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Revista M&T - Ed.159 - Julho 2012
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Movimentação de Cargas

Quando o helicóptero substitui o guindaste

A utilização de helicópteros para o transporte e içamento de carga em áreas de difícil acesso já vem sendo considerada por grandes construtoras em alguns projetos, motivando algumas empresas a desenvolver esse tipo de negócio no país

Imagine a construção de uma hidrelétrica na Cordilheira do Himalaia, cujos materiais, equipamentos e funcionários chegam ao canteiro apenas pelo ar, devido à inexistência de vias de acesso dimensionadas para essa finalidade. Trata-se de uma situação real, na qual a utilização de helicóptero foi a única alternativa considerada para o suprimento da obra. Essa alternativa, entretanto, não se restringe apenas a projetos com perfil tão inusitado. Construtoras brasileiras já estão considerando sua aplicação para a movimentação de cargas em locais de difícil acesso no país, como a região Amazônica, por exemplo.

A primeira experiência desse tipo no Brasil foi durante a construção de um trecho do gasoduto Coari-Urucu, no estado do Amazonas, onde a solução simplificou a logística e reduziu o prazo de execução da obra. Como o acesso às frentes de trabalho era possível apenas por meio de balsas, os equipamentos e dutos eram transportados no período de cheia, mas precisavam aguardar a estiagem para que a área fosse liberada para a obra. Após a instalação dos dutos, a frota utilizada precisava aguardar a próxima estação de cheias para ser retirada do local. Em resumo: a utilização de helicópteros para essa finalidade simplificou a operação, com significativa redução de custo.

Outras aplicações, entretanto, podem ser viabilizadas, como o combate a incêndios florestais, a manutenção e substituição de queimadores em plataformas de petróleo off-shore e até mesmo operações de resgate em alto mar, combate a incêndios florestais e resgate. “Uma construtora está analisando sua utilização como alternativa para evitar a abertura de vias de acesso na instalação de um trecho de 300 km de linha de transmissão de energia que passa por uma reserva indígena”, afirma Rogério Marques, da Powerpack, que representa no Brasil a operadora e fabricante de helicópteros cargueiros Erickson Air-Crane, líder no segmento de locação de helicópteros nos Estados Unidos.

Marques explica que esse tipo de operação emprega aeronaves desenvolvidas para fins militares, que sofreram adaptações para atuar no transporte de cargas. No caso da Erickson, que utiliza helicópteros da Sikorsky, conhecida pelos modelos de combate Black Hawk (Falcão Negro) e demais aeronaves utili


Imagine a construção de uma hidrelétrica na Cordilheira do Himalaia, cujos materiais, equipamentos e funcionários chegam ao canteiro apenas pelo ar, devido à inexistência de vias de acesso dimensionadas para essa finalidade. Trata-se de uma situação real, na qual a utilização de helicóptero foi a única alternativa considerada para o suprimento da obra. Essa alternativa, entretanto, não se restringe apenas a projetos com perfil tão inusitado. Construtoras brasileiras já estão considerando sua aplicação para a movimentação de cargas em locais de difícil acesso no país, como a região Amazônica, por exemplo.

A primeira experiência desse tipo no Brasil foi durante a construção de um trecho do gasoduto Coari-Urucu, no estado do Amazonas, onde a solução simplificou a logística e reduziu o prazo de execução da obra. Como o acesso às frentes de trabalho era possível apenas por meio de balsas, os equipamentos e dutos eram transportados no período de cheia, mas precisavam aguardar a estiagem para que a área fosse liberada para a obra. Após a instalação dos dutos, a frota utilizada precisava aguardar a próxima estação de cheias para ser retirada do local. Em resumo: a utilização de helicópteros para essa finalidade simplificou a operação, com significativa redução de custo.

Outras aplicações, entretanto, podem ser viabilizadas, como o combate a incêndios florestais, a manutenção e substituição de queimadores em plataformas de petróleo off-shore e até mesmo operações de resgate em alto mar, combate a incêndios florestais e resgate. “Uma construtora está analisando sua utilização como alternativa para evitar a abertura de vias de acesso na instalação de um trecho de 300 km de linha de transmissão de energia que passa por uma reserva indígena”, afirma Rogério Marques, da Powerpack, que representa no Brasil a operadora e fabricante de helicópteros cargueiros Erickson Air-Crane, líder no segmento de locação de helicópteros nos Estados Unidos.

