P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.283 - Maio 2024
Voltar
ESCAVADEIRAS

Olhar diferenciado sobre a segurança

Sem perder o foco na produtividade, recursos eletrônicos e de projeto conectam parâmetros ligados à segurança e melhoria das operações com escavadeiras, permitindo inclusive reduzir custos no canteiro
Por Santelmo Camilo

Quando se fala em escavadeiras, é notável constatar como a evolução tecnológica ultrapassou os limites do bom – e necessário – desempenho operacional, ampliando sua abrangência para necessidades de segurança e sustentabilidade.

Seja um empreiteiro, construtor ou locador, na hora de adquirir uma dessas máquinas é preciso refletir sobre as crescentes exigências relacionadas à segurança, energia limpa e baixas emissões, tudo associado a custos operacionais adequados.

Considerando o perfil tecnológico atual, é fácil entender como a realidade mudou nos últimos 15 anos.

Se antes a eletrônica embarcada era vista como um item caro, que pesava na planilha de despesas, atualmente a telemetria é padrão na maioria dos lançamentos, consolidando a escavadeira como um dos equipamentos mais inteligentes da Linha Amarela.

Essa realidade é vista em dispositivos para melhoria de parâmetros de operação, nos quais a segurança encabeça a lista de metas e preocupações. E quem não perceber isso corre o risco de ser ultrapassado.

“No Brasil, já é possível contar com tecnologias de ponta voltadas para a segurança na operação de escavadeiras”, ratifica o especialista da Caterpillar, Maurício Briones.

Um exemplo, diz ele, é o recurso exclusivo ‘E-Fence’ (cerca virtual), que impede movimentos da máquina próximo a obstáculos. Apresentado há alguns anos, permite a instalação de recursos para limitação de movimentos.


Com limitação de movimentos, cerca virtual impede
que a máquina se aproxime de obstáculos

“O operador não só limita os movimentos para baixo, para cima, para frente e para os lados, como também em caso de aproximação da caçamba”, detalha. “Além disso, as


Quando se fala em escavadeiras, é notável constatar como a evolução tecnológica ultrapassou os limites do bom – e necessário – desempenho operacional, ampliando sua abrangência para necessidades de segurança e sustentabilidade.

Seja um empreiteiro, construtor ou locador, na hora de adquirir uma dessas máquinas é preciso refletir sobre as crescentes exigências relacionadas à segurança, energia limpa e baixas emissões, tudo associado a custos operacionais adequados.

Considerando o perfil tecnológico atual, é fácil entender como a realidade mudou nos últimos 15 anos.

Se antes a eletrônica embarcada era vista como um item caro, que pesava na planilha de despesas, atualmente a telemetria é padrão na maioria dos lançamentos, consolidando a escavadeira como um dos equipamentos mais inteligentes da Linha Amarela.

Essa realidade é vista em dispositivos para melhoria de parâmetros de operação, nos quais a segurança encabeça a lista de metas e preocupações. E quem não perceber isso corre o risco de ser ultrapassado.

“No Brasil, já é possível contar com tecnologias de ponta voltadas para a segurança na operação de escavadeiras”, ratifica o especialista da Caterpillar, Maurício Briones.

Um exemplo, diz ele, é o recurso exclusivo ‘E-Fence’ (cerca virtual), que impede movimentos da máquina próximo a obstáculos. Apresentado há alguns anos, permite a instalação de recursos para limitação de movimentos.


Com limitação de movimentos, cerca virtual impede
que a máquina se aproxime de obstáculos

“O operador não só limita os movimentos para baixo, para cima, para frente e para os lados, como também em caso de aproximação da caçamba”, detalha. “Além disso, as escavadeiras da marca oferecem opção de câmeras de visão 360o e sistema para detecção de pessoas”, complementa Briones.

Para o gerente de escavadeiras da XCMG, Washington Gomes, os clientes com grandes operações são os que geralmente buscam soluções como softwares de apoio às atividades.]

“Esses sistemas são essenciais, pois fornecem informações detalhadas sobre o terreno e ajudam a evitar erros que possam comprometer a segurança e a integridade das obras”, reforça.

“A automação de processos, incluindo o uso de softwares especializados, pode melhorar significativamente a eficiência, a precisão e a segurança dos trabalhos.”

INTEGRAÇÃO

De fato, são recursos que representam os avanços mais significativos da indústria em termos de segurança operacional, equiparáveis aos dos grandes centros.

Segundo Darlon Destri, gerente de produto da John Deere para a América Latina, a busca por sistemas de apoio ao operador já é uma realidade, fazendo com que muitos equipamentos atuais de Linha Amarela passem a trazer de fábrica itens como sensores, softwares e sistemas de monitoramento.

