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Revista M&T - Ed.235 - Junho 2019
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Segurança

Proteção nas alturas

As plataformas de trabalho aéreo atuais possuem vários sensores e dispositivos para garantir a segurança do operador, mas o treinamento ainda é indispensável para evitar riscos
Por Santelmo Camilo

No ano de 2017, ocorreram cerca de 70 acidentes fatais envolvendo plataformas de trabalho aéreo em todo o mundo. O dado foi obtido e divulgado pela Federação Internacional de Plataformas Aéreas (IPAF), entidade que se mantém empenhada em reduzir essa estatística por meio de treinamentos ministrados anualmente para mais de 170 mil profissionais ao redor do planeta.

Na avaliação do gerente da entidade para a região Ibero-América, Antonio Barbosa, esse índice de acidentes pode ser considerado baixo, principalmente quando se refere à quantidade de plataformas atualmente computadas na frota mundial – estimada em 1,5 milhão de unidades – e ao número de horas trabalhadas com as máquinas.

Todavia, o especialista é categórico em relação ao preparo exigido do operador para trabalhar com esse equipamento. “O treinamento é fundamental e imprescindível, previsto em todas as normas regulamentadoras”, chancela Barbosa, reforçando que a parte mais importante dos treinamentos – além de conhecer a máquina – é dimensionar os riscos e tratá-los da forma correta. “Operar o equipamento em si é algo relativamente simples, mas conhecer todos os riscos e estar atento às consequências é algo que somente se aprende com um preparo adequado.”

Nesse ponto, o gerente fala com propriedade. Reconhecido mundialmente, o programa de treinamento da IPAF é certificado pela ISO 18878 (Mobile Elevating Work Platforms – Operator Training) e aplicado em 65 países. “Nos últimos cinco anos”, diz Barbosa, “a entidade já emitiu mais de 1 milhão de certificados”.

Por serem equipamentos pesados, que podem causar sérios danos humanos e materiais se operados


No ano de 2017, ocorreram cerca de 70 acidentes fatais envolvendo plataformas de trabalho aéreo em todo o mundo. O dado foi obtido e divulgado pela Federação Internacional de Plataformas Aéreas (IPAF), entidade que se mantém empenhada em reduzir essa estatística por meio de treinamentos ministrados anualmente para mais de 170 mil profissionais ao redor do planeta.

Na avaliação do gerente da entidade para a região Ibero-América, Antonio Barbosa, esse índice de acidentes pode ser considerado baixo, principalmente quando se refere à quantidade de plataformas atualmente computadas na frota mundial – estimada em 1,5 milhão de unidades – e ao número de horas trabalhadas com as máquinas.

Todavia, o especialista é categórico em relação ao preparo exigido do operador para trabalhar com esse equipamento. “O treinamento é fundamental e imprescindível, previsto em todas as normas regulamentadoras”, chancela Barbosa, reforçando que a parte mais importante dos treinamentos – além de conhecer a máquina – é dimensionar os riscos e tratá-los da forma correta. “Operar o equipamento em si é algo relativamente simples, mas conhecer todos os riscos e estar atento às consequências é algo que somente se aprende com um preparo adequado.”

Nesse ponto, o gerente fala com propriedade. Reconhecido mundialmente, o programa de treinamento da IPAF é certificado pela ISO 18878 (Mobile Elevating Work Platforms – Operator Training) e aplicado em 65 países. “Nos últimos cinco anos”, diz Barbosa, “a entidade já emitiu mais de 1 milhão de certificados”.

Para a IPAF, a parte mais importante dos treinamentos – além de conhecer a máquina – é dimensionar os riscos e tratá-los da forma adequada

Por serem equipamentos pesados, que podem causar sérios danos humanos e materiais se operados por pessoas despreparadas, a capacitação dos operadores de plataformas deve considerar diversos aspectos. De saída, como destaca o especialista Jacques Chovghi Iazdi, diretor da JC Iazdi – Treinamentos e Comércio de Equipamentos, o operador de plataforma precisa ser um profissional extremamente consciente, que leia e execute todos os procedimentos do manual e faça obrigatoriamente o check-list diário do equipamento. “Além disso, o operador deve ser treinado para o tipo específico de plataforma que vai operar e, ainda, para o perfil da obra onde irá trabalhar”, orienta Iazdi. “Para isso, a empresa deve enviá-lo para reciclagem conforme os riscos e a realidade de cada empreitada que se inicia.”

Embora pareçam elementares, algumas recomendações são decisivas para a segurança, como olhar para cima e ter controle do limite de altura nos ambientes internos, de modo a evitar colisões com o teto e, consequentemente, esmagamentos. “Além disso, o trabalho exige atenção com redes elétricas energizadas, fossos, tampas de esgoto, dutos de água, óleos derramados no chão por onde a plataforma se movimenta, terrenos barrentos e desníveis de solo”, enumera o especialista, que ministra treinamentos e consultorias em vários países.

