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Revista M&T - Ed.172 - Setembro 2013
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Entrevista

"A unidade de propósitos nos mantém relevantes"

Atual presidente da Sobratema, Afonso Mamede iniciou sua carreira em 1972 na Companha Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), no Rio de Janeiro. Nesta empresa, o engenheiro atuou em obras como a do Aeroporto Internacional do Galeão (atual Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim), Metrô do Rio de Janeiro e o início da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Posteriormente, Mamede ingressou na Construtora Norberto Odebrecht, organização na qual atuou inicialmente em obras e que permanece até hoje, como responsável pela Área de Gestão de Equipamentos (Apoio Funcional Equipamentos) do Setor de Engenharia e Construção.

Na Sobratema, sua trajetória como líder setorial começou já na fase embrionária da Associação, ainda no final da década de 80. Convidado pelo então presidente Jader Fraga dos Santos, participou da primeira reunião de trabalhos diretivos da entidade, mantendo-se desde então ao lado do grupo fundador. Em 1998, assumiu a presidência pela primeira vez, cargo no qual já atuou por 13 anos não consecutivos (de 1998 a 2001, 2004 a 2009 e 2011 até hoje). Nesta entrevista, Mamede destaca a importância dessa experiência à frente da Sobratema, além de analisar a atualidade do mercado brasileiro de construção e mineração no Brasil. Acompanhe.

M&T – Como engenheiro, o que a Sobratema representa profissionalmente?

Afonso Mamede – Uma realização, pois foi por meio desses ideais compartilhados que conseguimos unir profissionais, empresas e entidades do Brasil e do exterior, concentrando esforços para alcançar objetivos em comum nos setores da construção e da mineração, incluindo a difusão de conhecimento, a aplicação da tecnologia, a melhoria da produtividade, o avanço da qualificação, a segurança dos profissionais e outras metas.

M&T – Nesse sentido, qual é o principal papel da Sobratema?

Afonso Mamede – O foco da Sobratema é o de propor caminhos e soluções para o desenvolvimento tecnológico do setor, difundir conhecimentos e informações ao mercado e participar da formação, especialização e atualização de profissionais que atuam nas áreas da construção e mineração, fortalecendo a engenharia nacional.

M&a


Atual presidente da Sobratema, Afonso Mamede iniciou sua carreira em 1972 na Companha Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), no Rio de Janeiro. Nesta empresa, o engenheiro atuou em obras como a do Aeroporto Internacional do Galeão (atual Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim), Metrô do Rio de Janeiro e o início da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Posteriormente, Mamede ingressou na Construtora Norberto Odebrecht, organização na qual atuou inicialmente em obras e que permanece até hoje, como responsável pela Área de Gestão de Equipamentos (Apoio Funcional Equipamentos) do Setor de Engenharia e Construção.

Na Sobratema, sua trajetória como líder setorial começou já na fase embrionária da Associação, ainda no final da década de 80. Convidado pelo então presidente Jader Fraga dos Santos, participou da primeira reunião de trabalhos diretivos da entidade, mantendo-se desde então ao lado do grupo fundador. Em 1998, assumiu a presidência pela primeira vez, cargo no qual já atuou por 13 anos não consecutivos (de 1998 a 2001, 2004 a 2009 e 2011 até hoje). Nesta entrevista, Mamede destaca a importância dessa experiência à frente da Sobratema, além de analisar a atualidade do mercado brasileiro de construção e mineração no Brasil. Acompanhe.

M&T – Como engenheiro, o que a Sobratema representa profissionalmente?

Afonso Mamede – Uma realização, pois foi por meio desses ideais compartilhados que conseguimos unir profissionais, empresas e entidades do Brasil e do exterior, concentrando esforços para alcançar objetivos em comum nos setores da construção e da mineração, incluindo a difusão de conhecimento, a aplicação da tecnologia, a melhoria da produtividade, o avanço da qualificação, a segurança dos profissionais e outras metas.

M&T – Nesse sentido, qual é o principal papel da Sobratema?

Afonso Mamede – O foco da Sobratema é o de propor caminhos e soluções para o desenvolvimento tecnológico do setor, difundir conhecimentos e informações ao mercado e participar da formação, especialização e atualização de profissionais que atuam nas áreas da construção e mineração, fortalecendo a engenharia nacional.

