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Revista M&T - Ed.147 - Junho 2011
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Manutenção

Procedimentos que estendem a vida do motor retificado

A durabilidade do motor retificado é semelhante à do novo, desde que a reforma siga procedimentos normatizados pela ABNT e o usuário fique atento aos cuidados na retomada da operação e às manutenções preventivas

Os sinais indicadores que um motor precisa ser retificado são claros e não deixam margem para dúvidas. Os mais comuns incluem o consumo excessivo de óleo lubrificante, o superaquecimento do motor, a fumaça de coloração branca saindo pelo escapamento e o som de motor “rajando”, que indica o desgaste das bronzinas. Diante desses sintomas, o usuário do equipamento pode ter a certeza que chegou a hora da parada para a reforma completa do motor.

O desdobramento desses indicadores pode ser ainda mais preocupante. O consumo elevado de lubrificante e a ocorrência de sopro em excesso pelo respiro, por exemplo, alertam para um problema que, quando não solucionado em tempo, resulta na perda de potência em situações que exigem carga máxima do motor. Nesse caso, é recomendável medir a taxa de compressão dos cilindros e comparar com a indicação dos fabricantes. Além disso, outros sinais podem indicar problemas com o motor, como a presença de água ou metais no óleo lubrificante. Nesse último caso, a presença de resíduos indica um possível desgaste das bronzinas nas bielas e nos mancais do virabrequim.

Com o diagnóstico em mãos, a retífica é iniciada pela desmontagem do motor. O processo começa com a identificação das peças por números pinados e, após a desmontagem, cada uma delas deve ser lavada quimicamente e passar por uma detalhada análise dimensional. Essa medição tem como objetivo a verificação de trincas em peças como o cabeçote ou virabrequim, gerando um relatório da produção que irá subsidiar a área comercial da retífica a preparar o orçamento para o cliente.

Cuidados na inspeção
A desmontagem do motor deve ser precedida pela inspeção de seus componentes, cuja lista inclui a turbina, a bomba injetora e o motor de partida, entre outros. Recomenda-se ainda a verificação do ponto de distribuição – para identificar se as peças estão trabalhando em sincronismo – e a ocorrência de possíveis avarias. Nessa etapa, é aconselhável a coleta de amostras de óleo lubrificante para análise em laboratório, de forma a identificar a presença de metais que indiquem desgastes não perceptíveis na inspeção visual.

Os procedimentos de inspeção dos componentes do motor devem incluir a medição das peças com o uso de instrumentos de precisão, como os súbitos, micrômetros e paquímetros.


Os sinais indicadores que um motor precisa ser retificado são claros e não deixam margem para dúvidas. Os mais comuns incluem o consumo excessivo de óleo lubrificante, o superaquecimento do motor, a fumaça de coloração branca saindo pelo escapamento e o som de motor “rajando”, que indica o desgaste das bronzinas. Diante desses sintomas, o usuário do equipamento pode ter a certeza que chegou a hora da parada para a reforma completa do motor.

O desdobramento desses indicadores pode ser ainda mais preocupante. O consumo elevado de lubrificante e a ocorrência de sopro em excesso pelo respiro, por exemplo, alertam para um problema que, quando não solucionado em tempo, resulta na perda de potência em situações que exigem carga máxima do motor. Nesse caso, é recomendável medir a taxa de compressão dos cilindros e comparar com a indicação dos fabricantes. Além disso, outros sinais podem indicar problemas com o motor, como a presença de água ou metais no óleo lubrificante. Nesse último caso, a presença de resíduos indica um possível desgaste das bronzinas nas bielas e nos mancais do virabrequim.

Com o diagnóstico em mãos, a retífica é iniciada pela desmontagem do motor. O processo começa com a identificação das peças por números pinados e, após a desmontagem, cada uma delas deve ser lavada quimicamente e passar por uma detalhada análise dimensional. Essa medição tem como objetivo a verificação de trincas em peças como o cabeçote ou virabrequim, gerando um relatório da produção que irá subsidiar a área comercial da retífica a preparar o orçamento para o cliente.

Cuidados na inspeção
A desmontagem do motor deve ser precedida pela inspeção de seus componentes, cuja lista inclui a turbina, a bomba injetora e o motor de partida, entre outros. Recomenda-se ainda a verificação do ponto de distribuição – para identificar se as peças estão trabalhando em sincronismo – e a ocorrência de possíveis avarias. Nessa etapa, é aconselhável a coleta de amostras de óleo lubrificante para análise em laboratório, de forma a identificar a presença de metais que indiquem desgastes não perceptíveis na inspeção visual.

Os procedimentos de inspeção dos componentes do motor devem incluir a medição das peças com o uso de instrumentos de precisão, como os súbitos, micrômetros e paquímetros. Os valores apurados devem ser confrontados com as informações técnicas dos fabricantes. No rol de peças que podem ser retificadas se incluem o bloco do motor, o virabrequim, o comando de válvulas, as bielas e o cabeçote. O processo de inspeção é avaliado em relação às espessuras desses componentes. Se elas estiverem fora das tolerâncias estabelecidas pelos fabricantes, é determinado o procedimento de retífica e identificado qual será a nova medida da peça.

No caso dos motores de grande porte, usados em equipamentos pesados, caminhões e geradores, vale ressaltar que o virabrequim deve ser retificado apenas duas vezes ao longo de sua vida útil, por questões de segurança e confiabilidade do serviço (primeiro passe, de 0,25 mm, e segundo passe, de 0,5 mm). A retífica do bloco envolve o alinhamento de mancais, a troca das buchas de comando e a verificação da planicidade de sua base, que deve ser normalizada com a projeção de altura das camisas. O serviço pode envolver ainda a usinagem de peças – como buchas de biela, por exemplo – e a recomposição com solda de mancais desgastados, além do conserto de bomba injetora, turbina e compressor.

