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Revista M&T - Ed.226 - Agosto 2018
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Lanças de Concreto

Sempre prontas para o uso

Entenda porque a limpeza e a estabilização via patolas são procedimentos básicos da operação do equipamento, o que nem sempre é devidamente seguido no mercado brasileiro
Por Antonio Santomauro

Gradativamente, as bombas associadas a mastros distribuidores – ou bombas-lança, como também são conhecidas no mercado –, vêm se tornando cada vez mais presentes na construção, onde, comparativamente às bombas estacionárias, incrementam significativamente a produtividade do transporte de concreto.

Mas, justamente por manterem contato direto com esse insumo, as bombas devem constituir objeto de um contínuo e cuidadoso processo de limpeza, tema ao qual voltaremos à frente. Além disso, também é necessário estabilizar com segurança esses equipamentos, cujo uso em breve pode tornar-se foco de uma norma específica no Brasil (confira Box na pág. 51).

Ainda não normatizada, a regra que atualmente rege a estabilização das lanças é demasiadamente abrangente, pois, como informam fabricantes e usuários, as máquinas devem ser estabilizadas com o uso de patolas sempre que se movimentarem. “Mesmo quando a abertura da lança for parcial – ou seja, não forem completamente abertos todos os segmentos –, deve ser feito o patolamento”, enfatiza Celso Pinheiro, gerente de suporte ao cliente da Putzmeister.

Em casos específicos, nos quais inexistem condições de abertura das quatro patolas, o patolamento pode ser parcial (utilizando-se, por exemplo, apenas as patolas de um dos lados do equipamento). Mas, nesses casos, o movimento de giro da lança não poderá ser completo, devendo restringir-se aos limites normalmente definidos nos manuais dos equipamentos. “Todavia, deve-se evitar esse patolamento parcial, pois qualquer descuido do operador pode fazer o equipamento tombar”, ressalta Pinheiro, acrescentando que, caso não seja possível realizar o patolamento, deve-se desacoplar a lança e utilizar o equipamento como uma bomba estacionária, com tubulação rígida e mangueiras. “E isso significa subaproveitá-lo”, emenda.

PATOLAMENTO

As sapatas das patolas, conforme ressalta o executivo da Putzmeister, normalmente trazem placas ou adesivos com as informações das forças que exercerão sobre os locais onde se apoiarão. Além disso, as fabricantes (como a própria Putzmeister) fornecem tabelas com as indicações das pressões máximas a serem exercidas nos diferentes tipos de solos, seja asfalto, pedra, r


Gradativamente, as bombas associadas a mastros distribuidores – ou bombas-lança, como também são conhecidas no mercado –, vêm se tornando cada vez mais presentes na construção, onde, comparativamente às bombas estacionárias, incrementam significativamente a produtividade do transporte de concreto.

Mas, justamente por manterem contato direto com esse insumo, as bombas devem constituir objeto de um contínuo e cuidadoso processo de limpeza, tema ao qual voltaremos à frente. Além disso, também é necessário estabilizar com segurança esses equipamentos, cujo uso em breve pode tornar-se foco de uma norma específica no Brasil (confira Box na pág. 51).

Ainda não normatizada, a regra que atualmente rege a estabilização das lanças é demasiadamente abrangente, pois, como informam fabricantes e usuários, as máquinas devem ser estabilizadas com o uso de patolas sempre que se movimentarem. “Mesmo quando a abertura da lança for parcial – ou seja, não forem completamente abertos todos os segmentos –, deve ser feito o patolamento”, enfatiza Celso Pinheiro, gerente de suporte ao cliente da Putzmeister.

Em casos específicos, nos quais inexistem condições de abertura das quatro patolas, o patolamento pode ser parcial (utilizando-se, por exemplo, apenas as patolas de um dos lados do equipamento). Mas, nesses casos, o movimento de giro da lança não poderá ser completo, devendo restringir-se aos limites normalmente definidos nos manuais dos equipamentos. “Todavia, deve-se evitar esse patolamento parcial, pois qualquer descuido do operador pode fazer o equipamento tombar”, ressalta Pinheiro, acrescentando que, caso não seja possível realizar o patolamento, deve-se desacoplar a lança e utilizar o equipamento como uma bomba estacionária, com tubulação rígida e mangueiras. “E isso significa subaproveitá-lo”, emenda.

PATOLAMENTO

As sapatas das patolas, conforme ressalta o executivo da Putzmeister, normalmente trazem placas ou adesivos com as informações das forças que exercerão sobre os locais onde se apoiarão. Além disso, as fabricantes (como a própria Putzmeister) fornecem tabelas com as indicações das pressões máximas a serem exercidas nos diferentes tipos de solos, seja asfalto, pedra, rocha, cascalho ou solo não trabalhado, dentre outros. “Em solos não abrangidos pela tabela, devem-se realizar testes e cálculos para verificar as pressões máximas suportadas”, afirma Pinheiro.

