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Revista M&T - Ed.178 - Abril 2014
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Entrevista

"A crise gerou mudanças na indústria"

Presidente da CNH Industrial Construction Equipment – que inclui as marcas Case Construction e New Holland Construction – desde abril de 2012, Mario Gasparri é um dos mais ativos e experientes executivos do setor em âmbito global. Formado em Ciências Agrícolas pela Universidade de Pisa, na Itália, Gasparri passou os últimos 25 anos literalmente percorrendo o mundo, em mercados tão distintos e desafiadores – especialmente emergentes – que lhe pavimentaram o caminho até a liderança do braço de equipamentos pesados para construção do Grupo Fiat.

Gasparri ingressou na organização em 1988 e, desde então, ocupou diversas posições na estrutura da fabricante. Mas nos últimos oito anos as mudanças se aceleraram e alçaram Gasparri ao ápice de sua competente carreira. Em 2007, foi indicado diretor da New Holland para os mercados da Índia e Pacífico. Em 2010, tornou-se gerente geral da CNH International, assumindo na sequência a liderança dos negócios globais da marca na área de construção, em um amplo leque de empresas que incluía as marcas Case Construction, New Holland Construction e Kobelco. Nesta posição, Gasparri teve sob sua responsabilidade operações na África, Oriente Médio, Austrália, Nova Zelândia, Leste Europeu e Ásia, com foco especial na China, Turquia, Índia e Japão.

Nesta entrevista, realizada durante a ConExpo 2014, o executivo italiano detalha a visão privilegiada que amealhou após tanta experiência acumulada no setor, discorrendo sobre assuntos como mercado global, tecnologia, Brasil, feiras e outros. Acompanhe.

M&T – Qual a sua análise do mercado global de equipamentos na atualidade?

Mario Gasparri – Em 2013, tivemos situações difíceis no mercado de equipamentos para construção da Europa, mas de fato não foi nenhuma surpresa, pois a economia no mercado europeu passou por dificuldades financeiras, desemprego e diminuição de oportunidades. Inclusive, devido a esse cenário de crise, diversas mudanças foram realizadas na indústria. Mas, em geral, já é possível verificar um crescimento no mercado norte-americano e até mesmo recuperação em alguns países da Europa. Porém, sabemos que essa recuperação será aos poucos e, portanto, temos de reiniciar em um nível bem mais baixo


Presidente da CNH Industrial Construction Equipment – que inclui as marcas Case Construction e New Holland Construction – desde abril de 2012, Mario Gasparri é um dos mais ativos e experientes executivos do setor em âmbito global. Formado em Ciências Agrícolas pela Universidade de Pisa, na Itália, Gasparri passou os últimos 25 anos literalmente percorrendo o mundo, em mercados tão distintos e desafiadores – especialmente emergentes – que lhe pavimentaram o caminho até a liderança do braço de equipamentos pesados para construção do Grupo Fiat.

Gasparri ingressou na organização em 1988 e, desde então, ocupou diversas posições na estrutura da fabricante. Mas nos últimos oito anos as mudanças se aceleraram e alçaram Gasparri ao ápice de sua competente carreira. Em 2007, foi indicado diretor da New Holland para os mercados da Índia e Pacífico. Em 2010, tornou-se gerente geral da CNH International, assumindo na sequência a liderança dos negócios globais da marca na área de construção, em um amplo leque de empresas que incluía as marcas Case Construction, New Holland Construction e Kobelco. Nesta posição, Gasparri teve sob sua responsabilidade operações na África, Oriente Médio, Austrália, Nova Zelândia, Leste Europeu e Ásia, com foco especial na China, Turquia, Índia e Japão.

Nesta entrevista, realizada durante a ConExpo 2014, o executivo italiano detalha a visão privilegiada que amealhou após tanta experiência acumulada no setor, discorrendo sobre assuntos como mercado global, tecnologia, Brasil, feiras e outros. Acompanhe.

M&T – Qual a sua análise do mercado global de equipamentos na atualidade?

Mario Gasparri – Em 2013, tivemos situações difíceis no mercado de equipamentos para construção da Europa, mas de fato não foi nenhuma surpresa, pois a economia no mercado europeu passou por dificuldades financeiras, desemprego e diminuição de oportunidades. Inclusive, devido a esse cenário de crise, diversas mudanças foram realizadas na indústria. Mas, em geral, já é possível verificar um crescimento no mercado norte-americano e até mesmo recuperação em alguns países da Europa. Porém, sabemos que essa recuperação será aos poucos e, portanto, temos de reiniciar em um nível bem mais baixo, pois o colapso realmente foi grande nesses mercados.

M&T – E sobre os mercados “emergentes”?

