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Revista M&T - Ed.165 - Fevereiro 2013
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Terceirização

Quando vale a pena repassar a manutenção

Empresas revelam os fatores que devem ser considerados antes de terceirizar a intervenção técnica nos equipamentos de suas frotas

O mais recente Estudo de Mercado da Sobratema revelou que, na atualidade, o Brasil possui um parque de equipamentos da Linha Amarela com 455 mil unidades até 10 anos de uso. Desse montante, cerca de 60 mil unidades foram incorporadas à frota nacional nos últimos dois anos, sendo que a frota restante, de aproximadamente 395 mil equipamentos, tem mais de dois anos de uso e, por isso, é passível de intervenções de manutenção mais contundentes. Para lidar com essa frota mais antiga, as empresas ouvidas pela M&T traçam diferentes estratégias de conservação das máquinas, sendo que a decisão por terceirizar ou não os serviços de manutenção tem se tornado crucial para o planejamento e controle efetivo das planilhas de custos e produtividade.

Na Ivaí Engenharia, por exemplo, a terceirização representa cerca de 40% dos investimentos totais em manutenção da frota. O percentual é revelado por Gerson Andretta, gerente de equipamentos da construtora, que terceiriza todos os componentes que exigem mão de obra especializada e ferramentas específicas de intervenção, como cabine de pintura e jato de granalha. “Avalio que a terceirização é vantajosa”, opina. “E o que define se investiremos mais ou menos nessa prática é o prazo de realização, a logística da obra onde está o equipamento e, obviamente, o custo do serviço.”

Na Construtora Queiroz Galvão, a prática de terceirização também ocorre principalmente em componentes e conjuntos que requerem mão de obra especializada. São os chamados “componentes fechados”, como motor, transmissão, bombas e cilindros hidráulicos, que encabeçam a lista, segundo explica Francisco Neto, superintendente de equipamentos da empresa.

“Além dos componentes já citados, costumamos terceirizar análises de lubrificante, reforma de pneus e material rodante, inspeções estruturais, laudos técnicos, funilaria e parte dos serviços de pintura”, ele enumera. “Isso porque a mão de obra e as instalações necessárias para realizar esses tipos de serviços em oficinas próprias, tanto por uma questão de custos quanto de logística, não são contempladas na estrutura interna das obras.”

Vantagens

Na avaliação do executivo, a terc


O mais recente Estudo de Mercado da Sobratema revelou que, na atualidade, o Brasil possui um parque de equipamentos da Linha Amarela com 455 mil unidades até 10 anos de uso. Desse montante, cerca de 60 mil unidades foram incorporadas à frota nacional nos últimos dois anos, sendo que a frota restante, de aproximadamente 395 mil equipamentos, tem mais de dois anos de uso e, por isso, é passível de intervenções de manutenção mais contundentes. Para lidar com essa frota mais antiga, as empresas ouvidas pela M&T traçam diferentes estratégias de conservação das máquinas, sendo que a decisão por terceirizar ou não os serviços de manutenção tem se tornado crucial para o planejamento e controle efetivo das planilhas de custos e produtividade.

Na Ivaí Engenharia, por exemplo, a terceirização representa cerca de 40% dos investimentos totais em manutenção da frota. O percentual é revelado por Gerson Andretta, gerente de equipamentos da construtora, que terceiriza todos os componentes que exigem mão de obra especializada e ferramentas específicas de intervenção, como cabine de pintura e jato de granalha. “Avalio que a terceirização é vantajosa”, opina. “E o que define se investiremos mais ou menos nessa prática é o prazo de realização, a logística da obra onde está o equipamento e, obviamente, o custo do serviço.”

Na Construtora Queiroz Galvão, a prática de terceirização também ocorre principalmente em componentes e conjuntos que requerem mão de obra especializada. São os chamados “componentes fechados”, como motor, transmissão, bombas e cilindros hidráulicos, que encabeçam a lista, segundo explica Francisco Neto, superintendente de equipamentos da empresa.

“Além dos componentes já citados, costumamos terceirizar análises de lubrificante, reforma de pneus e material rodante, inspeções estruturais, laudos técnicos, funilaria e parte dos serviços de pintura”, ele enumera. “Isso porque a mão de obra e as instalações necessárias para realizar esses tipos de serviços em oficinas próprias, tanto por uma questão de custos quanto de logística, não são contempladas na estrutura interna das obras.”

Vantagens

Na avaliação do executivo, a terceirização pode ser vantajosa por vários motivos, dentre os quais estão um menor tempo de paralisação do equipamento e a dispensa de grandes investimentos em ferramentas e equipamentos de oficina, que não são usados com tanta frequência para execução de serviços como recuperação de material rodante, dentes de fresa, mandrilhamento, testes de bombas injetoras, dinamômetros e outros. “Nos períodos de desmobilização das obras, quando há paralisação de uma grande quantidade de equipamentos, também lançamos mão da terceirização de serviços como funilaria e pintura, visto que as instalações da obra, muitas vezes, não abrigam muitas unidades para reparo simultâneo”, diz ele, salientando que a terceirização, nesses casos, pode agilizar a liberação dos equipamentos.

