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Revista M&T - Ed.221 - Março 2018
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Entrevista

PATRÍCIA HERRERA

Gerente-geral da Moba do Brasil, a executiva Patrícia Herrera é enfática em destacar como atualmente a tecnologia está presente na vida cotidiana das pessoas. Segundo ela, contudo, ainda é uma tarefa árdua quebrar paradigmas em relação à presença da tecnologia nos canteiros de obras de países como o Brasil e outros com o mesmo nível de desenvolvimento econômico.

Tal análise é feita com a propriedade de uma especialista. Engenheira mecânica e mecatrônica formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), ela atua há mais de uma década na área de automação, amealhando experiência tanto na área industrial quanto na de equipamentos móveis, um segmento relativamente novo e ainda em desenvolvimento no Brasil.

Também especializada em gestão de projetos, Patrícia Herrera explica que, assim como as tecnologias entraram no cotidiano das pessoas de forma gradual nos últimos 50 anos, também deve ser inserida aos poucos no segmento da construção pesada, inicialmente com soluções de utilização mais simples, como uma primeira etapa de mudança.

Essa é justamente a estratégia adotada pela multinacional alemã Moba, que desenvolve componentes e sistemas integrados para automação de equipamentos móveis. Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, a engenheira descreve os desafios para dar cabo desta missão no Brasil, com destaque para a disseminação de produtos de entrada, que impactam menos a contumaz cultura organizacional local, mas já agregam benefícios reais em produtividade e confiabilidade às operações. Acompanhe.

"Quais são as principais barreiras que impedem a inserção de tecnologias de ponta no setor nacional da construção?

No Brasil, o mercado de construção pesada é um pouco conservador quando o assunto é inovação. Como normalmente o custo da tecnologia é elevado, existe um receio por parte de quem toma a decisão, temendo-se que as equipes de campo não se adaptem ao produto ou que não haja a mudança de cultura necessária para se extrair o máximo de benefício que a tecnologia possa proporcionar. Além disso, é importante destacar que, em se tratando de estradas, por exe


Gerente-geral da Moba do Brasil, a executiva Patrícia Herrera é enfática em destacar como atualmente a tecnologia está presente na vida cotidiana das pessoas. Segundo ela, contudo, ainda é uma tarefa árdua quebrar paradigmas em relação à presença da tecnologia nos canteiros de obras de países como o Brasil e outros com o mesmo nível de desenvolvimento econômico.

Tal análise é feita com a propriedade de uma especialista. Engenheira mecânica e mecatrônica formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), ela atua há mais de uma década na área de automação, amealhando experiência tanto na área industrial quanto na de equipamentos móveis, um segmento relativamente novo e ainda em desenvolvimento no Brasil.

Também especializada em gestão de projetos, Patrícia Herrera explica que, assim como as tecnologias entraram no cotidiano das pessoas de forma gradual nos últimos 50 anos, também deve ser inserida aos poucos no segmento da construção pesada, inicialmente com soluções de utilização mais simples, como uma primeira etapa de mudança.

Essa é justamente a estratégia adotada pela multinacional alemã Moba, que desenvolve componentes e sistemas integrados para automação de equipamentos móveis. Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, a engenheira descreve os desafios para dar cabo desta missão no Brasil, com destaque para a disseminação de produtos de entrada, que impactam menos a contumaz cultura organizacional local, mas já agregam benefícios reais em produtividade e confiabilidade às operações. Acompanhe.

"Quais são as principais barreiras que impedem a inserção de tecnologias de ponta no setor nacional da construção?

No Brasil, o mercado de construção pesada é um pouco conservador quando o assunto é inovação. Como normalmente o custo da tecnologia é elevado, existe um receio por parte de quem toma a decisão, temendo-se que as equipes de campo não se adaptem ao produto ou que não haja a mudança de cultura necessária para se extrair o máximo de benefício que a tecnologia possa proporcionar. Além disso, é importante destacar que, em se tratando de estradas, por exemplo, muitas vezes os contratantes públicos e privados são incapazes de fiscalizar adequadamente, mesmo que exijam precisão no resultado final. Junto a isso, soma-se a alta rotatividade das equipes de campo, o que torna mais difícil a retenção e multiplicação do conhecimento. Sem falar no momento de estagnação de obras que vivemos já há alguns anos, em função do cenário político-econômico de nosso país.