Mario Gasparri – Na China, o mercado de equipamentos de construção é forte, com crescimento sustentável especialmente durante o período entre 2007 e 2011, mas que começou a declinar nos últimos três anos. Na África, recentemente tivemos vários investimentos em infraestrutura, sendo atualmente um grande desafio para a indústria desenvolver-se neste continente.

Na América Latina, o resultado tem sido positivo para a indústria, com grande potencial de avanço. Aliás, a posição da Case na América Latina é muito boa. No Brasil, já estamos colhendo os benefícios da recuperação econômica. Já o mercado argentino é um ponto de interrogação, mas nós acreditamos na reação da indústria desse país.

M&T – O Brasil ganhou maior destaque nos últimos anos?

Mario Gasparri – No Brasil, o maior desenvolvimento recente veio principalmente com as propostas governamentais para apoiar os municípios de pequeno porte, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da linha de financiamentos do Finame, de modo a fazer frente às necessidades de infraestrutura do país. E, mesmo com a chegada de diversos players nos últimos anos, somos líderes na indústria brasileira de equipamentos de construção, especialmente em carregadeiras compactas. Como disse, temos uma posição forte no país.

M&T – Em participação, qual foi o resultado da Case em 2013?

Mario Gasparri – No Brasil, fechamos o ano com 15% de market share, mas se descontar as compras do MDA, seriam 17%. Isso muito provavelmente nos garante a primeira posição no país. Na América Latina, provavelmente fechamos em 12%, também em uma posição muito boa se comparada a outras empresas.

M&T – Qual é a estratégia adotada para isso?

Mario Gasparri – Temos uma ideia clara de nossa posição. De modo geral, a Case está crescendo em suas linhas de escavadeiras, tratores e pás carregadeiras, conquistando novos consumidores ao redor do mundo. Hoje, podemos ver investimentos pesados em novas gerações de escavadeiras, além do desenvolvimento de programas específicos, como manutenção, monitoramento e performance dos equipamentos.

M&T – A propósito, como vê a área de P&D nessa indústria?

Mario Gasparri – Antes de tudo, pensamos em satisfazer nossos clientes e, por isso, temos de entender o que eles realmente precisam. Sem dúvida, o mais importante é conhecer e aperfeiçoar o tempo de operação dos equipamentos, o consumo de combustível e as aplicações no campo, evitando interrupções. Nesse sentido, a empresa briga pela liderança em alta tecnologia de motores e novas soluções para otimizar o desempenho, que são aplicadas de acordo com o equipamento e garantem o conforto do operador, que fica por horas e horas dentro do equipamento.

Além do foco em motores para máquinas pesadas, também investimos em componentes cruciais em cada máquina que desenvolvemos. Mas trata-se sim de uma área que requer mais investimentos, principalmente em telemática e sistemas de controle. Posso dizer que, no futuro, continuaremos a estudar pesado essa questão, buscando especificar soluções cada vez mais eficientes para o controle da máquina, do sistema, para a elaboração de controles automáticos etc. Sempre almejando aumentar a produtividade do nosso cliente.

M&T – Qual é será o próximo passo em relação a motores?

Mario Gasparri – Já temos o padrão de emissões Tier 4 Final/Stage IV na maior parte dos nossos novos equipamentos. E, como haverá um hiato de tempo antes que um novo padrão seja lançado, investiremos mais em Pesquisa & Desenvolvimento desses produtos. Em relação ao próximo passo, no entanto, já existe algum trabalho sendo feito na Europa e que será apresentado em breve. Mas não esperamos a efetivação disso antes de 2020.

M&T – Qual é a participação da Case nos negócios globais do Grupo Fiat?

Mario Gasparri – Primeiramente, os negócios de carros e equipamentos constituem empresas totalmente diferentes. Mas, de fato, tivemos muitas mudanças nos últimos tempos no Grupo Fiat. A aquisição total da Chrysler pela Fiat aconteceu alguns meses atrás, tornando a empresa ainda maior, em diversos aspectos. De todo modo, o Grupo continua a investir em cada marca do conglomerado, como é o caso da Case, investindo em ações comerciais, estimulando a sinergia entre elas. Diria que a Case Construction Equipment usufrui dos benefícios de pertencer a um grande grupo.

M&T – Como avalia a participação da empresa em feiras do setor?

Mario Gasparri – Participamos de diversas feiras importantes no mundo, como Bauma, M&T Expo e ConExpo. E participamos dessas exibições internacionais para promover nossos produtos e marcas, pois constituem uma oportunidade valiosa para que os nossos clientes em diversos países do mundo verifiquem os produtos e os lançamentos in loco. Na ConExpo 2014, por exemplo, a Case contou com uma grande área de exibição, apresentando novidades em primeira mão, como as carregadeiras compactas lançadas neste ano.

 

 

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