NORMATIZAÇÃO

No Brasil, esses equipamentos são normatizados pelo Anexo IV da NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), que apresenta a definição e os requisitos mínimos de segurança, operação, manutenção e capacitação, além de disposições finais. Globalmente, as plataformas são fabricadas em conformidade com a ANSI 92, do American National Standards Institute, que atualmente passa por uma revisão e, em breve, será baseada nas normas ISO, alinhando-se ao mercado global.

Para evitar esmagamento, o sensor do Skyguard interrompe as funções e emite alarmes sonoros ao identificar obstruções

De acordo com Rafael Antonio, supervisor de serviços da Genie para a América do Sul, essa nova versão trará alterações justamente nos tópicos relacionados a treinamento, segurança no local de trabalho e projetos de equipamentos, além de novas classificações para as plataformas dos tipos tesoura, lança e outras. “Aqui, recentemente foi criada uma comissão técnica para deixar a norma brasileira bem-alinhada às principais normas internacionais, que fornecem diretrizes para padronização das máquinas, incluindo requisitos de projeto, fabricação, instalação, manutenção e segurança”, diz ele.

Ainda sobre esse aspecto, o gerente de vendas da Skyjack para o Brasil, Rafael Bazzarella, ressalta que o objetivo da NBR 16776 (Plataformas Elevatórias Móveis de Trabalho – PEMT) era evitar a recorrente confusão entre plataformas de trabalho aéreo e outros tipos de equipamentos, com um adendo: “Já foram solicitadas mudanças nas máquinas com base em outras normas, mas que não deveriam ser aplicadas às plataformas”, contesta. “Por isso, grande parte desse padrão está baseada no novo texto do ANSI, para alinhar melhor nossos padrões locais e aliviar eventual confusão em torno do que está relacionado às plataformas.”

Isso é absolutamente necessário, tendo em vista a expressividade deste segmento no país. Segundo Bazzarella, o mercado brasileiro de plataformas mantém-se como o maior da América Latina, tendo voltado a crescer após atravessar anos seguidos de queda. E isso ocorreu graças a alguns fatores convergentes. “O uso dessa máquina tornou-se mais comum à medida que a segurança do trabalhador passou a ser mais valorizada”, pondera o profissional. “E, ademais, as eficiências obtidas também puderam ser quantificadas em redução de custo.”

DISPOSITIVOS

E isso também se reflete na própria evolução da indústria. Nos últimos anos, diferentes tecnologias vêm sendo implantadas pelos fabricantes para valorizar a segurança no trabalho com plataformas. A JLG, por exemplo, desenvolveu um produto chamado Skyguard, que tem a finalidade de evitar mortes e acidentes graves causados por esmagamento.

O Lift Guard Contact Alarm interrompe os movimentos e alerta as pessoas próximas

Quando o operador se move na direção de um local com obstrução, o sensor do sistema o identifica e emite um alarme sonoro. Quando ativada, a tecnologia também interrompe todas as funções em uso no momento e, em seguida, as inverte temporariamente. Esse sistema pode ser ativado a partir de uma grande variedade de ângulos, sem limitar o uso da plataforma.

A Genie, por sua vez, desenvolveu uma tecnologia aplicada à sua linha XC – Xtra Capacity de plataformas, que consiste no monitoramento da carga no cesto para possibilitar a operação com até três operadores (ou 454 kg). Além disso, a fabricante também possui redes de segurança projetadas para evitar a queda de materiais do cesto da plataforma. O acessório é apresentado em diferentes versões, como a Full Screen Platform Mesh, leve, removível e aplicada a todos os equipamentos que operam com cestos na configuração de 2,44 m.

O Lift Guard Contact Alarm, outro acessório da marca, foi projetado para alertar todos os envolvidos na área de trabalho uma vez que o operador tenha seu corpo em contato com o painel da plataforma. Desse modo, todos os movimentos são interrompidos e um alarme sonoro – juntamente com uma luz de advertência – é acionado para alertar as pessoas próximas ao equipamento.

Disponível para lanças e tesouras, o sistema Secondary Guarding Lift Enable (SGLE) mantém o corpo do operador na posição vertical, reduzindo os riscos de aprisionamento

Já a Skyjack fornece plataformas com sensores de sobrecarga para garantir que os limites de capacidade sejam respeitados, além de uma caixa de controle para reduzir o risco de operações incorretas. A fabricante desenvolveu ainda o sistema Secondary Guarding Lift Enable (SGLE), disponível para plataformas de lança e tesouras e que mantém o corpo do operador na posição vertical, reduzindo os riscos de aprisionamento.