“Geralmente, são máquinas que operam em ambientes confinados ou em grandes centros, com circulação de veículos e pedestres”, explica. “Em modelos mais atuais, as câmeras traseiras para auxiliar o operador também já são bastante comuns.”

Na nova linha de escavadeiras da marca também é possível instalar o pacote de controle 2D, que permite limitar o alcance da caçamba, manter parâmetros de escavação pré-definidos e checar a profundidade de escavação, evitando colisões sem a necessidade de auxiliares na valeta ou próximos ao equipamento.

A estratégia da John Deere de implementar tecnologias de maneira gradual se iniciou com essa assistência 2D, conta Destri.

“Esse sistema contribui para a segurança da operação por meio de indicações visuais e sonoras de elevação e profundidade, tanto da lança como da caçamba”, diz.

“Com ele, é possível auxiliar o operador em cortes, valas e taludes, garantindo a consistência em tarefas que requerem precisão no alinhamento e na elevação.”

De acordo com o gerente, as versões também já incorporam de fábrica o sistema de telemetria JDlink, para monitoramento remoto.

“Por meio do centro de operações, esse recurso em nuvem permite monitorar a qualidade do serviço em tempo real, assim como montar planos otimizados de trabalho e receber insights a qualquer momento”, conta.

Desdobrando as opções, Briones menciona recursos como os sistemas eletro-hidráulicos que ajudam a realizar movimentos de forma autônoma, tirando essa responsabilidade das mãos do operador.

“A balança também é importante, pois mede com exatidão o peso que está sendo carregado na caçamba e quanto já foi carregado no caminhão”, observa.

Por sua vez, a anunciada nova geração de escavadeiras da XCMG para o mercado brasileiro de mineração traz tecnologia de controle inteligente recém-desenvolvida.

“A máquina ganhou um sistema de controle de nuvem inteligente GPS, vinculado a CRMs, além de sistemas DMS que integram as funções de posicionamento GPS, gerenciamento e diagnóstico remoto”, explica Gomes.

“Também é capaz de administrar a localização geográfica, com informações precisas.”

De acordo com ele, a novidade também prevê a tecnologia M2IS-OBD para diagnóstico de falhas, um recurso integrado independente que oferece funções como dados multicanais (monitorados em tempo real) e armazenamento de alta velocidade.

Nas escavadeiras de última geração, Gomes cita ainda avanços como a autonomia, com destaque para o monitoramento avançado das funções hidráulicas e do motor, incluindo temperatura, rotação, consumo e outros.

“As máquinas com operação remota garantem a segurança de operadores em trabalhos de alto risco, a partir de algoritmos de aprendizagem capazes de identificar alvos e evitar obstáculos”, acentua Gomes, referindo-se ainda aos sistemas de iluminação em LED como cruciais para operações noturnas e em ambientes confinados.

Pacote de controle 2D é a porta de entradapara novas tecnologias, mantendo os parâmetros de escavação

SENSORES

Segundo os especialistas, muitas das necessidades do setor são atendidas por sensores e códigos de alerta de falha, que além de identificarem panes mecânicas, elétricas ou hidráulicas, são capazes de detectar problemas em estágio inicial.

Ao apontar queda na pressão do óleo hidráulico, por exemplo, o sensor pode indicar um vazamento que, se não for corrigido, resultará em danos graves aos componentes.

Do mesmo modo, a detecção precoce de vazamentos de fluído ou falhas nos freios também aumenta a segurança do operador e das pessoas no entorno do local de trabalho, recebendo um olhar diferenciado em atividades de mineração, onde o trabalho muitas vezes não pode ser interrompido sem planejamento, sob o risco de comprometer as metas de produção.

Nesse sentido, os alertas de falha servem como um lembrete para a manutenção preventiva. Ao receber um alerta de que um componente está se aproximando do final da vida útil, os operadores se planejam para agendar a intervenção antes que a falha aconteça.


Tecnologias embarcadas aprimoram a segurança no campo
de operação e evitam acidentes no entorno da máquina

“Por meio do sistema de monitoramento remoto Komtrax os clientes têm acesso a vários alertas de falha do equipamento durante a operação, melhorando a segurança na medida em que torna possíveis intervenções no equipamento antes que falhas mais severas ocorram”, exemplifica Bueno, da Komatsu.

Nos modelos Cat, o monitor também informa qualquer instabilidade técnica ao operador

. “A informação pode ser consultada diretamente no manual da máquina, que se encontra digitalizado no monitor, poupando o operador de procurar em livros ou catálogos”, sublinha Briones.

