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Revista M&T - Ed.218 - Novembro 2017
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Mineração

Pegando a onda da retomada

Além de soluções que aumentam a segurança do operador, empresas mostram na Exposibram tecnologias que elevam a produtividade em setores como construção rodoviária e de agregados
Por Melina Fogaça

Em meio a um cenário misto de otimismo e cautela – especialmente em relação às medidas provisórias que alteram diversas regras no setor de mineração brasileiro, como o leitor pôde conferir nas páginas anteriores –, a 17ª edição da Exposibram (Exposição Internacional de Mineração) atendeu às expectativas de retomada de seus expositores.

Promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em Belo Horizonte (MG), a feira recebeu cerca de 40 mil visitantes durante os quatro dias de realização, atraindo expositores de diversos países, como Alemanha e Reino Unido, que contaram com pavilhões exclusivos, além de expositores de países como Austrália, Canadá, Chile, China, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Índia, Itália e Suécia, dentre outros.

O objetivo de todos foi um só: pegar a onda da retomada. Segundo dados da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia, o setor mineral – que representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto) – fechou 2016 com um superávit comercial de US$ 18,5 bilhões. E, neste ano, espera uma expansão de 5%.

De modo que, ao menos, já se move com outro viés. Mas para consolidar esse momento, a demanda externa também tem de ajudar. De acordo com dados do Ibram, atualmente os bens minerais mais representativos no país são o minério de ferro, que até setembro contabilizou 430 milhões de toneladas, e agregados da construção civil, com 420 milhões toneladas. “Em 2016, o minério de ferro representou 94,8% do volume em toneladas de bens minerais exportados, além de 61,5% das exportações minerais em dólares”, registrou o relatório da entidade.

“SURPRESA”

À parte a análise conjuntural, a tônica do debate no encontro, como não poderia ser diferente, foram as mudanças nas regras da mineração. Segundo Clovis Torres Junior, diretor executivo da Vale e diretor do Ibram, as medidas provisórias – especialmente a elevação das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) – realmente pegaram as empresas de surpresa. “A mudança na base de cálculo deste royalty, que passou a ser o faturamento bruto das mineradoras e não mais o líquido, acarretará mudanças significativas”, afi


Em meio a um cenário misto de otimismo e cautela – especialmente em relação às medidas provisórias que alteram diversas regras no setor de mineração brasileiro, como o leitor pôde conferir nas páginas anteriores –, a 17ª edição da Exposibram (Exposição Internacional de Mineração) atendeu às expectativas de retomada de seus expositores.

Promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em Belo Horizonte (MG), a feira recebeu cerca de 40 mil visitantes durante os quatro dias de realização, atraindo expositores de diversos países, como Alemanha e Reino Unido, que contaram com pavilhões exclusivos, além de expositores de países como Austrália, Canadá, Chile, China, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Índia, Itália e Suécia, dentre outros.

O objetivo de todos foi um só: pegar a onda da retomada. Segundo dados da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia, o setor mineral – que representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto) – fechou 2016 com um superávit comercial de US$ 18,5 bilhões. E, neste ano, espera uma expansão de 5%.

De modo que, ao menos, já se move com outro viés. Mas para consolidar esse momento, a demanda externa também tem de ajudar. De acordo com dados do Ibram, atualmente os bens minerais mais representativos no país são o minério de ferro, que até setembro contabilizou 430 milhões de toneladas, e agregados da construção civil, com 420 milhões toneladas. “Em 2016, o minério de ferro representou 94,8% do volume em toneladas de bens minerais exportados, além de 61,5% das exportações minerais em dólares”, registrou o relatório da entidade.

“SURPRESA”

À parte a análise conjuntural, a tônica do debate no encontro, como não poderia ser diferente, foram as mudanças nas regras da mineração. Segundo Clovis Torres Junior, diretor executivo da Vale e diretor do Ibram, as medidas provisórias – especialmente a elevação das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) – realmente pegaram as empresas de surpresa. “A mudança na base de cálculo deste royalty, que passou a ser o faturamento bruto das mineradoras e não mais o líquido, acarretará mudanças significativas”, afirmou.

Já o diretor comercial da Astec do Brasil, Marco Antônio Galvão, contrapôs que a nova regulamentação pode animar algumas empresas internacionais a apostar no país, mas nada que seja de grande monta. “Até acredito em pequenos investimentos”, comenta. “Mas grandes investimentos como o S11D, da Vale, o maior projeto de mineração de ferro no mundo, certamente não acontecerão nos próximos anos.”

Tal visão é compartilhada por Jair Machado, gerente de vendas e pós-venda da Liebherr. Para ele, os investimentos serão feitos de forma cautelosa, pois as regras que moldam o setor estão sendo criadas por meio de medidas provisórias. “Como essas medidas provisórias, que têm data para serem votadas, ainda contam com diversas emendas, provavelmente serão modificadas”, afirmou. “Se não forem aprovadas da forma como haviam sido apresentadas, o cenário mudará novamente.”