M&T – Quais são os principais desafios que enfrentou em suas diferentes gestões?

Afonso Mamede – No inicio, o maior problema era financeiro, pois as contribuições dos associados e patrocínios não davam suporte financeiro suficiente para manter as atividades. Depois, buscamos ampliar a representatividade agregando voluntários que compartilhassem nossos ideais. Outro desafio foi acompanhar os avanços tecnológicos e transmitir esse conhecimento aos profissionais do setor, além de conciliar os diversos interesses dos agentes e entidades com quem a Sobratema se relaciona.

M&T – Para uma associação setorial, o que significa completar 25 anos?

Afonso Mamede – O reconhecimento pelo setor de um trabalho marcado pela continuidade e integração, além de muito esforço e dedicação dos nossos membros. Saímos inicialmente do zero até chegarmos ao patamar de hoje. Muitos projetos e programas foram desenvolvidos durante este período, permitindo que fôssemos reconhecidos como uma entidade setorial que contribui efetivamente para o desenvolvimento do setor. Por isso, atualmente a Sobratema ocupa um espaço importante no mercado da construção e da mineração. Ao longo dos anos, conquistamos a confiança dos agentes – no Brasil e no exterior – graças ao trabalho sério realizado pelo grupo, desde o início das atividades em 1988.

M&T – Como definir este conceito de unidade?

Afonso Mamede – A unidade advém da visão do trabalho conjunto, não só dos presidentes que já estiveram à frente da entidade, mas da diretoria e dos profissionais envolvidos em nossos programas. Ao longo da história, essa unidade foi ampliada agregando-se profissionais e empresas que também compartilham dos mesmos ideais. Desde a nossa fundação, a Sobratema vem sendo administrada por um grupo de profissionais que praticam uma gestão de continuidade, de tal modo que os sucessos alcançados são fruto do trabalho das várias gestões, da dedicação e do trabalho de todos.

M&T – Com o passar dos anos, o que mudou na Associação?

Afonso Mamede – Eu não diria que houve mudança, mas sim evolução. Iniciamos com o relacionamento entre profissionais e empresas na área de manutenção de máquinas, depois ampliamos o foco para a gestão dos equipamentos, novas tecnologias e produtividade, envolvendo também os engenheiros civis das obras. Recentemente, alcançamos um novo patamar com a integração da cadeia da construção, reunindo profissionais, empresas e entidades que utilizam métodos construtivos e tecnologias sofisticadas para obter aumento de produtividade, garantir a segurança dos trabalhadores e melhorar a competitividade do setor da construção.

M&T – Como os diversos programas se encaixam nessa evolução?

Afonso Mamede – Nossos programas são ajustados aos nichos que podemos e devemos agregar valor. A Revista M&T e o Instituto Opus, entre outros, estão presentes desde o nosso início e comprovadamente vêm atendendo à demanda do mercado; mas também já tivemos programas que foram desativados por não serem mais necessários. O fato é que estamos sempre trabalhando naquilo que possa agregar valor ao mercado, seja contribuindo com conhecimento técnico como divulgando informações relevantes e novas tecnologias. Dessa forma, o trabalho da Sobratema está em constante evolução.

M&T – Por falar nisso, o que mudou no setor em termos de tecnologia e mercado nos últimos 25 anos?

Afonso Mamede – A tecnologia utilizada no setor de construção e mineração tem evoluído muito. Para contribuir na superação deste desafio, a Sobratema desenvolveu formas de comunicação que, por meio de revistas, feiras e eventos, levam ao profissional a informação correta e as novidades do setor na hora que ele precisa. Quando começamos, em 1988, os equipamentos e métodos construtivos seguiam as tecnologias da época. Tínhamos equipamentos com alto consumo de combustível e que demandavam muita destreza do operador, além das dificuldades para realizar treinamentos e capacitação profissional. Com o passar dos anos, o cenário foi evoluindo. Hoje, contamos com monitoramento online, equipamentos configurados e operados remotamente, condutores e operadores qualificados por meio de cursos e simuladores avançados etc. Desde então, a evolução tem sido muito rápida, não só as máquinas, como também as pessoas e os métodos construtivos. Eu diria que essa evolução é fundamental para motivar e impulsionar o setor.