“Dependendo do código, como a calibração de sensores, por exemplo, o operador muitas vezes consegue solucionar a partir do monitor”.

CABINE

No posto de trabalho, as escavadeiras passaram a ser majoritariamente montadas com proteção ROPS/FOPS, prevista como obrigatoriedade nas normas reguladoras ISO 12117-2 e FOPS ISO 10262 (Nível 1), visando evitar acidentes por falta de experiência, treinamento ou descuido.

“Trata-se de um diferencial importante das escavadeiras da XCMG, que já saem de fábrica com cabines certificadas ROPS e OPG nível I, equivalente ao FOPS, trazendo mais segurança”, assegura Bueno.

“As máquinas possuem proteções especiais (FOG), que são importantes em aplicações florestais e de manipulação de sucata, por exemplo, protegendo o operador de objetos que possam cair sobre a cabine.”

Atendendo às normativas, todo o portfólio de escavadeiras da John Deere conta com certificação ROPS/FOPS, mas alguns casos são especiais.

“Desenvolvido para o segmento florestal, o modelo 2144G apresenta cabine projetada especialmente para a aplicação, assim como material rodante reforçado e conjunto de braço e lança adaptado para a instalação de cabeçote e outros implementos”, destaca.

Na Cat, Briones diz que até mesmo os modelos de escavadeiras menores (como 313GC e 316GC) já oferecem opção de fábrica com cabine ROPS certificada pela ISO.

Em relação à proteção FOG, ele lembra que há mais de 20 anos as cabines das máquinas da marca já saem de fábrica preparadas para receber o recurso, que é opcional.

“A vantagem é poder instalar facilmente, sem necessidade de soldas, cortes ou improvisação”, avalia.

As escavadeiras da Cat possuem ainda um arranjo mínimo, obrigatório para todos os clientes, que é o kit de espelhos retrovisores.

Em alguns modelos, a câmera traseira é fornecida como item de série, enquanto um arranjo que instala outras três câmeras permite uma visão integrada em 360O. “Um diferencial importante é que a imagem da câmera traseira nunca desaparece da tela enquanto a máquina funciona”, diz Briones.

“Ou seja, as câmeras ficam ligadas 100% do tempo e evitam qualquer tipo de comportamento inseguro por parte de quem estiver operando.”

Na mesma linha, o especialista da XCMG também aponta espelhos retrovisores e câmera traseira como itens fundamentais, podendo ser equipados com recursos adicionais para detecção de movimento e alertas de colisão.

“São itens fundamentais para a visualização de pontos cegos, melhorando a visibilidade do entorno”, acrescenta Bueno.

“Na tela na cabine, o operador pode ver a imagem gerada pela câmera traseira durante toda a operação, e não somente enquanto desloca o equipamento.”

De acordo com ele, a marca vem trabalhando a linha de máquinas florestais com todas as proteções incluídas, inclusive FOG. “Ouvimos clientes e operadores para entender as necessidades e receber sugestões de melhorias em ergonomia, segurança e tecnologia”, frisa o gerente.


MERCADO
Demanda define ritmo de assimilação


Inovações não tiram espaço para soluções
mais simples, de rápida instalação e aplicação intuitiva

Seja por meio de sistemas de telemetria, softwares de monitoramento, sensores, acessórios ou cabines certificadas, percebe-se que o desenvolvimento das escavadeiras vem permitindo aprimorar a segurança, aumentar a produtividade e reduzir os custos.

Os especialistas, todavia, parecem não apostar no surgimento de uma configuração na linha “one size fits all” (única para todas as aplicações, em inglês).

“Alguns tipos de aplicações, especialmente os que exigem mais adaptações para segurança, são feitas de acordo com os pedidos”, comenta Washington Gomes, gerente de escavadeiras da XCMG.

O gerente de marketing de produto e administração de vendas da Komatsu, Leandro Urvaneja Bueno, identifica uma demanda crescente por tecnologias que tragam maior eficiência e segurança, mas também faz ponderações sobre o assunto.

Isso porque as soluções disponíveis no mercado, diz ele, ainda enfrentam dois problemas relacionados à demanda, que deixam espaço para máquinas de entrada.

“Ou essas [novidades] são mais complexas do que a maioria dos clientes e operadores gostariam, seja na instalação ou operação, ou têm retorno muito alongado para a maioria das empresas”, afirma.

“Por isso, ainda há espaço para as soluções mais simples, de rápida instalação e com aplicação intuitiva, ajudando a popularizar as tecnologias no médio prazo, especialmente em escavadeiras.”

Saiba mais:
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
John Deere: www.deere.com.br/pt
Komatsu: www.komatsu.com.br
XCMG: www.xcmg-america.com

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E