BRITAGEM

Em termos de tecnologia, a feira mostrou-se representativa do atual estado da arte da indústria. A thyssenkrupp, por exemplo, lançou uma nova linha de britagem e peneiramento para os setores da construção e de agregados. De acordo com Marco Antônio de Castro, diretor executivo da empresa, a entrada da marca no segmento de agregados de brita e areia para construção é recente. “Esta nova linha engloba versões padronizadas e compactas das soluções desenvolvidas especificamente para atender às especificidades da cadeia nacional de produção de agregados”, pontuou.

Segundo o executivo, a linha contempla britadores de mandíbulas e de cone Kubria, além de peneiras para processos de britagem primária, secundária e terciária de materiais como granitos, basaltos, gnaisses, calcários e outras rochas duras e médias-duras. “Além de compactas, as máquinas podem ser fixas ou móveis, montadas sobre rodas”, ressaltou.

Já a Metso mostrou sua proposta tecnológica para garantir ganhos de eficiência aos produtores de agregados, materializada com o lançamento do britador de cone MX. Equipada com o sistema Multi-Action, a solução combina em um único britador dois diferentes métodos, baseados no pistão e no bojo giratório. Segundo a empresa, o britador foi projetado para atuar nas condições mais exigentes em rochas, com foco especial nas funções de ajuste automático. “O britador MX permite operações extremamente econômicas e seguras, reduzindo em 10% os custos operacionais”, garante Jouni Mahonen, vice-presidente de vendas globais e suporte de produto da Metso.

PENEIRAS

Na área de peneiras, algumas empresas apresentaram soluções que buscam reduzir os custos operacionais, além de contribuir para um uso sustentável dos recursos naturais. Para a separação de ultrafinos via processo a úmido, por exemplo, a Metso apresentou a tecnologia UltraFine Screen (UFS), que promete reduzir o custo de energia em 30%, permitindo uma menor carga circulante.

O sistema traz como diferencial a flexibilidade, uma vez que as telas de poliuretano estão disponíveis com aberturas de 75 a 1.000 micra. “Com a utilização de telas de alta performance, que oferecem maior capacidade para um mesmo layout, é possível alcançar melhor eficiência da separação, resultando em menor carga circulante, maior capacidade e, consequentemente, menor uso de energia na cominuição”, detalhou Ricardo Ogawa, gerente de produto da Metso.

A CDE, por sua vez, integrou o pavilhão do Reino Unido, onde expôs novas soluções como a linha Infinity de peneiras desaguadoras. A empresa garante que, por não haver solda em seu processo construtivo, as soluções são totalmente galvanizadas, possibilitando maiores ciclos produtivos, além de redução de peso e uso de energia. “Por meio da pesquisa e desenvolvimento, o Reino Unido sempre teve facilidade de inserção na América Latina”, disse o gerente de desenvolvimento, Pedro Freire. “E essa solução é um exemplo disso.”

Também apostando na indústria de construção e de agregados, a Astec do Brasil lançou uma nova linha de peneiras de alta frequência a seco, incluindo os modelos HFS 2612, HFS 3612, HFS 2618, HFS 3618, HFS 2624 e HFS 3624. Segundo Galvão, as pedreiras processam produtos que não podem ter excesso de finos, de modo que a peneira promete retirar os excedentes a seco. “Antes, esse processo só podia ser feito com lavagem ou equipamentos de aero separação, que têm investimento e custo muito maiores”, disse o diretor.

SISTEMAS

De olho na segurança, a Sotreq reforçou as características da aplicação Cat MineStar, uma tecnologia que permite a operação remota dos equipamentos. De acordo com José Greathouse, consultor de desenvolvimento da Sotreq, o sistema é composto por soluções configuráveis, divididas em módulos. “Disponibilizamos desde o sistema mais simples, como o Detect, com câmeras de vídeo, sensores na cabine e radares que auxiliam o operador no subterrâneo, passando pelo Health, que fornece dados críticos de operação e do estado da máquina com base no histórico, o Terrain, que é um sistema de alta precisão em perfuração, o dragline, para nivelamento e carregamento, até o Command, solução que permite o controle remoto de sistemas totalmente autônomos ou semiautônomos”, concluiu.

EMPRESA DÁ SEUS PRIMEIROS PASSOS NO SETOR

Entrante no mercado de mineração, a Manitou mostrou equipamentos preparados para atender às normas legais do setor, especialmente em termos de segurança e operacionalidade. De acordo com Marcos Assis, gerente de contas da Manitou Brasil, a marca possui produtos especiais para o segmento, como o manipulador telescópico MT 1030, que eleva cerca de três toneladas a até 10 metros de altura. “Esse manipulador pode elevar cilindros pesados, contribuindo para a redução de tempo do trabalho e menor custo”, afirmou Assis. “Sem o manipulador, são necessários dois guindastes e outros equipamentos adaptados para realizar esse tipo de serviço dentro da mina.”

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