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Revista M&T - Ed.175 - Dez/Jan 2014
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Pneus

Reforma ganha força no mercado brasileiro

Superando desconfianças do passado, técnica de recauchutagem evolui em termos tecnológicos e coloca o Brasil como segundo mercado mundial para a recuperação de pneus

De acordo com dados compilados pela Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), entidade que reúne reformadores de pneus, o mercado brasileiro consome cerca de 8 milhões de pneus recauchutados anualmente. Trata-se de um volume expressivo, tendo em vista que o consumo de pneus novos seria de 6 milhões de unidades no mesmo período. A recauchutagem, entretanto, ainda não desfruta de reconhecimento e aprovação unânimes entre os transportadores brasileiros, motivo pelo qual a Vipal vem realizando uma série de road shows para apresentar as tecnologias e o crescente controle de qualidade que as suas concessionárias detêm sobre a prática.

Em São Paulo, a concessionária Durapol realizou um desses encontros de demonstração no final de 2013. Localizada na Zona Leste da capital paulista, a empresa recupera aproximadamente 3,5 mil pneus ao mês, mas possui capacidade de processar até 5 mil unidades/mês.

De saída, a questão destacada pela Durapol é econômica. Samuel Delamuta, diretor da reformadora, confirma alguns números de mercado apresentados pela ABR. “O pneu reformado emprega apenas 20% do material utilizado na produção de um pneu novo e tem custo total inferior a 30% do novo, proporcionando a mesma durabilidade”, diz ele. “Com isso, a economia anual que essa prática gera para as transportadoras soma cerca de R$ 7 bilhões.”

CADEIA

Além disso, o executivo destaca que, atualmente, o Brasil já é o segundo maior mercado para recuperação de pneus no mundo, atrás apenas dos EUA. A prática possui uma cadeia produtiva que ao todo envolve 1.257 recauchutadoras, servindo de satélite para a operação de outras cinco mil micro e pequenas empresas agregadas. “A sustentabilidade também é um dos principais apelos desse mercado, já que um pneu reformado utiliza apenas 25% do petróleo em relação a um pneu novo na linha de caminhão e ônibus”, acresce Delamuta.

Em retrospecto, o diretor afirma que no passado a recauchutagem não era vista com bons olhos pelo mercado devido, principalmente, ao baixo nível de qualidade de algumas reformadoras. Mas isso, diz ele, mudou bastante nos últimos anos. “Atualmente, o Inmetro regulariza o nível t


De acordo com dados compilados pela Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), entidade que reúne reformadores de pneus, o mercado brasileiro consome cerca de 8 milhões de pneus recauchutados anualmente. Trata-se de um volume expressivo, tendo em vista que o consumo de pneus novos seria de 6 milhões de unidades no mesmo período. A recauchutagem, entretanto, ainda não desfruta de reconhecimento e aprovação unânimes entre os transportadores brasileiros, motivo pelo qual a Vipal vem realizando uma série de road shows para apresentar as tecnologias e o crescente controle de qualidade que as suas concessionárias detêm sobre a prática.

Em São Paulo, a concessionária Durapol realizou um desses encontros de demonstração no final de 2013. Localizada na Zona Leste da capital paulista, a empresa recupera aproximadamente 3,5 mil pneus ao mês, mas possui capacidade de processar até 5 mil unidades/mês.

De saída, a questão destacada pela Durapol é econômica. Samuel Delamuta, diretor da reformadora, confirma alguns números de mercado apresentados pela ABR. “O pneu reformado emprega apenas 20% do material utilizado na produção de um pneu novo e tem custo total inferior a 30% do novo, proporcionando a mesma durabilidade”, diz ele. “Com isso, a economia anual que essa prática gera para as transportadoras soma cerca de R$ 7 bilhões.”

CADEIA

Além disso, o executivo destaca que, atualmente, o Brasil já é o segundo maior mercado para recuperação de pneus no mundo, atrás apenas dos EUA. A prática possui uma cadeia produtiva que ao todo envolve 1.257 recauchutadoras, servindo de satélite para a operação de outras cinco mil micro e pequenas empresas agregadas. “A sustentabilidade também é um dos principais apelos desse mercado, já que um pneu reformado utiliza apenas 25% do petróleo em relação a um pneu novo na linha de caminhão e ônibus”, acresce Delamuta.