Além desses sistemas específicos, as plataformas de diferentes marcas também possuem inclinômetros, um sistema que é ativado para impedir que o cesto suba quando a máquina estiver sobre piso com inclinação além da permitida pelo fabricante. “Há ainda modelos com um sistema chamado DDR (Dispositivo Diferencial Residual), que é utilizado em plataformas elétricas e a diesel para conexão de ferramentas manuais nas tomadas instaladas dentro do cesto”, detalha Iazdi, ressaltando que o fio que conduz a energia para essas tomadas fica no solo, na base da plataforma, conectado a um gerador.

Caso haja alguma descarga ou alguém esbarre na tomada, o DDR evita choques e descargas elétricas no operador”, completa. Em algumas plataformas elétricas, reforça Iazdi, as tomadas que conectam o equipamento à corrente de energia também possuem DDR para propiciar uma alimentação segura das baterias.

Outro item de segurança disponível para alguns modelos de tesoura é o Pot Hole, uma barra que mantém o chassi da máquina rente ao solo para evitar tombamentos, geralmente provocados por atolamento da roda em buracos, durante o deslocamento.

Para Barbosa, do IPAF, os vários sensores de carga, inclinação, restrição de velocidade e demais dispositivos realmente vêm agregando um nível de segurança sem precedentes no acesso em altura. Contudo, diz ele, sempre há o fator humano na equação. “Esses dispositivos não substituem a necessidade de capacitação e treinamento dos operadores”, adverte.

Somente a soma dessas tecnologias, aliada à formação dos operadores, é capaz de garantir a segurança na utilização das plataformas.”

RISCOS
Até porque são diversas as situações de risco envolvendo plataformas de trabalho aéreo.

Tais situações podem ocorrer em diversas atividades, das mais complexas às mais corriqueiras, como a troca de lâmpadas em sistemas de iluminação de indústrias e shoppings, por exemplo. “Durante a realização dessa atividade, o operador necessita realizar diversos movimentos, incluindo deslocamentos com o equipamento”, diz Antonio, da Genie. “Caso não esteja seguro sobre as boas condições do piso, com a certeza de que suporta o peso do equipamento, por exemplo, a ação pode gerar um acidente grave, até mesmo fatal.”

De acordo com ele, antes do início de qualquer atividade o operador deve cumprir os procedimentos indicados pelo manual do equipamento, fazendo análise de risco do local de trabalho, isolamento da área, inspeção do equipamento e testes pré-operacionais. Nesse ponto, Iazdi lembra que as plataformas de trabalho aéreo são metálicas e não isoladas, diferentemente das cestas aéreas de braço isolado. “Por isso, elas não podem ser utilizadas em trabalhos com redes elétricas energizadas”, pontua.

O supervisor de serviços da JLG, Ed Carlos da Silva Santos, acrescenta outro aspecto importante: quando o operador não está ciente do que está em volta dele – ou não está devidamente capacitado – toda atividade é arriscada. “Quanto mais complexa for a atividade, mais capacitado o operador deve ser, além de conhecer o equipamento e estar familiarizado com o ambiente de trabalho”, recomenda. “Também é de suma importância que haja comunicação entre o operador e todos os envolvidos no planejamento da operação e sua execução.”

Adicionalmente, conta o especialista, a JLG possui um procedimento para evitar acidentes, chamado de ICE 100 (onde I = Identifique, C = Comunique e E = Elimine 100% dos Riscos). “Esse procedimento é abordado no Programa de Formação de Instrutores fornecido pela empresa”, sublinha Santos. “Se o operador utilizar essa ferramenta, consegue diferenciar os riscos tanto para os trabalhos em ambientes internos como externos.”

Para trabalhos em galpões, reforça Santos, o operador deve manter-se sempre atento às informações do local de trabalho para certificar-se que o equipamento está apto a operar. Nesse sentido, o treinamento é a saída para uma operação segura, até mesmo para que os dispositivos e sensores de segurança instalados nas plataformas cumpram a finalidade proposta. “

Dimensionamento correto e precaução operacional são indispensáveis às PTAs

Podemos ter o melhor equipamento, fabricado dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade e segurança, porém se ele for entregue a um profissional sem a devida formação, o perigo é iminente”, destaca Barbosa, do IPAF. “E um acidente com plataforma é sempre muito crítico, pelo simples fato de o profissional estar em [condição de] altura, o que o torna mais vulnerável.”

Saiba mais:
Genie: www.genielift.com/pt
IPAF: www.ipaf.org/pt
JC IAZDI: www.jciazdi.com.br
JLG: www.jlg.com/pt-br
Skyjack: www.skyjack.com/pt-br

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