M&T – Quais são os principais desafios para o país na atualidade?

Afonso Mamede – Os problemas que emperram o crescimento da infraestrutura do país atualmente são a inflação alta, as dificuldades de obtenção das licenças ambientais e a visão de curto prazo dos políticos. Nesse sentido, as manifestações que aconteceram recentemente no país são positivas, pois é fundamental que o povo exija ajustes na condução da política. Os políticos precisam escutar as ruas, pois muitas vezes governam em um ambiente artificial, que eles mesmos criaram e que não condiz com a realidade. Estamos passando por uma fase de reajustes e, para o Brasil acontecer, as mudanças realmente precisam ser feitas. Os próprios homens públicos estão mais atentos aos protestos, como mostram as importantes pautas com votação em andamento, antes engavetadas. Assim, acredito que as transformações são apenas questão de tempo, pois integram um processo maior.

M&T – O país tem condições de superar seus entraves em infraestrutura?

Afonso Mamede – Sim, o mercado da infraestrutura é carente, temos de construir ou reconstruir quase tudo no país. Antes, se construía com dinheiro público, mas hoje investidores brasileiros e estrangeiros já atuam fortemente no segmento da infraestrutura, um setor importantíssimo, com o qual o Brasil ainda perde muito dinheiro. Para aprimorá-lo, também é preciso realizar mudanças como a reforma tributária, um aspecto fundamental que os próprios governos estaduais têm enormes dificuldades para gerir. Com as dificuldades existentes, pagamos muito imposto no país. Ao transportamos uma carga de um estado para o outro, por exemplo, em muitos casos pagamos imposto tanto no local de saída, como no de chegada. São impasses como esse que precisam ser ajustados, bem como os das esferas políticas e das legislações. O país tem dinheiro, mas precisamos de uma gestão melhor.

M&T – Em que nível o Brasil está em relação à gestão de ativos móveis?

Afonso Mamede – Um país como o Brasil é formado por pessoas e empresas de todos os níveis. Temos empresas que trabalham com tecnologia de ponta empregando métodos construtivos de primeiro mundo; em contrapartida, temos outras que ainda estão em processo de evolução e aquelas que simplesmente não evoluíram. Por isso, podemos dizer que o país tem empresas em vários níveis tecnológicos. É possível afirmar que a tecnologia dos países mais avançados está também no Brasil, pois hoje o mercado é globalizado, as fábricas são padronizadas e os produtos são oferecidos de forma muito similar em todos os países. Encontramos no Brasil produtos de última geração, assim como equipamentos mais simples e baratos; logo, a opção é de quem compra. Portanto, os pontos que precisam ser mais bem equacionados na importação de maquinas e equipamentos são a legislação de proteção ao meio ambiente e a segurança operacional.

M&T – A M&T Expo é hoje o principal ponto de encontro do setor. Há algo que ainda possa melhorar nesta feira?

Afonso Mamede – A M&T Expo é um evento de tecnologia e comercialização de equipamentos, uma referência para a América Latina neste segmento. A cada nova edição, ela agrega valor ao mercado, trazendo inovações, oportunidades e novos players. A feira também é importante para as empresas se atualizarem, reunindo fabricantes, fornecedores, prestadores de serviço, construtoras e locadores de equipamentos. Uma eventual melhoria da M&T Expo está diretamente ligada ao que ela pode propiciar ao setor como um todo, como ponto de reunião de negócios, conhecimentos, tecnologia e networking. Afinal, trata-se do local no qual as empresas e profissionais da construção e da mineração vêm buscar soluções para as suas necessidades atuais e futuras.

M&T – Qual o foco da Associação para os próximos anos?

Afonso Mamede – Nosso foco continua sendo tecnologia, informação, conhecimento e capacitação de profissionais e empresas nos setores da construção, mineração e agricultura. No cenário atual, sabemos que o desenvolvimento do Brasil passa por esses vetores e, nesse contexto, as perspectivas são extremamente positivas, uma vez que este é o combustível que empresas e profissionais vão precisar, para a evolução da nossa engenharia e do nosso país.

 

 

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