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Revista M&T - Ed.179 - Maio 2014
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Segurança

Planejamento é indispensável

Além de atenção com a máquina e mão de obra, cuidados operacionais incluem planejamento em relação à carga que será içada, assim como o método a ser utilizado
Por Camila Waddington

De acordo com o Diagrama de Ishikawa, o próximo preceito de cuidado operacional em içamento de cargas refere-se ao material. Nesse caso específico, trata-se do que está sendo içado, ou seja, a carga. “Alguns tipos de cargas não têm centro de gravidade prismático”, explica Fernando Mattos, consultor da FCM Engenharia Mecânica. “Por isso, antes de içá-las é preciso desenvolver um estudo à parte para especificar as dimensões.”

Uma situação que ilustra a complexidade desse tipo de carga ocorreu nos EUA em 1999, em um acidente que ficou conhecido no setor como “Big Blue” – em referência à cor do equipamento de 1.200 t que desabou sobre o Miller Park Baseball Stadium, em Milwaukee. A operação já ocorrera diversas vezes durante a obra da cobertura do ginásio poliesportivo, mas no décimo içamento houve um acidente de proporções catastróficas causado pelo vento. Mesmo controlada pelo anemômetro, a ventania causou um efeito diferenciado na peça devido ao seu formato irregular.

Nesse caso, o cuidado com o material também faz parte do plano de movimentação de carga, tecnicamente conhecido como plano de rigging e que, na avaliação de Mattos, deve ser avaliado como método.

MÉTODO

Em uma operação cuidadosa de içamento de cargas, o método é a etapa mais complexa. Até por isso, o engenheiro mecânico da Odebrecht, Camilo Filho, ressalta que é preciso simular todos os parâmetros operacionais e de segurança antes do trabalho. “Consideramos o plano de rigging como um elemento fundamental para a segurança, no qual se definem os limites operacionais do equipamento, a carga que será exercida sobre o solo, a acomodação da máquina fisicamente no site, as distâncias seguras entre lança/carga e obstáculos, dentre outros parâmetros”, explica.

Segundo ele, o plano de rigging normalmente é feito em AutoCad, mas situações mais complexas exigem que seja realizado em programas mais avançados, que simulam a operação como em um filme, ou seja, em que é possível “assistir” aos procedimentos, por exemplo. “Na Odebrecht, usamos um sistema mais avançado para aferir qualquer dúvida que apareça no plano realizado em AutoCad”, diz ele, complementando que um plano de rigging de baixa complexidade deve inclu


De acordo com o Diagrama de Ishikawa, o próximo preceito de cuidado operacional em içamento de cargas refere-se ao material. Nesse caso específico, trata-se do que está sendo içado, ou seja, a carga. “Alguns tipos de cargas não têm centro de gravidade prismático”, explica Fernando Mattos, consultor da FCM Engenharia Mecânica. “Por isso, antes de içá-las é preciso desenvolver um estudo à parte para especificar as dimensões.”

Uma situação que ilustra a complexidade desse tipo de carga ocorreu nos EUA em 1999, em um acidente que ficou conhecido no setor como “Big Blue” – em referência à cor do equipamento de 1.200 t que desabou sobre o Miller Park Baseball Stadium, em Milwaukee. A operação já ocorrera diversas vezes durante a obra da cobertura do ginásio poliesportivo, mas no décimo içamento houve um acidente de proporções catastróficas causado pelo vento. Mesmo controlada pelo anemômetro, a ventania causou um efeito diferenciado na peça devido ao seu formato irregular.

Nesse caso, o cuidado com o material também faz parte do plano de movimentação de carga, tecnicamente conhecido como plano de rigging e que, na avaliação de Mattos, deve ser avaliado como método.

MÉTODO

Em uma operação cuidadosa de içamento de cargas, o método é a etapa mais complexa. Até por isso, o engenheiro mecânico da Odebrecht, Camilo Filho, ressalta que é preciso simular todos os parâmetros operacionais e de segurança antes do trabalho. “Consideramos o plano de rigging como um elemento fundamental para a segurança, no qual se definem os limites operacionais do equipamento, a carga que será exercida sobre o solo, a acomodação da máquina fisicamente no site, as distâncias seguras entre lança/carga e obstáculos, dentre outros parâmetros”, explica.

