continuamente uma cidade de 200 mil habitantes.

AGRESSIVIDADE

Trata-se de uma operação complexa, realizada 24 horas por dia e com alta agressividade para os componentes dos tratores de esteiras, devido à diversidade de materiais processados, como rolos de arames e plásticos, para ficar em apenas dois exemplos. “Por isso, mantemos um plano de manutenção rigoroso para os equipamentos de variadas marcas que temos em nossa frota”, explica Newton Sandes Pimenta, diretor da empresa Cogep, que opera o AMC. “Por exemplo, realizamos análise e diálise de lubrificante a cada mil horas trabalhadas pelas máquinas.”

O diretor relata que recentemente incorporou um trator de esteira da marca Shantui à sua frota, com menos eletrônica embarcada. Segundo ele, o resultado foi extremamente positivo, reduzindo a criticidade dos planos de manutenção e mesmo o custo operacional para manter a disponibilidade das máquinas. “Associado ao custo de aquisição 30% menor dos equipamentos dessa marca, obtém-se uma equação bastante positiva”, diz Pimenta.

Para Geraldo Buzo, diretor de vendas da Bauko Máquinas – distribuidora da Komatsu –, a aplicação de tratores de esteiras e de outras máquinas em operações de aterros sanitários cresceu nos últimos cinco anos, fazendo com que atualmente 10% das vendas da empresa concentrem-se nesse mercado. Relacionando o crescimento à erradicação dos lixões e à PNRS, ele destaca ainda que a manutenção preventiva diária é fundamental para assegurar máquinas operantes. “A lavagem dos radiadores deve ser feita diariamente após a operação, pois os resíduos se aderem a eles, provocando aquecimento e possível pane”, diz Buzo.

CUIDADOS

Diretor operacional da RCG Brasil Locação de Máquinas e Equipamentos, Marcelo Negro acrescenta que o sistema de arrefecimento deve receber proteção especial para obter isonomia contra perfurações. “As máquinas ideais para essa condição operacional têm radiador na parte traseira do equipamento, como pás carregadeiras e rolos vibratórios, sendo protegidas por telas e auxiliadas por sistema de ventilação forçada”, diz ele. Porém, nas máquinas com radiador dianteiro o cuidado concentra-se nas proteções laminares, que devem ter aberturas que permitam a passagem do ar ao passo que impedem objetos de atingir o radiador e as mangueiras de forma nociva.

O conjunto rodante dos equipamentos é outro ponto de atenção. Segundo Negro, os equipamentos se movimentam por curtas distâncias e, normalmente, se alternam em sentidos contrários na operação. Com isso, prevalece mais a força para manter velocidade constante. “Por meio do seu peso e resistência, esses sistemas também contribuem para a compactação do aterro”, explica ele. “E ainda evitam problemas inerentes a materiais de rodagem flexíveis, como furos, deslocamento ou falta de tração dos pneus.”

O diretor da RCG avalia como fundamental o emprego de equipamentos específicos para esse tipo de operação. Para exemplificar, ele cita os tratores de esteiras para movimentação e compactação de material, além das retroescavadeiras para abertura de valas e execução de drenos para o material líquido e sólido derivado da composição. As retros atuam ainda no carregamento do material em caminhões para transporte externo e no carregamento de basculantes, para transporte do solo de cobertura do aterro. “Em operações de grande porte, nas quais o volume de material acumulado é maior, o ideal é empregar compactadores de aterros, que são equipamentos próprios para esse fim, porém com custos de aquisição e operação mais elevados”, indica.

COMPACTADORES

Específicas, essas máquinas podem ser dotadas de lâminas dianteiras que empurram o material e protegem os sistemas de arrefecimento, além de compactarem o lixo com maior eficiência. Nesse nicho, a Bomag se insere como pioneira, com um histórico de equipamentos especialmente desenvolvidos para compactação e movimentação de lixo em aterros sanitários desde a década de 1970.

Um desses modelos detém projeto patenteado pela empresa, no qual são montadas sapatas octogonais na estrutura do cilindro. Delas, partem 60 dentes com 22 cm de altura e resistência elevada, dispostos na roda dianteira do rolo compactador. Nas rodas traseiras, as sapatas instaladas totalizam outros 50 dentes do mesmo tipo. Essa tecnologia resulta em uma cobertura total de 5 m de compactação em duas passadas, com melhor tração e densidade de compactação. “Essa tecnologia vai além do rolo pé-de-carneiro”, compara Rogério do Nascimento, gerente de vendas da Bomag para a América Latina.

Segundo o especialista, o porte da máquina é definido de acordo com a média diária de lixo entregue no aterro. Pelos estudos da Bomag, em um local que receba 300 t de material por dia, há uma demanda de empurre de 200 t/h. “Nesse caso, o rolo compactador de resíduos indicado é o da faixa de 21 a 25 t”, exemplifica Nascimento. Já para 1,5 mil t de lixo diário, o equipamento indicado é o de 55 t, o maior da fabricante do Grupo Fayat e que atende a uma capacidade de empurre de 800 t/h.

PATA LONGA

O diretor da RCG avalia que os rolos compactadores com pé-de-carneiro do tipo pata longa são mais indicados para operações em aterros sanitários. Segundo ele, a vibração de alta frequência, associada ao peso e à penetração da pata, proporciona uma compactação mais uniforme e melhor agregação do lixo. “Já o rolo vibratório com cilindro liso é aplicado para se obter melhor acabamento da superfície compactada, o que é dispensável no caso de aterros sanitários”, diz Negro. Ele adverte que o rolo liso perde no aspecto de tração e locomoção, pois tende a patinar em operações de aterro, provocando maior desgaste geral no equipamento e baixo rendimento.

O especialista explica ainda que a compactação visa a atender os projetos de aterros sanitários com elaboração mais ampla no que tange à produção de resíduos tóxicos. Para isso, ela deve ser feita em camadas alternadas do material de descarte para decomposição, materiais filtrantes e escoadouros de resíduos líquidos e gasosos, resultantes do processo de decomposição e fermentação dos materiais.

Aterros demandam ferramentas diversas

Além de equipamentos pesados, como pás carregadeiras e rolos compactadores, algumas empresas oferecem ferramentas menores para manusear e reciclar resíduos sólidos. A lista inclui esteiras de seleção para triagem do lixo, prensas enfardadeiras, moinhos de trituração e empilhadeiras. De acordo com a Bitten Máquinas, fabricante do setor, os principais consumidores dessas ferramentas são as prefeituras e empresas da iniciativa privada.

Maria Roseana Bittencourt, executiva da empresa, avalia que desde 2010 o setor vem se expandindo em virtude da iminência da Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que estipulou um prazo de quatro anos para que prefeituras e empresas forneçam uma destinação adequada aos resíduos sólidos. Para isso, um dos métodos adotados é a implantação de usinas de triagem e compostagem de resíduos, projetadas especialmente para as prefeituras de acordo com a população do município, visando a eliminar o lixão a céu aberto. “Para regular essas operações, os prestadores de serviço devem obedecer às normas estipuladas pela NR-12 e seus complementos”, diz Bittencourt.

 

 

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