Para o especialista da Queiroz Galvão, outra vantagem em terceirizar a manutenção é a garantia técnica fornecida por dealers e representantes autorizados contratados para realizar os serviços. “Eles costumam estender a garantia de cobertura a outras cidades ou regiões onde o equipamento irá operar, algo que não ocorre no caso de manutenção feita internamente pela própria construtora”, diz Francisco Neto.

Critérios

Mas para tirar proveito dessas vantagens da terceirização, o superintendente salienta que é preciso avaliar alguns requisitos antes de optar pela prática. “Os custos com transporte do componente a ser reparado é um dos pontos que devem ser cuidadosamente contabilizados”, diz ele. “Além disso, o período de paralisação da máquina por conta dessa manutenção, ou seja, a agilidade do fornecedor, constitui outro requisito importante a ser considerado, assim como a confiabilidade, a qualidade do prestador de serviços e o tempo de garantia fornecido”, alerta o executivo.

Já Andretta, da Ivaí Engenharia, reforça a importância de se analisar a capacidade de serviço e de atendimento em rede oferecida pelo prestador de serviços. “Só assim podemos ter segurança e garantias para o caso de o equipamento precisar de pós-serviço em uma obra localizada numa região distante do local onde o reparo foi executado”, diz ele.

No caso da locadora de equipamentos GAM, os principais aspectos avaliados antes de decidir por terceirizar as manutenções são três: “O primeiro é se nossa oficina tem condições de executar o processo”, diz Nuno Ventura, diretor técnico da empresa. “O segundo item diz respeito à qualidade da empresa que irá prestar o serviço, enquanto o terceiro e último fator são os custos e prazo de entrega do componente cuja manutenção foi terceirizada.”

Intervenções

Na GAM, cerca de 20% das manutenções são terceirizadas, sendo que um dos principais serviços requisitados é a bobinagem de motores elétricos, alternadores, motores de arranque e carregadores para máquinas elétricas. “Também costumamos terceirizar a manutenção de componentes eletrônicos, como placas, módulos e controladores, além de componentes hidráulicos, como válvulas, blocos, cilindros e bombas”, afirma Ventura. As manutenções em sistemas de injeção, usinagem, fresadoras, pneus e material rodante, além da retífica de motores, também são frequentemente repassadas pela GAM.

Ventura adverte que, por uma questão de estratégia, algumas manutenções são realizadas na própria oficina da empresa e quase nunca são terceirizadas. É o caso das manutenções preventivas, cujo processo só é realizado por terceiros quando as máquinas são novas e ainda estão em período de garantia. “Mesmo nesses casos, os serviços são feitos pelos dealers dos quais compramos os equipamentos e sempre são acompanhados por um dos nossos técnicos, já que a manutenção preventiva é responsável por assegurar até 80% da vida útil dos equipamentos e, por isso, é encarada como um item de alta criticidade para a nossa operação”, diz ele.

Na Queiroz Galvão, a terceirização também não é considerada para as manutenções preventivas programadas. Francisco Neto revela que os serviços de lubrificação e as ações preventivas semanais sempre são realizados nas próprias oficinas da construtora, que possui planos próprios de manutenção e conhecimento do nível necessário de intervenções. “Além disso, são práticas que podem ser executadas nos próprios canteiros de obras, evitando o deslocamento e, portanto, a inatividade dos equipamentos”, frisa o superintendente.

Equilíbrio

De acordo com o diretor de equipamentos da CR Almeida, Luiz Carlos Furtado, a terceirização é sempre avaliada numa balança na qual se mede o peso do custo versus o benefício em adotá-la. Mas, apesar de ver a terceirização com bons olhos, a empresa tem requisitado poucos serviços dessa natureza. “Hoje, devido ao baixo período médio entre falhas (MTBF) dos nossos equipamentos algo que obtivemos por meio de realização pragmática de manutenções preventivas, temos um índice baixo de falhas em nossos conjuntos”, diz o diretor. “Por isso, somente 5% dos serviços de manutenção corretiva em nossa frota têm sido terceirizados atualmente.”

O executivo da CR Almeida também reforça que, antes mesmo do custo da terceirização, é a qualidade do serviço que deve ser observada atentamente. De todo modo, tais fatores sempre se complementam. “Se determinado fornecedor comprova uma qualidade de manutenção superior à executada por nossa oficina, já é um bom motivo para que passemos a terceirizar a manutenção”, ressalta. “Mas essa avaliação só estará completa após a análise criteriosa dos custos apresentados por ele e outros fornecedores disponíveis no mercado com a mesma qualidade de serviço.”

 

 

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