Segundo ele, o plano de rigging normalmente é feito em AutoCad, mas situações mais complexas exigem que seja realizado em programas mais avançados, que simulam a operação como em um filme, ou seja, em que é possível “assistir” aos procedimentos, por exemplo. “Na Odebrecht, usamos um sistema mais avançado para aferir qualquer dúvida que apareça no plano realizado em AutoCad”, diz ele, complementando que um plano de rigging de baixa complexidade deve incluir pelo menos duas vistas, sendo uma superior e outra lateral. “Além disso, deve constar uma tabela-resumo com todas as informações pertinentes ao estudo, como fabricante, modelo do equipamento, configuração, pressão no solo, velocidade máxima de vento, raio de giro etc.”, completa, salientando que em alguns casos mais complexos a amarração da carga requer projeto específico.

Obviamente, a capacidade de suporte do solo também integra o plano de rigging. Segundo Camilo Filho, normalmente realiza-se o cálculo da pressão que a máquina exercerá sobre o solo e, a partir daí, a equipe de geotecnia avalia a capacidade de suporte. “Se a capacidade não for suficiente, são indicados tratamentos para melhoria do terreno, como troca de solo, compactação ou até mesmo estaqueamento”, detalha.

Wilson de Mello Jr., diretor do Instituto Opus, corrobora a importância do plano de rigging, reforçando que se trata de um recurso indispensável em qualquer operação de içamento. Citando o acidente do Big Blue, o especialista reforça que não é possível realizar içamentos com segurança tomando-se por base apenas as experiências anteriores bem-sucedidas. Afinal, nesse e em outros casos similares, o processo já havia sido realizado diversas vezes antes do acidente. “Por isso, elaboramos uma lista de recomendações para realizar corretamente o plano de içamento antes da operação”, afirma. “Dentre elas, está a atenção com o equipamento, de modo a escolher o mais adequado para a operação, além de aperfeiçoar a provisão de suprimentos, mobilização da máquina, disponibilidade de acessórios e outras”, conclui.

Caixas pretas registram operações

Assim como os aviões, os guindastes são equipados com caixas pretas que gravam informações das ocorrências operacionais. Opcional, este item geralmente localiza-se próximo à cabine. Entretanto, como no Brasil não há Legislação sobre o assunto, sua utilização fica a cargo das empresas. Segundo Alexandre Flatshart, gerente corporativo de serviços da Terex, o dispositivo geralmente fica acoplado ao computador central do equipamento, que – por sua vez – localiza-se dentro ou mesmo atrás da cabine de comando. “A ‘Black Box’ grava as informações de operação e segurança dos equipamentos”, diz ele.

Assim como outros fabricantes de guindastes, a Terex instala a caixa preta durante a fabricação dos equipamentos, mas o acionamento fica a critério do cliente. “Em nosso sistema, as informações são colhidas por um programa chamado ProSyd (Property-Based System Design), instalado em um computador por meio do qual um técnico capacitado pode realizar o procedimento de acesso”, explica Flatshart.

Na Manitowoc, o nome da caixa preta é Datalogger e fica instalada próxima à cabine do operador. Com acionamento a critério do cliente, as informações geradas pelo dispositivo podem ser acessadas a qualquer momento pelos técnicos da empresa. “As gravações são recebidas pelo computador da máquina, também conhecido como indicador de momento de carga, e registradas por evento no computador central”, explica Leandro Nilo de Moura, gerente de marketing da fabricante norte-americana. Segundo ele, o Datalogger é capaz de registrar semanas de operação do equipamento, ficando a cargo do cliente realizar download periódico e arquivar as informações.

“É extremamente necessário que proprietários e gestores mantenham estes dispositivos em perfeitas condições e registando tudo, pois constituem uma ferramenta importantíssima para a identificação de possíveis causas de acidentes”, enfatiza Paulo Oscar Auler Neto, vice-presidente da Sobratema.

 

 

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