Em retrospecto, o diretor afirma que no passado a recauchutagem não era vista com bons olhos pelo mercado devido, principalmente, ao baixo nível de qualidade de algumas reformadoras. Mas isso, diz ele, mudou bastante nos últimos anos. “Atualmente, o Inmetro regulariza o nível tecnológico das reformadoras de pneus, uma prática que certamente vem elevando a qualidade do setor”, avalia o executivo.

Para ilustrar a evolução, Delamuta cita como exemplo a dificuldade na recuperação de pneus radiais, algo que era bastante questionado. “Hoje em dia, essa questão já nem é mais colocada”, enfatiza. Nesse sentido, o especialista informa que 80% dos pneus que a Durapol recebe para reforma são justamente radiais, sendo que essa proporção tende a crescer nos próximos anos. “Vale destacar que a qualidade do serviço começa na admissão do pneu. Por isso, avaliamos inicialmente quais componentes podem ou não ser recuperados”, explica. “E essa avaliação é tão criteriosa que 17% dos pneus que recebemos para recuperação são rejeitados.”

CARCAÇAS

Voltando a uma avaliação macro, Delamuta também desmistifica a integridade da carcaça dos pneus nacionais. “As carcaças importadas estão proibidas atualmente”, sublinha. “Mas ainda recebemos algumas que foram comercializadas antes da proibição, o que nos permite comparar a qualidade dos produtos nacionais e importados.”

No geral, diz ele, os importados têm índice de rejeição maior para recauchutagem. “Isso mostra que as carcaças nacionais são mais confiáveis, sendo que o processo de regionalização pelo qual passam antes de ingressar no mercado brasileiro tem total validade”, finaliza.

Confira o passo a passo na recuperação de pneus

As carcaças de pneus podem ser recuperadas de duas a três vezes, dependendo de variáveis como condições e cuidados operacionais com o componente. Na Durapol, o processo de reforma inclui a utilização de máquinas e equipamentos tecnologicamente avançados, de modo a assegurar bom desempenho em cada etapa, como mostra o quadro abaixo.

1 INSPEÇÃO E RECEBIMENTO DE MATERIAIS - Os pneus que chegam à reformadora são controlados com registro formal e armazenados em local coberto. Cada pneu é identificado individualmente, permitindo ação específica para sua reforma

2 SECAGEM - Elimina a umidade do pneu

3 LIMPEZA - Retira possíveis contaminações para facilitar a inspeção dos pneus e mantê-los limpos em todas as etapas seguintes

4 EXAME INICIAL DE CLASSIFICAÇÃO - Seleciona ou classifica os pneus que estão aptos para reforma ou conserto

5 RASPAGEM - Remove a parte remanescente da banda de rodagem, deixando o pneu com as dimensões e texturas corretas para aplicação da nova banda. Todo o pó gerado é aspirado e a borracha raspada é armazenada para reciclagem

6 PREPARAÇÃO DA PRÉ-MOLDAGEM - Prepara a banda pré-moldada para aplicação no pneu

7 ESCAREAÇÃO - Limpa e prepara todas as avarias que atingiram o pneu, incluindo preenchimento de furos ou rasgos, com borracha adequada

8 PREPARAÇÃO E APLICAÇÃO DE CONSERTOS - Devolve ao pneu a resistência na região danificada

9 REEXAME E APLICAÇÃO DE COLA - Reexamina as etapas anteriores e garante a adesão necessária entre pneu, ligação e banda de rodagem. Protege a área raspada do pneu e as cintas de aço que ficam expostas à oxidação

10 PREENCHIMENTO DAS ESCAREAÇÕES - Realizada em uma máquina importada da Alemanha, a etapa preenche as avarias escareadas, nivelando-as com a superfície do pneu

11 APLICAÇÃO COM BANDA PRÉ-MOLDADA - Repõe a borracha removida, devolvendo as condições de uso ao pneu. Para isso, a nova banda deve estar totalmente protegida de contaminação, inclusive de impurezas nas mãos do operador

12 VULCANIZAÇÃO - Etapa que faz a adesão entre o pré-moldado e o pneu numa autoclave. Antes de ingressar na autoclave, porém, o pneu é envelopado com uma proteção de borracha para garantir a fixação da banda à carcaça durante a vulcanização.

 

 

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