Montagem dos componentes
Todas as peças devem ser lavadas após a usinagem, entretanto, cabe ao montador do motor realizar uma limpeza final, ou seja, é ele que precisa “varetar” todos os dutos da peça. A limpeza envolve ainda a remoção de todos os resíduos, executada com jatos d’água sob pressão, de forma a certificar que todas as peças estejam efetivamente limpas para a montagem. No caso dos cabeçotes, que em sua maioria já são entregues montados, o funcionário responsável pela retífica da peça é que realiza essa limpeza.

Assim como a desmontagem exige procedimentos cuidadosos, a montagem do motor deve ser realizada em local limpo, com o uso de ferramentas especiais, tais como torquímetro e relógio comparador, devidamente aferidos. Informações técnicas do motor também precisam estar disponíveis, a fim de que se possa conferir os componentes e realizar os torques e regulagens de forma correta.

Essa etapa exige novos cuidados na análise dimensional de peças como mancais, bielas e buchas de comando, entre outras. Isso deve ser feito para evitar folgas fora do padrão entre os componentes. De acordo com os técnicos, o montador deve observar ainda a altura dos pistões, abertura de anéis, folga dos cilindros, regulagem de válvulas e ponto de distribuição (sincronismo), seguindo as tabelas dos fabricantes para a sequência e o torque de aperto das peças.

Testando o serviço
Uma vez montado o motor, a próxima etapa envolve testes de verificação de vazamentos, pressão do óleo lubrificante, taxa de compressão e regulagem de válvulas. O serviço precisa ser executado em bancada equipada para sua ligação ao circuito de arrefecimento e a medição dos valores com o motor em funcionamento. Retíficas especializadas dispõem ainda de bancadas para testes com carga (ensaios com dinamômetro), nas quais o motor é submetido à simulação de situações reais em termos de torque e potência, essenciais para a avaliação de seu desempenho futuro.

Após a montagem, o motor deve ser posto em funcionamento, de forma a verificar se a pressão de óleo está correta e se a temperatura de operação também está normal. Essa inspeção também permite descobrir se há algum tipo de vazamento, além de possibilitar alguns ajustes e regulagens. Tal avaliação pode ser feita em bancada de teste, onde o motor funciona sem carga, ou em dinamômetro, onde é aplicada a carga e feita uma simulação do seu trabalho em condições operacionais. Nesse caso, o processo é mais elaborado, possibilitando informações sobre a curva de torque e de potência, além de realizar um pré-amaciamento do motor.

Com o motor retificado e montado, as primeiras horas de operação representam um período de observação, onde a temperatura e pressão de óleo devem ser acompanhadas cuidadosamente. Os níveis de água e óleo precisam ser monitorados com frequência maior. Deve-se evitar ainda que o motor funcione sem carga, pois os anéis dos pistões necessitam de carga para seu perfeito assentamento.

 

Procedimentos de inspeção dos principais componentes
- Análise dimensional de cilindros, eixo comando, eixo de virabrequim, bloco, alojamento das buchas de comando, alojamento de bronzinas e mancais, guias e assentos de válvulas de cabeçote e alinhamento das bielas.

- Teste de estanqueidade do cabeçote para identificação de trincas e vazamentos.

- Análise do virabrequim (teste de magnaflux) para identificação de trincas superficiais.

Escolhendo a retífica correta
Os gestores de frota devem escolher empresas especializadas em retífica, que tenham conhecimento das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) dedicadas a esse procedimento, particularmente da NBR 13032 (Execução de retífica de motores). A certificação por organismos com reconhecimento público também conta pontos a favor do prestador de serviços. Outros aspectos que devem ser levados em consideração são a utilização de peças genuínas ou de fornecedores de primeira linha (normalmente os mesmos do fabricante), assim como a presença de equipe treinada e apta a seguir os procedimentos adequados no processo de retificação e na operação de instrumentos de precisão.

A escolha deve ainda priorizar empresas que se mantêm atualizadas em termos de ferramental e informações técnicas. Nenhuma retificação deve ser executada sem o uso de máquinas e ferramentas apropriadas e sem informação técnica sobre os componentes do motor. A organização do fluxo das peças no processo produtivo, bem como a informatização destes processos e a constante auditoria para verificação do cumprimento das normas da ABNT, é um requisito importante. Atualmente, a prática de realizar retificação com motores à base de troca tem se restringido às concessionárias e distribuidoras autorizadas. Quando realizam essa operação, elas cobram separadamente as peças vitais do motor que não apresentarem condições para retífica.

 

 

Durabilidade do motor após a reforma
De acordo com especialistas, o tempo de vida útil do motor retificado é similar ao de um novo desde que o usuário siga alguns procedimentos básicos, como a sua utilização de forma correta, respeitando os limites de carga determinados pelo fabricante. Ele também deve realizar as manutenções corretivas regularmente, com as trocas de óleo e de filtros (de lubrificantes, combustível e ar) nos prazos determinados, além de manter em bom estado de funcionamento os sistemas elétrico, de arrefecimento e alimentação. Caso haja algum tipo de deficiência nesses sistemas, o motor vai ser prejudicado por operar fora de suas condições normais, e consequentemente, terá sua vida útil reduzida.


 

 

 

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