Regra que rege a estabilização das lanças é demasiadamente abrangente, apontam especialistas

Em áreas abertas, como destaca Marcelo Almeida, responsável pela área de marketing da Schwing-Stetter, é fundamental assegurar-se que não esteja ventando excessivamente, nem haja obstáculos que possam dificultar a movimentação do mastro, principalmente redes elétricas. “Tanto o mastro de distribuição, como o concreto, chassi do equipamento, controle remoto feito via cabo e mangote final conduzem eletricidade”, diz Almeida. “Por isso, é importante manter uma distância mínima de 5 m de redes elétricas, além da presença de um operador para garantir que o mastro esteja sempre operando fora da zona de risco. Recomenda-se também parar a operação quando há trovoadas.”

Além de não poderem ser abertas sem patolamento, as lanças também não podem movimentar-se quando a inclinação do equipamento em relação ao solo – tanto no eixo longitudinal, quanto no lateral –, for superior a 3 graus. Mais que isso, como orienta o profissional da Schwing-Stetter, é aconselhável abrir um estabilizador por vez. “Com essa abertura individual dos estabilizadores, o fluxo hidráulico fica concentrado em apenas um único movimento, tornando a estabilização mais segura e mais rápida”, acrescenta.

Como vimos, outro cuidado é não abrir apenas parcialmente as patolas, pois isso significa desrespeitar a correta distribuição dos esforços nos pontos especificamente projetados para suportá-los. São detalhes que reforçam a segurança proporcionada pela tecnologia. A Putzmeister, como ressalta Pinheiro, oferece vários opcionais para bombas de concreto, incluindo sensores eletrônicos que indicam quando o equipamento ultrapassa o nível máximo de inclinação (como padrão, há indicadores visuais dessa inclinação) e um sistema denominado OSS (One-Sided Support), destinado a impedir o operador de movimentar a lança caso o equipamento não esteja patolado de forma correta, ou – no caso de patolamento parcial – movimentar-se além dos limites.

O portfólio da Schwing-Stetter também inclui opcionais desse tipo, além de itens padrão em alguns modelos, como um controle remoto sem cabos que, além de facilitar a operação, evita choques em caso de descargas elétricas naturais ou acidentais. “A empresa também disponibiliza sensores para os pés de apoio, que não permitem a abertura do mastro sem a correta estabilização do equipamento”, acresce Almeida.

Limpeza deve ser feita após cada concretagem ou em caso de intervalos muito longos entre as descargas

 

Comparativamente às bombas estacionárias, que demandam a montagem prévia de tubulações para a distribuição do concreto, as bombalanças (cujos mastros, comandados remotamente, movimentam as mangueiras de distribuição) podem agilizar de maneira expressiva o processo de concretagem. Mas, conforme observa Pinheiro, da Putzmeister, “fatores como limitação de acesso, de patolamento ou de movimentação da lança muitas vezes exigem o uso de bombas estacionárias”.

Porém, como ressalta Almeida, da Schwing-Stetter, sendo possível utilizar uma bomba-lança, o seu posicionamento assertivo requer um local que seja, simultaneamente, mais seguro para o operador, para as demais pessoas envolvidas na operação e para o próprio equipamento. Na mesma linha, o local deve ainda facilitar o acesso para o recebimento do caminhão-betoneira, permitindo sua correta estabilização, o que exige áreas variáveis, de acordo com o modelo e a capacidade de distribuição do equipamento.

É necessário também verificar a existência de barrancos, escavações, caixas de passagem ou quaisquer outras situações que possam comprometer a estabilização e o nivelamento do equipamento. “Em locais fechados, deve-se estar atento à altura mínima de abertura da lança, que é variável de acordo com cada modelo”, acrescenta o profissional da Schwing-Stetter, cujo portfólio atual de bombas-lança inclui equipamentos cujas alturas de mastros variam entre 17 e 65 m.

LIMPEZA

Métodos de limpeza são distintos para cada componente, desde cocho, camisas de transportes e gaxetas até tubulações, nas quais a “bola biriba” é a técnica preferida

Já a limpeza das bombas-lança, como orienta Marcos Paulo Godoy, responsável pela área de fiscalização e programação da Cortesia, deve ser feita após cada concretagem ou caso os intervalos de tempo entre as descargas realizadas pelos caminhões sejam muito extensos (considerando-se sempre as características do concreto que está sendo utilizado).