Marques explica que esse tipo de operação emprega aeronaves desenvolvidas para fins militares, que sofreram adaptações para atuar no transporte de cargas. No caso da Erickson, que utiliza helicópteros da Sikorsky, conhecida pelos modelos de combate Black Hawk (Falcão Negro) e demais aeronaves utilizadas na Coreia, Vietnã e Iraque, o equipamento tem uma capacidade de carga de 9 t ou 12 t, contando com diversos acessórios para a movimentação dos mais variados tipos de carga.

Viabilidade da aplicação

Como representante da Erickson que pertence ao grupo aeroespacial UTC, também controlador da fabricante de helicópteros Sikorsky a Powerpack está prospectando oportunidades de negócio tanto para a operadora de aeronaves norte-americana quanto para a venda de equipamentos a empresas interessadas a locar esse tipo de serviço. “Devido ao elevado custo para mobilização e desmobilização do equipamento, o mais viável é desenvolver uma base de operação fixa no Brasil”, pondera Marques. Ele avalia que o país já pode apresentar uma demanda que justifique uma frota local de oito aeronaves.

Entre os diferenciais do equipamento, o especialista cita a cabine dedicada exclusivamente ao controle da movimentação de carga, que confere maior visibilidade ao operador e precisão ao serviço. Com isso, o helicóptero transforma-se em um guindaste voador, já que tem capacidade para transportar um conjunto completo de torre de transmissão para sua montagem in loco. “Além disso, o helicóptero conta com um sistema que evita rotações de carga que possam comprometer o voo”, ressalta João Luiz de Negreiros Guerra, também da Powerpack.

Para Rogério Marques, o custo da operação já justificaria a utilização do equipamento também no içamento de geradores e grandes conjuntos de ar condicionado em prédios localizados em vias urbanas com elevado tráfego de veículos. Quando questionado se esse custo não é proibitivo, ele responde: “Depende, pois quanto custa um hectare de floresta queimada ou uma hora de paralisação da avenida Paulista?” Para exemplificar a eficiência do helicóptero no combate a incêndio, o especialista diz que ele tem capacidade para o carregamento de 10 mil l de água em 30 s e a aspersão de 3.000 l/s.

Operação pioneira

Os benefícios proporcionados pelo equipamento são confirmados por Nilson Rocha, vice-presidente da Helicargo, que acaba de ingressar no mercado de locação de helicópteros para essa finalidade. “Além disso, ele pode ser utilizado na montagem e manutenção de queimadores em plataformas e refinarias de petróleo, na instalação de aerogeradores em usinas eólicas, de torres de TV, rádio e telefonia, entre outras aplicações”, diz Rocha.

Fruto de uma parceria entre a operadora de helicópteros Helipark e a locadora de guindastes Guindastec, a empresa investiu na aquisição de um modelo Kamov Ka-32A11BC, de procedência russa e com 5 t de capacidade de carga. Além do equipamento, já certificado pela ANAC para operação no Brasil, a empresa conta com a tripulação treinada e pronta para atender o primeiro contrato. Nesse aspecto, as expectativas do executivo são positivas, a ponto de vislumbrar a possibilidade de aquisição de mais uma unidade no curto prazo.

Segundo Rocha, o investimento no projeto é de R$ 25 milhões, apenas na aquisição da primeira aeronave, além de outros U$ 20 milhões aplicados na construção de um hangar de 2.800 m2, na homologação do táxi aéreo e treinamento de equipe. “A operação reúne a expertise de uma empresa operadora de helicópteros e a de uma especializada em movimentação de cargas”, diz ele.

A aeronave utilizada tem capacidade para içar cargas por um cabo de 70 m, com uma autonomia de até 920 km, a uma velocidade de 260 km/h. Outra característica fundamental para a eficiência na operação é que a aeronave tem configuração diferente em relação aos modelos tradicionais com um único rotor principal e rotor de cauda, contando com dois rotores coaxiais principais, que giram em sentidos opostos. “Isto proporciona maior estabilidade vertical nos voos pairados em áreas restritas, mesmo sob condições adversas, e garante precisão às tarefas que os helicópteros convencionais fariam com bastante dificuldade.” De acordo com Rocha, a ausência do rotor de cauda também o torna mais compacto e seguro, podendo operar em áreas de 22 x 22 m.

 

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