Nesse sentido, quão defasado está o Brasil em relação a outros países?

A defasagem é grande e não só em relação a países desenvolvidos como a Alemanha, mas também se comparado a países emergentes como Índia e China. Na verdade, o cenário atual no país nos deixa em posição defasada até mesmo em relação aos nossos vizinhos da América do Sul.

Nesse cenário, qual é a solução para superarmos essa discrepância?

Se considerarmos que grande parte das empresas de construção pesada no Brasil adota pouca ou nenhuma tecnologia em seus métodos construtivos, a inovação pode gerar um impacto negativo na rotina de trabalho das equipes e cair no descrédito se não for conduzida corretamente. Estamos falando de tecnologias por vezes disponíveis há mais de 40 anos, sendo que os mercados pioneiros se adaptaram e se desenvolveram ao longo do tempo. Assim, a proposta da Moba, por exemplo, é promover o desenvolvimento tecnológico de maneira mais suave, adaptando gradativamente a cultura organizacional de seus clientes e envolvendo as equipes no processo, para que possam ter uma evolução de maturidade ao longo do tempo e, desse modo, estar cada vez mais preparados para o próximo estágio tecnológico no setor.

Mas como é possível ampliar a utilização de tecnologias no país?

Ao contrário de muitas empresas de tecnologia, a Moba mantém o desenvolvimento de produtos de entrada (tecnologias mais simples), que impactam menos a cultura organizacional e já garantem muitos benefícios. São produtos mais simples e baratos se comparados às soluções mais completas. Além disso, esses produtos enfrentam menos resistência por parte das equipes de campo, o que é natural em qualquer empresa.

E quais resultados já atingiram nesses esforços?

Nosso objetivo é conquistar o cliente final, que são os operadores de nossos sistemas. Como a Moba possui vários modelos de negócios, podemos nos moldar às necessidades dos clientes. De forma geral, todos os segmentos, seja construção, pavimentação, mineração, resíduos sólidos ou agricultura, têm buscado obter maior produtividade, redução do desperdício e maximização da qualidade. Com orçamentos cada vez mais enxutos e com mais exigências, sabemos que todos têm de fazer mais com menos. Nesse quadro, as empresas que até hoje foram rentáveis trabalhando da mesma forma agora terão de inovar para se manter no mercado.

E como essas tecnologias se traduzem em lucro para o usuário?

Em geral, a tecnologia proporciona um maior controle sobre o que deve ser feito. No caso de pavimentação, por exemplo, temos uma solução chamada Big Sonic-Ski, um sistema que faz a leitura da superfície existente e suaviza as irregularidades, garantindo uma melhor relação entre a correção de irregularidades e o volume de massa asfáltica lançada. Dessa maneira, o lucro se dá principalmente por meio da economia de material e horas-máquina.

As tecnologias também tornam o canteiro de obras mais seguro?

Sem sombra de dúvidas. A partir do momento que o sistema controla o implemento e/ou orienta o operador graficamente desde a cabine, são necessárias menos pessoas ao redor da máquina. E isso, evidentemente, torna o ambiente de trabalho muito mais seguro.

Que tipo de treinamento é feito para que os usuários aumentem o conhecimento destas soluções?

Temos tecnologias no mercado brasileiro há muitos anos. E quando nos estabelecemos em Belo Horizonte (MG), uma das principais metas da Moba foi estruturar treinamentos formais em português para todos os nossos produtos. Atualmente, temos um portfólio de capacitação bem-estruturado, que oferecemos regularmente para o mercado.

Em termos de negócios, o fator cambial dificulta a inserção dessas tecnologias no Brasil?

Eu diria que não só o fator cambial, mas toda a tributação sobre produtos importados. Por este motivo, a Moba já monta alguns itens no Brasil e estamos apostando no crescimento da demanda, visando a aumentar a nossa diversificação de produtos e, simultaneamente, investir na sua nacionalização.

Quais soluções têm tido melhor desempenho no país atualmente?

Nossos produtos de entrada têm tido melhores resultados no Brasil, uma vez que requerem um investimento inicial menor e podem sofrer um upgrade para tecnologias mais completas.

Saiba mais:

Moba do Brasil: mobadobrasil.com.br

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