Mas isso requer métodos e ferramentas específicas para os distintos componentes. Para a tubulação, por exemplo, utiliza-se uma bola na limpeza – conhecida como “bola biriba” –, normalmente feita com espuma industrial e impulsionada por ar comprimido, cuja movimentação deve ser feita com a bomba acionada no sentido do retorno (ou seja, no sentido contrário ao bombeamento). Mas também é necessário limpar componentes como cocho, camisas de transportes e gaxetas. “Nesses casos, a limpeza é feita somente com água, pois não é necessário usar nenhum outro tipo de produto”, assegura Godoy.

Já Pinheiro, da Putzmeister, observa que, além da limpeza dos pontos de contato com o concreto após cada utilização, deve haver também uma lavagem periódica para remoção de poeira, graxa e óleo impregnados na estrutura do equipamento. Nesse ponto, é possível adotar processos similares aos empregados em equipamentos como caminhões e pás carregadeiras (a periodicidade dessa limpeza complementar varia de acordo com as condições de utilização do equipamento e com a estrutura do proprietário).

Alguns usuários, conta Pinheiro, aplicam óleos vegetais antes da pulverização do concreto, um procedimento que, além de facilitar a posterior remoção dos resíduos, também ajuda a proteger o equipamento. Também é possível utilizar espátulas e alavancas para auxiliar na remoção do concreto residual de partes onde apenas a água já não é capaz de realizar eficazmente a tarefa. No entanto, essa remoção mecânica deve ser feita de forma extremamente cuidadosa, para não danificar o equipamento. “Normalmente, a limpeza mecânica ocorre na estrutura da tremonha de carga e na grade de proteção da tremonha”, especifica o especialista.

RESIDUAL

Algumas empresas, ele prossegue, utilizam produtos químicos na tentativa de proteger o equipamento contra impregnação de concreto e, simultaneamente, facilitar a remoção de concreto seco impregnado. Esse uso, contudo, deve ser cuidadosamente estudado. “Além de caros, muitos desses produtos sofrem severas restrições ambientais”, justifica Pinheiro.

Os produtos químicos podem, inclusive, danificar sistemas hidráulicos e outros componentes das bombas, como alerta Almeida, da Schwing-Stetter, que também recomenda a limpeza apenas com água de alta pressão, sabão neutro e bola de limpeza impulsionada por ar comprimido. “É preciso ainda atentar para as normas de segurança do fabricante, fazendo a limpeza sempre com o equipamento desligado”, ele lembra.

No Brasil, comenta Almeida, descartar concreto residual em local inapropriado é enquadrado como crime ambiental. Para evitar isso, a Schwing-Stetter fornece um sistema de reciclagem do concreto residual com o qual, após a limpeza dos equipamentos em uma central, a água e o concreto residual são lavados e armazenados em tanques de decantação, podendo ser posteriormente reaproveitados na produção. “Trata-se de um equipamento relativamente acessível, com custo similar ao de uma betoneira”, compara Almeida.

NORMATIZAÇÃO DO SETOR MOBILIZA ENTIDADES

Há cerca de seis meses, a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) empenha-se no desenvolvimento e implementação de uma norma brasileira para as atividades de bombeamento de concreto. “Ela seria importante para definir responsabilidades e obrigações entre as partes, proporcionar maior segurança no processo de bombeamento de concreto e elevar a produtividade na construção civil”, argumenta Jairo Abud, presidente da entidade.

Para associação, normatização pode aumentar a segurança e a produtividade do processo de concretagem

Inclusive, a Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) e a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) já foram consultadas sobre a nova norma, fazendo ponderações que indicam a existência de complexidades adicionais ao processo. Uma delas: ao se pretender exigir a definição de espaços para a passagem das tubulações das bombas, esse documento teria impactos em normas já em vigor – como as relacionadas exatamente a projetos de obras civis. Contudo, o presidente da Abesc considera indispensável normatizar a destinação de espaços já nos projetos das obras. “Atualmente, vemos coisas absurdas, inclusive com a quebra de vigas para fazer essa passagem”, justifica Abud.

Citando outros temas a serem abordados na norma, o especialista aponta a relação entre a fluidez do concreto e a altura de bombeamento, além de segurança nos acoplamentos, espessura mínima da tubulação e necessidade de certificação do operador da bomba. Além do impedimento de utilização de mangotes cujas dimensões superem as especificadas pelos fabricantes dos equipamentos. “Muitas construtoras acoplam mangotes com peso superior ao que a ponta da bomba suporta, fazendo com que o equipamento tombe”, adverte.

Saiba mais:

Cortesia: www.cortesiaconcreto.com.br

Putzmeister: www.putzmeister.com.br

Schwing-Stetter: www.schwingstetter.com.br

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